Ensinando Beatriz a praticar capoeira

Beatriz praticando capoeira. (FOTO|Reprodução| YouTube).

Por Nicolau Neto, editor

Ensinando a Beatriz à prática da Capoeira, este símbolo cultural brasileiro que reúne arte-marcial, esporte, dança e música.

Tendo como referência temporal o século XVII, ela foi construída pelo povo escravizado da etnia banto, vindo a se espalhar por todo o território brasileiro, sendo considerada um dos maiores símbolos da cultura nacional e de resistência negra.

Beatriz tem 4 anos.

Querem ver como ela se saiu? Então, é só assistir ao vídeo abaixo:

         

Um recorde de candidaturas negras, por Cida Bento

 

Cida Bento. (FOTO/ Reprodução/ CEERT).

Crescimento está ligado à intensificação da pressão dos movimentos sociais

Foi manchete na grande mídia que, nas eleições de 2022, o Brasil terá uma proporção recorde de candidaturas de mulheres e negros — 49,3% são de pessoas negras, e as mulheres somam 33,4%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Esse crescimento tem a ver com a intensificação da pressão dos movimentos sociais, em particular do movimento negro, por maior representação política nos parlamentos e Executivos de todo o país. A luta é pela democratização desses espaços.

A contagem dobrada dos votos em candidatas mulheres e em candidatos negros para a Câmara dos Deputados, conforme decisão do TSE em 2021, na definição dos valores do fundo partidário e do fundo eleitoral repassados aos partidos políticos, tem potencial para modificar a realidade de que a política no Brasil sempre foi feita principalmente por homens brancos.

Hoje, os processos eleitorais, ainda que de maneira tímida e lenta, vão incorporando outros segmentos da população, que ao longo da história do país não participaram de decisões que afetam diretamente suas vidas e estão construindo coletivamente sua participação. Essa pluralidade na participação política é expressiva do que pode ser considerado uma democracia.

A possibilidade real de mudanças no cenário político aumenta a violência contra essas candidaturas como forma de manter privilégios políticos, de não permitir posições diferentes das hegemônicas no cenário político ou ainda visando destruir qualquer oposição.

O relatório Desigualdade de Gênero e Raça na Política Brasileira, da Oxfam Brasil e do Instituto Alziras, nos revelou que nas eleições de 2020 foram comuns ameaças, discursos de incitação a violência e ódio, desmerecimento intelectual, críticas à faixa etária, ao pertencimento étnico-racial e, quanto às mulheres trans, negação de identidade de gênero.

O relatório mostrou ainda que os candidatos que receberam ataques foram ofendidos majoritariamente por suas atuações profissionais, como políticos e gestores públicos —com exceção de idosos e LGBTQIA+, que também foram alvo de ódio e agressões por essas características.

Desta forma, se houve uma ampliação recorde de vereadores e vereadoras negros e negras nas Câmaras Municipais, que passaram de 42,1% para 45,1% dos mandatos, esses parlamentares sofreram ataques justamente por serem aquilo que são.

E neste contexto, algumas situações se repetem, como o fato de que são os homens brancos o único grupo populacional onde a parcela de eleitos é maior do que a proporção de candidatos.

De outro lado, iniciativas da sociedade civil para ampliar o número de votos destes segmentos também são crescentes. A Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala no Brasil se mobilizou para incentivar meninas brasileiras a se registrarem e votarem nas eleições gerais deste ano, por meio da campanha #MeninasDecidem.

Vale lembrar que o número de jovens entre 15 e 17 anos com novos títulos cresceu mais de 45%, segundo o TSE, correspondendo a 1 milhão de jovens com título.

É também objetivo deste fundo promover não só a ampliação do voto das jovens, mas também a educação pública de qualidade em regiões do país onde a maioria das meninas não frequentam o ensino secundário, principalmente as negras, indígenas e quilombolas, com vistas a mudanças políticas para garantir educação secundária a todas as meninas.

Todo este processo de crescentes esforços por parlamentos e Executivos que reflitam a multiplicidade cultural, religiosa, de gênero, raça e idade é a expressão também da confiança social na democracia.

Vai ao encontro da Carta de 2022, lida em 11 de agosto na maioria dos estados brasileiros, por estudantes jovens, periféricas, negras e trabalhadoras na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), destacando a importância de defender a Constituição, o Estado de Direito e a democracia.

