Uma
escritora negra de 70 anos, Conceição Evaristo autora de livros de crítica
social e com forte apelo à ancestralidade como: "Becos da Memória", "Ponciá
Vicêncio" e "Insubmissas
Lágrimas de Mulheres". Uma escritora mineira começou a ganhar
reconhecimento e teve suas obras divulgadas e reconhecidas depois dos 44 anos.
Do
Brasil de Fato - Conceição relembra
que cresceu num espaço de "miserabilidade", onde é uma grande coisa.
Ela conta com uma infância penosa não é tratada de apologia à pobreza, mas sim
relembrar seus seus tantos anos como duros. E acrescenta que semper esteve rodeada
do imaginário, do lúdico e do fantástico, da "conceiversidade".
"Era uma carência material muito grande. Mas
por outro lado a vivência, uma riqueza cultural que a gente vivia, com contação
de histórias, meu tio, muito próximo a mim era da congada, então eu tenho toda
uma lembrança da organização, As línguas que fazem como iguarias, fazendo
flores para enfeitar a capela. Das conversas que se davam depois das festas,
nos encontros familiares, dos visitantes e servidores muito relacionados com a
sobrevivência. Ir ao córrego lavar roupa, ir no mato buscar lenha. Esses O que
é que é um problema de aprendizagem, mas a pobreza pode ser um lugar de
aprendizagem. "Muito que eu aprendi vem da condição social que eu vivi",
conta Conceição.
A
oralidade e marca presente de Conceição Evaristo. Ela rebate fortemente uma
cultura vigente de que é necessário para o texto e o crescimento em um ambiente
rodeado por intelectualidade para produzir literatura. "Eu não nasci rodeado de livros, nasci
rodeada de palavras e também no sentido de ensaio que é uma cultura da
oralidade e parte do nosso patrimônio", lembra.
Por
fim, Conceição fala ao Brasil de Fato sobre uma felicidade em cada vez mais
mulheres negras escrevendo e literatura se expandindo. "Eu vejo como meninas que estão produzindo
agora, elas são mais explícitas com determinadas temáticas que a gente não era,
falamos nos nossos desejos, dúvidas, carinhos, hoje eu vejo essa escrita mais
nova trazendo esses temas com muita competência, com uma ousadia que Nós não
tivemos.”
Em
2015, Conceição foi vencedora do prêmio Jabuti, na categoria contos, com uma
obra "Olhos d'água" em 2017
para convidada para a Festa Literária Internacional de Paraty, um Flip. Quem
mora em São Paulo pode conferir até o dia 18 de junho uma exposição que revela
sua obra e carreira na 34ª edição da Ocupação do Itaú Cultural.
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A escritora Conceição Evaristo é autora de livros de crítica social e de apelo à ancestralidade. Foto: Brasil de Fato. |
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