O
senador Aécio Neves (PSDB-MG), candidato derrotado à Presidência da República,
retornou às suas atividades no Senado hoje (5) com um discurso diferente do que
pregou ao reconhecer ter perdido a eleição, no último dia 26. Na ocasião, ele
falou na importância de se "unir o Brasil". Hoje, disse que seu
objetivo daqui por diante "é fazer uma oposição firme, sem adjetivos"
e retomou o tom utilizado contra Dilma Rousseff na campanha eleitoral, deixando
de lado a ideia de que foi derrotado no último dia 26 pela presidenta.
Senador tucano foi recebido no Congresso com frases de incentivo. |
“Essa
recepção é tudo o que um político poderia querer de uma trajetória, que não se
encerra. Chego hoje ao Congresso para exercer o papel que me foi delegado por
grande maioria da população brasileira”, afirmou o senador.
Saudado
por 300 pessoas na chapelaria do Congresso aos gritos de “presidente” e “fora
PT” e em meio ao hino nacional, que também cantou, Aécio lembrou que é o
primeiro a reconhecer a representatividade da presidenta Dilma Rousseff, mas
que não se pode esquecer que recebeu mais de 51 milhões de votos. Disse que
está pronto para dialogar, mas em relação às "propostas que interessem aos
brasileiros". "Vamos cobrar
tudo o que o governo prometeu e não está cumprindo. Não me sinto derrotado, me
sinto um vitorioso, porque defendemos o que está vivo no coração dos
brasileiros", acentuou.
Se
de um lado Aécio afirmou ser contra os atos que pedem o impeachment de Dilma e
até mesmo uma intervenção militar, de outro se colocou a favor da iniciativa do
partido que preside de solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma
auditoria no resultado da disputa presidencial da qual saiu derrotado.
O
pedido foi feito com base em comentários de usuários de redes sociais, e
mereceu críticas de políticos da base aliada ao Palácio do Planalto e do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que chamou a medida de
“imprudência a toda prova” por parte do PSDB.
Enquanto
Janot considera que o pedido de revisão coloca em risco a credibilidade das
instituições democráticas, com grave risco de instabilidade, Aécio entende que
se trata de um "processo comum da democracia” e argumenta que a
solicitação não significa que ele tenha questionamentos sobre o resultado final
do pleito. “Quero lembrar que fui o
primeiro a telefonar para a presidenta Dilma, dar-lhe os parabéns e desejar-lhe
êxito. Sei que fiz minha parte para que a eleição fosse honrada”,
ressaltou.
Antes
da chegada ao Senado, Aécio já havia sido cobrado publicamente pelo líder do PT
na Casa, Humberto Costa (PE), para que os cabeças do PSDB se opusessem à
tentativa de difundir ideias golpistas e à ideia de contestar a confiabilidade
das instituições eleitorais. "Não
condenar esse tipo de golpismo é, evidentemente, ser conivente com ele. Não há
o lado do silêncio em um momento que a democracia está sob ataque. Ou se está
do lado dela ou se está contra ela. É imprescindível que lideranças da oposição
cumpram o dever cívico de defender o regime democrático e de reprovar, de
maneira contundente, qualquer flerte de seus seguidores com atitudes golpistas
e atentatórias às regras constitucionais", afirmou o senador.
Ataques de campanha
A
exemplo do que havia feito durante a campanha, Aécio retomou a ideia de se
mostrar como vítima do PT. “Fui atacado de forma sórdida em todo esse processo”,
disse. “Esse governo utilizou como pôde e
como não pôde a máquina pública, como os Correios, e ajudou a espalhar o
terrorismo eleitoral junto aos beneficiários dos programas sociais. Agiu assim,
primeiro, com Eduardo Campos, depois com Marina Silva e, por fim, comigo”,
completou.
O
ex-candidato apontou, entre o que precisa ser feito com prioridade pelo
governo, a necessidade de melhoria dos indicadores sociais e econômicos no país
e a investigação completa das denúncias de corrupção no Executivo. "O Brasil não concorda mais com os malfeitos.
Seremos um exército vigilante formado por 51 milhões de pessoas para cobrar o
atual governo. E esse número vai aumentar. As pessoas achavam que o fim das
eleições iriam desmobilizar o eleitorado, mas não é o que vemos ao longo dos
últimos dias”,
salientou.
Encontro do PSDB
Os
apoiadores de Aécio buscaram causar furor com o retorno do tucano ao Congresso,
nove dias após a derrota para Dilma. Inicialmente ele iria fazer um discurso no
plenário do Senado, mas desistiu. Segundo assessores, a ideia é garantir que
sua fala na reunião nacional do PSDB, programada para amanhã (5), no auditório
Nereu Ramos, fique marcada como seu primeiro pronunciamento após as eleições.
O
evento tem como objetivo definir os rumos da legenda, agradecer aos
parlamentares pelos votos e traçar a estratégia da oposição daqui por diante.
Está programada a realização de um balanço da campanha pelo partido.
Não
é surpresa a informação de bastidores de que em seu primeiro discurso Aécio
deverá criticar Dilma. As denúncias de corrupção na Petrobras fazem parte da
lista de temas que prometem ser abordados por ele, segundo parlamentares
tucanos, novamente retomando o tom da campanha eleitoral.
Via
Rede Brasil Atual
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