7 de agosto de 2022

Garantia de avanços na luta contra a violência, Lei Maria da Penha faz 16 anos

 

Desde a sanção da lei, diversas mudanças foram feitas, tanto em seu próprio texto, quanto na criação de novas normas. - (crédito: Maurenilson Freire).

Em 2021, em média, uma mulher foi morta a cada sete horas no Brasil apenas por sua condição de ser mulher. Foram 1.319 vítimas de feminicídio no último ano, segundo o levantamento "Violência contra mulheres em 2021", compilado pelo Fórum de Segurança Pública. O número é registrado em um país que possui uma legislação referenciada mundialmente pela Organização das Nações Unidas (ONU) no âmbito da proteção das mulheres: a Lei Maria da Penha.

Sancionada em 2006, a Lei Maria da Penha completa hoje 16 anos. A norma foi uma virada de chave para tornar mais rigorosas as penas contra crimes de violência doméstica, e é considerada pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) uma das três leis mais avançadas do mundo, entre 90 países que têm legislação sobre o tema.

A coordenadora de pesquisa e impacto do Instituto Avon, Beatriz Accioly, atua há mais de uma década na área de proteção à mulher, e acompanhou, ao longo dos anos, o impacto positivo da legislação na vida das vítimas. "É um texto de muita qualidade, é uma lei integrada, não é só uma lei penal. Além de punir agressores e responsáveis pelas violências de uma maneira exemplar, diferente do que acontecia antes, quando esses casos iam para a justiça restaurativa e acabavam virando penas de cesta básica ou de serviço comunitário. Eram tratados pelos dispositivos legais como algo de menor potencial ofensivo", comparou.

Beatriz explicou que a norma traz, em seu cerne, a seriedade e gravidade com a qual um crime contra a mulher deveria ser tratado. Além disso, confere às mulheres mais autonomia. "A lei também traz no seu corpo a ideia de fortalecer a autonomia das mulheres, de educar a sociedade, criar mecanismos e meios de assistência e atendimento multidisciplinar e humanizado às vítimas. Ela inclui valores de direitos humanos nas políticas públicas e traz essas questões do papel da sociedade civil", destacou. Beatriz enfatizou ainda que é papel de todos — tanto do Estado quanto da sociedade e de organizações privadas, como o Instituto Avon — atuar juntos para garantir o acolhimento às vítimas.

Apesar de ser uma lei completa e objetiva, há diversas lacunas e desafios nos quais profissionais da área jurídica esbarram quando trabalham na proteção dessas mulheres. "O que nós vemos hoje é que ainda falta acompanhamento jurídico adequado por nós, advogados, e, nisso, sabemos que as instituições fazem o máximo que elas podem. O fato é que a demanda tem aumentado gradativamente. Falta implementarmos as políticas públicas de forma correta e coerente, e respeitando todas as mulheres que são vítimas da violência doméstica e familiar", explicou a advogada e presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar e Relações Íntimas de Afeto da Subseção de Sobradinho da OAB-DF, Gláucia de Oliveira Barbosa Souto.

Olhar para o futuro

Desde a sanção da lei, diversas mudanças foram feitas, tanto em seu próprio texto, quanto na criação de novas normas em decorrência de desdobramentos da Lei Maria da Penha. Um exemplo recente é a inclusão da população LGBTQIA no âmbito da proteção garantida pela lei.

"O Superior Tribunal de Justiça (STJ) recentemente fez interpretação extensiva ao grupo LGBTQIA , tornando a lei aplicável em situações de violência doméstica que envolvam também mulheres trans. Afinal, o objeto da lei é a proteção à mulher. Então, não importa se é uma mulher cis, se é uma mulher trans, se é uma mulher lésbica. As viradas de chave vão acontecendo praticamente todos os anos nos tribunais, com um olhar mais atento e acolhedor com relação aos direitos", explicou Matheus Oliveira Portela, advogado da Associação das Mulheres de Sobradinho II.

Órfãos do feminicídio

Outra lacuna da norma que é frequentemente discutida é a questão dos órfãos do feminicídio. Em 2021, estima-se que pelo menos 2,3 mil crianças e adolescentes se tornaram órfãs em decorrência de feminicídios no Brasil. O dado do Fórum de Segurança Pública é calculado a partir dos índices de violência brasileiros e das taxas de fecundidade. Inúmeras formas de amparo são debatidas para acolher os órfãos: recentemente, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) protocolou um projeto de lei que sugere a criação de uma pensão especial para esses casos. A proposta ainda não foi analisada.

