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Caderno de provas do Enem 2021 — Foto: Ana Carolina Moreno/G1. |
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Caderno de provas do Enem 2021 — Foto: Ana Carolina Moreno/G1. |
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Acervo/O Globo. |
Instituído em 24 de fevereiro, o Código Eleitoral de 1932 completa 90 anos nesta quinta-feira. Muito celebrada por trazer o voto feminino no Brasil, a legislação foi consequência de anos de luta das sufragistas brasileiras. A conquista, entretanto, pode ser considerada como mais um exemplo do racismo institucional: mesmo sem explicitar, as exigências fizeram com que as negras tivessem dificuldades de acessar o direito.
Segundo a historiadora Gabrielle Abreu, mestranda em História Comparada, a luta pelo voto feminino começou quase 100 anos antes, influenciada pelas traduções da educadora Nísia Floresta, de textos franceses que debatiam o sufrágio feminino. “Nísia passou a escrever seus próprios manifestos, que se tornaram verdadeiras cartilhas para as sufragistas brasileiras da década de 1930”, conta.
Houve mais tentativas ao longo do tempo, mas a reivindicação pelo voto feminino ganhou força com a construção, por Bertha Lutz, da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), em 1922. “Com a deposição do presidente Washington Luís e a ascensão de Getúlio Vargas à presidência, começa-se uma conversa sobre reforma do regimento eleitoral. As mulheres sufragistas, sempre atentas, impuseram suas pautas e cobraram por participação em todo o processo. O resultado disto foi a incorporação do voto feminino ao Código Eleitoral de 1932, que possibilitou que as mulheres votassem nas eleições de 1933”, afirma a historiadora.
No entanto, para exercer o direito, as mulheres tinham que cumprir com exigências que bastante restringiram as potenciais eleitoras. As casadas eram obrigadas a pedir permissão aos maridos. Já as solteiras ou viúvas deveriam comprovar que exerciam trabalho remunerado. Legislações anteriores ainda proibiam que pessoas analfabetas votassem. Ou seja, as exigências excluíam boa parte das mulheres negras.
“Cabe lembrar que o voto feminino se tornou possível apenas 44 anos depois do fim da escravidão. Isto significa que a maneira como a abolição da escravidão se deu no Brasil tornou muito difícil a formação de um grupo sólido de eleitoras negras a partir das principais exigências para o voto: comprovação de emprego e renda fixa. Outra barreira imposta às mulheres negras à época, era o fato de que pessoas analfabetas eram impedidas de votar”, pontua Gabrielle, que também faz parte do Movimento Mulheres Negras Decidem.
Mesmo em menor número, houve mulheres negras que conseguiram parte do primeiro momento de conquista do voto feminino no Brasil e não só como eleitoras. A historiadora destaca a figura de Almerinda de Farias Gama, mulher negra nordestina que construiu a FBPF ao lado de Bertha Lutz. Mas que, assim como outras mulheres negras, sofre com o apagamento da importância de sua contribuição histórica.
Até hoje mulheres negras são impactadas de maneira diferente em assuntos eleitorais, mesmo sendo quase 30% da população brasileira, se candidatam menos e algumas sequer conseguem votar. Há relatos, na internet, de trabalhadoras de residências que não são liberadas para comparecer às urnas.
“Numa democracia como a nossa, em que elegemos nossos representantes políticos, as mulheres negras que a cada pleito se veem alijadas deste processo tão importante acabam ficando à margem também das discussões políticas dos quatro anos subsequentes à eleição. Significa também que faltará estímulo para que as mulheres negras se lancem na condição de candidatas nos pleitos. A tímida presença das mulheres negras no rol de candidaturas é extremamente nociva para uma sociedade que se pretende democrática como a nossa. Atualmente, as mulheres negras são 28% da população brasileira, mas compõem apenas 2% da Câmara dos Deputados em Brasília, epicentro das decisões políticas à nível nacional”, analisa Gabrielle.
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Com informações do Alma Preta.
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Bolsonaristas fazem gesto nazista enquanto cantam o hino nacional e usam camisas do Brasil - Foto: Reprodução. |
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Bolsonaro encontrou ministros após pronunciamento à imprensa. (FOTO | Isac Nóbrega | PR). |
O
presidente Jair Bolsonaro (PL) usou a expressão “acabou” ao se referir ao
processo eleitoral em que foi vencido por Luiz Inácio Lula da Silva no domingo
(30). A informação sobre o reconhecimento de Bolsonaro do resultado das urnas
foi dada pelo ministro Edson Fachin, após visita do presidente ao Supremo
Tribunal Federal (STF) na tarde desta terça-feira (1º). “Ele (Bolsonaro) usou o
verbo acabar no passado. Ele disse ‘acabou’. Portanto, olhar para frente”,
disse Fachin à reportagem da GloboNews.
O
encontro, que não estava na agenda oficial do Planalto, se deu após o primeiro
pronunciamento oficial desde a confirmação de sua derrota na corrida à
reeleição. Após a reunião, o STF divulgou nota na qual informou que os
ministros transmitiram para Bolsonaro a avaliação deles sobre o pronunciamento
do presidente. Participaram da reunião Rosa Weber, Gilmar Mendes, Luiz Fux,
Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Nunes Marques e André Mendonça. Paulo
Guedes, ministro da Economia, também estava presente.
