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Quem integra o exército de partidos dos candidatos ao Governo e qual a força deles na disputa

 

Legenda: As candidaturas ficaram definidas com o fim da data das convenções partidárias
Foto: Agência Diário

Definidas as candidaturas ao Governo do Ceará, as alianças passam a indicar como ficam distribuídas as forças eleitorais para a disputa de outubro. Os acordos, levados à exaustão nos debates internos, buscaram preencher os espaços conforme o "tamanho” de cada partido ou movimento social.

O Ceará tem três candidaturas com maior musculatura eleitoral: Capitão Wagner, pelo União Brasil; Elmano Freitas, pelo PT; e Roberto Cláudio, pelo PDT. São candidatos que terão mais dinheiro para investimento no pleito, maior tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão, além de forças setoriais que podem fazer a diferença na busca pelo voto.

O União Brasil, de Capitão Wagner, conseguiu atrair legendas como PL, Avante, Republicanos, Podemos e PTB. São agremiações mais alinhadas com o discurso conservador, de direita. 

O PTB e o Republicanos, por exemplo, representam uma importante parcela do eleitorado presente nas igrejas evangélicas. O próprio candidato deixou claro durante a convenção com quem deve contar em um eventual governo.

Critique quem quiser criticar, é a instituição que mais distribui cesta básica, recupera usuário de drogas, tira pessoas do mundo do crime… A maior parceira do meu governo vai ser a igreja, ache ruim quem quiser achar”, discursou.

Pesquisador de política e religião, o sociólogo Jonael Pontes elenca os pontos que podem beneficiar uma candidatura com base nas igrejas.

Pessoas trabalham incansavelmente sem que haja recompensação monetária

O voto é ideológico e completamente centrado no campo da subjetividade

A indicação do voto por uma figura carismática (um pastor ou padre) confere legitimidade direta que nenhum cabo eleitoral é capaz de produzir

Uma sucursal do partido dentro de cada esquina das periferias

De acordo com o pesquisador, a Igreja Universal, por exemplo, é "a instituição mais organizada e bem estruturada quando falamos de disputa, campanha e capital político".

"Eu acredito que ter apoio do campo evangélico hoje no Brasil é melhor que ter milhões e não saber aplicar numa campanha fadada ao fracasso", ressalta.

APOIOS

Policial militar reformado, Wagner tem mantido a força eleitoral dos últimos anos com o voto dos militares. O grupo organizado consegue manter representação na Câmara Municipal de Fortaleza, Assembleia Legislativa do Ceará e Câmara dos Deputados.  

A candidatura espera, mais uma vez, garantir o apoio da classe que já mostrou ter unidade em torno do nome do parlamentar nas últimas campanhas eleitorais. O discurso de combate à criminalidade, inclusive, reforça a ideia de representatividade na política.

Além das forças setoriais, a diferença entre as últimas candidaturas de Capitão Wagner para a de outubro deste ano é que o parlamentar terá uma estrutura partidária mais sólida. O União Brasil – com o maior fundo eleitoral e tempo de televisão –, e o PL, com a forte estrutura financeira e de militantes bolsonaristas, promete uma consistência maior na campanha estadual.

O União Brasil, partido com o maior tempo de propaganda eleitoral, dará condições para que a candidatura de Capitão Wagner apresente propostas para o eleitor, mas também que se defenda de possíveis críticas que receber durante o pleito. 

ESQUERDAS

Sob a liderança do ex-governador Camilo Santana, a campanha de Elmano Freitas (PT) conseguiu reunir partidos de esquerda que atuavam na oposição ao governo Camilo no Parlamento.

A pré-candidatura de Adelita Monteiro, do Psol, acabou sendo retirada para pactuação com o PT. O movimento aproximou a Rede, por conta da federação, com o nome petista. A aliança passa a contribuir para que a maior parte dos movimentos de esquerda se una à candidatura de Elmano ao Palácio da Abolição. PV e PCdoB, que estão federados com o PT, também fortalecem a agenda das entidades.

O próprio PT, que já tem força em entidades sociais, recebe a militância dos demais partidos da esquerda, que atuam nas bases sociais e periferias das cidades. 

Para a professora de Teoria Política da Universidade Estadual do Ceará, Monalisa Torres, esses movimentos são importantes para dar capilaridade para uma "candidatura em lugares que talvez ele não teria acesso se não fossem por intermédio desses interlocutores importantes que são os cabos eleitorais dentro dos movimentos sociais".

Essa receita pode funcionar para a candidatura petista, segundo a pesquisadora. "O Elmano é uma figura ainda desconhecida principalmente no eleitorado do Interior, então a adesão dos movimentos sociais que têm capilaridade em determinadas regiões é importante para dar essa visibilidade da candidatura", explica.

FORÇA POLÍTICA

Com dois cabos eleitorais influentes na política estadual, a campanha de Elmano deverá explorar os apoios de Lula e Camilo ao longo do pleito. 

O ex-presidente, que esteve no Ceará para a convenção do PT, pediu apoio para o deputado estadual e reforçou parceria em eventual vitória de ambos nas urnas.

"Lá de Brasília vamos provar como um presidente cuida de um governador, cuida de um Estado", disse o presidenciável.

