23 de setembro de 2022

Novo ‘Vira voto’ reúne Milton Nascimento, Ziraldo e mais artistas por Lula no 1º turno

 

“Cada vira voto é coragem, resistência e esperança”, cantam os artistas. (FOTO/ Reprodução/YouTube).

Mais um grupo de artistas se juntou para ampliar a mobilização que passou a ser chamada na internet de “Vira Voto”, em novo filme que defende o voto no candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo é que o ex-presidente obtenha uma vitória expressiva já no primeiro turno das eleições, em 2 de outubro. O vídeo foi lançado nesta sexta-feira (23), pelo coletivo 342 Artes.

Os cantores e compositores Milton Nascimento e Lenine são alguns dos destaques do novo clipe. Ao todo, cerca de 40 pessoas dão seu recado, num total de aproximadamente dois minutos de duração. No vídeo, estão ainda o cartunista Ziraldo, além de nomes como Carol Castro, Enrique Diaz, José de Abreu, Julia Lemmertz, Maria Gadú, Paula Morelembaum, Preta Gil, Thomas Aquino, Zélia Duncan, Malu Mader, Leandra Leal e Bruna Marquezine, entre outros nomes.

Do primeiro vídeo, lançado na quarta (21), entre os mais de 50 artistas, participam Arnaldo Antunes, Caco Ciocler, Caetano Veloso, Casagrande, Chico César, Cissa Guimarães, Cláudia Abreu, Dado Villa-Lobos, Daniela Mercury, Denise Fraga, Drica Moraes, Evandro Mesquita, Gal Costa, Mart´nália, Nando Reis e Silvero Pereira.

Contra golpes

A adesão vem crescendo a cada dia, ao tempo em que cresce a possibilidade de derrotar Bolsonaro, de forma que o presidente não possa questionar o resultado das urnas, nem alimentar a mobilização por um golpe. Nesta semana, Lula também se reuniu com ex-candidatos a presidente da República, que também defenderam a necessidade da vitória do petista logo na primeira volta. Nesse sentido, pretendem evitar mais violência bolsonarista, em eventual segundo turno.

Esses movimentos já apresentam resultados. Pesquisa Datafolha divulgada ontem (22) indica que Lula oscilou dois pontos pra cima, chegando a 47% das intenções de voto. Bolsonaro, por outro lado, aparece estagnado, com 33%, em segundo lugar. Considerando apenas os votos válidos (descontados nulos, brancos e nenhum), o petista tem 50,5%, o que lhe daria a vitória na primeira volta.

Assista ao vídeo

           

Com informações da RBA.


“Minha geração é formada por intelectuais negros ignorados pela universidade”, diz Sueli Carneiro

 

(FOTO | Matheus Alves)

Sueli Carneiro recebeu, nesta quarta-feira (21), o título de Doutora Honoris Causa, pela Universidade de Brasília (UnB). Ela é a primeira mulher negra a receber a homenagem nesta instituição de ensino. Antes dela, apenas três homens negros haviam recebido a outorga: Abdias do Nascimento, Milton Santos e Nelson Mandela.

A condecoração foi dada pelas mãos da reitora Márcia Abraão. No auditório Esperança Garcia, da Faculdade de Direito, estavam cerca de 500 pessoas. Em seu discurso, Sueli disse que, a sua geração de militantes negros “foi educada e conscientizada pelo movimento negro, por seus intelectuais ignorados pela universidade brasileira”.

Portanto, sei que este título presta reverencia a pensadores e pensadoras que forjaram nossas consciências, nossas vozes insurgentes, no calor das lutas que travaram contra o racismo e o sexismo”, ressaltou Carneiro.

Durante sua trajetória, Sueli Carneiro se empenhou em "desnudar os dispositivos de saber e poder implicados na persistente reprodução da inferioridade social das pessoas negras". Para ela, a luta mais importante da humanidade é conquistar a equidade de gênero e de raça.

Neste sentido, me ocupei em desagregar racialmente dados censitários para produzir evidências das desigualdades raciais entre as mulheres. Me ocupei em afirmar valores culturais negro-africanos que sustentam a identidade e a resistência das mulheres negras. Me ocupei em produzir argumentos para consubstanciar uma estratégia política, de enegrecimento do ideário feminista, em especial, no âmbito das políticas públicas voltadas para a promoção da igualdade de gênero”, disse em seu discurso.