"Eles não ficam órfãos apenas da genitora. O genitor ou se suicidou ou foi assassinado ou está preso. Quem cuida dessa criança ou adolescente? Os avós, geralmente maternos, não tendo, os avós paternos, dependendo do contexto, e os outros parentes. Nós não temos hoje nenhuma legislação que garanta o direito deles como órfãos, pois ficam à mercê dos cuidados de outras pessoas", alertou Gláucia. "Tão importante quanto proteger as mulheres, é proteger as crianças que ali se encontram e que tenham presenciado essas agressões."

Histórico

A Lei Maria da Penha é vista como uma conquista de toda a sociedade. Desde os anos 1970, grupos e organizações que lutam pela garantia de direitos das mulheres se engajavam para a criação de uma norma que visasse a proteção das vítimas da violência. A lei leva o nome de Maria da Penha Maia Fernandes, uma farmacêutica nascida em Fortaleza, no Ceará.

Maria da Penha teve sua história de vida completamente afetada pela violência doméstica que sofreu por parte do marido, o economista Marco Antônio Heredia Viveros. As agressões começaram a acontecer quando Viveros conseguiu a cidadania brasileira e se estabilizou profissional e economicamente. Agia sempre com intolerância, exaltava-se com facilidade e tinha comportamentos explosivos não só com a esposa, mas também com as próprias filhas.

Em 1983, seu então marido realizou uma tentativa de forjar um assalto para tentar matá-la pela primeira vez com o uso de uma espingarda. O tiro nas costas a deixou paraplégica. Após meses de tratamento e diversas cirurgias, Maria da Penha voltou para casa e foi reclusa em sua própria casa pelo marido. Passados 15 dias de cárcere privado, Marco Antônio fez nova tentativa de assassinato ao tentar eletrocutá-la durante o banho.

Com medo de perder a guarda das filhas pela possível alegação de abandono de lar, Maria da Penha ingressou na justiça para se afastar, com amparo da lei, da casa em que morava. No entanto, sua luta durou 19 anos e seis meses. O caso chamou atenção internacionalmente e, com pressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), foi exigido que o Brasil tivesse resposta legal para casos como o de Maria da Penha.

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Por Taísa Medeiros, originalmente no Correio Braziliense.

6 de agosto de 2022

Com apoio popular, Yury é oficializado pré-candidato a deputado federal

 

Yury do Paredão. (FOTO| Reprodução|WhatsApp).

Yury do Paredão, de 34 anos, é pré-candidato ao cargo de deputado federal pela primeira vez em 2022

Milhares de pessoas lotaram o Ginásio da Escola Neusa de Freitas Sá, no Eusébio, na convenção Partidária do PL nesta sexta-feira, 5. O evento oficializa a pré-candidatura a deputado federal de Yury do Paredão.

Em seu discurso, Yury destacou a importância do apoio dos cearenses na sua caminhada. O empreendedor é apontado como um dos principais nomes da legenda para Câmara Federal.

A convenção marca um novo ciclo, uma nova caminhada. Sou muito grato aos amigos que nos acompanham. Irei defender a cada um com muita garra e amor sempre no coração. Sou filho de Juazeiro, terra do Padre Cícero e reafirmo o meu compromisso com todos vocês. Quero representar o povo do Ceará, o povo do Cariri”, destacou o candidato durante a convenção.

O lançamento contou com a presença de lideranças políticas, prefeitos/vices, deputados estaduais/federais, familiares, amigos e dezenas de apoiadores.

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Texto encaminhado a redação do Blog por Gabrielly, do Blog do Boa.

Psol oficializa candidatura de Paulo Anacé ao Senado

 

Legenda: Paulo Anacé é a aposta do Psol na disputa ao Senado. Foto: Representação/Instagram.

A direção do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Ceará decidiu manter a candidatura do indígena Paulo Anacé ao Senado. Isso não interefere no apoio da legenda ao Governo do Estado, que segue com Elmano de Freitas (PT).

A decisão foi anunciada nas redes sociais pelo candidato a deputado federal, Aitlon Lopes.

Em seu Instagram, Paulo Anacé também confirmou a informação: "a candidatura é homologada e aclamada na convenção do Psol Ceará. Já pode comemorar, porque é oficial! Nosso senador usa cocar!".

