Pra não dizer que não falei da Copa por Raimundo Soares Filho



Raimundo Soares Filho. (Foto: Reprodução).
Minha primeira Copa do Mundo foi em 1978, assistíamos aos jogos pelo rádio, normalmente perto de um posto de energia elétrica.

Lembro bem que o Brasil se classificou com um gol de Roberto Dinamite contra a Áustria, que garantiu nossa primeira vitória na Copa, comemorado com sacos de bombom jogados na rua (hoje Calçadão) por Roso Bitu. Eu já tinha um pôster de Dinamite Campeão Brasileiro de 1974.

Alguém (não lembro quem) teve a ideia de colocar uma antena em cima da grande Caixa D´água ao lado da prefeitura e assistimos aos jogos finais em uma tv improvisada na sombra daquele monumento desativado.

O Brasil começou a crescer na competição, ancorado no bom futebol de Dirceu, Roberto Dinamite e Nelinho. A seleção venceu a grande seleção peruana por 3x0 e empatou com a Argentina.

Naquela Copa testemunhamos a primeira maracutaia da Fifa, mas não tínhamos senso para assimilar aquilo, só queríamos ver gol. Antes da terceira rodada, a FIFA, de maneira unilateral anunciou a mudança no horário do jogo Argentina e Peru. Com isso, a Argentina sabendo de quanto deveria ganhar para passar à final. O Brasil protestou mas não adiantou. A seleção ganhou de forma brilhante da forte seleção polonesa por 3x1, mas a Argentina conseguiu o improvável. Com o Peru andando em campo, abrindo mão do direito de jogar, e com um goleiro no gol que era argentino de nascimento, perdeu de 6x0 para os portenhos, que tinham que vencer por no mínimo 4x0 para chegar à final.

Muitos protestaram dizendo que o Peru se vendeu, mas nós já estávamos torcendo para a disputa do terceiro lugar. Brasil e Itália, fizeram um jogo disputado e violento. A Itália abriu o placar, mas o Brasil conseguiu a virada, sendo que Nelinho marcou um golaço, com um chute de fora da área, quase na lateral do campo, que enganou o grande goleiro Dino Zoff. O outro gol foi do vascaíno Dirceu.

Iludidos comemoramos "O Brasil como o campeão moral da Copa!", por perder o título sem perder nenhuma partida.

Fui torcedor fanático, fui presidente de Associação Esportiva, mas tinha futebol como seu carro chefe, fui árbitro de futebol, fui jogador de futebol, fui dono de time, meu time foi “roubado” várias vezes, mas somente no dia 13 de abril de 2014 decidi que futebol não era minha praia.

Uma frase replicada por um altaneirense ilustre na manhã do dia seguinte mostrou o que realmente é o futebol: “ROUBADO É MAIS GOSTOSO” postou na rede social, assim mesmo em caixa alta, em foto com a camisa do seu time.

Nunca mais assisti a uma partida de futebol.

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Texto do Advogado e Blogueiro Raimundo Soares Filho encaminhado via correio eletrônico a redação do Blog Negro Nicolau (BNN).
 



Universidade brasileira instala “lixeiras” para descartar racismo, machismo e LGBTfobia


(Foto: Divulgação). 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) encontrou uma maneira bem-humorada de combater o preconceito de todas as formas. O Parque Tecnológico da instituição acabou de inaugurar uma galeria de arte a céu aberto, composta por obras de artistas da Escola de Belas Artes. Uma delas recebeu o nome de “Recicláveis”, de Thales Valoura. Ele transformou mobiliários de coleta seletiva em lixeiras para racismo, machismo e LGBTfobia.

Segundo o blog do Ancelmo Gois, de O Globo, a ideia é que o público possa depositar nessas lixeiras bilhetinhos, reconhecendo seus preconceitos ou reclamando de problemas relacionados com isso pelos quais tenha passado. (Com informações da Revista Fórum).