Na
nota, os ministros consideraram importante Bolsonaro ter reconhecido a derrota
na eleição e ter criticado os bloqueios feitos em rodovias por apoiadores do
governo. “Os ministros do STF reiteraram o teor da nota oficial divulgada, que
consignou a importância do reconhecimento pelo presidente da República do
resultado final das eleições, com a determinação do início do processo de
transição, bem como enfatizou a garantia do direito de ir e vir, em razão dos
bloqueios nas rodovias brasileiras”, afirmou a nota.
“Tratou-se
de uma visita institucional, em ambiente cordial e respeitoso, em que foi
destacada por todos a importância da paz e da harmonia para o bem do Brasil”
conclui o comunicado do Supremo.
Desmobilização
Quase
48 horas após a divulgação oficial do resultado das eleições, Bolsonaro fez um
pronunciamento de cerca de dois minutos. Seu silêncio durante esse período
serviu de estímulo a apoiadores mais radicais, sobretudo grupos de
caminhoneiros autônomos. que desde domingo promovem bloqueios de algumas das
principais rodovias do país.
Porém,
o presidente não reconheceu verbalmente sua derrota, e nem mesmo citou o nome
de Lula. O reconhecimento do resultado das urnas coube ao ministro da Casa
Civil, Ciro Nogueira, que logo depois de Bolsonaro, assumiu o microfone para
declarar à imprensa que o processo de transição do governo para o novo mandato
de Lula já está em andamento.
“O
presidente Jair Bolsonaro autorizou a iniciarmos o processo de transição (…) A
presidente do PT (deputada federal eleita Gleisi Hoffmann), segundo ela, em
nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do
vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos”, completou Nogueira.
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Com informações da RBA.
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Lula. (FOTO | Reprodução | PT). |
Por Valéria Rodrigues, Colunista
Essas
eleições nos mostraram que ainda temos muitos obstáculos pela frente para
podermos construir um Brasil justo, igualitário e humano. E o pior de todos
esses obstáculos são as pessoas que vestiram a camisa de Bolsonaro, que o
defendiam sem nem ao menos saber o pq.
No
fundo, no fundo essas pessoas se assemelhavam a ele quando se achavam
"ricas", quando eram "homofóbicas", quando eram
"preconceituosas" ou simplesmente quando eram "desumanas".
Porque vc apoiar um candidato que debochou das milhares de vidas perdidas na
pandemia, que enaltecia a ditadura e consequentemente a tortura, mostra
simplesmente o quanto vc é desumano como ele. A única diferença é que ele teve
coragem de expor isso desde o início e vc simplesmente precisou ter um apoio
para revelar sua verdadeira face. Porque foi isso que Bolsonaro fez : revelou o
pior de cada pessoa, ou seja, já existia mas simplesmente estava sendo
camuflado por falta de apoio. Então me perdoem que se sentir ofendido. Só acho
que as pessoas que apoiaram Bolsonaro eram desumanas e infelizmente a algumas
falta ou faltou senso de criticidade.
Então
não venham dizer que o Brasil está de luto.
Estamos
apenas renascendo outra vez, ressurgindo das cinzas, firmes e fortes para construirmos
(reconstruirmos) o Brasil e torna-lo um país digno, justo, livre e acima de
tudo humano, onde as pessoas despertem a empatia e o amor ao próximo.
Obrigado
Deus pelo resultado das eleições e por nos permitir sonhar novamente.
# Lulatavoltando#
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(FOTO | Reprodução | Agência Brasil). |
Por Nicolau Neto, editor
Em
pouco mais de três horas após o encerramento das eleições, já era possível
saber seu resultado final. Lula foi eleito pela terceira vez presidente do
Brasil com 50,90% dos votos válidos. Seu adversário, que tentava a reeleição,
obteve 49,10%.
Segundo
dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a região Nordeste deu ampla maioria
ao petista. Só no Ceará, onde Lula venceu em todos os 184 municípios, foram
quase 70% dos eleitores que optaram pelo 13 em detrimento do 22.
Foi
da região do Cariri que vieram as maiores votação para o ex-presidente. Em três
deles, por exemplo, o percentual ficou
acima dos 90. Em Araripe 91,48% dos eleitores digitaram o 13, enquanto que o 22
de Bolsonaro foi digitado por 8,58% dos votantes. Já em Altaneira, Lula teve o
apoio de 90, 82% e o atual mandatário teve 9, 18%.
Outro
município onde a vantagem de Lula foi expressiva e acima dos 90% foi Potengi.
Lá ele teve 90,14%, enquanto que Bolsonaro ficou com 9,86%.
Este editor fez um levantamento em seis
municípios do Cariri, conforme se percebe abaixo:
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(FOTO | Reprodução | Notícia Preta). |
Neste domingo (30), a jornalista Flávia Oliveira analisou, durante o programa ‘Central das Eleições’, na GloboNews, que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi uma vitória das minorias do país.
