31 de outubro de 2022

Discurso Histórico de Lula após ser eleito com mais 60 milhões de votos

 

Lula é eleito presidente do Brasil pela terceira vez. (FOTO | Reprodução | Agência Brasil).


Por Nicolau Neto, editor

A vitória de Lula neste domingo, 30, fará com ele tenha novas páginas nos livros de História. Ele foi eleito com 50,9% dos votos válidos, o que corresponde a 60.345.999 votantes.

Lula será o 39º presidente do Brasil e ocupará pela terceira vez e por via democrática esse cargo. As outras duas vezes foram em 2002 e 2006 e, assim como essa, também no segundo turno.

O domingo também proporcionou outros dados interessantes. Vamos a eles:

1 – É o primeiro político a conquistar a presidência depois de ser preso (em um processo recheado de erros clássicos, inclusive sem provas contundentes e conduzidos por um juiz parcial que, virou posteriormente ministro do candidato beneficiado com a prisão);

2 – É o presidente com as maiores votação da História do Brasil, inclusive superando a si mesmo quando obteve em 2006 58,3 milhões de votos contra Geraldo Alckmin, hoje seu vice.

3 – Foi o único que conseguiu voltar ao cargo democraticamente e sem ser por reeleição.

Mas chega de conversa e vamos ao discurso histórico de Lula na Avenida Paulista. Agradecimentos a todos e, particularmente aos nordestinos; combate ao racismo e a fome; mulheres; luta pela democracia; integração do país com o mundo; cultura; educação e criação do ministério dos povos originários foram alguns dos temas tocados por ele:

              

30 de outubro de 2022

Nova Olinda tem grande ato em apoio a Lula às véspera da eleição

 

Professor Nicolau Neto em ato pró-Lula neste sábado, 29, em Nova Olinda. (FOTO | Acervo pessoal).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

Às vésperas da votação em segundo turno (30/10), o município de Nova Olinda, no interior do Ceará, recebeu na noite deste sábado (29) um grande ato pró- Lula (PT).

O evento reuniu ativistas sociais, professores, professoras, agricultores e jovens, tendo início a partir das 19h30 com concentração nas proximidades da Escola de Ensino de Tempo Integral Padre Luís Filgueiras, percorrendo as principais ruas da cidade até chegarem de frente a Fundação Casa Grande, local dos discursos.

Usaram a palavra o vereador Aureliano Souza (PT), o Assistente Social Francisco Pedro, a sindicalista Socorro Santos, a ex-vereadora Socorro Matos, os ativistas sociais Miguel Barros e Patrícia, além dos professores Roberto Souza, João Lucian e Nicolau Neto.

Todos a uma só voz chamaram a atenção para a necessidade histórica de eleger Lula neste domingo para permitir que o país seja reconstrução.

Nós temos dois projetos em curso. Um é o da arrogância, do despreparo, do autoritarismo e de todos os tipos de preconceitos. Esse é sustentado pelo Bolsonaro. O outro é da esperança. Esperança de podermos ser ouvidos e de podermos ser novamente reconhecido internacionalmente. É o caminho da democracia e da reconstrução do nosso país. Esse é o projeto do Lula. É o nosso projeto. Portanto, amanhã nós iremos votar 13, votar Lula. (Nicolau Neto, no ato do dia 29 de outubro).

Aproximadamente mil pessoas estiveram no ato.

Abaixo você confere vídeo da manifestação no Canal do professor Nicolau, no YouTube:

            

29 de outubro de 2022

IPEC: Lula tem 8 pontos de vantagem sobre Bolsonaro; 54% a 46%

 

Lula e Bolsonaro — Foto: Stephanie Rodrigues/g1.

O Ipec divulgou neste sábado (29) sua última pesquisa antes do segundo turno da eleição presidencial. Encomendada pela Globo, a sondagem aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 54% dos votos válidos e que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 46%. Os eleitores vão às urnas neste domingo (30).