A candidatura de Paulo Anacé foi definida na noite desta sexta-feira (5), na convenção do partido, em Fortaleza, após pressões de integrantes da sigla, que recorreram à direção nacional da federação Psol/Rede Sustentabilidade para solicitar a volta de Anacé à disputa.

Em nota divulgada na quinta-feira (4), a federação Psol/Rede havia afirmado que renunciaria às candidaturas majoritárias — Governo e Senado — "em nome da unidade", mas que lutaria para que a chapa encabeçada pelo PT abraçasse suas pautas "de maneira ostensiva".

RETIRADO DO PLEITO

O nome do indígena foi retirado do pleito na quarta-feira (3), quando a então pré-candidata ao Governo, Adelita Monteiro (Psol), a pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), renunciou à candidatura para apoiar a chapa encabeçada por Elmano. Representando os petistas, concorre ao Senado o ex-governador Camilo Santana.

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Com informações do Diário do Nordeste.

Quem integra o exército de partidos dos candidatos ao Governo e qual a força deles na disputa

 

Legenda: As candidaturas ficaram definidas com o fim da data das convenções partidárias
Foto: Agência Diário

Definidas as candidaturas ao Governo do Ceará, as alianças passam a indicar como ficam distribuídas as forças eleitorais para a disputa de outubro. Os acordos, levados à exaustão nos debates internos, buscaram preencher os espaços conforme o "tamanho” de cada partido ou movimento social.

O Ceará tem três candidaturas com maior musculatura eleitoral: Capitão Wagner, pelo União Brasil; Elmano Freitas, pelo PT; e Roberto Cláudio, pelo PDT. São candidatos que terão mais dinheiro para investimento no pleito, maior tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão, além de forças setoriais que podem fazer a diferença na busca pelo voto.

O União Brasil, de Capitão Wagner, conseguiu atrair legendas como PL, Avante, Republicanos, Podemos e PTB. São agremiações mais alinhadas com o discurso conservador, de direita. 

O PTB e o Republicanos, por exemplo, representam uma importante parcela do eleitorado presente nas igrejas evangélicas. O próprio candidato deixou claro durante a convenção com quem deve contar em um eventual governo.

Critique quem quiser criticar, é a instituição que mais distribui cesta básica, recupera usuário de drogas, tira pessoas do mundo do crime… A maior parceira do meu governo vai ser a igreja, ache ruim quem quiser achar”, discursou.

Pesquisador de política e religião, o sociólogo Jonael Pontes elenca os pontos que podem beneficiar uma candidatura com base nas igrejas.

Pessoas trabalham incansavelmente sem que haja recompensação monetária

O voto é ideológico e completamente centrado no campo da subjetividade

A indicação do voto por uma figura carismática (um pastor ou padre) confere legitimidade direta que nenhum cabo eleitoral é capaz de produzir

Uma sucursal do partido dentro de cada esquina das periferias

De acordo com o pesquisador, a Igreja Universal, por exemplo, é "a instituição mais organizada e bem estruturada quando falamos de disputa, campanha e capital político".

"Eu acredito que ter apoio do campo evangélico hoje no Brasil é melhor que ter milhões e não saber aplicar numa campanha fadada ao fracasso", ressalta.

APOIOS

Policial militar reformado, Wagner tem mantido a força eleitoral dos últimos anos com o voto dos militares. O grupo organizado consegue manter representação na Câmara Municipal de Fortaleza, Assembleia Legislativa do Ceará e Câmara dos Deputados.  

A candidatura espera, mais uma vez, garantir o apoio da classe que já mostrou ter unidade em torno do nome do parlamentar nas últimas campanhas eleitorais. O discurso de combate à criminalidade, inclusive, reforça a ideia de representatividade na política.

Além das forças setoriais, a diferença entre as últimas candidaturas de Capitão Wagner para a de outubro deste ano é que o parlamentar terá uma estrutura partidária mais sólida. O União Brasil – com o maior fundo eleitoral e tempo de televisão –, e o PL, com a forte estrutura financeira e de militantes bolsonaristas, promete uma consistência maior na campanha estadual.

O União Brasil, partido com o maior tempo de propaganda eleitoral, dará condições para que a candidatura de Capitão Wagner apresente propostas para o eleitor, mas também que se defenda de possíveis críticas que receber durante o pleito. 

