31 de janeiro de 2022

Arte urbana no Bairro do Gesso busca ressignificar a relação com a presença negra e indígena

 

 

Por Cicera Nunes e Joedson Nascimento

No sábado, 08 de janeiro de 2022, o Bairro do Gesso localizado na cidade do Crato, amanheceu com suas paredes pintadas de gente. No dia anterior foi iniciada uma ação de arte urbana que busca refletir nas paredes de algumas casas e prédios, as histórias e memórias da população do bairro, que tem forte ancestralidade negra e indígena.

A ação faz parte do projeto “O currículo e os processos de formação docente no campo das relações étnico-raciais na educação básica” que busca dialogar com o território de saberes negros e indígenas presentes no Bairro do Gesso, compreendendo-o como um livro vivo que pode ser lido para ressignificar a nossa relação com o território e, com isso, atribuir sentido ao que se aprende e se ensina na escola.

Como parte das ações que envolvem o levantamento de histórias de vida, produção de material áudio visual, elaboração de cadernos pedagógicos, ação de formação de professores (as) da rede de educação básica, organização de biblioteca comunitária, desenvolvimento de aplicativo para conhecimento dos pontos de memória, o projeto também propiciou uma intervenção urbana nos muros da comunidade com a participação dos artistas Wanderson Petrova, Cristiano Ramos e Jéssyca Sereia. A intervenção trata-se de uma grande ação coletiva que envolve a participação de estudantes e professores (as) da Escola de Ensino Fundamental Dom Quintino e moradores (as) do lugar. As pinturas dialogam com referências negras e indígenas do contexto nacional e local, ao tempo em visibiliza o legado ancestral presente na comunidade.

Com isso, busca-se positivar a existência negra e indígena, retratar as memórias históricas a partir das experiências vividas pelas pessoas do lugar, aprender a partir do que se retrata nos murais do território, compreender a dimensão de resistência presente na arte urbana, atribuir sentido à relação entre o conhecimento sistematizado e os saberes tradicionais.

A ação pedagógica que envolve a intervenção educativa na comunidade está inserida também no contexto das reformas urbanas que vêm sendo realizadas por coletivos e ações comunitárias protagonizadas pelos (as) moradores (as) da comunidade.

As ações são fruto do projeto O currículo e os processos de formação docente no campo das relações étnico-raciais na educação básica numa perspectiva inter e transdisciplinar” que conta com o apoio do Edital "Equidade Racial na Educação Básica: Pesquisa aplicada e Artigos científicos" organizado pelo CEERT em parceria com as organizações: Itaú Social, UNICEF, Instituto Unibanco e Fundação Tide Setubal". São parceiros dessa ação O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais NEGRER/URCA, a Escola de Ensino Fundamental Dom Quintino, o Coletivo Camaradas, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Crato e conta com o apoio do Grupo de Valorização Negra do Cariri – GRUNEC.

Abaixo você confere mais fotos:

Arte/ Cristiano Ramos.


Arte/ Wanderson Petrova.

Arte/ Jéssyca Sereia

Vacinas protegem contra a covid longa e resfriados, segundo estudos

Mesmo que alguém vacinado se infecte após tomar vacina, a progressão da enfermidade é muito mais branda - ©Evaristo Sa / AFP

Os vacinados correm risco menor de desenvolver sintomas de covid longa após a infecção do que os não vacinados. A conclusão é de um novo estudo preliminar por médicos da Universidade Bar-Ilan em Safed, em Israel, submetido à revista científica Nature na terça-feira (25/01).

Os casos estudados foram da fase inicial da campanha de vacinação, a partir de março de 2021. Os pesquisadores perguntaram a mais de 3 mil cidadãos testados por PCR sobre possíveis sintomas de covid-19 no longo prazo. Entre eles, 951 haviam tido uma infecção comprovada.

O resultado sugere que a vacinação ajuda a enfrentar melhor uma eventual infecção, que ocorra apesar da imunização. "É outro motivo para se vacinar", segundo Michael Edelstein, epidemiologista da universidade.

Fundamentalmente, as vacinas protegem já pelo fato de ajudarem a prevenir infecções. Mas, mesmo que alguém vacinado se infecte, a progressão da enfermidade é muito mais branda.

Isso também se reflete nos efeitos de longo prazo: os vacinados tinham 54% menos probabilidade de ter dores de cabeça; os sintomas de fadiga eram até 64% menos prováveis; e as dores musculares, 68% menos prováveis.

A intensidade dos sintomas observados correspondia aos valores que também haviam sido relatados pelos participantes do estudo que ainda não haviam sido infectados pela novo coronavírus.

