Comitê será lançado neste domingo no Crato

  

(FOTO |Reprodução| WhatsApp). 

Por Alexandre Lucas, Colunista

Neste domingo a partir das 16 horas, na comunidade do Mutirão, no Crato, será lançado mais um Comitê Popular de Luta. O lançamento contará com a presença do ex-senandor Inácio Arruda, do Partido Comunista do Brasil- PCdoB.

Os Comitês é uma iniciativa dos movimentos sociais e dos partidos políticos do campo democrático e popular que visa fortalecer a luta contra a onda fascista no país e derrubada do Governo de Bolsonaro.

Na região do Cariri já foram montados outros comitês. No Mutirão, o Comitê reuni militantes da Associação Mensageiras da Paz, Coletivo de Mulheres do Mutirão, União Brasileira de Mulheres - UBM, União da Juventude Socialista - UJS, Coletivo Camaradas e do PCdoB.

A expectativa do lançamento é reunir pontos de cultura, coletivos artísticos, movimentos identitarios, organizações juvenis, associações de moradores e partidos políticos.

Pesquisa Quaest/PDT revela que no Ceará, Lula tem 59%, Bolsonaro 18% e Ciro 11%

 

(FOTO/ Reprodução/ Poder360).

Por Nicolau Neto, editor

O Jornalista Érico Firmo, do O POVO, publicou na manhã desta quinta-feira, 07 de julho, dados da Pesquisa Quaest que foi contratada pelo PDT para orientar escolha de candidatos da agremiação ao Governo do Ceará. A informação, segundo Firmo, foi divulgada por Carlos Mazza, colunista do portal mencionado.

A pesquisa ouviu de forma presencial 1.500 eleitores espalhados em 49 municípios do Estado entre os dias 27 de junho e 1º de julho e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por meio dos números BR-07841/22 e CE-05334/22. Firmo destacou que a pesquisa demonstrou que o ex-presidente Lula (PT) atingiu quase 60% (59%), enquanto que o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) não conseguiu alcançar 20%, ficando, pois com 18%. Ciro Gomes (PDT) chegou a pontuar no seu Estado 11%.

Ainda pontuaram André Janones (Avante) e Simone Tebet (MDB) com 3% e 1%, respectivamente. 4% pretendem votar branco/nulo, enquanto que 3% ainda não decidiram em quem votar.

O levantamento que foi realizado visando orientar a escolha de quem será o representante do PDT ao governo do Ceará nas eleições deste ano e mostrou que o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio é o que tem o melhor desempenho frente ao Capitão Wagner (União Brasil). Cláudio aparece com 40%. Segundo a margem de erro, ele está tecnicamente empatado com Wagner, pré-candidato da oposição, que pontuou com 44%.

Já a atual governadora Izolda Cela atingiu 30% diante de 52% do Wagner. Movimentos nas redes sociais já foram lançados em prol de Izolda para que a governadora e ex-secretária estadual da Educação seja a escolhida do PDT na disputa.

A pesquisa também fez simulação com os outros nomes do PDT, como Mauro Filho e Evandro Leitão. Ambos com resultados menores.

Clique aqui e veja os dados completos.

Nicolau Neto é escolhido do público nas categorias Historiador e Professor de História


Professor Nicolau Neto. (FOTO |Lucélia Muniz).

Valéria Rodrigues, Colunista

Nicolau Neto, administrador e editor do Blog Negro Nicolau foi o melhor do ano em pesquisa de opinião pública em duas categorias promovida pela empresa Nova Ideia Consultoria e Marqueting, de Brejo Santo-Ce.

A votação ocorreu por meio da Rede Social Instagram da empresa que já afirmou que irá entregar aos vencedores e vencedoras das diversas outras categorias as placas em evento a ser marcado.

As categorias referentes ao município de Altaneira, no cariri cearense, foram as de "Historiador" e "Professor de História."

Na tarde desta terça-feira, 05, tão logo o resultado foi divulgado pela empresa, o professor usou suas redes sociais para agradecer a votação.

Compartilho com amigos e amigas a alegria de mais uma vez ter sido escolhido em duas categorias o melhor em pesquisa de opinião pública. Agradeço a todos e todas que votaram em mim, escreveu.