Professora Zuleide Queiroz irá disputar vaga na Câmara Federal pelo Psol


Professora Zuleide teve sua pré-candidatura a deputada federal neste sábado, 09, na sede do GRUNEC em Crato.
(Foto: Reprodução/Fanpage "Resistência").

Na tarde do último sábado, 09, na sede do Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec), foi lançada a pré-candidatura a deputada federal da professora universitária ligada ao Departamento de Educação da Universidade Regional do Cariri (URCA), Zuleide Queiroz, pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).

De forte ativismo e presença nos movimentos sociais, como no próprio Grunec e na Frente de Mulheres do Cariri, Zuleide já disputou outros cargos eletivos como ao executivo municipal de Crato e a reitora da instituição em que leciona. Segundo ela, a pré-candidatura representa uma construção coletiva em busca de romper com a política como ora se apresenta em que mulheres, negros e a comunidade LGBT não são representadas e não estão ocupando os espaços de poder. Ela afirmou que se não estivesse nessa disputa outros estariam e frisou que a presença dos movimentos sociais no evento lhe fortalece.

Há mais de vinte anos mora aqui no cariri e acompanho a situação vivida pelas mulheres na região, em situação de violência, muito mais acrescida nesses últimos anos, com a juventude e com o recorte muito forte na juventude negra. Esse contexto que a gente vive de participação efetiva nos movimentos sociais nos leva a ter que tomar uma decisão muito importante na nossa vida”, disse ela em entrevista ao Jornal do Cariri e completou “queremos iniciar essa discussão partindo da pauta dos movimentos de mulheres, LGBT, da juventude e da educação, com as greves que se constituem nos municípios, e a saúde que é um dos principais problemas”.

Também em entrevista ao referido periódico, Valéria Carvalho, representante do Grunec, afirmou que Zuleide é uma delas e que o congresso precisa passar por mudanças. “Como ela é uma de nós, não tem como não estarmos juntas, não existe essa possibilidade”, pontuou.  O mesmo sentimento foi partilhado por Verônica Isidório, da Frente de Mulheres do Cariri, que completou arguindo que “o mundo que está ai, construído pelas mãos do capital e do machismo, não serve para nós, e vamos ter que desconstruir muita coisa para termos novas conquistas”.

Na fanpage “Resistência” criada para divulgar o nome de Zuleide consta que o evento contou com muitas falas de apoio e o lançamento marca a construção coletiva de uma alternativa negra, feminista e socialista para o Cariri e Ceará.





Professores Nicolau Neto e Cícera Nunes participam de evento na Universidade Federal de Campina Grande


Cícera Nunes e Nicolau Neto durante evento de lançamento da 9ª Edição do Artefatos da Cultura Negra na UFCG, campus Cajazeiras, Paraíba. (Foto: Kássia Mota).

A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus Cajazeiras (PB), promoveu durante todo o dia desta segunda-feira, 11, ciclo de palestras voltadas a temáticas da Africanidade e Afrodescendência no país. O evento faz parte do lançamento da 9ª edição do Artefatos da Cultura Negra.

Na universidade, a ação tem a coordenação da professora doutora Kássia Mota e do professor doutor Alexandre Joca, ambos do curso de Pedagogia que explicaram a necessidade de se implantar dentro da instituição discussões mais efetivas acerca do combate ao racismo e de fomento a articulações com outros sujeitos históricos engajados nessa luta.

Para tanto, foram convidados a professora doutora Cícera Nunes, vinculada à Universidade Regional do Cariri (URCA) e o professor especialista Nicolau Neto, membro do Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC). Ambos discorreram sobre a relação “Movimento Negro e a Universidade na Luta Antirracista”.

A professora universitária Cícera Nunes fez um balanço das oito edições do Congresso Artefatos. Segundo ela, o evento começou no ano de 2009 dentro do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, como o nome “Artefatos da Cultura Negra do Ceará”, tendo como compromisso de socialização dos estudos e pesquisa com a temática das relações raciais. Em 2010 foi realizada uma edição em Juazeiro do Norte como parte da atividade do programa de pós-graduação. Aqui foram defendidas a tese de doutorado de Cícera Nunes que pesquisou “Os Congos de Milagres e Africanidades na Educação do Cariri Cearense” e a dissertação de Kássia Mota com enfoque sobre “Entre a Escola e a Religião: Desafios para Crianças de Candomblé em Juazeiro do Norte”. 