Covid longa é difícil de determinar

Costuma ser difícil para os clínicos gerais diagnosticar com precisão a covid longa. Os pacientes muitas vezes sentem que não são levados a sério, quando reclamam.

Sintomas típicos como fadiga, cansaço, tonturas, falta de concentração ou dor muscular raramente são inequivocamente atribuíveis a uma infecção passada. Um estudo publicado na PlosMedicine em 28 de setembro de 2021, para o qual os pesquisadores analisaram os dados de 273.618 portadores de covid-19, confirmou essa dificuldade.

O estudo concluiu que quase 60% dos infectados ainda apresentavam sintomas após seis meses. A situação é semelhante à da gripe comum, em que 40% dos recuperados reclamam de sintomas similares aos da covid longa após seis meses.

No entanto, as estimativas da frequência de covid longa variam muito, dependendo da definição dos sintomas típicos. A Sociedade Helmholtz, por exemplo, a estima em menos de 10%, mas é possível que se tenham considerado apenas os casos graves como diagnósticos confirmados.

Vacinas também ajudariam contra resfriado

Pesquisadores das universidades de Ulm e Amsterdã apontaram outra razão para se vacinar: os imunizantes contra a covid-19 no mercado também ofereceriam alguma proteção contra outros coronavírus (hCoV), que geralmente causam resfriados. Além disso, seriam eficazes contra os patógenos do primeiro vírus da síndrome aguda respiratória grave (SARS-CoV-1).

A equipe liderada por Frank Kirchhoff, do Instituto de Virologia Molecular da Universidade de Ulm, afirma, num estudo publicado em 25 de janeiro na revista Clinical Infectious Diseases, que "a vacinação leva à neutralização cruzada eficiente da SARS-CoV-1, mas não da MERS-CoV. Em média, a vacinação aumenta significativamente a atividade neutralizadora contra [os vírus de resfriado] hCoV-OC43, -NL63 e -229E."

Cada vez mais recuperados contraem a ômicron

Enquanto isso, um grande estudo de saúde britânico mostrou que quase um terço dos que contraíram o coronavírus de 5 a 20 de janeiro de 2022 já haviam tido covid-19 antes. A variante altamente contagiosa ômicron é atualmente a dominante no Reino Unido.

O estudo, que integra o programa de pesquisa REACT sobre o coronavírus, consultou 100.500 indivíduos que haviam se submetido a testes rápidos de antígenos no período. Um a cada 23 participantes (4,41%) testara positivo. Foi o maior número de infectados, desde que o REACT começou, em maio de 2020. Em dezembro, a taxa fora de 1,4%.

Agora, 64,6% dos comprovadamente contagiados informaram já ter tido covid-19 no passado. Entretanto, como os dados se baseiam em notificações próprias, os números devem ser avaliados com cautela.

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Com informações do Brasil de Fato.

30 de janeiro de 2022

Prêmio Estratégias de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar

 


O Geledés Instituto da Mulher Negra, em parceria com o Instituto Unibanco, iniciará o ano de 2022 com o Prêmio Estratégias de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar: implicações da COVID-19 para a permanência na Educação Básica. Esta iniciativa tem como objetivo mapear boas práticas de enfrentamento à evasão escolar com recorte de raça/gênero/território/deficiências realizadas em diferentes regiões do país, reconhecer essas iniciativas por meio de premiações e difundir as experiências bem-sucedidas para ampliar repertório e estratégias da gestão educacional, gestão escolar e organizações estudantis.

A evasão escolar na rede pública é um problema histórico na sociedade brasileira que, diante do cenário de uma pandemia mundial, vem se agravando. Como sabemos, esse problema atinge majoritariamente as crianças e os adolescentes em condição de vulnerabilidade. A PNAD Educação de 2019 já apontava 8,5% de evasão entre estudantes de até 13 anos de idade, e de 18% entre aqueles de 19 anos ou mais. Dadas as desigualdades socioeconômicas, as chances de evasão se tornam 8 vezes maiores entre estudantes com idades entre 15 e 17 anos pertencentes ao grupo dos 20% mais pobres em relação aos 20% mais ricos.

Ao realizar oficinas de escuta com profissionais da educação e estudantes de escolas públicas sobre os resultados da pesquisa “A educação de meninas negras em tempos de pandemia: o aprofundamento das desigualdades”, que traz evidências sobre as atuais e futuras implicações da pandemia sobre as desigualdades de raça e gênero nos indicadores de evasão escolar, Geledés Instituto da Mulher Negra identifica uma série de ações realizadas por grupos/coletivos e organizações estudantis para enfrentar essa problemática, com estratégias de retorno e reinserção de crianças e adolescentes nas escolas. Profissionais da educação e estudantes também apontam maiores riscos para a permanência de meninas e pessoas negras no espaço escolar pós-pandemia.