Em 2021, além da placa de Historiador, Nicolau também recebeu a da categoria "Site/Blog" referente a este espaço de comunicação antirracista.

Veja abaixo os resultados.





Lei Aldir Blanc 2, para além da emergência

 

(FOTO | Reprodução |Internet).

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Qual o significado da aprovação da Lei Aldir Blanc 2 para o Brasil? Se a lei Aldir Blanc 1 teve caráter emergencial, reoxigenou a economia da cultura, num momento crise sanitária, econômica e política, ela também apontou caminhos para uma política estruturante para o país. Uma política de estado para cultura.

Fruto da luta ampla dos diversos segmentos da cultura, gestores e parlamentares, a Lei Aldir Blanc 1, impôs a contragosto do governo brasileiro, a descentralização de recursos da União para estados e municípios, possibilitando pela primeira vez na história, que o Sistema Nacional de Cultura injetasse dinheiro para maioria das cidades brasileiras e ao mesmo tempo provocou que minimamente os entes federados organizasse os seus  sistemas municipais e estaduais de cultura.  

Os comunistas tiveram papel destacado na engenharia de escuta, mobilização e de articulação ampla para aprovação das Lei Aldir Blanc 1 e 2. Isso é incontestável, a bancada comunista foi “propositora”/relatora (Jandira Feghali),  da Aldir Blanc 1, a qual foi apresentada por Benedita da Silva – PT-RJ e subscrita por 23 deputados federais. O PCdoB foi   propositor  da Aldir Blanc 2  de autoria de Jandira Feghali - PCdoB/RJ, Renildo Calheiros - PCdoB/PEAlice Portugal - PCdoB/BA e tem a co-autoria de Luizianne Lins - PT/CEAlexandre Frota - PSDB/SP e Fernanda Melchionna - PSOL/RS, foi a partir de um leque para além dos nossos pares que foi possível aprovar, as leis Aldir Blanc.   

Ainda em 2022, será possível a aplicação de 3,8 bilhões de reais com a aprovação da Lei Aldir Blanc 2 e  Paulo Gustavo ( de caráter emergencial). A partir de 2023 serão aplicados anualmente 3 bilhões por meio da Aldir Blanc 2. Calcula-se que os segmentos da cultura e da arte no país geram em torno de 6 milhões de empregos diretos, o que corresponde aproximadamente a 4% do Produto Interno Bruto e 5% dos empregos gerados no Brasil. Esses valores impactam de forma direta na economia da cultura e movimenta diversas  cadeias produtivas nos municípios e estados.

Os dados da aplicação de recursos da Lei Aldir Blanc pelos estados demonstram números significativos de projetos aprovados. O Nordeste por exemplo teve 20.813 projetos aprovados, seguido do Sudeste com 20.248, o Norte 10,279, Centro-Oeste 5.682 e o Sul 4.343 projetos aprovados. O que representa mais de 60.000 projetos beneficiados somente pelos estados brasileiros. Quando os recursos de 3 bilhões foram fatiados pelas regiões brasileiras vamos ter os seguintes percentuais de investimentos: Nordeste 31,7%, Sudeste, 35,6%, Norte 12,4%, Sul 12,4% e Centro-Oeste 7,4%.

De acordo com dados fornecidos pelo movimento da Lei Emergência Cultural,  63% dos projetos beneficiados pela Lei Aldir Blanc 1 não haviam sido beneficiados com recursos públicos nos últimos 5 anos.  Esse percentual demonstra a fragilidade do setor cultural e a carência de uma política nacional de fomento consorciada com os entes federados.    

A Lei Aldir Blanc 2, tem caráter permanente e possibilita uma política nacional de fomento à cultura, ou seja, os R$ 3 bilhões são exclusivos para o fomento! São recursos complementares para a política pública para a cultura no país. Ao mesmo tempo fiquemos esperto para que os estados e municípios não se excluam de injetar mais recursos na política de fomento.

Essa Lei terá vigência de 5 anos, contribuirá para o processo de reconstrução do Ministério da Cultura, caso as forças progressistas e democráticas derrotem o governo Bolsonaro.