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Texto encaminhado à redação do Blog pela equipe do CEERT/São Paulo.

Bolsonaro mantém alta rejeição e não tira votos de Lula. ‘Precisa, mas não consegue’

 

"Reverter 51% de rejeição, em menos de 45 dias da eleição, não é uma tarefa simples. E talvez seja ainda mais difícil para Bolsonaro que todos os dias produz notícias negativas para a sua campanha". (FOTO/ Alan Santos/PR).

As pesquisas eleitorais divulgadas ao longo desta semana indicam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolidado na dianteira da disputa pelo Palácio do Planalto. Mas também um crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida, embora abaixo do esperado diante dos pacotes eleitoreiros. Além disso, Bolsonaro não consegue tirar votos de Lula, e a redução de sua rejeição também não se dá no ritmo necessário.

A avaliação é da cientista política Rosemary Segurado, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Em entrevista a Rafael Garcia, do Jornal Brasil Atual, a Rosemary baseia sua análise com base na última pesquisa Datafolha, divulgada ontem (18). No estudo, o petista aparece 15 pontos percentuais à frente de Bolsonaro no primeiro turno, com 47%, ante 32% do candidato à reeleição.

O crescimento de 3 pontos de Bolsonaro em relação à pesquisa anterior fica dentro da margem de erro. O presidente também conseguiu avançar numericamente entre outros segmentos, como o de eleitores que ganham de dois a cinco salários mínimos, no qual Bolsonaro no qual agora figura em empate técnico com Lula, também dentro da margem de erro (40% a 38% para o petista). “Ele (Bolsonaro) precisava mexer nisso e não consegue”, comenta Rosemary. Além disso, na faixa mais pobre – e mais populosa – Lula ainda lidera, com 54% a 23%.

Rejeição mais alta

A rejeição a Bolsonaro também segue como obstáculo para o atual presidente, de acordo com ela, já que Datafolha apurou que 51% declaram que não votariam nele de jeito nenhum. “Reverter 51% de rejeição, no tempo que se tem, menos de 45 dias da eleição, não é simples. E talvez seja ainda mais difícil para Bolsonaro, que todos os dias produz notícias negativas para a sua própria campanha. Por exemplo, ontem, ter agredido um youtuber que foi esperá-lo na saída do Palácio do Planalto”, observa a cientista política. Ela se refere ao caso em que Bolsonaro foi chamado nesta quinta de “thutchuca do centrão“. E, revoltado, partiu para cima de Wilker Leão, tentando arrancar o celular de suas mãos.

Primeiro turno

Rosemary também vê com ressalva análises da mídia comercial que apontam como certo o segundo turno. “Os dados não estão mostrando exatamente isso”, analisa. “Temos o ex-presidente Lula bastante consolidado na liderança e Bolsonaro, mesmo com todas essas medidas feitas recentemente, e Bolsonaro não conseguiu reverter (a rejeição). Crescer um ponto em um mês e em outro é insuficiente e distante da expectativa do que conseguiria com esses recursos. Nós não estamos vendo essa mudança. Então, há sim essa possibilidade de vitória no primeiro turno (de Lula).”

O Datafolha indicou que Lula tem hoje 51% dos votos válidos, excluindo nulos e brancos, ante 35% de Bolsonaro. O ex-presidente também supera o atual com uma diferença de 13 pontos percentuais em São Paulo, 20 em Minas Gerais e 6 no Rio de Janeiro. Os três colégios eleitorais normalmente já indicam quem pode ser o vencedor das eleições. “No Rio a diferença é menor, mas temos que ter em mente que sua vida e trajetória política foram constituídas totalmente no Rio. Ele tem uma base de apoio muito grande no estado, então é compreensível que ele tenha uma performance melhor do que em outros lugares”, pondera Rosemary.

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Com informações da RBA.

Prefeito de Santana do Cariri declara apoio a candidatura de Idilvan Alencar

 

(FOTO/ Reprodução/Instagram).

Por Nicolau Neto, editor

O prefeito de Santana do Cariri, Samuel Cidade, declarou na tarde desta sexta-feira, 19 de agosto, apoio à candidatura de Idilvan Alencar (PDT) a deputado federal.