O novo levantamento foi feito entre quinta-feira (27) e sábado, e os resultados se referem à intenção de voto no momento das entrevistas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Para calcular os votos válidos, são excluídos da amostra os votos brancos, os nulos e os eleitores que se declaram indecisos. O procedimento é o mesmo utilizado pela Justiça Eleitoral para divulgar o resultado oficial da eleição.
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Com informações do G1.

Celebração elevou aos altares a primeira Beata do Ceará e futuramente, Primeira Santa do Cariri

Cerimônia de Beatificação de Menina Benigna no Crato — Foto: Claudiana Mourato.

 Por: Jose Erick*

Realizou-se em Crato – CE, no ultimo dia 24 de outubro, a cerimônia de Beatificação de Benigna Cardoso Da Silva, a quem muitos recorrem carinhosamente como “nossa santinha” centenas de fieis a consideram como protetora das crianças e jovens. Morreu martirizada no dia 24 de outubro de 1941 enquanto fora buscar água na cacimba onde residia com sua família adotiva no sitio oiti. Por ter sido assassinada aos 13 anos defendendo sua virgindade, Benigna se torna a primeira beata nascida no Estado do Ceará.

O anúncio da Beatificação de Benigna Cardoso, considerada “Heroína da Castidade” foi feito ainda no mês de maio, pelo Bispo Diocesano Dom Magnus Henrique Lopes. Não só o cariri, mas todo o ceará e o Brasil esperavam ansiosos por este dia, que será marcado como um dos principais da história da Diocese de Crato em seus 108 anos de ereção canônica.

Naquela tarde do dia 24 de outubro de 1941, tomado por um ódio feroz, Raul atacou Benigna, e feriu por quatro golpes de faca, ferindo-lhe as mãos, os rins e por último o golpe que quase a degolou o pescoço.

Após o fato, a fama da menina espalhou-se pelos arredores do vilarejo, começando assim uma devoção local à alma da “santinha” como passou a ser conhecida. Em seu batistério o vigário escreveu: Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.

Termos uma tão jovem menina nos altares e podermos invocá-la, é para nós, uma grande alegria”, relata Dom Leonardo Steiner, Cardeal Brasileiro enviado do Papa para a importante missão no Cariri.

Na ocasião o Bispo Diocesano Dom Magnus Henrique destacou a importância desta devoção para todo o Brasil, e em tom de agradecimento falou: “Que belo testemunho e poético para a nossa realidade de nordestinos: contemplarmos a nossa santinha, como carinhosamente a conhecemos, com seu vestido vermelho com bolinhas brancas, sinal do martírio e da pureza. Benigna sobe aos altares vestida de chita! Chita é o nosso vestido, faz parte da nossa história. Temos uma Beata no céu vestida de chita, na simplicidade de uma menina, pois Deus escolhe os fracos para confundir os fortes”.

Estiveram presentes autoridades políticas das regiões vizinhas, bem como da Capital do Estado; a Governadora Izolda Cela, o Governador Eleito Elmano de Freitas e o Senador Eleito Camilo Santana, prefeitos e demais autoridades locais.

Além do clero diocesano, sacerdotes, religiosos seminaristas e leigos de outras dioceses também se fizeram presentes à celebração, da qual participaram 40 bispos de demais regiões do país. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas tenham presenciado o ato que tornou a menina Benigna a primeira Beata nascida no estado do Ceará. Este é o passo anterior à canonização.

No dia Seguinte (25) fora entronizada a primeira imagem oficial de benigna na igreja Matriz de Senhora Sant’Ana, em Santana do Cariri. Agora a Beata pode ser venerada em todo o território Nacional, espera-se o milagre que dará inicio o processo de canonização.

* Técnico em Redes de Computadores pela EEEP Wellington Belém de Figueiredo (Nova Olinda) e devoto de Santa Tereza D’Àvila, padroeira de Altaneira.