ESQUERDAS

Sob a liderança do ex-governador Camilo Santana, a campanha de Elmano Freitas (PT) conseguiu reunir partidos de esquerda que atuavam na oposição ao governo Camilo no Parlamento.

A pré-candidatura de Adelita Monteiro, do Psol, acabou sendo retirada para pactuação com o PT. O movimento aproximou a Rede, por conta da federação, com o nome petista. A aliança passa a contribuir para que a maior parte dos movimentos de esquerda se una à candidatura de Elmano ao Palácio da Abolição. PV e PCdoB, que estão federados com o PT, também fortalecem a agenda das entidades.

O próprio PT, que já tem força em entidades sociais, recebe a militância dos demais partidos da esquerda, que atuam nas bases sociais e periferias das cidades. 

Para a professora de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará, Monalisa Torres, esses movimentos são importantes para dar capilaridade para uma "candidatura em lugares que talvez ele não teria acesso se não fossem por intermédio desses interlocutores importantes que são os cabos eleitorais dentro dos movimentos sociais".

Essa receita pode funcionar para a candidatura petista, segundo a pesquisadora. "O Elmano é uma figura ainda desconhecida principalmente no eleitorado do Interior, então a adesão dos movimentos sociais que têm capilaridade em determinadas regiões é importante para dar essa visibilidade da candidatura", explica.

FORÇA POLÍTICA

Com dois cabos eleitorais influentes na política estadual, a campanha de Elmano deverá explorar os apoios de Lula e Camilo ao longo do pleito. 

O ex-presidente, que esteve no Ceará para a convenção do PT, pediu apoio para o deputado estadual e reforçou parceria em eventual vitória de ambos nas urnas.

"Lá de Brasília vamos provar como um presidente cuida de um governador, cuida de um Estado", disse o presidenciável.

Com um bom trânsito entre os prefeitos, Camilo tem recebido em seu gabinete diariamente dezenas de gestores municipais para reuniões. Uma boa parte deles, inclusive membros do PDT, PSD e PSB – legendas da coligação de Roberto Cláudio –, anunciou desfiliação dos partidos para apoiar o nome do PT ao Governo do Estado.

 

A parceria administrativa se transforma agora em aliança política. Maior liderança municipal, os prefeitos mobilizam vereadores e líderes comunitários para fortalecer a candidatura nas urnas.

Camilo foi determinante para liderar o rompimento da aliança com o PDT e assegurar um grupo de partidos na construção de uma candidatura paralela a dos pedetistas, hoje representada pelo nome do ex-prefeito Roberto Cláudio.

CAPILARIDADE

Com o maior número de partidos na coligação, a campanha de Roberto Cláudio apostará em duas forças para a disputa eleitoral. A primeira é a tradição eleitoral de dois aliados: Ciro Gomes e Tasso Jereissati. A segunda é a capilaridade das prefeituras do PDT e do PSD – partidos com influência no Interior cearense.

Ciro e Tasso são dois ex-governadores cearenses que possuem atuação nacional. Experientes, podem indicar um caminho mais seguro na hora da tomada de decisões burocráticas de campanha.

Tasso venceu três eleições para o governo estadual e fez do PSDB o maior partido do Ceará nos anos 1990. 

Apesar de não ter a mesma força, é uma liderança com trajetória de vitórias na política cearense. Ciro Gomes, governador do Ceará e prefeito de Fortaleza, liderou o grupo que segue no poder estadual até os dias de hoje, apesar do rompimento com o PT.

Ciro e Roberto Cláudio construirão o mesmo palanque para o Governo do Estado e a presidência da República. O voto “casado” direciona a campanha para um perfil único, com agendas trabalhistas. Por outro lado, nos bastidores, espera-se que o senador Tasso entre “de cabeça” na candidatura do PDT.

Para o cientista político Cleyton Monte, no entanto, a atuação dessas duas lideranças será centrada no estímulo ao voto de opinião. As obrigações do dia a dia serão estendidas a outros aliados.

"O Ciro e o Tasso são nomes expressivos e destaques nacionais, mas eles não operam no cotidiano das prefeituras. O Ciro e o Tasso agregam muito mais em uma fatia do eleitorado de classe média, das médias cidades do interior do estado", explicou o pesquisador.

Ainda não há a garantia de que o senador Cid Gomes integre a campanha estadual. Muito embora esteja filiado ao PDT e tenha a possibilidade de participar das peças da candidatura na eleição.