Com um bom trânsito entre os prefeitos, Camilo tem recebido em seu gabinete diariamente dezenas de gestores municipais para reuniões. Uma boa parte deles, inclusive membros do PDT, PSD e PSB – legendas da coligação de Roberto Cláudio –, anunciou desfiliação dos partidos para apoiar o nome do PT ao Governo do Estado.

 

A parceria administrativa se transforma agora em aliança política. Maior liderança municipal, os prefeitos mobilizam vereadores e líderes comunitários para fortalecer a candidatura nas urnas.

Camilo foi determinante para liderar o rompimento da aliança com o PDT e assegurar um grupo de partidos na construção de uma candidatura paralela a dos pedetistas, hoje representada pelo nome do ex-prefeito Roberto Cláudio.

CAPILARIDADE

Com o maior número de partidos na coligação, a campanha de Roberto Cláudio apostará em duas forças para a disputa eleitoral. A primeira é a tradição eleitoral de dois aliados: Ciro Gomes e Tasso Jereissati. A segunda é a capilaridade das prefeituras do PDT e do PSD – partidos com influência no Interior cearense.

Ciro e Tasso são dois ex-governadores cearenses que possuem atuação nacional. Experientes, podem indicar um caminho mais seguro na hora da tomada de decisões burocráticas de campanha.

Tasso venceu três eleições para o governo estadual e fez do PSDB o maior partido do Ceará nos anos 1990. 

Apesar de não ter a mesma força, é uma liderança com trajetória de vitórias na política cearense. Ciro Gomes, governador do Ceará e prefeito de Fortaleza, liderou o grupo que segue no poder estadual até os dias de hoje, apesar do rompimento com o PT.

Ciro e Roberto Cláudio construirão o mesmo palanque para o Governo do Estado e a presidência da República. O voto “casado” direciona a campanha para um perfil único, com agendas trabalhistas. Por outro lado, nos bastidores, espera-se que o senador Tasso entre “de cabeça” na candidatura do PDT.

Para o cientista político Cleyton Monte, no entanto, a atuação dessas duas lideranças será centrada no estímulo ao voto de opinião. As obrigações do dia a dia serão estendidas a outros aliados.

"O Ciro e o Tasso são nomes expressivos e destaques nacionais, mas eles não operam no cotidiano das prefeituras. O Ciro e o Tasso agregam muito mais em uma fatia do eleitorado de classe média, das médias cidades do interior do estado", explicou o pesquisador.

Ainda não há a garantia de que o senador Cid Gomes integre a campanha estadual. Muito embora esteja filiado ao PDT e tenha a possibilidade de participar das peças da candidatura na eleição.

ATUAÇÃO

O grau de conhecimento em Fortaleza da figura de Roberto Cláudio e a força das prefeituras no Interior podem aparecer como ingredientes decisivos no pleito. Alguns atores políticos podem funcionar para essas articulações, para o especialista.

"Desses aliados que o Roberto Cláudio tem o principal operador da campanha principalmente no Interior vai ser o Domingos Filho, e no caso do PDT o André Figueiredo", aponta Monte.

Apesar das desfiliações recentes, o PDT permanece como a maior força partidária no Estado, pelo número de prefeituras. O PSD é a segunda maior estrutura do Estado. 

A articulação dos Domingos poderá garantir um palanque competitivo para a campanha do ex-prefeito em diferentes regiões do Ceará.

O mote da campanha vai ser Fortaleza. Muito parecido com o que o Cid fez em 2006. Cid fez toda a campanha ao governo do Estado com foco em Sobral”, lembra o professor.

CAMPANHA

A campanha eleitoral será iniciada no dia 16 de agosto. O registro das candidaturas passam agora pelo crivo da Justiça Eleitoral. Possíveis questionamentos às convenções e registros ainda podem ser levados aos tribunais.

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Com informações do Diário do Nordeste.

Ciro declarou segundo voto ao senado em candidatura do Psol


Ciro declarou segundo voto ao senado em candidatura do Psol. (Foto: Carlos Holanda/Especial para O POVO).

O candidato à Presidência da República, Ciro Gomes (PDT), afirmou em coletiva de imprensa, na manhã deste domingo, 7, ter votado em um candidato do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) para o Senado em sua segunda opção. A sigla tem duas candidaturas ao Senado Federal: Pastor Simões e Anna Karina.  As declarações foram dadas na sede da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa-CE), onde vota Ciro.

Forte opositor de Eunício Oliveira, já era esperado que Ciro não votasse no emedebista, apesar da aliança informal  firmada entre o governador Camilo Santana (PT), Cid Gomes (PDT) e Eunício Oliveira (MDB) para o Senado.

No plano estadual, o Psol é, inclusive, partido de oposição ao grupo político capitaneado por Ciro Gomes. Em entrevista ao Blog Política na última sexta-feira, 5, o candidato ao Governo do Ceará, Ailton Lopes (Psol), disse que gostaria de ir ao segundo turno com Camilo que, segundo ele, “é preciso enfrentar esse projeto e mostrar a tragédia que ele é para o Ceará”.

Sobre o apoio a Eunício, Cid Gomes afirmou, em coletiva, também na Sesa, que converge em 99% com o irmão. Disse, entretanto, que tem suas convicções e Ciro as dele. (Com informações de Heloisa Vasconcelos e Carlos Holanda, no O POVO).