O levante das minorias contra Bolsonaro nas urnas

 

Flávia Oliveira (Foto: Arquivo/ O Globo)

Quando o domingo de segundo turno chegar ao fim, o líder que assentou discursos e atos na supremacia de uns contra outros terá recebido dos grupos que tentou subordinar, no mínimo, um recado robusto; se as pesquisas se confirmarem, uma derrota retumbante. Jair Bolsonaro passou carreira política e mandato presidencial subvertendo o fundamento constitucional da igualdade ao declarar, e repetir, que “as leis existem para proteger as maiorias; as minorias têm de se adequar” — esse exemplo é de julho passado, em ato da campanha à reeleição, em Imperatriz (MA). A Carta de 1988 consagra o direito à diferença; proíbe discriminação por sexo, raça, etnia, religião. A corrida eleitoral de 2022 foi também sobre isso. Minorias feridas, quando juntas marcham, maiorias se tornam.

Ao longo da interminável campanha, muito se criticou a falta de profundidade das propostas sobre mazelas que envergonham e oprimem filhas e filhos do Brasil. Em diferentes ocasiões, o debate sobre saúde, educação, trabalho e renda, habitação, meio ambiente, desenvolvimento, relações internacionais, de tão raso, coube num pires. A defesa do sistema eleitoral e do Estado Democrático de Direito e o repúdio à violência política marcaram pronunciamentos e declarações de voto — precoces ou tardios — de personalidades e instituições. Máscaras caíram. A esta altura, todos sabemos quem são os democratas, quem flerta com a autocracia.

A eleição de 2022 foi sobre repúdio ao autoritarismo e restituição da democracia. Mas foi também sobre identidade — ou sobre os identitários, como repetia Ciro Gomes, candidato do PDT, quarto colocado no primeiro turno (3,04% dos votos). O levante das minorias não pode passar em branco. A candidatura de Jair Bolsonaro enfrentou, do início ao fim, a resistência firme de segmentos da população desprezados ou secundarizados, por convicção ou gestão, pelo mandatário e por seu campo político. Mesmo despejando recursos em ajuda financeira de última hora, o presidente nunca liderou entre mulheres, pretos, pardos, pobres, beneficiários de políticas sociais. As pesquisas não foram capazes de medir, mas é certo que tampouco foi o preferido de indígenas, pessoas LGBTQIA+ e religiosos de matriz africana.

Bolsonaro passou a campanha atrás do eleitorado feminino. Usou a mulher, Michelle, e a ex-ministra e senadora eleita Damares Alves. Em palanques e púlpitos de igrejas, a dupla apelou à retórica de guerra espiritual, à demonização do adversário, ao assédio religioso e até à submissão conjugal.

— A mulher é uma ajudadora do esposo — disse a primeira-dama num evento da campanha do marido, no Rio Grande do Norte.

Michelle e Damares esqueceram que as brasileiras somos trabalhadoras, mães solo, provedoras do lar, alvos da misoginia, de abusos, do feminicídio, da desigualdade salarial. A senadora Simone Tebet e a ex-ministra e deputada eleita Marina Silva entraram na campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dirigindo-se às mulheres da vida real. Ontem, penúltima edição da pesquisa Datafolha, o petista liderava, como em toda a corrida de 2022, entre as mulheres, maioria do eleitorado, com 52% das intenções de voto, ante 41% de Bolsonaro. O ex-presidente também mantinha preferência entre autodeclarados pretos (60% a 34%), pardos (51% a 42%). Negras e negros brasileiros não esquecemos o racismo contido nas referências ao peso medido em arrobas, o esfacelamento da Fundação Palmares, os ataques às políticas de cotas, a ausência de titulação de territórios quilombolas.

