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Foto: Google Images. |
Racismo
no mercado de trabalho não é novidade para ninguém. Agora um homem branco
poderoso denunciando e levando seus seguidores a refletirem sobre como muitos
profissionais negros, altamente competentes e gabaritados, são descartados
durante processo seletivo só por pela cor da pele, aí já é algo raro, porém
necessário. E foi isso que presidente da Bayer aqui no Brasil, Theo Van Der Loo
fez em seu perfil no Linkedin, neste último domingo, 26 de março.
Mundo Negro - “NÃO ENTREVISTO NEGROS” Ontem,
dia 24 de Março, ouvi uma história inaceitável e revoltante. Um conhecido meu,
afro-descendente, com uma excelente formação e currículo, foi fazer uma
entrevista. Quando o entrevistador viu sua origem étnica disse à pessoa de RH
que ele não sabia deste detalhe e que não entrevistava negros! Eu disse ao meu
amigo para fazer uma denúncia. Aí outra surpresa! A resposta: “Pensei, mas
achei melhor não fazer, pois posso queimar minha imagem. Sou de familia simples
e humilde custou muito para chegar onde cheguei”.
Veja a postagem abaixo
Loo
também se mostrou muito perplexo com a atitude do amigo em não expor o
ocorrido, o que é muito compreensível. Apesar de soar cômodo, o covarde (isso
não foi sugerido no post), às vezes escolher se calar para não ser descartado
em outros lugares é uma das decisões mais penosas, sobretudo para quem tem
formação e experiência. Não é engolir sapo. É estratégico. E é sofrido.
Racismo
é crime, mas é também é uma violência. Cada vítima reage de uma forma, mas há
casos de pessoas que mesmo cientes dos seus direitos, sabem que também, são o
lado mais vulnerável e podem comprometer sua carreira de forma irrecuperável,
até porque a denúncia seria um caso de polícia.
Há
poucos negros em cargos de liderança que possam levantar essa bandeira no
sentido de mostrar que denunciar o racismo no meio corporativo e nos processos
seletivos, especificamente, não é uma sujeira que deve ser jogada debaixo do
tapete. Isso não pode ser uma luta solitária de um candidato discriminado, nem
do único executivo negro da empresa. Também não é uma causa somente negra.
Por
isso atitudes como Van Der Loo são preciosas. Líderes brancos não serão
demitidos por denunciar racismo, machismo, ou qualquer tipo de afronta à lei e
aos direitos humanos. As pessoas param para ouvir, repercutem e é assim que as
coisas mudam.
Acredito
na união de forças para avanços mais amplos e efetivos, homens e mulheres,
negros e brancos. Afinal de conta se nós não criamos o problema, porque
eliminar o racismo é tarefa só nossa?
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