ATUAÇÃO

O grau de conhecimento em Fortaleza da figura de Roberto Cláudio e a força das prefeituras no Interior podem aparecer como ingredientes decisivos no pleito. Alguns atores políticos podem funcionar para essas articulações, para o especialista.

"Desses aliados que o Roberto Cláudio tem o principal operador da campanha principalmente no Interior vai ser o Domingos Filho, e no caso do PDT o André Figueiredo", aponta Monte.

Apesar das desfiliações recentes, o PDT permanece como a maior força partidária no Estado, pelo número de prefeituras. O PSD é a segunda maior estrutura do Estado. 

A articulação dos Domingos poderá garantir um palanque competitivo para a campanha do ex-prefeito em diferentes regiões do Ceará.

O mote da campanha vai ser Fortaleza. Muito parecido com o que o Cid fez em 2006. Cid fez toda a campanha ao governo do Estado com foco em Sobral”, lembra o professor.

CAMPANHA

A campanha eleitoral será iniciada no dia 16 de agosto. O registro das candidaturas passam agora pelo crivo da Justiça Eleitoral. Possíveis questionamentos às convenções e registros ainda podem ser levados aos tribunais.

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Com informações do Diário do Nordeste.

5 de agosto de 2022

No Ceará, Lula tem 50% na espontânea e Ciro 8%, diz Ipespe

 

(FOTO | Divulgação).

A Ipespe também divulgou nesta sexta-feira, 5, os dados da pesquisa de intenção de voto para a presidência da República entre os eleitores do Ceará.

No levantamento espontâneo, o ex-presidente é o líder absoluto com 50% de preferência dos cearenses. Na segunda colocação, aparece Jair Bolsonaro (PL) com 18% e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que no seu próprio estado, registra 8% das menções. Branco/Nulo 3% e Indecisos 19%.

Na estimulada, Lula também aparece na liderança com 55% das intenções de voto contra 20% de Jair Bolsonaro (PL) e 11% do próprio Ciro. Confira os outros nomes:

André Janones (Avante): 4%

Simone Tebet (MDB): 1%

Vera Lúcia (PSTU): 1%

Eymael: 0

Nenhum / branco / nulo: 3%

Não sabe / não respondeu: 5%

A Ipespe entrevistou (por telefone) cerca de 1000 eleitores do Ceará entre os dias 30 de julho e 2 de agosto de 2022. O nível de confiança é de 95%. A pesquisa pesquisa foi contratada pelo Jornal O Povo e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.

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Com informações do O Cafezinho.

Fortalecer, ampliar e aprimorar o sistema de cotas, por Cida Bento

 

Cida Bento. (FOTO/ Reprodução/ Movimentomulher360).

Estudos mostram que estudantes cotistas reconhecem e valorizam as oportunidades que alcançam

Em 2022, a Lei de Cotas, uma política de ação afirmativa bem-sucedida, pode ser revista por parte do Congresso Nacional. Uma política que vem enfrentando ataques no nosso parlamento, através de projetos que visam extingui-la ou descaracterizá-la.

As ações afirmativas e as políticas de cotas nas instituições de ensino superior são fruto da luta do movimento negro contra o racismo e por justiça no tratamento à população que historicamente foi e é discriminada.

A legislação determina o mínimo de 50% de reserva de vagas para o alunado que cursou o ensino médio em escolas públicas. Metade dessas vagas deve ser reservada a estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo per capita, bem como para pessoas pretas, pardas e indígenas, com percentual que varia de acordo com a proporção destas populações em cada unidade federativa.

A partir de 2016, a lei foi alterada para incluir pessoas com deficiência. Os resultados de um importante estudo publicado em 2022, avaliando a política de cotas, são alvissareiros.

O estudo foi coordenado pelo Lepes (Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior) da UFRJ e pela Ação Educativa.

O estudo revela um aumento expressivo da participação de ingressantes cotistas entre 2010 e 2019. Hoje são cerca de 30%. Constata que estudantes cotistas evadem menos dos cursos de graduação que os não cotistas. Mostra um crescimento sistemático de matrículas do grupo que combina as características: escolas públicas, de baixa renda, pretos, pardos e indígenas.

Um outro estudo, realizado por Sales Augusto Santos e Matheus Silva Freitas e publicado na Revista Brasileira de História & Ciências Sociais em 2021, mostra que o sistema de cotas não trouxe conflitos raciais violentos nos campi universitários, como previam intelectuais oponentes desse sistema.