Esse é o canal para ir constituindo um sistema federativo de cultura, ainda é cedo,  mas já estamos no caminho  para erguer o Sistema Nacional de Cultura  que se entrelaça com estados e municípios para estabelecer planejamentos da política pública para cultura, mecanismos de controle e participação social e garantia de recursos públicos. A Lei Aldir Blanc 2 é estruturante para o país e  poderá extinguir a escassez da política cultural, ampliar horizontes, alimentar sonhos e bocas.

Ampla maioria defende que igualdade de gênero e educação sexual sejam abordadas nas escolas

 

Professor Nicolau Neto durante roda de diálogo na EEEP Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda - CE sobre igualdade de gênero. (FOTO/ Lucélia Muniz).

A pesquisa nacional Educação, Valores e Direitos revelou que a maioria dos brasileiros defende a abordagem de temas relacionados à desigualdade de gênero e à educação sexual nas escolas. Coordenada pelas organizações Ação Educativa e Cenpec, a pesquisa inédita foi realizada pelo Centro de Estudos em Opinião Pública (Cesop/Unicamp) e Instituto Datafolha, no marco da articulação de organizações da sociedade civil em defesa do direito à educação e contra a censura nas escolas. Foram ouvidas 2.090 pessoas em todo o país sobre questões consideradas polêmicas relativas à política educacional. Outros dados da pesquisa serão divulgados nas próximas semanas. A realização da pesquisa contou com recursos do Fundo Malala.

A pesquisa fez diversas perguntas sobre a abordagem de questões relacionadas à educação em gênero e sexualidade. Perguntados se estudantes devem receber, nas escolas, informações sobre as leis que punem a violência contra mulheres, 96% dos entrevistados disseram concordar, 93% acreditam que as escolas precisam ensinar meninos a dividirem com meninas e mulheres as tarefas de casa e 88% dizem ser importante que as escolas discutam as desigualdades entre homens e mulheres. Com relação à afirmação de que as escolas devem promover o direito das pessoas viverem livremente sua sexualidade, sejam elas heterossexuais ou LGBTs, a concordância foi de 81%.

Em relação à educação sexual, o apoio também é expressivo: 96% afirmam que as escolas devem oferecer informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e como preveni-las; 93% são favoráveis a que os estudantes recebam, nas escolas, informações sobre como evitar uma gravidez indesejada; e 91% concordam que a educação sexual ajuda crianças e adolescentes a se prevenirem contra o abuso sexual. Sete em cada dez acreditam que a escola está mais preparada que os pais para explicar temas como puberdade e sexualidade (veja tabelas ao fim do texto). “A pesquisa mostra que a população compreende a educação sexual como uma forma de proteger crianças e adolescentes. É a partir dessa abordagem, por exemplo, que crianças podem identificar e denunciar situações de abuso sexual e adolescentes podem se informar sobre a prevenção de uma gravidez indesejada”, comenta Anna Helena Altenfelder, presidente do Conselho de Administração do Cenpec.

Educação sexual e gênero: tentativas de censura

A presença da temática de gênero e sexualidade na educação tem sido alvo de diversos ataques e tentativas de censura. Diversos municípios chegaram a aprovar leis proibindo qualquer referência a gênero, identidade de gênero ou orientação sexual nas escolas. Em uma série de julgamentos em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que essas legislações são inconstitucionais, por ​​violarem valores democráticos, liberdades individuais e princípios como a tolerância e a convivência com a diversidade. As decisões também afirmam que a abordagem de gênero e sexualidade é uma obrigação de secretarias de educação, escolas e professores, para a promoção de políticas de igualdade e não discriminação.

