12 de julho de 2022

“Muito do que foi feito, foi sucateado”, diz ex-ministra da (SEPPIR) Matilde Ribeiro

 

(FOTO/ Pedro Borges / Alma Preta Jornalismo).

Nos últimos anos, a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial sofreu cortes orçamentários, uma redução significativa desde 2019. De acordo com Matilde Ribeiro, ex-ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), a gestão Bolsonaro não prioriza problemáticas raciais e acaba por enfraquecer aparelhos importantes para o avanço nas conquistas do Movimento Negro.

No ponto de vista da institucionalização da política racial, neste momento, muito do que foi feito, foi sucateado e colocado abaixo. Inclusive, a própria estrutura da secretaria foi perdendo fortalecimento institucional, considerando que começou como uma secretaria com status de ministério, depois se tornou ministério, mas decaiu. Antes mesmo de Bolsonaro, no governo Temer, foi rebaixada para secretaria nacional, como segue até hoje”, aponta a ex-ministra, em conversa com a Alma Preta Jornalismo.

Com o propósito de enfrentar as desigualdades étnico-raciais no país, a SEPPIR foi instituída em 2003 pela Lei de Nº 10.678, conquista do movimento negro que possibilitou criação de decretos que também deram origem ao Conselho Nacional de Promoção da Igualde Racial (CNPIR), a Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR) e o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PLANAPIR).

No mesmo ano, Matilde Ribeiro foi nomeada ministra-chefe, cargo que permaneceu por mais tempo em relação aos demais quatro ministros que também estiveram à frente da pasta. No comando da secretaria, defendeu cotas raciais como forma de democratizar acesso ao ensino superior, considerando a criação de vagas para negros e índios como forma de ampliar as oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade.

A secretaria veio fruto da luta do Movimento Negro em reparar uma falta que já é histórica, sobretudo das mulheres negras. Nós vimos como uma conquista e uma oportunidade de institucionalizar as nossas questões, propor resoluções e avançar na questão da igualdade racial. Além dos desdobramentos da SEPPIR após os decretos que viabilizaram o conselho nacional e o plano nacional e a instituição do Estatuto da Igualdade Racial, que dá as diretrizes ao Estado, tivemos diversas outras contribuições importantes, como priorização das pautas quilombolas quando estive ministra, por exemplo”, explica.

Contribuições da SEPPIR

Nos seus primeiros anos com Ribeiro no posto, a secretaria conseguiu mapear, junto aos movimentos e articulações sociais, cerca de 6 mil quilombos através do programa ‘Brasil Quilombola’. Além de estruturar internamente o projeto - responsável por monitorar políticas públicas destinadas aos povos quilombolas -, a secretaria foi responsável por criar elos com o Ministério de Desenvolvimento Agrário e a Fundação Palmares. Segundo a ex-ministra, um 'triângulo' possibilitou uma maior coordenação de políticas quilombolas.

Na saúde, Matilde destaca o trabalho contínuo da secretaria para instituir políticas de saúde destinadas especialmente à população negra, sobretudo às mulheres negras, agentes da luta desde antes mesmo da fundação da secretaria.

Já na educação, a ex-ministra destaca a efetivação da Lei nº 10.639/03, medida que passou a obrigar o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira. Matilde Ribeiro também menciona a importância do órgão na articulação interna, coordenada pelo Ministério da Educação (MEC), mas com suporte da SEPPIR, na implementação da Lei de Cotas, que completa dez anos neste ano.

As contribuições foram diversas, nos dando até uma perspectiva de construção direta com África, sobretudo países que falavam a língua portuguesa. Desde o início da minha gestão, há mais de 20 anos, nós tentamos ratificar um novo instrumento de proposição para políticas de igualdade racial. Junto à Organização dos Estados Americanos (OEA), nós conseguimos firmar um compromisso, só neste ano, com a convenção nacional que propõe que os países, através de suas ferramentas públicas, sejam contra todas as formas de discriminação racial”, aponta.