Por fim, ela declarou que compreende o título como o reconhecimento da justeza das lutas das mulheres e homens negros que “clamam por um novo pacto civilizatório que desaloje os privilégios consagrados de gênero e de raça".

À Alma Preta Jornalismo, colegas e admiradores de Sueli Carneiro disseram que este é um momento memorável. A advogada Vera Lúcia, que compõe a lista tríplice para o cargo de ministra do Tribunal Superior Eleitoral, conviveu com Sueli e ressalta que é um grande marco para a universidade brasileira, uma aula que a UnB oferta para as demais instituições.

O professor Wanderson Flor do Nascimento afirmou que a ativista é uma referência de luta tanto militante como intelectual. Para ele, essa reverência às pessoas negras precisa ser feita ainda em vida, para que “mantenhamos os nossos símbolos vivos”.

Bianca Santana, diretora da Casa Sueli Carneiro, expôs à reportagem que foi uma emoção muito grande ver Sueli e outras mulheres negras da mesma geração serem homenageadas neste momento. Ela, que escreveu a biografia de Sueli Carneiro, diz que a responsabilidade das mulheres mais novas é de continuar e documentar os feitos históricos das mais velhas, aprendendo sempre um pouco mais sobre a luta e perseverança das mulheres negras.

O papel dessas gerações se acumulaa nas nossas interações. A gente quer construir junto com as nossas ancestrais, com as mais velhas, preparando o caminho para quem vem depois”.

A UnB foi a pioneira entre as universidades federais que implantaram o sistema de cotas raciais. Este ano, foi criada a Secretaria de Direitos Humanos, com o objetivo de fortalecer as políticas de direitos humanos, e está sob chefia da professora Débora Santos.

Autora de oito livros e vários artigos sobre o racismo no país, Sueli Carneiro defendeu em 2005 a tese 'A Construção do Outro como Não-Ser como fundamento do Ser', no curso de Filosofia da Universidade de São Paulo, em que utiliza os conceitos de Dispositivo e Biopoder, de Michel Foucault, para analisar as relações raciais no Brasil. Em sua vasta publicação, defende a necessidade de enegrecer o feminismo e denuncia o apagamento ou epistemicídio de mulheres negras que chegam ao poder.

Por sua obra e militância, a filósofa paulista recebeu vários prêmios, dentre eles: Prêmio Kalman Silvert (2021), Prêmio Especial Vladimir Herzog (2020), Prêmio Itaú Cultural 30 Anos (2017), Prêmio Benedito Galvão (2014) e Prêmio Direitos Humanos da República Francesa. Também foi integrante do Conselho Nacional da Condição Feminina, onde criou o único programa brasileiro de orientação na área de saúde voltado para mulheres negras.

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Com informações do Alma Preta.

22 de setembro de 2022

Elmano vence Capitão Wagner e Roberto Cláudio em segundo turno, aponta IPEC Ceará

 

Legenda: Candidatos ao Governo do Ceará. ( FOTO | Thiago Gadelha).

A terceira rodada da pesquisa Ipec Ceará para o Governo do Estado, divulgada nesta quinta-feira (22), voltou a questionar os eleitores cearenses sobre votos em um eventual segundo turno. Ao todo, foram apresentados três cenários com os três candidatos que aparecem à frente na pesquisa: Elmano de Freitas (PT), Capitão Wagner (União Brasil) e Roberto Cláudio (PDT). 

Considerando a margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, há uma mudança de cenário entre os três postulantes.

O levantamento foi encomendado pela TV Verdes Mares e ouviu 1.200 pessoas em formato presencial. A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 21 de setembro, com eleitores votantes no Estado do Ceará. A soma dos percentuais pode não totalizar 100% em decorrência de arredondamentos.

ELMANO DE FREITAS (PT) x CAPITÃO WAGNER (UNIÃO)

Elmano de Freitas: 47%

Capitão Wagner: 35%

Brancos/Nulos: 11%

Não sabem ou preferem não opinar: 7%

ROBERTO CLÁUDIO (PDT) x CAPITÃO WAGNER (UNIÃO)

Roberto Cláudio: 43%

Capitão Wagner: 35%

Brancos/Nulos: 16%

Não sabem ou preferem não opinar: 6%

ELMANO DE FREITAS (PT) X ROBERTO CLÁUDIO (PDT) 

Elmano de Freitas: 40%

Roberto Cláudio: 34%

Brancos/Nulos: 18%

Não sabem ou preferem não opinar: 8%

O levantamento foi realizado pelo instituto Ipec Inteligência e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob número BR-02694/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob protocolo CE-03914/2022. O nível de confiança estimado é de 95%.