Bolsonaro ousou depreciar nordestinos, encampando a associação entre taxa de analfabetismo na região e o voto no candidato do PT. Ofendeu favelados ao declarar num debate que, na visita ao Complexo do Alemão, o adversário desfilou com traficantes. Desagradou católicos, ao fazer da festa de Nossa Senhora Aparecida evento político. Não condenou apoiadores que, Brasil afora, andam interrompendo missas e ofendendo sacerdotes. Se lidera entre evangélicos (62% a 32%), eleitores do Sul (58% a 36%), do Centro-Oeste (53% a 40%) e entre quem ganha acima de dois salários mínimos (54% a 40%), Lula está à frente entre católicos (55% a 39%), no Nordeste (67% a 28%), no eleitorado de baixa renda (61% a 33%) e de menor escolaridade (60% a 34%). Bolsonaro teve a preferência dos autodeclarados brancos (54% a 40%) e dos homens (48% a 46%), em linha com um modelo de sociedade incompatível com a diversidade dos novos tempos.

— Há muita identificação com uma ideia de masculinidade forte, heteronormatividade, hegemonia cristã. No bolsonarismo, assim como na branquitude, não cabe a diversidade, porque eles se consideram universais — explica Thales Vieira, coordenador executivo do Observatório da Branquitude.

Fabiana Dal’Mas Paes, promotora de Justiça no MP-SP, especialista em direitos das mulheres, diz que posições políticas mudam à medida que as minorias tomam consciência da própria condição:

— Os grupos que alcançam essa consciência, principalmente as mulheres, reconhecem que não podem escolher candidatos que as subjuguem, que as mantenham em subordinação.

No último domingo, a liturgia católica apresentou aos fiéis o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas (18, 14):

— Pois quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado — repetiu numa rede social o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer.

É por aí.
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Por Flávia Oliveira, no O Globo e replicado no Geledés.

28 de outubro de 2022

A lenda de Ubuntu : cooperação, igualdade e respeito

 

A lenda de Ubuntu : cooperação, igualdade e respeito. (FOTO | Reprodução | Youtube).


Andile reuniu algumas crianças e propôs uma brincadeira! Mas que brincadeira foi essa?

E qual foi o resultado? A lenda de "Ubuntu" fala sobre cooperação, igualdade e respeito.

Vamos descobrir essa história juntos?

Embarque nesta aventura que o "Era Uma Vez Um Podcast" nos contou e descubra o final dessa história e a nossa atividade surpresa.

Abaixo o vídeo da História


          

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Com informações do Canal Filtr Kids Brasil

27 de outubro de 2022

A perversidade do racismo brasileiro

 

(FOTO | Reprodução/Twitter).

Todos os dias, toda hora, todo minuto alguém está sofrendo com um ato de racismo no Brasil. Sendo xingado, preterido numa promoção, destratado num hospital, tendo analgesia negada, sofrendo enquadro da polícia, sendo morto pelo Estado pelo simples fato de ser uma pessoa negra e, à exceção da militância negra, não existe uma voz que se erga pra protestar contra esta situação. Pelo contrário, na maioria das vezes se levantam diversas vozes para dizer que não foi racismo, para culpabilizar a vítima, para dizer que quem luta contra o racismo vê discriminação racial em tudo, é mimizento, que a vítima era bandida como justificativa para a aplicação de uma pena de morte sem tribunal, que a pessoa sofre de baixa auto estima, que a discriminação é social e não racia.

A situação muda uma gota quando o discriminado é famoso ou tem dinheiro e aí se admite o racismo, nomes famosos se mostram indignados, se fala na necessidade de acabar com o racismo e o movimento negro exponencia o barulho pra demonstrar que sempre denunciou a gravidade do racismo mas quanto teremos que caminhar para que o Brasil pare de naturalizar uma coisa tão perversa como o racismo. O racismo no Brasil tem sua base na formação do país estar fundamentada na escravização, na exploração colonial que não foi passada a limpo, o país tem uma dívida histórica com o povo negro.

Quando pararemos o Brasil, quando iremos todos pra rua porque um homem foi posto pra morrer numa câmara de gás pela polícia, só pelo fato de ser negro quando a sensibilidade contra o racismo e os racistas gritarão por qualquer pessoa negra humilhada, violentada, morta.

