A
partir do ano que vem, as escolas devem discutir discriminação de gênero e
sexualidade apenas dentro do âmbito do Ensino Religioso. A mudança foi apontada
na nova versão Base Nacional Comum Curricular elaborada pelo Ministério da
Educação. Na nova edição, foram excluídas dezenas de menções à discriminação de
gênero e a temática foi incorporada à disciplina de Ensino Religioso. O
documento deve ainda passar por modificações e uma aprovação final de um
conselho ligado ao MEC.
Pela
nova base curricular, as discussões de gênero e sexualidade nas escolas serão
feitas apenas de acordo com as tradições religiosas.
Um
dos trechos que foi excluído é o que elencava as dez competências gerais da
base indicava que as escolas deveriam valorizar a diversidade, “sem
preconceitos de origem, etnia, gênero, idade, habilidade/necessidade, convicção
religiosa”. Na nova versão, só se fala em “preconceitos de qualquer natureza”.
Educadores
criticam a medida, uma vez que a discussão de temas sobre identidade de gênero
pode influenciar na discussão de problemas sociais como violência contra a
mulher, gravidez na adolescência e homofobia.
O
governo, por sua vez, ao elaborar uma nova versão da base curricular excluindo
termos sobre combate à discriminação de gênero, atende à pressão da bancada
religiosa no Congresso, que há anos vem encampando uma narrativa falaciosa
sobre a “ideologia de gênero” que,
segundo os deputados dessa bancada, serviria para tornar crianças homossexuais. (Com informações da Revista Fórum).
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Temer e Mendonça Filho. (Foto: Reprodução/ Revista Fórum). |