RODADA ANTERIOR DA PESQUISA IPEC

Na segunda rodada da pesquisa Ipec para o Governo do Ceará, divulgada no último dia 9 de setembro, os cearenses indicaram suas preferências em cenários de segundo turno. À época, os três postulantes estavam tecnicamente empatados dentro da margem de erro. 

Nos enfrentamentos, no entanto, Capitão Wagner aparecia numericamente à frente dos dois adversários. Já quando Elmano e Roberto Cláudio se enfrentavam, apesar do empate, o pedetista aparecia numericamente com vantagem.

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Com informações do Diário do Nordeste.

21 de setembro de 2022

Líderes latino-americanos pedem a Ciro que desista de candidatura em nome da democracia

 

Carta a Ciro Gomes: "Ao enfraquecer a candidatura unitária de Lula, ao dispersar as forças do bloco que se opõe ao fascismo, o que você fará objetivamente (além de suas intenções, que não duvidamos são boas) será pavimentar o caminho para a perpetuação de Bolsonaro no poder". (FOTO  | Marcello Casal Jr. | ABr).

Carta aberta divulgada nesta quarta-feira (21) por intelectuais e líderes políticos latino-americanos pede ao candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) que desista de sua candidatura para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que ele possa vencer no primeiro turno, em 2 de outubro. No texto, os líderes justificam o pedido “porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, mas entre fascismo e democracia. E você, um homem político, inteligente e com larga experiência, sabe muito bem que sua candidatura não tem absolutamente nenhuma chance de chegar às urnas, muito menos vencer no primeiro turno”.

A dura realidade é que, mantendo sua candidatura, caro camarada Ciro, a única coisa que você fará é dispersar forças, enfraquecer a força do bloco antifascista, com todas as suas contradições, facilitar a vitória de Bolsonaro e, eventualmente, abrir caminho para um novo golpe. Apesar de sua boa vontade, infelizmente você não está em condições de fazer nenhum bem, nenhum bem, e está em condições de causar grandes danos ao Brasil e ao seu povo”, afirma ainda o texto.

A carta inclui nomes como o do argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz, do ex-presidente Rafael Correa, da senadora Piedad Córdoba, do deputado venezuelano Juan Eduardo Romero e o ex-ministro boliviano Juan Ramón Quintana Taborga.

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Com informações da RBA.

20 de setembro de 2022

A morte da rainha, o racismo e as eleições no Brasil

 

(FOTO |  Jeff J Mitchell/POOL/AFP).


No último dia 8 de setembro, morreu a rainha Elizabeth II e nós assistimos a mídia hegemônica brasileira fazer um réquiem de dias. Além de declarações de muitas personalidades num esforço de sacralizar o nome de uma monarca que era a representante maior de uma casa real responsável por um processo de racismo, colonização e neo colonização dos mais perversos e sanguinários da história da humanidade na África, Américas, Ásia e Oceania.

Nos anos de reinado de Elizabeth II, a Inglaterra foi responsável por diversos conflitos de exploração das riquezas naturais, colaborar com a implantação e manutenção do apartheid na África do Sul, além de dificultar os processos de libertação colonial em vários países africanos. Este esforço de sacralização nos dá a medida de como temos uma cultura subalternizada, colonialista. Se pensarmos que, entre 1550 e 1850, de cada 100 pessoas que entravam no Brasil, 86 eram africanos escravizados e até 1807 a Inglaterra era das maiores responsáveis pelo tráfico negreiro, chegaremos a conclusão que o Brasil é um país formado por africanos, que nada conhece da África e da história de sua colonização e isto nos causa maior aversão ainda a este incensamento a uma representante máxima deste processo.