“É preciso reconhecer, e o Brasil inteiro reconhece, que a figura de Lula candidato, que enfrentou tudo que vocês já mencionaram, as histórias são conhecidas, mas que atravessou esse período eleitoral sempre à frente sempre com político muito sólido. Parcelas da sociedade brasileira que jamais arredaram o pé, um eleitorado de muita lealdade, e eu diria que com muita identidade nordestina, identidade feminina, identidade negra, parda, indígena. É, portanto, é uma vitória das minorias brasileiras que se uniram em defesa de um projeto de país mais democrático e mais igualitário”, disse a comentarista.
Flávia comentou ainda sobre o simbolismo da vitória de Lula.
“Acho que é importante reconhecer a vitória desse povo o povo brasileiro. Sem dúvida alguma a mensagem há de ser de reunificação, de compreensão. É uma vitória de um campo que foi incessantemente menosprezado nos últimos anos. Os negros foram vítimas de racismo recreativo, de violência racial, violência policial. As mulheres foram vítimas de misoginia. Os nordestinos foram vítimas de xenofobia. Esse grupo agora mostra seu protagonismo”.
Flávia finalizou elogiando a população que exerceu seu direito ao voto.
“Lula chega com 13 milhões de votos a mais que Fernando Haddad 4 anos atrás. Também temos que elogiar a população brasileira, lulista ou bolsonarista, pela participação ativa no processo eleitoral. Democracia, é isso”, finalizou a jornalista.
Em seu discurso de vitória, Lula reconheceu a importância dos mais pobres e disse que governará para eles.
“Estamos prontos para nos engajar outra vez no combate à fome e à desigualdade no mundo, e nos esforços para a promoção da paz entre os povos”, finalizou.
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Com informações do Notícia Preta.
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(FOTO | Reprodução | PT). |
Lideranças de países africanos reagiram à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em conquista inédita chega a seu terceiro mandato como presidente eleito do país. África do Sul, Cabo Verde, Gabão, Guiné-Bissau, Namíbia, Quênia, Senegal, e Zâmbia são países do continente que, até o momento, parabenizaram Lula nas redes sociais, além do presidente do partido da oposição na República Democrática do Congo.
O presidente da África do Sul Cyril Ramaphosa publicou no Twitter que o país africano está ansioso para trabalhar com o governo do Brasil sob a liderança do político petista.
“Nossos dois países compartilham vários desafios e aspirações comuns, e cooperamos em vários níveis, incluindo BRICS [grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul] e vários mecanismos nacionais, inter-regionais e globais. Também parabenizamos o povo do Brasil pela maneira bem-sucedida com que conduziram esta eleição”, compartilhou Cyril Ramaphosa na rede social.
O Primeiro Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, publicou nas redes que as relações entre os dois países serão reforçadas. “Assim como ao nível da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], onde o Brasil desempenha um papel muito importante”, complementou.
“Parabéns ao presidente Lula por sua reeleição como chefe do Brasil. Felicito também as instituições brasileiras encarregadas de organizar as eleições por respeitarem a verdade das urnas, a soberania do povo e a celeridade dos resultados”, ressaltou no Twitter o político e líder da oposição na República Democrática do Congo, Martin Fayulu.
Já Macky Sall, presidente do Senegal e presidente em exercício da União Africana, estendeu suas felicitações a Lula pela vitória com os “melhores votos de sucesso”. O presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, também enfatizou estar ansioso para trabalhar com o presidente eleito e fortalecer e aprimorar a parceria entre os países, algo também reforçado pelo presidente do Quênia, William Samoei Ruto, e pelo presidente da Namíbia, Hage Geingob.
“Parabéns calorosos a Lula por sua vitória nas eleições presidenciais! O Brasil é um país grande, força motriz da cooperação Sul-Sul. Esperamos que o Gabão fortaleça nossos laços diplomáticos e econômicos e lutemos juntos pelo clima”, enfatizou Ali Bongo, presidente do Gabão.
Conforme já noticiado anteriormente pela Alma Preta Jornalismo, nos últimos anos e sobretudo durante o mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), as relações entre Brasil e o continente africano não tiveram novos avanços diplomáticos. Na gestão Lula, havia grande agenda do Brasil com a África, a fim do país se projetar como uma potência média no sistema internacional ou uma potência do Sul global.
No primeiro turno das eleições deste ano, reportagem anterior da agência também identificou que nos boletins de urna de 15 países africanos, o candidato Lula da Silva havia ganhado em 12 deles. Bolsonaro ficou na frente apenas em Moçambique, Namíbia e República Democrática do Congo.
Sissoco Embaló, presidente da Guiné-Bissau, também parabenizou o presidente Lula pela vitória nas urnas. Ele é apontado como o único, entre os governantes africanos, que teve uma aproximação e um alinhamento ideológico com o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“Em nome da Guiné-Bissau, apresento minhas calorosas felicitações ao Presidente Lula por sua grande vitória nas eleições presidenciais no Brasil. Presidente Lula, trabalharemos por relações bilaterais sólidas e prósperas entre Guiné-Bissau e Brasil”, destacou Sissoco Embaló no Twitter.
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Com informações do Alma Preta.