A pesquisa que realizaram com 69 universidades federais (74,80% do total), bem como o levantamento documental, constata que em 100% das respostas não se confirma a ocorrência de conflitos raciais violentos em seus campi.

Os autores destacam que o historiador George Reid Andrews (1998) salientava que pessoas brancas de classes média e alta no Brasil sabem que vivem numa sociedade com graves problemas oriundos da discriminação racial contra a população negra. Por isso, sempre temem que negros se vinguem algum dia e antecipam a ocorrência de conflitos raciais.

Enfim, vale destacar algumas das recomendações dos estudos citados, em particular o primeiro: ampliar e qualificar a institucionalização das políticas de ação afirmativa; que as universidades desenvolvam o corte étnico-racial no ensino, pesquisa, extensão e gestão; que realizem programas de formação para coordenadores, docentes e técnicos sobre a Lei de Cotas e sobre educação antirracista; que monitorem o sistema de cotas e façam escuta de toda a comunidade universitária, em particular dos alunos; que seja prorrogada a Lei nº 12.990/2014, que reserva 20% das vagas nos concursos públicos e que as cotas sejam estendidas para a pós-graduação; que a educação antirracista atinja os conteúdos de disciplinas e atividades curriculares dos cursos e que na avaliação das condições de funcionamento das universidades essa questão seja considerada.

Salientam ainda que as cotas devem contemplar a diversificação curricular envolvendo as matrizes afro-brasileiras, africanas e indígenas, entre outras, e que é imprescindível garantir a disponibilidade pública de dados que considerem a dimensão socioeconômica e raça/cor por curso.

Apontam a necessidade de ampliar a noção de permanência nas políticas universitárias envolvendo não só bolsas e auxílios financeiros, mas também acolhimento, escuta ativa, acesso a cursos de línguas estrangeiras, dentre outras.

Os resultados mostram que os estudantes cotistas reconhecem e valorizam as oportunidades que alcançam. Se é assim, todos nós também devemos defender o sistema de cotas.

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Texto encaminhado à redação do Blog pelo CEERT.

Paróquia São José, em Potengi, terá novo Padre

 

Igreja Matriz de São José, em Potengi-CE. (FOTO/ Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

A Paroquia São José, do município de Potengi, na região do cariri, terá um novo administrador. O anúncio foi feito por Dom Magnus Henrique, bispo diocesano de Crato, nesta quinta-feira, 04. A data é referente ao dia Dia do Padre.

Ao todo, foram feitas 28 mudanças entre sacerdotes, diáconos transitórios e seminaristas. No cariri, destaque para os municípios Assaré, Santana do Cariri e Potengi. A decisão tomada junto Colégio dos Consultores e ocorreu nos dias 2 e 3 do mês em curso.

A Paróquia São José deixará de ser administrada pelo Padre Sebastião Bandeira. Fieis católicos potengienses abraçarão agora Padre Tales. As mudanças se efetivarão “entre a primeira quinzena de outubro até o mês de dezembro deste ano”, segundo informações da Diocese.

Já as Paróquias Senhora Santana e Nossa Sra. das Dores, em Santana do Cariri e Assaré, respectivamente, receberão Padre Idemário e os Padres Ricardo e Luiz Carlos (Pe. Luizinho). Os dois últimos nomes comandarão a de Assaré.

Clique aqui e confira a lista completa.

4 de agosto de 2022

Izolda Cela homologa decreto que torna a Chapada do Araripe como Paisagem Cultural do Ceará

 

Izolda Cela homologa decreto que torna a Chapada do Araripe como Paisagem Cultural do Ceará. (FOTO/ Divulgação/Facebook).

Por Nicolau Neto, editor

A governadora do Ceará, Izolda Cela (sem partido), anunciou na tarde desta quinta-feira, 04, que homologou o decreto que torna a Chapada do Araripe como Paisagem Cultural do Ceará. A assinatura foi publicizada em suas redes sociais.

Com a homologação, a partir de 2023 a chapada integrará a lista indicativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) com vista a concorrer à chancela de Patrimônio da Humanidade junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

A chancela visa estabelecer a gestão compartilhada do território da Chapada do Araripe entre poder público, sociedade civil e iniciativa privada, com ações de proteção para os 29 municípios que integram a área”, escreveu Izolda. “Seguimos juntos pela valorização do patrimônio cultural do Ceará”, concluiu.