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Deputada Erika Kokai afirma que a CDH foi sequestrada por um projeto de poder obscurantista. |
Às
vésperas do início do novo período legislativo, parlamentares comprometidos com
os direitos humanos dão início às articulações para a retomada do controle da
Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara que, há um ano, desde que passou a
ser presidida pelo deputado e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), inverteu seu
papel histórico e passou a se constituir o principal palco de destilação de
ódio homofóbico do Congresso.
“A CDH hoje está sequestrada por um projeto
de poder, de caráter obscurantista e fascista, que quer acabar com a laicidade
do Estado e considera alguns seres humanos superiores a outros. É uma comissão
muito importante para o Congresso Nacional e para a sociedade brasileira. Por
isso, precisamos tirá-la das garras do fundamentalismo a que está hoje
submetida”, afirma a deputada Erika Kokay (PT-DF), que já aparece em
campanhas nas redes sociais como candidata à presidência da CDH.
Segundo
ela, são campanhas espontâneas e o nome do candidato a ser apoiado pelo PT
ainda não está definido. “Nós, os
deputados do Núcleo de Direitos Humanos do PT, estamos cientes da necessidade
de retomarmos a presidência da Comissão, mas não consideramos que precisa ser,
necessariamente, com alguém do partido na presidência: o importante é que a
comissão volte a cumprir o papel para o qual foi criada”, afirma ela.
Kokay
afirma que os deputados petistas já marcaram uma reunião para discutir o tema
para 3 de fevereiro, logo após a retomada dos trabalhos na Câmara. “Como o PT tem direito a três comissões na
Casa, nós vamos pleitear que a segunda opção seja a de direitos humanos, mesmo
que a presidência fique nas mãos de outro partido”, afirma. A primeira
opção, historicamente, tem sido pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
considerada uma das mais importantes.
A
deputada lembra que, mesmo em face das inúmeras violações cometidas contra os
direitos humanos de mulheres, gays, lésbicas, crianças, negros e índios no ano
passado, a CDH manteve uma atividade completamente alheia. “Nós queremos que o fiasco de 2013 fique na
história, para que nos lembremos sempre o risco que a nossa democracia corre em
mãos fascistas. Como dizia Nelson Rodrigues, o absurdo está perdendo a modéstia”,
acrescenta.
Kokay
afirma também que, tão logo a comissão seja retomada, os parlamentares
pretendem dissolver a Frente Parlamentar criada em 2013 para manter viva e
unificada a luta pelos direitos humanos. “A
Frente foi a opção que encontramos para manter a luta e fazer frente à atuação
fundamentalista da atual presidência da CDH”, esclarece.
Via
Carta Maior