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A morte da rainha, o racismo e as eleições no Brasil

 

(FOTO |  Jeff J Mitchell/POOL/AFP).


No último dia 8 de setembro, morreu a rainha Elizabeth II e nós assistimos a mídia hegemônica brasileira fazer um réquiem de dias. Além de declarações de muitas personalidades num esforço de sacralizar o nome de uma monarca que era a representante maior de uma casa real responsável por um processo de racismo, colonização e neo colonização dos mais perversos e sanguinários da história da humanidade na África, Américas, Ásia e Oceania.

Nos anos de reinado de Elizabeth II, a Inglaterra foi responsável por diversos conflitos de exploração das riquezas naturais, colaborar com a implantação e manutenção do apartheid na África do Sul, além de dificultar os processos de libertação colonial em vários países africanos. Este esforço de sacralização nos dá a medida de como temos uma cultura subalternizada, colonialista. Se pensarmos que, entre 1550 e 1850, de cada 100 pessoas que entravam no Brasil, 86 eram africanos escravizados e até 1807 a Inglaterra era das maiores responsáveis pelo tráfico negreiro, chegaremos a conclusão que o Brasil é um país formado por africanos, que nada conhece da África e da história de sua colonização e isto nos causa maior aversão ainda a este incensamento a uma representante máxima deste processo.

Trazendo este fato para o Brasil hoje, isso nos faz ficar muito mais indignados com vários acontecimentos deste nosso período eleitoral. Comecemos por pensar o burburinho causado pela fala de Lula sobre o comício eleitoral de 7 de Setembro do atual presidente parecer uma manifestação da Ku Klux Klan pela quase inexistência de negros e pobres, o que era um fato mensurável a olho nu. Depois pensar num vídeo que inundou as redes sociais: de um eleitor do atual presidente humilhando uma mulher da periferia da cidade de Itapeva (SP), que manifestou seu voto em Lula e foi avisada que aquela seria a última marmita que receberia por ter manifestado seu apoio. E por fim e não menos grave, o TRE de São Paulo proibir a foto na urna de Douglas Belchior (PT-SP), candidato a deputado federal, com boné e o TRE do Pará ter intimado Livia Noronha (PSOL-PA), candidata a deputada estadual, a mudar sua foto da urna por estar de turbante. Em tempo, o TSE reconheceu que o uso do boné por Douglas Belchior faz parte da identidade cultural de jovens das periferias urbanas, concedendo-lhe liminar que permite a manutenção do boné na sua foto da urna. Todos estes fatos nos traz a dimensão da violência racial neste país, nos mostra que o racismo brasileiro tem capilaridade em todos os setores da nossa vida cotidiana.

Nestas eleições, nós temos a chance de mudar o panorama do parlamento brasileiro nas Assembléias Estaduais e no Congresso Federal, para isso temos que empenhar nossos votos em deputadas/es/os federais e estaduais negros que tenham história de luta e compromisso com a pauta do movimento negro de enfrentamento ao racismo. O pontapé inicial foi a criação da campanha Quilombo nos Parlamentos que busca trazer uma nova cara no fazer político do Brasil.

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Texto de Regina Lúcia dos Santos, coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa, um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU, publicado originalmente no Alma Preta.

Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, morre aos 96 anos

 

Rainha Elizabeth II, do Reino Unido, morre aos 96 anos. (FOTO  | Reprodução | Wikipedia).

Por Nicolau Neto, editor 

Faleceu nesta quinta-feira, 8 de setembro, a Rainha Elizabeth II. A monarca assumiu o trono em 1952 e completou neste ano 7 décadas de reinado, o mais longo da História para uma mulher.

Nos últimos meses a rainha vinha com problemas de saúde, inclusive com perda de mobilidade, o que fez com ela tivesse seus compromissos oficiais reduzidos. 

Ela morreu aos 96 anos conforme comunicado do Palácio de Buckingham. A última participação oficial da monarca, segundo dados do portal  Metrópole, foi na ultima terça-feira (6/9), quando ela empossou a nova primeira-ministra Liz do Reino Unido, Liz Truss. Ela se encontrava de férias no Castelo de Balmoral, na Escócia. 

A rainha morreu em paz, nesta tarde (8/9), no Palácio de Balmoral. O rei e a rainha consorte vão permanecer em Balmoral e retornam a Londres amanhã”, destaca o comunicado palaciano real.

Com a sua morte, assume automaticamente o trono seu filho, o príncipe Charles.

A Rainha Elizabeth só perdeu pra Luiz XIV, da França, em tempos de reinado. Este ficou 72 anos no poder e ela 70.