As
aberrações de um grupo de lunáticos reivindicando intervenção militar e
defendendo Bolsonaro, na rua e nas redes sociais, não me produzem raiva, mas
tristeza. Me comovem negativamente por duas razões básicas:
1-
porque o fato dessas pessoas pensarem e expressarem isso é o retrato de como as
forças da ditadura permanecem vivas e influentes, mostra o quão todos os crimes
de lesa humanidade, como tortura, estupro e assassinados são banalizados por
alguns; e pior que isso, são reivindicados como "salvação do país"
por muitos destes.
2-
porque noto um desconhecimento colossal de parcela das pessoas que lá estão
fazendo esse papel ridículo e degradante, sobre a história do país e,
principalmente, sobre o que significou a ditadura empresarial-militar. São centenas
os filmes, documentários, depoimentos, livros, pesquisas para se estudar, é
abundante o material disponível para se libertar da ignorância e conseguir
compreender seu entorno um pouco além do umbigo. Nos próximos dias sairá o
relatório da Comissão Nacional da Verdade que será outra ferramenta pedagógica
importante para estudos.
Se
manifestar com liberdade, reivindicando não ter mais liberdade para se
manifestar é um ato que só pode ser feito por quem usufruiu individualmente de
privilégios na ditadura, por quem tem prazer em saber da existência de violenta
repressão ou por quem não consegue viver sem exercer poder tirânico sobre os
outros.
Quero
deixar claro que não concebo esse tema no campo das divergências políticas e
ideológicas, o trato como sintoma claro de problemas de sanidade mental, de
saúde mental, de transtorno de personalidade. Isso se expressa tanto no
saudosismo da "ordem" e da violência de Estado, como no grau de
contradição, irracionalidade e falta de lógica dos argumentos, xingamentos,
cântico e cartazes que expressavam tal saudosismo.
Com
isso registro que na vida real ou virtual não terei tolerância com a defesa da
total intolerância, ou seja, com a defesa da ditadura empresarial-militar e de
seus representantes como Bolsonaro e outros. Não há nenhuma chance de uma
pessoa que defenda tais dogmas e crimes representar um convívio saudável e
agregador, pelo contrário.
Via
Augere/O Fato e a História
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