“Essas decisões são um marco, reafirmando que a abordagem de gênero e sexualidade nas escolas está amparada na Constituição Federal e em diversas legislações, como a própria Lei Maria da Penha, que em seu artigo oitavo determina a educação para a igualdade de gênero e raça em todas as escolas. Além do respaldo legal, a pesquisa mostra que a maior parte da população compreende e apoia que o debate de gênero e sexualidade avance nas escolas, o que contraria o discurso de movimentos ultraconservadores que promovem desinformação e pânico moral sobre essas agendas”, explica Denise Carreira, coordenadora institucional da ONG Ação Educativa e integrante da Rede de Ativistas pela Educação  do Fundo Malala. Em fevereiro deste ano, um grupo de mais de 80 entidades de educação e direitos humanos lançou uma nova versão do Manual de Defesa Contra a Censura nas Escolas. A publicação apresenta orientações jurídicas e estratégias político-pedagógicas em defesa da liberdade de aprender e de ensinar, baseadas em normas nacionais e internacionais e na jurisprudência brasileira.

Grau de concordância sobre alguns assuntos relacionados à educação sexual.

A escola deve oferecer informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e formas de prevenção dessas doenças.

Os estudantes devem receber, na escola, informações sobre como evitar uma gravidez indesejada.

A educação sexual nas escolas ajuda as crianças e adolescentes a se prevenirem contra o abuso sexual.

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Com informações do Gênero e Educação e replicada no Geledés.

Congresso derruba vetos de Bolsonaro às leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2

 

Senadores e deputados se reuniram em sessão do Congresso Nacional para decidir sobre a derrubada de vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL) - Jefferson Rudy/Agência Senado.

Após intensa mobilização de artistas e trabalhadores da cultura, o Congresso Nacional barrou os vetos do presidente Jair Bolsonaro (PL) às Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2, que preveem incentivos orçamentários destinados ao setor cultural. Na Câmara, 414 deputados votaram pela derrubada, contra 39 que tentaram manter os vetos. No Senado, a votação foi unânime pela derrubada.

Somente o partido Novo orientou seus deputados a votarem a favor dos vetos, alegando "elevado impacto orçamentário". No total, deputados e senadores analisaram 36 vetos de Bolsonaro.

Com a decisão do Congresso, a Lei Paulo Gustavo deve liberar R$ 3,8 bilhões do Fundo Nacional de Cultural (FNC) para estímulo a projetos culturais, com distribuição dos recursos para diferentes fins, incluindo investimentos no setor audiovisual, apoio a reformas de salas de cinema e ao desenvolvimento de espaços artísticos e culturais, organizações culturais comunitárias e outros que tenham sido afetados pela dinâmica da pandemia.

Já a Lei Aldir Blanc 2 prevê repasses anuais de R$ 3 bilhões por parte da União a estados, municípios e Distrito Federal durante cinco anos para investimentos na área de cultura. O veto às duas propostas acentuou a já conhecida antipatia que marca a relação entre artistas e o presidente Bolsonaro, cuja gestão desidratou as políticas públicas na área cultural.

A deputada Maria do Rosário (PT-RS) celebrou a construção dos acordos políticos que garantiram os incentivos à cultura. "Que hoje fique registrado como um dia da cultura no Congresso Nacional. Comemoramos com todos os artistas e fazedores de cultura do Brasil, desde os que atuam nas rua, até os mais reconhecimentos da nação".

Randolfe Rodrigues, senador pela Rede do Amapá, argumentou que conceder incentivos à cultura retorna traz retornos para a economia de um modo geral. "Consideramos inadequados os debates sobre impacto fiscal nesse tema. Estamos falando sobre artistas que se mobilizaram pela derrubada, de trabalhadores, nos camarins, teatros, belas artes, em todas as áreas. Que hoje eles tenham expectativa de emprego e geração de renda. Estamos falando de economia concreta e real, que emprega pessoas, dá de comer a quem precisa."

Deputados governistas também votaram pela derrubada dos vetos de Bolsonaro. Paulo Marinho (PL-MA) exaltou a força dos artistas, "que mantêm a historia e as tradições vivas e fazem do Brasil um país alegre".

Em resposta às manifestações dos partidos alinhados a Bolsonaro, o deputado Tulio Gadelha, da Rede de Pernambuco, afirmou que o presidente é um "inimigo da cultura" e exaltou a força da classe artística na pressão exercida para a derrubada dos vetos. Bira do Pindaré, deputado do PSB do Maranhão, considerou "uma vitória da cultura contra o fascismo e o autoritarismo, que atuam contra a cultura popular".