Nas edições seguintes o evento cresceu, ganhou destaque e visibilidade e passou a ser promovido de forma itinerante. A professora relata que o congresso veio para a URCA (Crato) em 2011. Ela discorre que somente em 2013 é que o congresso é transferido para o Cariri. Na URCA, ele está alocado dentro do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais (NEGRER) e do Departamento de Educação. 

Da Esq. para Dir. (Kássia Mota, Nicolau Neto, Risomar
e Cícera Nunes). Foto: Anderson Varella.
Cícera conta ainda que o artefatos é uma realização coletiva que agrega instituições de ensino superior, a exemplo da URCA, UFCA, da Universidade do Tennessee e IFCE (Juazeiro) e movimentos sociais, com destaque para o Grunec, a Cáritas Diocesana de Crato e a ONG Aldeias. Para ela, o diferencial deste congresso para os demais é que a cada ano há uma novidade, como o acampamento da juventude em 2016 e a I Mostra de Cinema Africano do Cariri Cearense, com exibições de documentários acompanhadas de rodas de conversa em várias comunidades da região do Cariri cearense: quilombos, ONGs, escolas de educação básica, praças públicas e outros lugares, parte integrante da edição deste ano.

Já o professor Nicolau trouxe para a discussão uma reflexão acerca do papel do movimento negro. Segundo ele, é preciso partir da premissa de que enquanto coletividade, que promove ações políticas, educacionais e culturais, ele reeduca a si próprio, a sociedade e o estado acerca das relações étnico-raciais no país. O movimento negro tem que ter um objetivo explícito e não pode fugir dele, tratando-se de emancipar os sujeitos que sempre tiveram e ainda tem sua história negativada. É a partir dessa perspectiva que o movimento negro pode e deve atuar, como um sujeito político que politiza, emancipa e ressignifica a raça.

O professor fez menção as várias formas de atuação e de mudança pela qual passaram os movimentos negros, tendo como recorte temporal a proclamação da república onde o pensamento europeizante era mais sentido. A Frente Negra Brasileira (anos 30), O Teatro Experimentral Negro (décadas de 40 a 60), A Imprensa Negra Paulista (anos 60 ) e os Fóruns da Política Educacional, tendo tido discussões sobre raça na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1961. Todos estes movimentos ao trazerem para o público o debate sobre o racismo e a necessidade de se construir estratégias políticas e educacionais para a superação das desigualdade raciais, contribuíram para ressignificar a raça, dando-lhe forma não inferiorizante de se manifestarem.

Da Esq. para a Dir. (Willyan, Cícera Nunes, Kássia Mota,
Anderson Varella e Nicolau Neto). Foto: Risomar.
Citando a pedagoga brasileira Nilma Lino Gomes, Nicolau afirmou que a partir dos anos 80 do século passado houve confluência de determinados fatores do racismo, principalmente durante a ditadura civil-militar, que permitiram a formação de uma organização coletiva de caráter nacional, como o Movimento Negro Unificado. É aqui que ativistas negros passam a concluírem graduações e iniciam uma trajetória acadêmico-político, tendo intelectuais engajados e com pesquisas sobre o negro e a negra e suas historicidades como objetos/sujeitos de estudos. Ainda segundo Nicolau, é nessa conjuntura que irá aparecer as ações afirmativas como demanda real, com destaque para a modalidade cotas. Ao mencionar a criação do Grunec em 2001, ele ressaltou que a partir de 2013 é perceptível algumas mudanças fruto de muita luta, como por exemplo, a Lei 10.639/03, as cotas raciais, as cotas nos concursos públicos e o Estatuto da Igualdade Racial). Elas representam mecanismo de reconhecimento do racismo e ao mesmo tempo significa medidas de combate as desigualdades raciais. Nicolau ainda frisou no campo dos avanços, o I Seminário de Ações Afirmativas: a Implantação do Sistema de Cotas realizado na URCA em fevereiro de 2017.  Para cada um desses avanços o membro do Grunec citava um retrocesso sob o pano de fundo do aumento desenfreado de ondas conservadoras e racistas.