Acredito que seja o maior avanço em anos, mas que não foi concebido na gestão atual, apenas ratificado. Mesmo com a secretaria, conquistamos a passos lentos isso. Agora, sem força institucional e baixa orçamentária, avalie o que vem de retrocesso a ser resolvido nos anos subsequentes. Ao meu ver, a lógica de institucionalização de política racial no governo Lula e Dilma se perdeu com Temer e seguiu com Bolsonaro”, complementa a ex-ministra Matilde Ribeiro.

Baixo orçamento e ‘sucateamento’

Dados comprovam o que é defendido pela ex-ministra da SEPPIR sobre a atuação do governo atual com a agenda racial nos últimos anos, que manifesta a sua falta de priorização através de baixos investimentos. É o que aponta o dossiê realizado pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), ‘A Conta do Desmonte’.

Só em 2021, de acordo com o levantamento, o recurso autorizado para a pasta racial, no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), foi de apenas R$ 3 milhões. O valor foi destinado ao funcionamento do Conselho Nacional de Promoção da igualdade Racial e do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), além de ser usado para ações de fortalecimento institucional dos órgãos estaduais e municipais de enfrentamento ao racismo e promoção da igualdade racial.

Apesar do valor baixo, o governo não foi capaz de utilizá-lo: foram gastos apenas R$ 2 milhões, 66% do total disponível, sendo metade utilizada para o pagamento de despesas de anos anteriores.

No entanto, o estudo ainda aponta que, enquanto o governo não financia a política de igualdade racial, o Brasil segue com os piores indicadores para a população negra: mata-se em nome do combate ao tráfico de drogas mais de 20 mil jovens negros ao ano. Em relação ao feminicídio de mulheres negras, registrou-se aumento de 54%, enquanto a taxa de mulheres brancas caiu 9,8%. A população negra ganha pouco mais da metade (57,4%) do rendimento recebido pelos trabalhadores de cor branca (IBGE, 2014) e os territórios quilombolas registram taxa de 47,8% de insegurança alimentar grave (Consea, 2012).

De acordo com dados do Portal da Transparência e analisados pela mídia nacional ‘Gênero e Número’, os convênios e acordos do MMFDH totalizaram pouco mais de meio bilhão de reais, mas apenas 1,3% deste valor (R$ 6,5 milhões) foi destinado às políticas de promoção de igualdade racial.

Frente aos dados, é possível afirmar que houve um sucateamento e congelamento de políticas de promoção de igualdade racial. Citando como exemplo a área que acompanhei mais de perto, é possível identificar inúmeras denúncias da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos que a construção anterior, com ações voltadas às comunidades quilombolas mapeadas, está super enfraquecida e isso é sintomático sobre o atual governo”, analisa Matilde Ribeiro.

Projeção para o próximo mandato

Sobre a hipótese de que o ex-presidente Lula vença a próxima corrida eleitoral, a ex-ministra define o próximo mandato com um "começar de novo tensionador". Ela destaca que, para os aparelhos que dialogam com a promoção da igualdade racial, uma realidade será o baixo orçamento para implementação das ações e manutenção do que já foi conquistado nos últimos anos.

Matilde defende que, para qualquer área de política pública, é fundamental ter orçamento próprio e isso foi descaracterizado junto à SEPPIR e aos conselhos de diretrizes raciais, o que será sinônimo de nova luta para conquistar espaço nos planejamentos anuais.

Frente à necessidade histórica de priorização das questões raciais e do retrocesso com os congelamentos, a ex-ministra ainda defende que, para os próximos anos, deve ser considerada a lógica que a política racial tem que ser transversal e presente entre de todos os ministérios.

E isso vai ser cobrado pelas articulações sociais. Hoje em dia, diferente de 2003, é possível tecer mais detalhes da construção de políticas públicas voltadas à igualdade racial e suas interseccionalidades. Deveremos cobrar, mas entendermos também que o recuo de formação de políticas inclusivas está grande e as questões de vulnerabilidade tomaram corpo. Para os próximos, a retomada vai ser difícil”, finaliza.