O anúncio foi registrado nas redes sociais de Idilvan que concorre à reeleição. Segundo Samuel, esse apoio veio de uma construção. "Fomos procurados e construímos uma boa relação. Não conhecia o Idilvan pessoalmente. Conhecia apenas as redes sociais e, ao longo de um pequeno período a gente estreitou os laços de amizade e também a gente reconheceu o trabalho que ele já Santana do Cariri e eu tenho certeza que vai fazer muito mais por nós”, destacou Samuel e complementou “então é por isso, Idilvan, que quero fazer de público esse apoio à sua candidatura”.

Ao agradecer o apoio do prefeito, Idilvan frisou que “hoje é um dos dias mais importantes” da sua campanha política e que ter o apoio do Samuel “é cheio de simbolismo” e explicou. “Primeiro: é a terra do meu pai, Santana, ali no Brejo Grande. Segundo. Eu sei da tua gestão. Eu conheço. Você é uma pessoa trabalhadora”, comentou.

Ainda de acordo com Idilvan, a gestão de Samuel é referência em toda a região do Cariri. “Fico muito feliz. Dignifica muito a minha caminhada”, finalizou.

Conforme já registrado neste espaço, no sábado (20), em Nova Olinda, no cariri, haverá o lançamento da campanha. A concentração está marcada para às 18h, ao lado da Escola Padre Luís Filgueiras.  

Idilvan Alencar fará lançamento de sua campanha a deputado neste sábado (20) em Nova Olinda

 

Idilvan Alencar. (FOTO/ Reprodução/ Site do PDT).

Por Nicolau Neto, editor

Parece que 2018 foi ontem e cá estamos nós outra vez, mais experiente, com muitos resultados para mostrar e ainda mais animado para defender a educação, os professores e demais profissionais. E, também, defender a democracia, essa grande conquista do povo brasileiro”, foi assim que Idivan Alencar (PDT) escreveu em suas redes sociais ainda em julho quando foi oficializado sem nome como pré-candidato a Deputado Federal pelo Ceará.

Em 2018, Idilvan foi um dos mais votados como Deputado Federal com 154.338 votos. Um dos parlamentares brasileiros mais atuantes, principalmente na defesa da área educacional, Idilvan bucará renovar seu mandato.

Em Nova Olinda, no cariri, o lançamento da campanha ocorrerá neste sábado, 20. A concentração está marcada para às 18h, ao lado da Escola Padre Luís Filgueiras.  

Se próximas pesquisas confirmarem queda, será a demonstração de que o discurso de Ciro o transforma em guarda votos de Bolsonaro, diz professor

 

Ciro Gomes. (FOTO/ Reprodução/Poder360).

Por Nicolau Neto, editor

Foi divulgada na noite desta quinta-feira, 18, pesquisa do DataFolha para presidente da República.

Os números mostram que o ex-presidente Lula (PT) continua a frente e mantém chances de vencer a disputa logo no primeiro turno. Considerando somente os votos válidos, Lula atinge 51%, enquanto o atual presidente, Bolsonaro (PL), registra 37%. Já na estimulada, Lula mantem um diferença de 15 pontos em relação a Bolsonaro, 47% contra 32%, respectivamente.

Os números do DataFolha também confirmaram a tendência de queda do ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT).

O professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Rodrigo Perez Oliveira publicou uma análise da recente pesquisa. Segundo ele, o leve crescimento do atual presidente são “provavelmente, os efeitos da PEC das bondades e do terrorismo religioso/comportamental.”

Perez argumenta ainda que pode ser fruto também de um discurso antipetismo feito por Ciro Gomes. “Se as próximas pesquisas confirmarem essa realidade como tendência, é a demonstração na prática de que o antipetismo do candidato do PDT o transforma em guarda votos de Bolsonaro. Isso comprovaria a tese de que a campanha de Ciro vem atuando como linha auxiliar do Bolsonarismo”, disse.

Confira abaixo a análise completa.

1) Lula se mantém estável, parece que bateu no teto. Nada indica que cairá disso, o que o deixa, sim, muito próximo da vitória no 1° turno. O teto é alto.

 2) Bolsonaro cresceu três pontos, ou seja, acima da margem de erro. Provavelmente, são os efeitos da PEC das bondades e do terrorismo religioso/comportamental.  Há ainda outra possibilidade, que comento no ponto 3.