Dado que ainda não existe nenhum esforço de sistematização dessas experiências, a instituição elabora a proposta do I Prêmio Estratégias de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar: implicações da COVID-19 para a permanência na Educação Básica. Esta proposta busca apoiar secretarias de educação, unidades educacionais e estudantes diante do desafio de retomar as atividades escolares.

Todas as boas práticas de Equidade no Enfrentamento à Evasão Escolar deverão contemplar pelo menos um dos recortes de raça, gênero, territórios rurais e de povos e comunidades tradicionais e deficiências. A premiação está dividida em três eixos, conforme descrito abaixo:

Gestão Educacional: monitoramento de indicadores educacionais; orientação e acompanhamento das escolas; metodologias de busca ativa;

Gestão Escolar: monitoramentos da evasão escolar; estratégia de busca ativa; comunicação com as famílias; acompanhamento de estudantes;

Estudantes (grêmios, coletivos e entidades): ações de comunicação entre pares; ações de acolhimento de estudantes evadidos.

Serão premiadas até três iniciativas de cada um dos eixos supracitados, sendo que a recompensa para as iniciativas serão:

Gestão Educacional: Certificação de Secretaria Promotora de Equidade Racial.

Gestão Escolar: Kit Multimídia com projetor, computador, tela, caixa de som e microfone.

Estudantes: Kit Rádio escolar

Esta chamada terá 8 etapas, sendo elas: 1) Divulgação ampla e nacional do edital do Prêmio Estratégias de Equidade Enfrentamento à Evasão Escolar: Implicações da COVID-19 para a Permanência na Educação Básica; 2) Período de inscrições das secretarias, escolas e organizações estudantis; 3) Seleção de iniciativas participantes; 4) Divulgação dos resultados; 5) Gravação de vídeo sobre as boas práticas selecionadas; 6) Evento de premiação das boas práticas; 7) Composição do Banco de Boas Práticas; 8) Divulgação do Banco de Boas Práticas na área de educação do Portal Geledés e do Observatório da Educação do Instituto Unibanco.

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Com informações do Geledés. Clique aqui e confira o cronograma.

Tolovi: “A diversidade sempre foi vista como uma ameaça para um sistema de poder que quer ser absoluto”

 

Carlos Alberto Tolovi. (FOTO/ Reprodução/ YouTube/ Papo Social Podcast).

Por Nicolau Neto, editor

Em 2018, o Brasil testemunhava um dos maiores retrocessos desde o projeto português de colonização e que implantou a escravização dos povos originários, inicialmente e, de povos africanos, posteriormente, como a principal ferramenta de sua manutenção. Naquele fatídico dia 28 de outubro, o capitão reformado do exército que desde 1991 estava como deputado federal, mas que pouco aparecia na mídia, não por decisão própria, mas porque nada tinha pra mostrar nesses anos todos como parlamentar, elegeu-se presidente com mais de 57 milhões de votos. 55,1% no segundo turno. Algo inimaginável para um país que carrega na sua trajetória política dois imperadores e dois processos ditatoriais. Estes últimos já no século passado.

Mesmo assim, dois meses depois do resultado das eleições de 18, este Blog entrevistou o professor universitário, filósofo e autor dos livros “Mito, Religião e Politica. Padre Cícero e Juazeiro do Norte” (2019) e Moral e Ética nas Relações de Poder” (2021), o Dr. Carlos Alberto Tolovi. Naquela oportunidade, algumas questões nortearam a entrevista, como por exemplo. Quais os desafios do Brasil pós-eleição? Quais as estratégias que devem ser tomadas para que os a margem do poder não sejam cada vez mais massacrados nesses quatro anos vindouros? Como os movimentos sociais devem se comportar? É possível um diálogo mais eficiente entre partidos de esquerda e os movimentos sociais? Como isso deve ser feito para atingir os menos favorecidos?

Para Tolovi, a vitória de Bolsonaro foi uma “tragédia” social no Brasil e que ele representou a “construção de uma narrativa organizada pela direita, que respondia aos desejos e necessidades da coletividade a partir de um caos produzido intencionalmente”.

O professor foi taxativo ao destacar que o processo que culminou na vitória de Bolsonaro representa ações de um movimento fascista e lembrou que “não podemos nos esquecer que, na guerra ideológica, o campo da educação é um dos mais importantes. Principalmente em um movimento fascista como esse que estamos vendo”.