____________

Com informações do Alma Preta.

11 de julho de 2022

O Bolsonarismo mata, por Adelita Monteiro

 

Adelita Monteiro. (FOTO | Null).

Nesse exato momento a família de Marcelo Arruda está despedaçada, Deus sabe quando conseguirão se recompor e eu tô com muita raiva, completamente indignada com o discursinho atravessado de que a culpa de toda essa violência é da polarização. MENTIRA.

Não é de agora que existem dois campos disputando no cenário político nacional. Quem viveu lembra do Luciano Hullk e um grupinho de ricaços dando com os burros n’água ao comemorar antecipadamente a vitória da direita nas eleições presidenciais de 2014. Para os mais jovens basta dar um Google e descobrir que nessa eleição Dilma venceu no 2° turno, com 51,64% dos votos válidos contra Aécio Neves que fez 48,36% dos votos válidos. Quer polarização maior que uma diferença de 3% ?

Naquela época ninguém chegava em uma festa pra matar o aniversariante na frente da mulher e dos filhos por questões políticas. Não tinha um bandido sentado na cadeira de presidente ensinando crianças a fazerem arminha com a mão, falando em eliminar adversários, dizendo que a ditadura matou pouco. Não havia incentivo às armas e guerra à ciência. O presidente da república não falava em metralhar petistas nem ameaçava o outro campo de ideias com a possibilidade de jogar granadas. Depois de 2018 tudo isso mudou. E tem muito cúmplice desse desastre relativizando a culpa do Bolsonaro e tentando culpar quem luta dia e noite pra derrotar o horror desse desgoverno.

O BOLSONARISMO MATA!

O BOLSONARISMO MATA!

Matou quase 700 mil brasileiros de Covid. Tá matando milhares de nós de fome. E agora, no desespero pra permanecer no poder e não ser preso junto com seus filhos por tantos crimes cometidos ele se empenha ainda mais em incentivar seus apoiadores a matar quem se contrapõe a seu desgoverno assassino.

São tempos sombrios.

Em casa, levantei pra comprar pão quando minha mãe veio e falou: Deixa que eu vou, filha. Não quero mais você andando sozinha pela vizinhança.

Uma advogada procurou nosso coordenador de pré campanha dizendo: Precisamos conversar sobre a segurança da Adelita no processo eleitoral.

Tudo está ainda pior que em 2018, quando minhas informações pessoais junto com Vídeos nos quais eu denunciava Bolsonaro e o candidato bolsonarista aqui no Ceará foram divulgadas em grupos da Polícia.

Exatamente por isso é preciso lutar com mais afinco! Com mais vontade! Com essa coragem misturada com afeto que nos motiva do lado de cá!

É pelo Marcelo Arruda, pela Marielle, pelo Mestre Moa! É por Dom e Bruno.

E quando a dor da saudade atravessar o coração de quem ama aqueles que infelizmente tombaram nesse momento vergonhoso da história do nosso país, que eles sintam nossa solidariedade, nosso empenho em derrotar esse desgoverno assassino. Dar o nosso máximo é o mínimo que podemos fazer.

E venceremos!

____________

Adelita é pré-candidata ao governo do Ceará pelo PSOL.

Eleições: A defesa de um novo marco legal para financiamento da cultura

 

(FOTO/ Reprodução/ Sesc CE).

Por Alexandre Lucas, Colunista

Precisamos aprofundar o debate sobre o financiamento da cultura no sentido de ampliar, simplificar e desburocratizar o seu acesso e ao mesmo adequar  os recursos financeiros às reais necessidades e particularidades dos segmentos culturais.

O setor cultural do país tem características marcadas por uma profunda diversidade de fazeres e de situações ímpares, que vai desde o que se  produz e aos níveis de escolaridade da nossa população, passando por  contrastes socioespaciais à perspectiva política.    