Por fim, ele citou que a pouca presença de negros e negras nas universidades tem mobilizado pouco estas instituições e trouxe a luz da conversa os dados do censo da educação superior que apontou que entre 1997 e 2011 o percentual de negros/as no ensino superior passou de 4 para 19,8%, o que em termos numéricos significa algo de 13 milhões de jovens. Apesar disso, disse ele, os números não são animadores vistos que somos um pais de maioria negra, afirmando outrossim que há nesse caso um problema estrutural e institucional grave que precisa ser resolvido. O debate sobre o racismo e as desigualdades dele resultante sempre esteve posto, mas se faz necessário e urgente um enfrentamento mais efetivo por parte das instituições governamentais, completou.

Após as falas, universitários/as e professores/as fizeram intervenções. Destaque para a fala de Anderson Varella, do curso de Pedagogia, que pontuou a necessidade do debate e a urgência do ato de se reconhecer negro. Para ele, isso é um ato político.

A noite o evento seguiu com a palestra “A pesquisa acadêmica em diversidade e a formação do sujeito pesquisador: compartilhando experiências” desenvolvida por Kássia Mota, Alexandre Joca e Cícera Nunes. A universitária Valesca, do curso de pedagogia abri e fechou o evento com músicas que refletem as causas negras. 


Foi um dia de produção de conhecimento, de diálogo, de ideias, de articulações.  Agradecemos a parceria de Cicera Nunes e Nicolau Neto. Até o Artefatos na URCA!”, disse Kássia Mota ao classificar o evento.




Por que você não deve votar em Jair Bolsonaro nas eleições de 2018


(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

Fórum fez uma lista de dez motivos, baseados em fatos reais, para que você possa enviar para o seu amigo que está pensando em votar no Bolsonaro. O diálogo e o convencimento são os temperos principais da democracia. Xingar só interessa a quem não tem argumento.

Homofobia

Jair Bolsonaro já deu inúmeras demonstrações de homofobia. Uma delas, em 2015, rendeu ao deputado a obrigatoriedade de pagar uma indenização de R$ 150 mil por danos morais ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), criado pelo Ministério da Justiça. A ação foi ajuizada pelos grupos Diversidade Niterói, Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Arco-Íris de Conscientização.

Durante o programa CQC, na época exibido pela TV Bandeirantes, Bolsonaro afirmou que nunca passou pela sua cabeça ter um filho gay, porque seus filhos tiveram uma “boa educação”, com um pai presente, e que não participaria de um desfile gay porque não promoveria “maus costumes”, pois acredita em Deus e na preservação da família. Em outra oportunidade, o deputado deu uma declaração dizendo que não contrataria um motorista gay para levar seu filho na escola. Outra frase reveladora do deputado: “Ter filho gay é falta de porrada”.

Golpe militar

Em 2014, o deputado federal ingressou com um pedido para realizar uma sessão de homenagem ao golpe militar de 1964. Porém, o presidente da Câmara dos Deputados da época, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), derrubou o pedido do parlamentar. A decisão foi tomada após uma discussão com os líderes dos partidos, que chegaram à conclusão de que tal homenagem iria causar desgaste à Casa.

Quando votou pelo impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, em 2016, ele justificou sua decisão favorável ao afastamento homenageando o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do Destacamento de Operações de Informação-Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), que foi torturador de Dilma.

Misoginia

Bolsonaro ganhou destaque no tradicional jornal francês “Le Monde” em 2014, por conta de seu ataque à deputada Maria do Rosário (PT-RS). Durante uma discussão, ele disse que só não a estupraria porque ela “não merece”, o que lhe rendeu um processo. O “Le Monde” o chamou de “misógino, homofóbico, racista e atrevido”. É dele, também, a seguinte frase: “Eu tenho cinco filhos. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio uma mulher”.



