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Destino promessa. (FOTO | Reprodução | Unsplash). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
Quebrou as garrafas de vinho para não se embriagar. Desfez o tratado da esperança e cuspiu no chão para esperar a próxima promessa. Fez buracos no chão procurando botijas, mas só encontrou o cansaço.
Restavam
a pizza e a despedida. A pimenta e o abraço tinham o gosto insosso da
desilusão. O tarot faltava cartas, e o jogo não se completava. A cama tinha as
lembranças das confidências que duraram meia-noite. Um filme de terror passava,
e o gato miava querendo atenção.
Os
remédios guardados no bolso da mochila para tempos de guerra e desespero
ficaram envelhecidos. Recebeu a última carta de elogios para amansar a
despedida.
Desfez
a mala. Tirou a roupa, dançou pelado no meio da sala, tomou água. Derramou umas
lágrimas na cara.
— O
ônibus está passando! — gritou o tempo.
Pegou os cacos das garrafas de vinho: escreveu poemas no seu corpo e pegou o primeiro ônibus com destino a Promessa, onde não sabia o endereço.
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