Nova Olinda diz não a Reforma da Previdência. Foto: Lucélia Muniz. |
Estudantes
do ensino básico, universitários/as, professores/as, sindicalistas,
agricultores e agricultoras realizaram na manhã desta sexta-feira, 31, manifestações
pelas principais ruas do município de Nova Olinda, na região do cariri, em ato
de protesto contra as medidas autoritárias e desastrosas do presidente Michel
Temer (PMDB).
Como
carro chefe dos protestos, estava a reforma da previdência em discussão no
congresso nacional e a já aprovada e sancionada lei da terceirização. O grupo
que foi acompanhado pela imprensa local e fotógrafos do próprio município e de
cidades vizinhas, teve concentração em frente à Escola de Ensino Fundamental
Padre Cristiano Coelho e seguiu pela Avenida Jeremias Pereira, Rua Padre
Cícero, Rua Pedro Antônio e Avenida Perimetral Sul, culminando defronte ao prédio
da Prefeitura.
Durante
todo o percurso lideranças e organizadores/as do ato se revezavam nos
discursos. Palavras de ordem como “nenhum direito a menos”, “sou filho de agricultor
e digo não a reforma da previdência”, “reaja agora ou morra trabalhando”, “não
somos meras engrenagens! Não quero morrer trabalhando" e “Fora Temer” foram as
mais entoadas pelos manifestantes que expuseram cartazes e faixas.
Discursos
No
ponto final da caminhada, lideranças sindicais, professores/as e demais
inscritos expuseram os motivos que os levaram ao protesto. Este professor,
blogueiro e ativista das causas negras pelo Grupo de Valorização Negra do
Cariri (Grunec) arguiu sobre as reformas já aprovadas e as em discussão no
congresso. Destaque para a PEC dos Gastos Públicos, a Reforma do Ensino Médio,
a Lei da Terceirização e a Reforma da Previdência.
Nicolau Neto em discurso durante manifestação em Nova Olinda. Foto: João Alves. |
Mencionei
os impactos negativos no campo da educação com a não obrigatoriedade de
disciplinas como História, Filosofia e Sociologia no currículo escolar que
aguçam o pensamento crítico e a reflexão dos/as estudantes a partir da
aprovação da reforma do ensino médio e que esta não levou em consideração os
principais interessados (professores/as, alunos/as, pesquisadores da educação e
gestores/as escolares).
Quanto
a terceirização, enfoquei que esta remonta ao século XIX e práticas no Brasil
do século XX com o início da república onde o que predominava nos pontos de
trabalho era o mandonismo local ou o coronelismo. Citei que ela aniquila os
concursos públicos, além de ocorrer a precarização do trabalho.
No
que toca ao principal alvo da manifestação, a reforma da previdência,
argumentei que esta é brutal e elenquei que ela prejudica principalmente as
pessoas que tem como principal meio de vida a roça, pois a grande maioria delas
não irão alcançar o tempo de contribuição em face do trabalho desgastante; de
igual modo, as mulheres. Por ainda estarmos em uma sociedade sedimentada em
pressupostos machistas, as mulheres acabam por desempenharem jornadas duplas, o
que o (des) governo desconsidera na proposta ao exigir 49 anos de contribuição
para se alcançar a aposentadoria integral.
As
minhas palavras foram endossadas por Andreia Silva, presidente do Sindicato dos
Trabalhadores da Agricultura Familiar que, aproveitou a oportunidade para
mencionar acerca de uma audiência pública na próxima segunda-feira, 03, para
tratar da construção de um documento contrário as formas como se está tratando
a aposentadoria a ser encaminhado ao congresso nacional.
Socorro Matos. Foto: Lucélia Muniz. |
Para
a professora Socorro Matos, o ato era mais do que o posicionamento contra as
medidas do governo golpista Temer, mas era um chamado a comunidade para se
manifestarem e clamarem por “Diretas Já”, pois às vésperas de uma possível
cassação de Temer, nada muda, pois o povo não terá a oportunidade de escolher,
mas sim deputados e senadores que comungam das mesmas posições de Temer.
Ainda
fizeram uso da palavra o presidente do Sindicato dos Servidores Público de Nova
Olinda, o servidor Aureliano Sousa, a universitária Mônica, o Vereador Adriano
Dantas, os comunicadores Gilson Alves e Carlos Erivelton.
O
ato foi fruto da sociedade civil organizada de Nova Olinda e teve o apoio do Sindicato
dos Servidores Públicos de Nova Olinda (SINSENO), Sindicato da Agricultura
Familiar (SINTRAF), Federação das Entidades Comunitárias de Nova Olinda
(Fecono), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e da Prefeitura desta
municipalidade.
Clique aqui e saiba mais sobre o ato no Blog de Lucélia Muniz
Clique aqui e confira a matéria do radialista Ranilson Silva sobre o ato
Clique aqui e confira a matéria do radialista Ranilson Silva sobre o ato