Parlamentar inoperante

A Câmara dos Deputados aprovou no dia 16 de junho de 2015, por 433 votos a favor e 7 contra, uma emenda à proposta de reforma política, que previa que as urnas eletrônicas passassem a emitir um “recibo” para que os votos nas eleições pudessem ser conferidos pelos eleitores. A emenda foi de autoria de Bolsonaro. O detalhe é que foi a primeira vez, em 25 anos ininterruptos de legislatura, que ele conseguiu aprovar uma proposta no Congresso Nacional.

Direitos humanos

Em 2016, em entrevista à Rádio Guaíba, de Porto Alegre, Bolsonaro se mostrou contrário à atuação de Organizações Não-Governamentais (ONGs) ligadas aos direitos humanos. “Eu cortaria todos os recursos para ONGs de direitos humanos. Esse pessoal vive da violência e vive dentro do governo. Nós arquivamos um projeto, que daqui a pouco será desarquivado, que é o Estatuto do Encarcerado. Se você lê aquilo, você pensa em ser bandido, porque o documento busca garantir diversas vantagens ao presidiário, tais como o direito de visitar familiares doentes e a uma cela individual”, disse ele.

Racismo

Bolsonaro também não esconde posturas racistas. Durante uma palestra no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em 2017, prometeu acabar com todas as reservas indígenas e comunidades quilombolas do Brasil, caso seja eleito. Em sua opinião, as reservas indígenas e quilombolas atrapalham a economia. “Onde tem uma terra indígena, tem uma riqueza embaixo dela. Temos que mudar isso daí”, destacou. “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem pra procriador ele serve mais”, soltou.

Tortura

O show de horrores protagonizado por Bolsonaro começou há muitos anos. Em entrevista ao programa Câmera Aberta, da TV Bandeirantes, datada de 1999, Bolsonaro foi explícito: “Sou a favor da tortura. Através do voto, você não muda nada no país. Fazendo o trabalho que o regime militar não fez, matando uns 30 mil, começando com o (então presidente) FHC. Não deixar pra fora, não, matando. Se ‘vai’ morrer alguns inocentes, tudo bem, tudo quanto é guerra morre inocente”, declarou.

Auxílio-moradia

Mesmo tendo um imóvel em Brasília, Bolsonaro e um de seus filhos, Eduardo Bolsonaro, recebem dos cofres públicos R$ 6.167 por mês de auxílio-moradia. Ambos são deputados federais. O apartamento de dois quartos (69 m²), em nome do Bolsonaro pai, foi comprado no fim dos anos 90, quando ele já recebia o benefício público, mas ficou pronto no início de 2000.

O deputado recebe da Câmara o auxílio-moradia desde outubro de 1995, ininterruptamente. Seu filho Eduardo, desde fevereiro de 2015, quando tomou posse em seu primeiro mandato como deputado. Ao todo, pai e filho embolsaram, até dezembro de 2017, R$ 730 mil, já descontado o Imposto de Renda.

Amazônia

Em maio deste ano, Bolsonaro concedeu entrevista ao El País onde deixou bem claro que pode simplesmente vender a Amazônia para empresários internacionais, caso seja eleito presidente. “A Amazônia não é nossa. Aquilo é vital para o mundo. A Amazônia não é nossa e é com muita tristeza que eu digo isso, mas é uma realidade e temos como explorar em parcerias essa região”, ressaltou.

Denúncia

Em janeiro deste ano, a Folha de S.Paulo divulgou uma ampla reportagem, na qual revela o crescimento vertiginoso do patrimônio da família Bolsonaro. Segundo a matéria, quando entrou na política, em 1988, Bolsonaro declarava ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor em Resende, no interior no Rio de Janeiro, valendo pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual.