Trazendo este fato para o Brasil hoje, isso nos faz ficar muito mais indignados com vários acontecimentos deste nosso período eleitoral. Comecemos por pensar o burburinho causado pela fala de Lula sobre o comício eleitoral de 7 de Setembro do atual presidente parecer uma manifestação da Ku Klux Klan pela quase inexistência de negros e pobres, o que era um fato mensurável a olho nu. Depois pensar num vídeo que inundou as redes sociais: de um eleitor do atual presidente humilhando uma mulher da periferia da cidade de Itapeva (SP), que manifestou seu voto em Lula e foi avisada que aquela seria a última marmita que receberia por ter manifestado seu apoio. E por fim e não menos grave, o TRE de São Paulo proibir a foto na urna de Douglas Belchior (PT-SP), candidato a deputado federal, com boné e o TRE do Pará ter intimado Livia Noronha (PSOL-PA), candidata a deputada estadual, a mudar sua foto da urna por estar de turbante. Em tempo, o TSE reconheceu que o uso do boné por Douglas Belchior faz parte da identidade cultural de jovens das periferias urbanas, concedendo-lhe liminar que permite a manutenção do boné na sua foto da urna. Todos estes fatos nos traz a dimensão da violência racial neste país, nos mostra que o racismo brasileiro tem capilaridade em todos os setores da nossa vida cotidiana.

Nestas eleições, nós temos a chance de mudar o panorama do parlamento brasileiro nas Assembléias Estaduais e no Congresso Federal, para isso temos que empenhar nossos votos em deputadas/es/os federais e estaduais negros que tenham história de luta e compromisso com a pauta do movimento negro de enfrentamento ao racismo. O pontapé inicial foi a criação da campanha Quilombo nos Parlamentos que busca trazer uma nova cara no fazer político do Brasil.

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Texto de Regina Lúcia dos Santos, coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa, um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU, publicado originalmente no Alma Preta.

18 de setembro de 2022

Artistas lançam 'Hino ao Inominável' com críticas às falas de Bolsonaro

 

Chico César. (FOTO | Reprodução |YouTube).

Como forma de protesto ao governo de Jair Bolsonaro (PL), artistas lançam o “Hino ao Inominável”, com críticas às falas ditas pelo presidente durante sua vida política. O lançamento da canção, neste sábado (17/09), relembra ocasiões em que o candidato à reeleição apresentou comportamentos e dizeres polêmicos, tais como “tinha que ter matado 30 mil (pessoas)” na época da Ditadura Militar e que não estupraria a ex-deputada federal Maria do Rosário porque ela “não merece”.

Com letra de Carlos Rennó e melodia de Chico Brown e Pedro Luís, o vídeo com a música foi divulgado nas redes sociais e, na descrição, os responsáveis afirmaram que o projeto foi feito para lembrar a gestão do mais “tosco dos toscos”.

Feito pra lembrar, pra sempre, esses anos sob a gestão do mais tosco dos toscos, o mais perverso dos perversos, o mais baixo dos baixos, o pior dos piores mandatários da nossa história. E para contribuir, no presente, para a não reeleição do inominável”, diz a descrição do vídeo.

Na íntegra, são 202 versos, mais o refrão, contra o ódio e a ignorância no poder no Brasil. Porém, apesar dele – e do que, e de quem e quantos ele representa – a mensagem final é de luz, a luz que resiste, pois, como canta o refrão: 'Mas quem dirá que não é mais imaginável / Erguer de novo das ruínas o país?'.”

Interpretam a canção André Abujamra, Arrigo Barnabé, Bruno Gagliasso, Caio Prado, Cida Moreira, Chico Brown, Chico César, Chico Chico, Dexter, Dora Morelenbaum, Héloa, Hodari, Jorge Du Peixe, José Miguel Wisnik, Leci Brandão, Lenine, Luana Carvalho, Marina Íris, Marina Lima, Monica Salmaso, Paulinho Moska, Pedro Luís, Péricles Cavalcanti, Preta Ferreira, Professor Pasquale, Ricardo Aleixo, Thaline Karajá, Vitor da Trindade, Wagner Moura e Zélia Duncan.

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Com informações do EM.

17 de setembro de 2022

O testamento, por Alexandre Lucas*

 

(FOTO | Reprodução).


É colunista, pedagogo e artista-educador*

Teve que partir. Tomou água, sentiu dor na barriga, olhou pela janela, viu um abismo e uma rosa vermelha como se estivesse de braços abertos. Mordeu os lábios com força, quase que bebeu do seu sangue. Seus olhos um bocado de brilho de lembranças.

As malas ainda não estavam prontas e o desejo de partir desarrumado. Tinha que sair assim mesmo, sem vontade. Parece que colocaram agulhas nas horas e a cada segundo uma sessão de tortura se iniciava. O tempo, na hora da dor, é mais demorado, até parece que é para sempre. Como os finais de histórias previsíveis que contam para as crianças. 