E necessário punir severamente os racistas e que se faça letramento racial com todo o país pra que possamos separar o joio do trigo, para que possamos ir pro arrebento a cada caso de violência racista neste país, para que o casos de discriminação do Seu Jorge ou do Eddy Júnior não sejam exemplares e que a gente tenha que gritar para dar visibilidade a uma violência que acontece a cada minuto nas nossas vidas. Só quando for feita a reparação histórica ao povo negro na diáspora e em África estaremos em paz. 'REPARAÇÃO, JÁ!' é o mantra necessário.

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Com informações do Alma Preta.

25 de outubro de 2022

A população negra tem um grande potencial de alterar o sistema, diz especialista

 

(FOTO | Isabel Praxedes).

Mesmo com avanços no debate político no Brasil, existe uma conservação de narrativas ao longo da história política do país. Em um momento crucial para a democracia brasileira, estudos e especialistas ressaltam a importância da sociedade organizada e a diversidade entre os protagonistas e articuladores, principalmente para combater narrativas sistêmicas, que pouco acrescentam para evolução e aplicação de políticas públicas. Nesse sentido, se faz importante o engajamento da população negra e periférica.

Durante os mais de 30 anos de democracia, o país teve poucos avanços em pautas que atendessem ao interesse público e, principalmente, às pessoas negras e periféricas. E uma das estratégias para manter o governo longe destes assuntos é a insistência em reforçar problemas sem demonstrar soluções, como a corrupção. 

Para a cientista política, Isadora Harvey, o debate da corrupção ainda caminha numa linha muito cinza e os últimos anos na política brasileira mostram isso. “Acho interessante não se deixar inundar pelas discussões dos problemas que não se encaminham em propostas factíveis e realistas para contrapor uma cultura que, infelizmente, parece estar conectada de forma quase intrínseca às instituições”, comenta a especialista. 

Enquanto maioria na população brasileira, fica evidente o papel importante que a população negra tem nesse debate. Nesse sentido, Isadora ressalta que mesmo ocupando os menores índices na garantia de seus direitos, a população negra tem papel fundamental na discussão dos valores como sociedade, sem que isso precise recair em mais uma responsabilização excessiva sob o grupo. 

“A população negra tem um grande potencial de provocar e demandar alterações nos nossos sistemas e acordos democráticos. Principalmente, contribuindo com outras perspectivas, éticas e responsabilidades coletivas habituais das organizações societais negras prévias à colonização. É fundamental estar atento aos discursos, às tentativas de dispersão social e política e aos propósitos por trás dessas narrativas; especialmente a população negra.” - Isadora. 

No mesmo caminho, documento construído pela Purpose, que pontua rotas de saída para falar sobre corrupção, indica que um caminho importante para ampliar a contranarrativa é construir um política brasileira diversa e representativa, que atenda aos anseios da maioria e amenize problemas estruturais, como a desigualdade social e a ausência de direitos. 

Apesar disso, é necessário construir e fomentar uma maioria mobilizada na sociedade. Nesse sentido, a comunidade negra tem muito a contribuir nesse movimento. “Historicamente, a população negra demonstra um alto nível de capacidade organizativa e de mobilização politizada; que, sistematicamente, é alvo de estratégias e ferramentas de desmobilização e desarticulação”, comenta Isadora. 

Para ela, o papel da comunidade negra pode, mais uma vez, refletir, resgatar e atualizar para a realidade, as experiências éticas de uma vida coletiva baseada em valores comunitários para a garantia da dignidade, do respeito e da autonomia. “O potencial desse processo está, justamente, no investimento e na valorização da capacidade imaginativa e radical da população negra para uma sociedade mais justa”, afirma a cientista. 

O guia pontuado na matéria foi idealizado e elaborado numa jornada colaborativa das organizações Purpose, Instituto Cidade Democrática, Mulheres Negras Decidem, Open Knowledge, Periferia em Movimento, Transparência Brasil e Transparência Internacional. A metodologia de trabalho contou com uma agenda que incluiu pesquisas secundárias, oficinas de co-criação e testes de mensagens.
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Com informações do Alma Preta.