A
Câmara de Altaneira corria sério risco de caminhar rumo a uma prática
antidemocrática se viesse a elaborar um projeto de lei que definisse a mudança
do dia da feira municipal, que ocorre tradicionalmente aos domingos, para
qualquer outro dia da semana, ou até mesmo no sábado, esta última desejo
ardente de parte dos comerciantes e, que inclusive se mobilizaram para que esse
anseio viesse a ser efetivado.
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Vereadores durante sessão ordinária nesta terça-feira,08.
Foto: Júnior Carvalho. |
Depois
de várias discussões, alguns vereadores ao ouvirem os comerciantes favoráveis a
mudança na tribuna da casa no último dia 1º de abril, chegaram a sinalizarem a
estar de acordo, mas que também precisariam ouvir o outro lado da história. O
líder da oposição, o vereador Adeilton (PP) no alvoroço daquele debate, além de
se posicionar a favor dos donos dos estabelecimentos comerciais, o que foi
seguido pelos companheiros do grupo e outros parlamentares, cogitou a eliminação de uma audiência
pública, pois entendia que o ato só iria fazer com eles andassem em círculos e
que era favorável a um projeto do líder da maioria, o vereador Edezyo Jallede
(SDD) para que houvesse a regulamentação da mudança ora desejada.
Se
essa ação se concretizasse a Câmara corria sério risco de estar tomando uma
decisão antidemocrática, pois iria aprovar uma lei sem que os maiores
interessados tivessem a oportunidade de opinar. Deixamos isso claro todas as vezes
que escrevemos sobre o assunto. Afinal de contas, mudanças desse tipo não pode
ser fruto apenas de uma classe – os comerciantes, tão pouco deve ser originária
de uma legislação por parte dos vereadores ou do executivo, mas deve ser fruto
de um conjunto da obra – comerciantes, poderes legislativo e executivo e os
consumidores/comunidade.
A
situação mudou e populares usaram a tribuna do legislativo nesta terça-feira,
08, e argumentaram sobre a permanência da feira nos domingos. Mas falta os
comerciantes que não percebem com bons olhos essa mudança e os demais setores
da comunidade. Percebendo essa guinada, os vereadores veem agora que a melhor
alternativa é permitir que todos os segmentos sociais sejam ouvidos antes de
tomar qualquer decisão. Se antes havia a possibilidade de criar um PL sem que
essa oportunidade fosse dada, agora, a Câmara já desenhou dois caminhos para a
efetivação do ato democrático, uma audiência pública ou até mesmo um
plebiscito.