Três questões devem nortear o financiamento público da cultura, ao meu ver, enquanto política de estado: Primeiro, a garantia de aplicação de um percentual mínimo de recursos nos três níveis (União, estados e municípios), vinculados ao Sistema Nacional de Cultura. Como já funciona no Sistema Único de Saúde – SUS. Segundo, é preciso aliar o financiamento à transversalidade da cultura e a contrapartida social. Em terceiro lugar,  o acesso deve ser simplificado, a  aplicação de recursos deve ser ditada pelas necessidades reais dos grupos para evitar a  invenção de gastos desnecessários,  os prazos para execução dos recursos devem ser ampliados e as prestações  de contas devem ser norteadas pela devolução social, o caráter de transversalidade e a democratização do acesso da produção simbólica para as camadas populares devem ser  critérios para  aprovação das prestações de conta com o estado brasileiro. 

A distância entre os que precisam de recursos para manter as suas atividades de fomento e a própria manutenção dos seus espaços conflitam com uma estrutura cada vez mais complexa e sofisticada que concentra os recursos públicos nas mãos de especialistas. Em alguns casos o financiamento público serve para financiar  os interesses privados de grupos.

Equalizar os recursos públicos é facilitar que um número maior  de grupos possa  acessar. Considerando as diferenças populacionais, a qual  incide na distribuição mais equilibrada para o país. O Índice de Desenvolvimento Humano – IDH também deve ser um dos critérios para pautar o financiamento público da cultura.

As leis de Incentivo devem ter uma outra roupagem. É inadmissível que apenas grandes empresas possam reverter impostos para financiamento da cultura, e mais do que isso,  definir  o que é financiado ou não com recursos públicos.  As leis de incentivo devem  estabelecer critérios de interesse público para o setor privado e não o contrário,  como funciona atualidade e ao mesmo tempo esse processo de acréscimo de financiamento a partir das leis de incentivo deve incluir as empresas de pequeno e médio porte para que o comerciante do bairro por ser um incentivador da cultura na sua localidade.  

Esse debate é urgente e necessário para estabelecer uma política de estado, comprometida com o desenvolvimento econômico e  social do país. Essa discussão é parte do maior marco legal da cultura do Brasil,  que precisa ser consolidado: O Sistema Nacional da Cultura.

As eleições são um momento oportuno para comprometer as candidaturas com essa pauta que precisa ser amadurecida e protagonizada pelos movimentos sociais da cultura.

O momento exige mobilização para eleger as candidaturas comprometidas com a democracia, com o desenvolvimento nacional e a emancipação humana, as candidaturas do campo popular, democrático  e de esquerda.

O financiamento da Cultura  hoje passa pela reconstrução do Ministério da Cultura e do replanejamento de uma política nacional com controle e participação social e para isso vamos precisar de aliados no congresso nacional,  assembleias legislativas e nos governos federal e estaduais.   

Escritora lança livro que aborda ações afirmativas

 

O livro será lançado no próximo dia 20 de julho. (FOTO |Divulgação).

A advogada, mestranda em Políticas Públicas em Direitos Humanos na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Laura Astrolabio, lança, no próximo dia 20 de julho o livro “Vencer na vida como ideologia: meritocracia, heroísmo e ações afirmativas”, sua primeira obra autoral.

O evento de lançamento será na Kasa 123, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, e contará com as presenças da escritora e jornalista Eliana Alves Cruz e do juiz e escritor Rubens Casara como debatedores , com mediação da jornalista e atriz Lica Oliveira , além de canja musical com Jander Magalhães.

"O livro tem o intuito de desmistificar as nuances presentes no sistema de privilégios por produção de crenças e suas estratégias retóricas. Ele oferece o caminho para uma reflexão fundamental acerca do par romântico meritocracia-heroísmo que vem iludindo parte considerável da sociedade brasileira”, explica a autora.

A obra conta, ainda, com um capítulo sobre as cotas de gênero nas candidaturas, apontando a importância da interseccionalidade para a criação de políticas públicas de combate à sub-representação de mulheres na política, uma forma de tornar a democracia mais legítima, participativa, mais forte.

