12 autoras negras para ler e lembrar que o Dia da Consciência Negra é o ano inteiro


Conceição Evaristo fala durante "Latinidades - Festival da Mulher Afro Latina Americana e Caribenha 2013".
(Foto: Reprodução/Hypeness)
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Quantas autoras negras você já leu? Provavelmente, poucas. Quem fez o Enem este ano teve até um gostinho da obra de Conceição Evaristo, autora mineira nascida em 1946 que podia se tornar a primeira mulher negra a ocupar uma cadeira na ABL, mas perdeu o posto para o cineasta Cacá Diegues.

Felizmente, algumas iniciativas já buscam oferecer mais espaço a mulheres negras na literatura, como esta livraria especializada em escritoras negras ou esta editora que buscava uma autora negra com um livro inédito para publicação. Acontece que, mais do que publicar, essas mulheres precisam ser lidas – e nossa seleção promete te ajudar a selecionar algumas obras incríveis para começar.

Maria Firmina dos Reis

Primeira romancista brasileira, essa moça nascida em 1825 no Maranhão é autora de livros como Úrsula e A Escrava. Além de escrever, era professora e fundou uma aula mista e gratuita para alunos que não podiam pagar pela educação.

Pintura de Maria Firmina dos Reis, de autoria de Tony Romerson Alves.
(Foto: Wimimedia Commons).

Chimamanda Ngozi Adichie

Chimamanda é um dos nomes queridinhos da atualidade. A nigeriana autora de Americanah, Hibisco Roxo, No Seu Pescoço, Sejamos Todos Feministas, Meio Sol Amarelo e Para educar crianças feministas (ufa!) ficou conhecida por um poderoso TED em que relata os perigos de se contar uma história única sobre a África – vai por mim, você merece ver.

Chimamanda Ngozi Adichie.
Carolina Maria de Jesus


Se você ainda não ouviu, pode ter certeza de que vai ouvir falar muito sobre ela. Carolina Maria de Jesus trabalhava como catadora de lixo e escrevia nas páginas que encontrava nas ruas. Seu livro mais famoso é Quarto de Despejo – Diário de uma favelada, mas ela também assina obras como Casa de Alvenaria, Pedaços de fome e Provérbios.

Carolina Maria de Jesus autografando o livro Quarto de Despejo, em 1960.
(Foto: Arquivo Nacional).


Alice Walker

Em seu livro Rompendo o Silêncio, Alice Walker relata suas passagens por Ruanda, Congo, Palestina e Israel, quando foi convidada por organizações feministas e de direitos humanos. Seus comentários em tom poético lhe renderam duas premiações: um Pulitzer e um National Book Award. Outra obra da autora, A Cor Púrpura, foi adaptada para o cinema e indicada a 11 Oscars.

Alice Walker. (Foto: CC BY-SA 2.0 Virginia De Bolt - Wikimedia Commons).

Elizandra Souza

Natural da zona sul paulista, Elizandra é jornalista, mas também poetisa. Seu livro Águas de Cabaça aborda temáticas relacionadas ao candomblé. Se não bastasse, ela é também criadora do fanzine Mjiba que hoje se tornou um projeto maravilhoso, com direito a lançamento de livros de outras mulheres porretas como ela.




NoViolet Bulawayo

Natural do Zimbábue, NoViolet é autora do impactante Precisamos de Novos Nomes, que relata sob a ótica de uma criança temas sérios que vão de assassinatos políticos a estupros. É quando a protagonista Darling vai estudar nos Estados Unidos que as reflexões sobre a vida na África se transformam em uma forma de entender suas origens.


NoViolet Bulawayo / Foto: Paul Kariuki Munene.

Djamila Ribeiro

Esse mulherão dá uma aula sobre racismo, sexismo e, de quebra, sobre a sociedade como um todo. Em O que é lugar de fala? ela reflete sobre esse termo que já se tornou quase clichê e parte daí para debater sobre desigualdades. Seu segundo livro, Quem tem medo de feminismo negro, virou um dos ícones sobre o assunto no Brasil – e muita gente fez questão de levá-lo às urnas para deixar aquele recado nas últimas eleições.


Djamila Ribeiro /Foto:CC BY 3.0 Agência PT - Wikimedia Commons.


Jenyffer Nascimento

Pernambucana, Jenyffer é poeta que lançou recentemente seu primeiro livro solo: Terra Fértil. O lançamento foi feito através do coletivo Mjiba e retrata temas como amor, identidade, racismo e machismo.


Jenyffer Nascimento / Foto: Elaine Campos - Reprodução - Facebook.


Toni Morrison

Com um retrato cru da experiência da mulher negra, Toni Morrison já entrou para o seleto grupo de escritores que podem se gabar de ter levado para casa um Prêmio Nobel de Literatura. Vale ler Jazz, um romance que evidencia as consequências do assassinato de uma jovem no Harlem.


Toni Morrison. Foto: CC BY-SA 2.0 Angela Radulescu - Wikimedia Commons.


Cristiane Sobral

Misturando prosa com poesia, Cristiane Sobral é autora de três livros: Não Vou Mais Lavar os Pratos; Espelhos, Miradouros, Dialéticas da Percepção; e Só por Hoje Vou Deixar Meu Cabelo em Paz. Sua obra retrata os desafios da mulher negra de forma leve, mas sem nunca deixar de lado a postura engajada.


Cristiane Sobral / Foto: Reprodução - Facebook.


Mel Duarte

Paulista, Mel Duarte é autora de Fragmentos Dispersos e Negra, Nua e Crua, mas sua obra vai muito além das páginas dos livros. Escritora, ativista e produtora cultural, ela possui até poemas inspirados em Jair Bolsonaro.




Conceição Evaristo

Ela abriu esse texto, mas merece também um lugar de destaque aqui no finzinho da lista. Seu primeiro poema data de 1990 e continua escrevendo. Doutora em literatura e nascida em uma favela de Belo Horizonte, Conceição Evaristo é autora de Olhos d’Água, Ponciá Vicêncio, Becos da Memória, Poemas da Recordação e Outros Movimentos. (Com informações do Hypeness).

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