Mobilização

A derrubada ocorre no dia seguinte à mobilização presencial de artistas e parlamentares de oposição no Congresso. Um grupo de trabalhadores do ramo esteve na Comissão de Cultura da Câmara na segunda (4) para ampliar o coro pela recuperação dos pontos que foram alvo da tesoura do presidente da República.

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Com informações do Brasil de Fato.

Grêmio Estudantil da Escola de Tempo Integral Menezes Pimentel de Potengi é empossado

 

Grêmio Estudantil da Escola de Tempo Integral Menezes Pimentel. (FOTO | Prof. Nicolau Neto).

Por Nicolau Neto, editor

Na última quinta-feira, 30 de junho, o Grêmio Estudantil “Todos Temos Voz” da Escola de Ensino Médio de Tempo Integral Menezes Pimentel, do município de Potengi, foi empossado. O evento ocorreu concomitantemente a reunião de pais, mães e, ou, responsáveis.

A chapa “Todos Temos Voz” composta por integrantes do primeiro ano A foi eleita em disputa com estudantes do primeiro ano C e do segundo ano A e, ainda no mês passado participaram do III Fórum Estadual dos Grêmios Estudantis em Fortaleza. No ensejo, a temática que norteou as discussões foi “Juventudes e participação democrática – inspirando, engajando e agindo no cotidiano escolar.”

Durante a posse, o presidente José Carlos destacou as ações já realizadas pelo coletivo com jogos interclasses a partir de várias modalidade esportivas, ao passo que parabenizou o diretor de esportes, Athirson e saldou todos os companheiros e companheiras da gestão 2022/2023.

José Carlos, presidente do Grêmio. (FOTO | Prof. Nicolau Neto)

Carlos ainda durante a fase de campanha destacou as propostas, tendo como bandeira de luta a efetivação em todos os componentes curriculares durante todo o ano letivo da História e Cultura Africana e Afro-brasileira e da História e Cultura Indígena. Carlos também defende a inclusão dessas temáticas no Projeto Político Pedagógico da Escola (PPP).

A diretora Graciela Rodrigues destacou o empenho de todos do Grêmio e os parabenizou pela autonomia na realização do evento que antecedeu a posse. Para ela, o coletivo contribuirá para fortalecer a democracia escolar.

Em 2015 escrevi um artigo para o Blog onde destaquei o papel do Grêmio Estudantil na escola e a força que suas atuações provocam positivamente nesta e fora desta.

É sabido que as representações dos estudantes compõem uma das mais duradouras tradições da juventude consciente de seus direitos e deveres. No Brasil, junto com o surgimento dos grandes estabelecimentos de ensino secundário, nasceram também os Grêmios Estudantis, que cumpriram e devem cumprir sempre um importante papel na formação e no desenvolvimento educacional, cultural e esportivo da juventude, organizando debates sobre os mais diversos assuntos, apresentações teatrais, festivais de música, torneios esportivos e outras festividades.

Note-se, outrossim, que as ações desenvolvidas pelos Grêmios representam para muitos jovens os primeiros passos na vida social, cultural e política. Dessa feita, os Grêmios contribuem, decisivamente, para a formação e o enriquecimento educacional de grande parcela da nossa juventude.

Desejo muita ousadia, perseverança e espírito crítico e de coletividade a todos/as.

Integrantes do Grêmio Estudantil:

José Carlos;

Iasmyn Nunes;

Murilo Alves;

Mayra Dandara;

Kaio Wisley;

Anna Lis Brilhante

Athyrson Ferreira;

Karen Reinaldo;

Ryan Carlos.

20 anos sem Patativa do Assaré: poeta pássaro segue referência

 

Foto: Dário Gabriel em 2/2/1997O poeta Patativa do Assaré nasceu e morreu na cidade de nascença que levou no nome

O canto da patativa, ave presente em território brasileiro, é considerado um dos mais melodiosos entre os pássaros. O nome do animal foi dado como apelido ao jovem Antônio Gonçalves da Silva porque, falava-se, a poesia expressiva, fluida e terna que ele performava pelo interior cearense se assemelhava ao cantar da ave. À alcunha, o rapaz adicionou o nome da cidade natal: Patativa do Assaré. Um dos principais nomes da cultura brasileira, o poeta faleceu em 8 de julho de 2002, aos 93 anos, deixando de herança legados imensuráveis. O Vida&Arte esquadrinha a relevância da poética de Patativa a partir especialistas e artistas que compartilham referências e reverências ao "poeta pássaro".