Para complementar, asseverou:

A diversidade sempre foi vista como uma ameaça para um sistema de poder que quer ser absoluto.

2022 chegou e os desafios são enormes, a começar pela retirada da cadeira de presidente daquele que representa um perigo para a já fragilizada democracia; para os menos favorecidos; para negros/as e povos originários; para a comunidade lgbtqia+......

Quer reler essa entrevista? É só clicar aqui.

29 de janeiro de 2022

‘Na Câmara, tentam sabotar toda lei que fale em gênero’, diz Erika Hilton

 

Érika Hilton (FOTO/ Karime Xavier/Folhapress)

No mesmo país onde candidaturas e eleição de pessoas trans bateram recordes em 2020, pessoas transgêneras da política institucional sofrem agressões e ataques que tentam impedir o pleno exercício de seus mandatos. Segundo o “Dossiê Sobre Violências Contra Pessoas Trans Brasileiras” publicado nesta sexta-feira (28) pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), no ano passado, a violência política de gênero atingiu “de forma desproporcional as parlamentares trans/travestis”.

O documento, lançado por ocasião do Dia da Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro, identifica que a transfobia na política se dá por “diversas formas de ameaças e ataques por suas identidades de gênero, raça e pautas que defendem”. E afirma que a violência transfóbica vêm se acirrando desde a eleição de Bolsonaro.

Desde janeiro do ano passado, o cerco fechou muito para mim”, confirma a vereadora Erika Hilton (PSOL), que entrou na Câmara Municipal de São Paulo nas últimas eleições como a mulher mais bem votada do país e primeira vereadora trans da maior cidade da América do Sul, com mais de 50 mil votos.

Em entrevista, Erika afirma que mesmo com as várias violências que sofreu desde que assumiu uma cadeira no Legislativo municipal — tanto as veladas quanto as diretas, como quando teve o gabinete invadido e passou a ser acompanhada por seguranças diariamente — ela não se intimida em assumir sua identidade travesti, negra, periférica, ativista pelos direitos humanos.

Travesti é, vale frisar, uma identidade feminina, como ela fez questão de explicar em seu Twitter, em apoio à cantora Linn da Quebrada, que sofreu transfobia no “Big Brother Brasil” sendo chamada por pronomes masculinos. A vereadora também usa o termo transvestigênere, que ela cunhou para abarcar “todas identidades de homens e mulheres trans, travestis, pessoas trans não binárias”.

Erika conta ainda sobre sua atuação à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores e na presidência da primeira CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Violência Contra as Pessoas Trans e Travestis.

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Por Andrea Dip, do Universa. Clique aqui e leia a entrevista.

Sergio Moro ficou rico com a Lava-Jato, não há o que discutir

 

Moro exibindo seu holerite no canal de Kataguiri. (FOTO/ Reprodução/ YouTube).

O ex-juiz Sergio Moro admitiu, em live com seu apoiador Kim Kataguiri, ter recebido da consultoria norte-americana Alvarez & Marsal quase 4 milhões de reais por um ano de “trabalho” na empresa. A Alvarez & Marsal, por sua vez, recebeu pelo menos 65 milhões de reais das empresas de construção civil atingidas pela Lava-Jato, como a Odebrecht, para recuperá-las judicialmente. Este montante representa 78% de todo o faturamento da consultoria. Ou seja, Moro ficou rico graças às mesmas empresas que destruiu. Não há o que discutir.

A relação do ex-juiz que condenou Lula sem provas com a consultoria gringa está sob investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) por possível conflito de interesses, justamente porque a Alvarez & Marsal atua para empresas prejudicadas pela Lava-Jato. Advogados também apontam que Moro deveria ter cumprido uma quarentena de três anos após deixar o cargo de juiz e em seguida o governo Bolsonaro para lucrar na iniciativa privada.

A Constituição Federal determina que a quarentena imposta aos juízes corresponde à vedação de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo. No caso de Moro, este se afastou da magistratura em novembro de 2018, portanto, até novembro de 2021 estava de quarentena”, dizem os advogados Fernando Augusto Fernandes e Guilherme Lobo Marchioni em artigo publicado no site Consultor Jurídico. “As atitudes do ex-juiz, ex-ministro Sergio Moro são escandalosas, antiéticas e, fatalmente, estão sob sérias suspeitas de corrupção.”