3)  Ciro oscilou pra baixo, na margem de erro. Isso sugere que Bolsonaro pode estar crescendo em cima dele. Se as próximas pesquisas confirmarem essa realidade como tendência, é a demonstração na prática de que o antipetismo do candidato do PDT o transforma em guarda votos de Bolsonaro. Isso comprovaria a tese de que a campanha de Ciro vem atuando como linha auxiliar do Bolsonarismo.

4) O comportamento do eleitorado de Ciro Gomes definirá se as eleições terminam no 1° turno ou se Bolsonaro conseguirá ir para o 2° turno com mais musculatura.

Datafolha mantém vitória de Lula no 1° turno

 

(FOTO | Ricardo Stuckert).

O DataFolha divulgou na noite desta quinta-feira, 18, mais uma pesquisa de intenção de voto para a presidência da República que mantém o favoritismo isolado do ex-presidente Lula (PT).

Apesar de um crescimento tímido (3 pontos) de Jair Bolsonaro, o líder progressista mantém uma distância de 15 pontos. Na estimulada, Lula tem 47% contra 32% de Bolsonaro. Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) continua com menos de dois dígitos, 7%.

Na espontânea, Lula fica com 40% das menções contra 28% de Bolsonaro e apenas 2% do candidato pedetista. Simone Tebet (MDB) fica com 1%. Indecisos 22% e Branco/Nulo, 6%.

Nos votos válidos, o ex-presidente Lula registra 51% contra 35% do inquilino do Planalto. Com isso, o petista mantém a tendencia de vencer já no primeiro turno do pleito.

Outro dado relevante é que Lula registra preferência de 32% entre o eleitorado evangélico e 55% de intenção de voto entre os mais pobres. São dados que confirmam que a disputa presidencial será a reprodução de uma luta de classes.

Já numa virtual disputa de 2° turno, Lula venceria Bolsonaro por uma vantagem acachapante de 17 pontos (54% x 37%). Branco/Nulo 8% e Indecisos, 2%.

O DataFolha ouviu 5.744 eleitores em 281 cidades entre os dias 16 e 18 de agosto de 2022. A pesquisa foi contratada pela Folha e TV Globo, e registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o código BR-09404/2022.
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Com informações do O Cafezinho.

Candidatos autodeclarados pardos ou negros exploram afroconveniencia para ganhar votos

 

ACM Neto e Ana Coelho em entrevista coletiva. (FOTO | Paula Fróes |CORREIO).

Os candidatos a governador e vice-governadora da Bahia, ACM Neto e Ana Coelho, se registraram no TSE como pessoas pardas. Recentemente, repercutiu a notícia que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, se declara se declara como negro. Qual o problema dessas autodeclarações e como isso impacta a luta antirracista?

Autodeclaração é algo polêmico. Alguns defendem que se a pessoa tem parentes negros, então não se pode questionar como ela se identifica, ainda que o fenótipo dessa pessoa seja branco. Acontece que assim como as fraudes e confusões acontecidas nas políticas de cotas das universidades, a declaração de negritude de candidatos a cargos políticos gera uma sensação de representatividade falsa. Vamos refletir:

Arthur Lira é um político conservador, aliado do atual presidente, que por sua vez já fez diversas declarações racistas e não acredita na existência do racismo. ACM Neto e Ana Coelho estão lutando por qual projeto de reparação histórica em relação à marginalização do povo preto? A polícia e outras instituições historicamente racistas já pararam  essas pessoas na rua e as trataram com truculência como fazem com pessoas que trazem nas características físicas sua ancestralidade preta?

Uma aferição deve ser feita com candidatos autodeclarados negros. Alguns, após eleitos, voltam atrás em sua suposta negritude.

O que fazer então? Não quero julgar negritude de ninguém”. Há muita gente preta que faz parte de movimentos populares e antirracistas. Pesquise bem. Em geral, essas pessoas são mais acessíveis que os velhos nomes brancos que sempre se reelegem.

Pessoas brancas tentando roubar protagonismo preto sempre existiu e sempre existirá, cabe a nós sermos estratégicos, inteligentes e cobrar dos afroconvenientes, ao mesmo tempo que ajudamos os pretos comprometidos com a causa a ocuparem espaços.

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Texto de Aquiles Marchel Argolo, originalmente na página africanizeoficial.