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Candidato do PSL não cita o tema em seu programa de governo, mas o economista de sua campanha falou a empresários. (Foto: Reprodução/RBA). |
O
economista Paulo Guedes, provável ministro da Fazenda em caso de vitória do
candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), anunciou ontem (18)
proposta para aumentar a alíquota do Imposto de Renda (IR) para os mais pobres
e reduzir a alíquota dos que ganham mais, criando uma taxa única de 20% para
todas as pessoas físicas ou jurídicas. Além disso, seria eliminada a
contribuição patronal para a Previdência Social, aplicada sobre a folha de
salarial, e que atualmente tem a mesma alíquota de 20%.
Na
prática, considerando o sistema atual, seriam extintas as alíquotas de 7,5%,
para quem ganha de R$ 1.903,99 até R$ 2.826,65, e de 15% para quem ganha entre
R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05. Todos passariam a ter 20% de seus salários brutos
descontados mensalmente. Da mesma forma, quem ganha salários maiores – e que
tem descontado 27,5% a título de imposto de renda – teria a alíquota do imposto
reduzida para 20%, inclusive as empresas. Guedes também falou em criar um novo
imposto sobre movimentações financeiras, nos moldes da extinta CPMF. Ele
apresentou a proposta em encontro de empresários organizado pela GPS
Investimentos, especialista em gestão de grandes fortunas. As informações são
da coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.
Para
o diretor do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase),
Cândido Grzybowski, a proposta vai prejudicar a população de baixa renda em
benefício dos mais ricos. “É totalmente
injusto. Ela devia ser maior para quem ganha mais. A sociedade não tem o mesmo
padrão de renda e está longe de estar próximo. Cobrar a mesma alíquota é
penalizar os mais pobres. Como já ocorre com o ICMS, que o ricaço paga o mesmo
imposto, na compra de um feijão, por exemplo, que o cara que ganha Bolsa
Família”, afirmou.
A
proposta não consta do Programa de Governo de Bolsonaro. No documento constam
apenas a redução massiva de impostos e, de certa forma, o fim do atual regime
de previdência pública, com migração para um sistema de capitalização. Também
está presente, de forma superficial, a simplificação dos impostos, aliada a
programas não especificados de “desburocratização
e privatização”.
O
programa de governo do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, vai à
direção oposta. Propõe um reajuste na tabela do Imposto de Renda, com isenção
para aqueles que ganham até cinco salários mínimos (R$ 4.770,00), com
consequente aumento para os chamados super ricos, que pouco ou nada pagam hoje.
A proposta fala sobre a retomada da cobrança de impostos sobre lucros e
dividendos, extinta durante o governo FHC, e também prevê a criação do Imposto
sobre Valor Agregado (IVA).
Ciro
Gomes, candidato pelo PDT, propõe a simplificação dos impostos , com a criação
do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unifica outros tributos. O texto prevê
ainda a redução do Imposto de Renda das empresas, com consequente diminuição
dos impostos relacionados ao consumo, como PIS/Cofins e ICMS. Por fim, o
retorno da taxação de lucros e dividendos e o aumento da cobrança de tributos
sobre heranças e doações.
O
candidato tucano é um dos que menos fala sobre reforma tributária. Nada diz
sobre a necessidade de uma maior justiça fiscal, apenas aponta para a
simplificação da arrecadação. “Simplificar
o sistema tributário pela substituição de cinco impostos e contribuições por um
único tributo: o Imposto sobre Valor Agregado (IVA)”, afirma o texto. (Com informações
da RBA).
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