Hoje, ainda de acordo com a Folha, o presidenciável e seus três filhos, que também exercem mandato, são donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos altamente valorizados do Rio de Janeiro, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca. Os bens dos Bolsonaro incluem, também, carros que vão de R$ 45 mil a R$ 105 mil, um jet-ski e aplicações financeiras, em um total de R$ 1,7 milhão, conforme consta na Justiça Eleitoral e em cartórios. (Com informações da Revista Fórum).

'Quero ser presidente novamente. Está chegando a hora da verdade', diz Lula em lançamento de sua candidatura


Ex-presidente reafirmou, em documento, que será candidato, apesar das tentativas de impedi-lo de concorrer. (
Foto: Ricardo Stuckert).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou manifesto na noite desta sexta-feira (8), quando sua candidatura é lançada oficialmente, para confirmar sua disposição de disputar a Presidência da República e reafirmar sua inocência. "Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública", disse Lula, para quem "está chegando a hora da verdade".

"Quero ser presidente do Brasil novamente porque já provei que é possível construir um Brasil melhor para o nosso povo", afirmou Lula no manifesto. "Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana."

Ele defendeu a união das forças democráticas do país, "respeitando a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida".

"Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada", conclui. (Com informações da RBA).

Confira o manifesto na íntegra.

MANIFESTO AO POVO BRASILEIRO

Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum. Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública. 
Fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha, meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros. Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de conviver com minha grande família: o povo brasileiro. Isso é o que mais me angustia, pois sei que, do lado de fora, a cada dia mais e mais famílias voltam a viver nas ruas, abandonadas pelo estado que deveria protegê-las. 
De onde me encontro, quero renovar a mensagem de fé no Brasil e em nosso povo. Juntos, soubemos superar momentos difíceis, graves crises econômicas, políticas e sociais. Juntos, no meu governo, vencemos a fome, o desemprego, a recessão, as enormes pressões do capital internacional e de seus representantes no País. Juntos, reduzimos a secular doença da desigualdade social que marcou a formação do Brasil: o genocídio dos indígenas, a escravidão dos negros e a exploração dos trabalhadores da cidade e do campo. 
Combatemos sem tréguas as injustiças. De cabeça erguida, chegamos a ser considerados o povo mais otimista do mundo. Aprofundamos nossa democracia e por isso conquistamos protagonismo internacional, com a criação da Unasul, da Celac, dos BRICS e a nossa relação solidária com os países africanos. Nossa voz foi ouvida no G-8 e nos mais importantes fóruns mundiais. 
Tenho certeza que podemos reconstruir este País e voltar a sonhar com uma grande nação. Isso é o que me anima a seguir lutando. Não posso me conformar com o sofrimento dos mais pobres e o castigo que está se abatendo sobre a nossa classe trabalhadora, assim como não me conformo com minha situação. Os que me acusaram na Lava Jato sabem que mentiram, pois nunca fui dono, nunca tive a posse, nunca passei uma noite no tal apartamento do Guarujá. Os que me condenaram, Sérgio Moro e os desembargadores do TRF-4, sabem que armaram uma farsa judicial para me prender, pois demonstrei minha inocência no processo e eles não conseguiram apresentar a prova do crime de que me acusam. Até hoje me pergunto: onde está a prova? Não fui tratado pelos procuradores da Lava Jato, por Moro e pelo TRF-4 como um cidadão igual aos demais. Fui tratado sempre como inimigo. Não cultivo ódio ou rancor, mas duvido que meus algozes possam dormircom a consciência tranquila. 
Contra todas as injustiças, tenho o direito constitucional de recorrer em liberdade, mas esse direito me tem sido negado, até agora, pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva. 
Por isso me considero um preso político em meu país.Quando ficou claro que iriam me prender à força, sem crime nem provas, decidi ficar no Brasil e enfrentar meus algozes. Sei do meu lugar na história e sei qual é o lugar reservado aos que hoje me perseguem. Tenho certeza de que a Justiça fará prevalecer a verdade. 
Nas caravanas que fiz recentemente pelo Brasil, vi a esperança nos olhos das pessoas. E também vi a angústia de quem está sofrendo com a volta da fome e do desemprego, a desnutrição, o abandono escolar, os direitosroubados aos trabalhadores, a destruição das políticas de inclusão social constitucionalmente garantidas e agora negadas na prática. É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República. 
Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana. 
Sou candidato porque acredito, sinceramente, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus precedentes de jurisprudência, desde 2002,não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito e o direito dos eleitores de votar em quem melhor os representa. Tive muitas candidaturas em minha trajetória, mas esta é diferente: é o compromisso da minha vida. Quem teve o privilégio de ver o Brasil avançar em benefício dos mais pobres, depois de séculos de exclusão e abandono, não pode se omitir na hora mais difícil para a nossa gente. 
Sei que minha candidatura representa a esperança, e vamos levá-la até as últimas consequências, porque temos ao nosso lado a força do povo. Temos o direito de sonhar novamente, depois do pesadelo que nos foi imposto pelo golpe de 2016. 
Mentiram para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita. Mentiram que o país iria melhorar se o PT saísse do governo; que haveria mais empregos e mais desenvolvimento. Mentiram para impor o programa derrotado nas urnas em 2014. Mentiram para destruir o projeto de erradicação da miséria que colocamos em curso a partir do meu governo. Mentiram para entregar as riquezas nacionais e favorecer os detentores do poder econômico e financeiro, numa escandalosa traição à vontade do povo, manifestada em 2002, 2006, 2010 e 2014, de modo claro e inequívoco.Está chegando a hora da verdade.