Ainda não acreditava na sua partida, achava que era pesadelo e logo acordaria. Na agenda, deixou anotado um testamento, onde dividia o que não era possível empacotar, nem sentir com as mãos. Por falar em mãos, as suas estavam deliciosamente sujas de chocolate. O Testamento ficou literalmente achocolatado.

Belchior cantando, o vento soprando a cabeça, os filmes passando, o movimento. A pipoca foi se espalhando pelo chão para enganar os caminhos, enquanto a sede aumentava.

Sou Léo Péricles, mas votarei em Lula logo no primeiro turno

 

Lula (à esq.) e Léo Péricles. (FOTO/ Ricardo Stuckert e Emília Silberstein/ Montagem/Blog Negro Nicolau).

Por Nicolau Neto, editor

O vocalista do Detonautas Tico Santa Cruz declarou na tarde deste sábado (17) voto no ex-presidente Lula. Na sua justificativa ele disse: "Não estou deixando de lado o projeto que acredito. Também não estou assinando cheque em branco....". “Sou Ciro, mas vou de Lula no 1º turno. E mantenho meu respeito máximo a Ciro Gomes e terá em mim um aliado para o PND [Projeto Nacional de Desenvolvimento] até que a gente consiga chegar na Presidência na próxima oportunidade...”, diz texto publicado no site 247.

Mas me permita lembrar. Eu fui um dos primeiros a fazer essa advertência. Claro que não tenho a visibilidade que o Tico. Mas lá atrás quando foi lançado os nomes dos/as candidatos eu já me posicionei dizendo. Sou Léo Pércicles. Minha afinidade política e ideológica é com o Péricles (UP). 

Lembro também que nunca votei nas candidaturas do PT no primeiro turno. Sempre no segundo. Em 2006 votei em Heloisa Helena (PSOL) que ficou em 3º lugar com 6,8% dos votos; nas eleições de 2010, creditei o voto a Plínio Arruda Sampáio (PSOL) que conseguiu o 4º lugar com 0,8% dos votos; em 2014 dei meu voto a Luciana Genro (PSOL) que com 1,5% dos votos ficou em 4º lugar e no último processo eleitoral dei meu voto a um dos líderes mais importantes do Brasil atual, o Guilherme Boulos (PSOL). Boulos ficou em 10º lugar com 0,5% dos votos.

Mas disse ainda que essas eleições eram as mais importantes desde a redemocratização e, por entender o contexto histórico do país; por analisar os riscos cotidianos de rompimento com a democracia, conclui que o único nome capaz de derrotar esse projeto de ódio, de autoritarismo e de mandonismo em curso era o do ex-presidente Lula.

Lula é sim o maior líder político da História contemporânea. Fez durante seus oito anos na presidência muito para reduzir a pobreza, as desigualdades. Investiu em educação ao criar muitos programas como o PROUNI, universidades, etc. Buscou valorizar a diversidade e a pluralidade tão latente nesses pais. Com a luta inconstante dos movimentos sociais, sobretudo negros e indígenas, foi aprovada as leis 10.639/2003 e 11.645/2008 que falam da obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira em escolas públicas e privadas e da História e Cultura Indígena, respectivamente. Criou a Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR, vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos, em 2003.  

Na gestão do PT (incluindo aqui os 4 primeiros anos de Dilma) muitos avanços vieram, principalmente na educação. Quem imaginou que teríamos uma Universidade Federal na região do Cariri? No governo Dilma, o cariri recebeu a Universidade Federal do Cariri (UFCA) que foi pela Lei 12826, de 05 de junho de 2013, por meio de um desmembramento da Universidade Federal do Ceará e, está localizada em Juazeiro do Norte.

Mas isso não me impede de ter um posicionamento crítico aos seus mandatos. E tive esse posicionamento. No Blog há vários textos nesse sentido. Uma das minhas criticas foi ele não ter realizado a Reforma Agrária e não ter taxado as grandes fortunas.

Mas não é hora de colocar projetos e interesses pessoais acima do grande interesse nacional; não é hora de colocar afinidades políticas e ideológicas acima do interesse comum a todos e todas nesse momento lastimável que é, sem dúvida, salvaguardar a DEMOCRACIA. E só há um nome nesse momento que consegue vencer Bolsonaro nas urnas: LULA.

Se o Léo Péricles (UP) se prontificar em 2026 em concorrer à presidência novamente terá aqui um defensor árduo. Mas por hora, é LULA no primeiro turno.