Mesmo que a relação financeira com os recuperadores judiciais das empresas que destruiu seja legal, a conclusão continua a mesma: a Lava-Jato enriqueceu Moro. Se não tivesse comandado uma operação eivada de ilegalidades a ponto de o STF anular suas condenações, o ex-juiz de primeira instância conseguiria ganhar um salário de 243 mil reais por mês na iniciativa privada? Nunca.

Enquanto isso, segundo o Dieese, 4,4 milhões de vagas de emprego foram perdidas com a operação, que destruiu a indústria da construção civil no país –só neste setor foram 1,1 milhão de empregos perdidos. Apenas a Odebrecht, que ajudou a pagar o salário milionário de Moro na Alvarez & Marsal, perdeu 230 mil funcionários com a Lava-Jato. Era uma das maiores empresas de construção civil do mundo. Em qualquer país sério, como os EUA que o ex-juiz tanto admira, os executivos seriam afastados e punidos e a empresa, preservada.

Moro passará à História como o primeiro candidato que destruiu empregos no Brasil antes de chegar à presidência. Essa nem o ex-chefe dele, Bolsonaro, conseguiu.

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Por Cynara Menezes, originalmente no Socialista Morena.

27 de janeiro de 2022

Nilma Lino é uma das vencedoras de prêmio nacional da SBPC

 

(FOTO/ Letícia Souza).

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) anunciou as três vencedoras da 3ª edição do prêmio “Carolina Bori Ciência & Mulher”. A organização premiou três mulheres cientistas que realizaram contribuições de destaque em três áreas: Humanidades, Biológicas e Saúde, e Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.

Nilma Lino Gomes, ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, foi a vencedora na área de Humanidades. Ela é professora emérita, ou seja, que se aposentou em posição honrosa e continua mantendo seu título de professora, da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Também é reconhecida como uma das maiores especialistas em políticas afirmativas do país.

Em seu perfil no Instagram, Nilma agradeceu a homenagem e reafirmou sua visão do que é fazer ciência. “Estou feliz. É uma homenagem que compartilho com todas as pessoas que lutam pela democracia, pela emancipação social, contra o racismo e todas as formas de discriminação. Eu não ando só”, escreveu.

Lutamos por uma ciência e produção do conhecimento emancipatórias e engajadas que não se separam da luta contra as desigualdades. Que não dormem em paz sabendo que, no Brasil e no mundo, as opressões e violências continuam. E que é preciso, sempre, descolonizar e re-humanizar as Humanidades”, completou.

Prêmio será entregue em fevereiro

As outras duas pesquisadoras vencedoras do prêmio foram Gulnar Azevedo e Silva, professora titular do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), venceu na área de Biológicas e Saúde; e Beatriz Leonor Silveira Barbuy, professora titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), na área de Engenharias, Exatas e Ciências da Terra.

A SBPC realiza a cerimônia de premiação, que será virtual, no dia 11 de fevereiro às 10h30, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A entrega poderá ser assistida pelo Canal do YouTube da entidade.

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Com informações do Brasil de Fato.

26 de janeiro de 2022

Guaramiranga -CE vacinou todos os adultos e não registra mortes por Covid-19 há 7 meses

 

Guaramiranga. (FOTO/ Portal Guaramiranga).

A cidade de Guaramiranga, no Ceará, não registra mortes por Covid-19 há sete meses. O resultado foi possível em razão da alta taxa de vacinação no município de 5 mil habitantes: até o momento, 96% dos moradores com mais de 11 anos já tomaram duas doses da vacina, enquanto 25% dos habitantes já receberam a dose de reforço.

"A gente fica muito satisfeito por ter tido essa vacinação e sabendo que a vacina salva", disse o professor Luzibergue Souza Carneiro. Guaramiranga foi a primeira cidade cearense a aplicar a primeira dose em todos os adultos, em junho de 2021.

Segundo o G1, o município foi escolhido para colaborar com um teste de eficiência da vacina. Os habitantes, assim que recebem as doses, passam por dois exames: o primeiro para detectar a presença do vírus e o segundo para avaliar o grau de imunidade a ele.

"O que nós temos apresentado é uma resposta bem positiva já na segunda dose. A gente prova que os pacientes que estão contraindo a Covid, por conta da vacina, eles estão tendo sintomas leves”, disseSilvana Soares de Souza, secretária de Saúde da cidade.

Esse monitoramento é importante para entender como se dá a transmissão e a gravidade, principalmente dos casos que têm acontecido. Até o momento, Guaramiranga não registra óbito desde junho de 2021", apontou a secretária executiva de Vigilância e Regulação em Saúde do Ceará, Ricristhi Gonçalves.

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Com informações do G1 e do Aventuras na História.