Quero ser presidente do Brasil novamente porque já provei que é possível construir um Brasil melhor para o nosso povo. Provamos que o País pode crescer, em benefício de todos, quando o governo coloca os trabalhadores eos mais pobres no centro das atenções, e não se torna escravo dos interesses dos ricos e poderosos. E provamos que somente a inclusão de milhões de pobres pode fazer a economia crescer e se recuperar. 
Governamos para o povo e não para o mercado. É o contrário do que faz o governo dos nossos adversários, a serviço dos financistas e das multinacionais, que suprimiu direitos históricos dos trabalhadores, reduziu o salário real, cortou os investimentos em saúde e educação e está destruindo programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronaf, Luz Pra Todos, Prouni e Fies, entre tantas ações voltadas para a justiça social. Sonho ser presidente do Brasil para acabar com o sofrimento de quem não tem mais dinheiro para comprar o botijão de gás, que voltou a usar a lenha para cozinhar ou, pior ainda, usam álcool e se tornam vítimas de graves acidentes e queimaduras. Este é um dos mais cruéis retrocessos provocados pela política de destruição da Petrobrás e da soberania nacional, conduzida pelos entreguistas do PSDB que apoiaram o golpe de 2016. A Petrobrás não foi criada para gerar ganhos para os especuladores de Wall Street, em Nova Iorque, mas para garantir a autossuficiência de petróleo no Brasil, a preços compatíveis com a economia popular. A Petrobrás tem de voltar a ser brasileira. Podem estar certos que nós vamosacabar com essa história de vender seus ativos. Ela não será mais refém das multinacionais do petróleo. Voltará a exercer papel estratégico no desenvolvimento do País, inclusive no direcionamento dos recursos do pré- sal para a educação, nosso passaporte para o futuro. 
Podem estar certos também de que impediremos a privatização da Eletrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa, o esvaziamento do BNDES e de todos os instrumentos de que o País dispõe para promover o desenvolvimento e o bem-estar social. 
Sonho ser o presidente de um País em que o julgador preste mais atenção à Constituição e menos às manchetes dos jornais. Em que o estado de direito seja a regra, sem medidas de exceção. Sonho com um país em que a democracia prevaleça sobre o arbítrio, o monopólio da mídia, o preconceito e a discriminação. Sonho ser o presidente de um País em que todos tenham direitos eninguém tenha privilégios.
Um País em que todos possam fazer novamente três refeições por dia; em que as crianças possam frequentar a escola, em que todos tenham direito ao trabalho com salário digno e proteção da lei. Um país em que todo trabalhador rural volte a ter acesso à terra para produzir, com financiamento e assistência técnica.  
Um país em que as pessoas voltem a ter confiança no presente e esperança no futuro. E que por isso mesmo volte a ser respeitado internacionalmente, volte a promover a integração latino-americana e a cooperação com a África,e que exerça uma posição soberana nos diálogos internacionais sobre o comércio e o meio ambiente, pela paz e a amizade entre os povos. Nós sabemos qual é o caminho para concretizar esses sonhos. Hoje ele passa pela realização de eleições livres e  democráticas, com a participação de todas as forças políticas, sem regras de exceção para impedir apenas determinado candidato. 
