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(Foto: Reprodução/Facebook). |
Para
além da disparada do candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando
Haddad, que subiu 11 pontos e se isolou com 19% na segunda colocação, a
pesquisa Ibope divulgada ontem (18) traz um dado que deve acender todas as
luzes amarelas de preocupação: Bolsonaro (PSL) lidera a intenção de votos ente
jovens com idade entre 16 e 24 anos.
Em
números: segundo o Ibope 28% dos jovens com idade entre 16 e 24 anos votam em
Bolsonaro; na sequência temos Haddad com a preferência de 18% desta parcela do
eleitorado. Este dado é preocupante pois nos revela uma geração que está se
formando com base numa mentalidade que não tem apreço pela democracia, ou que
acha tudo bem um candidato com inúmeras declarações machistas e de ódio aos
LGBT e negros ser o próximo presidente da República.
Cabe
perguntar: que juventude é essa que vota em Jair Bolsonaro? Basicamente, e
tirando isso por base na idade, é uma molecada que não lê jornal impresso, se
informa primordialmente pelas redes sociais e, dentro desta esfera digital, são
consumidores assíduos de canais do YouTube, que, como bem sabemos, está repleto
de personagens com milhões de seguidores que são alvos de processos por racismo
e declarações odiosas aos LGBT. Mas só isso não explica.
A
pesquisa não traz uma estratificação de classe desta juventude que declara voto
em Bolsonaro, mas podemos a partir dos outros dados da pesquisa intuir. Haddad
lidera entre as famílias que recebem 1 salário mínimo, podemos então, intuir
que a parcela da juventude deste grupo que vota em Haddad, consequentemente
também vota no candidato do PT. Mas isso é cruzamento de dados que pode estar
fadado ao erro.
Este
número espanta pois, temos, nacionalmente, grupos de luta política organizada
voltada para a juventude (UJS, UNE, Junt@s e tantos outros coletivos ao redor
do Brasil). Será que a estratégia até aqui usada por estes coletivos está
errada, ou seja, não está chegando na parcela da juventude que não está
organizada em grupos de ativismo político? E os partidos políticos: por que
estes não mais convencem a juventude?
São
perguntas, acredito, que merecem profunda reflexão seguida de ação. Pois, pode
até ser que o candidato do PSL saia derrotado desta eleição, mas o tipo de
mentalidade que está criando corpo na atual geração é que vai ditar as regras e
eleições daqui alguns anos. Portanto, temos 28% – esse número é muito alto – de
uma geração que não se identifica com os mecanismos de participação proporcionados
pela democracia. Se este quadro não for revertido, os debates sobre modelos de
democracia – direta, representativa ou participativa – se tonarão completamente
inócuos.
Por
fim, passado o turbilhão desta eleição, cabe aos partidos políticos repensarem
a sua presença nas plataformas digitais. Este se mostra o caminho certeiro na
disputa de narrativa e construção de futuras mentalidades, mentalidades que
tenham apreço e identificação pela/com a liberdade e não, ao contrário, ou
seja, identificação com figura que representam a ruptura da democracia. (Com
informações da Revista Fórum).
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