No livro "Patativa do Assaré: Uma Biografia", o professor e pesquisador Gilmar de Carvalho (1949-2021) conta que o poeta, ao falar do canto da patativa, dizia: "Você escuta, você pensa que ali dentro daquela moita tem vários passarinhos cantando". Quando o artista assume o nome da ave, Gilmar vê na metáfora "camaleônica" uma "explicação para os múltiplos cantares" que ele trazia consigo. "Da dicção nos moldes da norma culta à poesia matuta, do telúrico ao social, do gracejo à sua desconhecida e renegada produção erótica", elenca.

As referências e influências da trajetória artística de Patativa são tão diversas quanto a própria obra do artista. "Por meio de diferentes temas de sua poética, vê-se a influência dele na música, na cantoria, na poesia e na literatura", aponta Socorro Pinheiro, professora de Letras e do Mestrado Interdisciplinar em História e Letras da Universidade Estadual do Ceará.

"Observa-se ecos da sua poesia, por exemplo, na obra de Moreira de Acopiara, Dalinha Catunda, Josenir Lacerda, Bráulio Bessa, entre outros. O poeta continua vivo nos desafios da viola, na poesia feita de repente, no cordel, na performance poética, no imaginário de tanta gente que se sente representada numa poesia que canta a vida e seus contrastes, sem, contudo, perder a paixão e a força", avalia a pesquisadora, co-autora, com Antonio Iraildo, do livro "Um Sertão Encantado: Homenagem aos 110 anos de Patativa do Assaré.

O cantador, violeiro, escritor e Mestre da Cultura do Ceará Geraldo Amâncio ressalta a importância do artista para a própria trajetória. "Há um lado na história do poeta Patativa do Assaré que a mídia não fala: ele foi cantador, fez cantoria por mais de quarenta anos", ressalta. "Nas cantorias do meu tempo, não havia declamações de poesia. Tudo começou depois do lançamento do livro 'Inspiração Nordestina' (primeiro livro que reúne a obra poética de Patativa, lançado em 1956). O primeiro poema que declamei foi 'Chiquita e mãe veia', que está no livro referido", segue Geraldo.

A referência direta a Patativa tornou-se depois uma relação de proximidade e parceria, já que os dois chegaram a circular em viagens por mais de 20 anos — memória que Geraldo cita como uma "honra e felicidade". "Particularmente, devo a ele muito do reconhecimento a mim atribuído. Por várias vezes, quando perguntavam a ele quem era o melhor cantador do Brasil, ele citava o meu nome", relembra.

Conterrâneo de Patativa, o cantor e sanfoneiro Caninana destaca a contemporaneidade da obra do poeta. "Ele já falava tudo aquilo que nós vivemos hoje, é o marco de um século por suas obras escritas justamente na defesa da natureza, no combate à fome, à miséria, no grito de liberdade do seu povo", desvela.

Para o artista, Patativa foi uma referência intransponível. "Ele, na sua grandeza e na genialidade poética dos versos, me inspirou a fazer versos de cordéis. A maioria das minhas composições é sempre em formato de soneto ou sextilhas", exemplifica o cantor.

Em "Pássaro Liberto", livro de 2011 também escrito por Gilmar de Carvalho, o professor escreve: "Por que em meio a tantos poetas violeiros e poetas populares Patativa do Assaré se destacou e se tornou referência? Por que tantos passaram e ele ficou?". A resposta do próprio pesquisador, precisa, ajuda a decifrar: "Por que Patativa vai ficar? Por ter trabalhado com afinco e determinação, não para construir uma carreira, mas pela necessidade de dizer o mundo".

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Por João Gabriel Tréz, originalmente no O Povo.