Só assim teremos um governo com legitimidade para enfrentar os grandes desafios, que poderá dialogar com todos os setores da nação respaldado pelo voto popular. É a esta missão que me proponho ao aceitar a candidaturapresidencial pelo Partido dos Trabalhadores. 
Já mostramos que é possível fazer um governo de pacificação nacional, em que o Brasil caminhe ao encontro dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e dos trabalhadores. 
Fiz um governo em que os pobres foram incluídos no orçamento da União, com mais distribuição de renda e menos fome; com mais saúde e menos mortalidade infantil; com mais respeito e afirmação dos direitos das mulheres, dos negros e à diversidade, e com menos violência; com mais educação em todos os níveis e menos crianças fora da escola; com mais acesso às universidades e ao ensino técnico e menos jovens excluídos do futuro; com mais habitação popular e menos conflitos de ocupações nas cidades; com mais assentamentos e distribuição de terras e menos conflitos de ocupações no campo; com mais respeito às populações indígenas e quilombolas, com mais ganhos salariais e garantia dos direitos dos trabalhadores, com mais diálogo com os sindicatos, movimentos sociais e organizações empresarias e menos conflitos sociais. 
Foi um tempo de paz e prosperidade, como nunca antes tivemos na história. 
Acredito, do fundo do coração, que o Brasil pode voltar a ser feliz. E pode avançar muito mais do que conquistamos juntos, quando o governo era do povo. 
Para alcançar este objetivo, temos de unir as forças democráticas de todo o Brasil, respeitando a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada. 
Daqui onde estou, com a solidariedade e as energias que vêm de todos os cantos do Brasil e do mundo, posso assegurar que continuarei trabalhando para transformar nossos sonhos em realidade. E assim vou me preparando,com fé em Deus e muita confiança, para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro. E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar. Até breve, minha gente Viva o Brasil! Viva a Democracia! Viva o Povo Brasileiro! Luiz Inácio Lula da Silva Curitiba, 8 de junho de 2018 

CCJ da Câmara aprova Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé


Deputado Vicentinho (PT - SP), autor da proposta. (Foto: Reprodução).

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou, nesta quarta-feira, o Projeto de Lei 3551/15, do deputado Vicentinho (PT-SP), que institui o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, a ser comemorado anualmente no dia 30 de setembro. Os deputados Fábio Sousa (PSDB-GO), João Campos (PRB-GO) e Marcos Rogério (DEM-RO) votaram contra.

Durante a votação na CCJ, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que a proposta busca “enfrentar a desigualdade no reconhecimento, pelo Poder Público, das religiões de matriz africana.”

Segundo o autor da proposta, o Candomblé desembarcou no Brasil junto com as grandes levas de escravos no século XVI. "Atualmente reconhecido como religião, o Candomblé foi bastante marginalizado num passado não muito distante. Inicialmente proibida e considerada como ato criminoso, a prática do Candomblé chegou a ser impedida por vários governos, sendo seus adeptos perseguidos e presos pela polícia", destacou ao apresentar a proposta

A proposta tem caráter conclusivo e, a não ser que seja apresentado requerimento pedindo a votação no plenário, segue agora para análise do Senado. (Com informações do Portal  da Câmara).