Caminhos
da Reportagem que vai ao ar no dia da Consciência Negra (20/11) aborda os
movimentos de luta contra o racismo, que se uniram na ditadura e se
multiplicaram na volta à democracia.
No, EBC
Na
efervescência cultural dos anos 70, a afirmação da identidade negra ganhou
força com a criação do primeiro bloco afro do Brasil, o Ilê Aiyê, e o início do
movimento “black power”, sob a influência da “soul music” dos Estados Unidos. O
fundador do bloco, Vovô do Ilê, e o produtor cultural Don Filó, da formação original
da banda Black Rio, contam estas e outras histórias. Outro foco de resistência
foi a chamada imprensa negra, cujo exemplo mostrado no programa é a Revista
Tição, do Rio Grande do Sul.
Ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Barros. |
A
violência policial contra os negros, sua exclusão dos resultados do milagre
econômico e o desejo de mais liberdade de expressão levaram à criação do
Movimento Negro Unificado (MNU). Os integrantes ousaram questionar o mito da
democracia racial no Brasil, propagado pelo governo militar. Os órgãos da
repressão monitoravam tanto os movimentos culturais quanto os políticos dos
negros. Os principais nomes do MNU, como a ministra da Seppir Luiza Barros,
Yedo Ferreira e Milton Barbosa dão seu depoimento.
Na
redemocratização, muitas das pautas do movimento negro foram atendidas na nova
Constituição, como a criminalização do racismo, o direito à demarcação de
terras dos quilombos e o ensino da história da África nas escolas. Outras
conquistas vieram nos últimos anos, como as cotas raciais. Mas muitos desses
direitos ainda não são respeitados. É o que o Caminhos da Reportagem comprova na
visita aos quilombos Alto do Tororó e Rio dos Macacos, em Salvador, e nas
gravações com integrantes da Campanha Reaja, que luta contra o extermínio de
jovens negros, as principais vítimas da violência no país.
Publicado
originalmente do Portal Geledes
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