O livro tem apresentação do professor e juiz de direito Rubens Casara. A quarta capa é da professora e filósofa Márcia Tiburi, que nos convida à leitura dizendo que “‘vencer na vida’ é um imperativo ideológico que oculta contradições sociais nefastas. Na obra, a autora percorre, ao longo de sete capítulos, a gêneses do conceito de ações afirmativas e sua aplicabilidade em diversas instâncias no Brasil, bem como defende que as oportunidades de formação e acesso aos postos de trabalho são atravessadas pelas desigualdades sociais históricas promovidas pelo capitalismo e pela escravidão”, afirma.

____________

Com informações do Notícia Preta.

10 de julho de 2022

“Estou emocionalmente exausta”, diz jornalista chamada de “macaca”

 

Renata Cristiane foi vítima de racismo novamente – (FOTO | Arquivo Pessoal).

Cartazes colados em pontos de ônibus de São Pedro da Aldeia e Cabo Frio, ambos os municípios da Região dos Lagos, litoral do Rio de Janeiro, chamam a jornalista Renata Cristiane de Oliveira de “macaca”. Um dos cartazes estava colado ao lado de outro, que trazia uma mensagem motivacional. “A causa da violência mundial é a falta de Jesus Cristo no coração”.

A profissional atual há mais de 20 anos na região e entidades de classe repudiaram os atos, que foram cometidos na sexta-feira (1). A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicaram notas nos sites e redes sociais.

O Sindicato dos Jornalistas, além de lamentar, denunciar, combater, qualquer ato de violência, assédios, preconceito, homofóbico, racista, solicita as instituições públicas policiais e de Direitos Humanos, assim como a OAB, apoio para coibir tais atitudes abomináveis e punir os responsáveis. A jornalista Renata nossa total solidariedade!”, escreveu a FENAJ.

Em vídeo publicado em seu perfil do Instagram, Renata Cristiane publicou um vídeo mostrando os cartazes colados e lamentou o fato. “É desagradável, constrangedor, angustiante e dá vergonha, não só por essa situação, mas vergonha alheia, vergonha por mim, vergonha pelo Brasil. Estou emocionalmente exausta com tudo isso. É ataque de todo lado”, disse Oliveira.

Já a Abraji ressaltou que mulher negra e lésbica sempre sofreu discriminações sociais e lembra que faz o monitoramento de ataques a jornalistas no ambiente físico e nas redes sociais. O relatório de monitoramento dos ataques a jornalistas com os dados de 2021 integra o Relatório Sombra da rede Voces del Sur, que reúne informações de 14 países da região. No Brasil, no ano passado, foi registrado um crescimento de 23,4% em relação a 2020, chegando-se a 454 registros de janeiro a dezembro de 2021. A Abraji também monitora ataques com viés de gênero.

Ela disse ainda que vai registrar o caso na delegacia após conselho das entidades.

______

Com informações do Notícia Preta.

Vídeo: Carlinhos Brown interrompe manifestação da plateia contra Bolsonaro

 

(Crédito: Caio Gallucci/Divulgação).

Carlinhos Brown interrompeu uma manifestação da plateia contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), durante um show, e o vídeo em que o cantor barra o coro viralizou nas redes sociais.

Nas imagens, é possível ver o público gritando “fora Bolsonaro”. Ao ouvir o coro, Brown reagiu: "Desculpa, mas eu sou o Brasil que deu certo. Não me meto nisso. Não quero nem saber”, interrompeu o cantor.

A reação de Carlinhos Brown foi comparada a mesma da colega Elba Ramalho, que, em junho, em um show de São João, na Bahia, também reprimiu a manifestação da plateia diante da insatisfação com o comando do atual presidente brasileiro.

Com a interrupção de Brown, dá para ouvir alguém da plateia gritando: "A gente quer” (Bolsonaro fora). E o cantor segue com seu pensamento de querer fazer uma “construção no país”. “A gente está aqui para mudar, então vamos mudar. Sem política!”, enfatizou.

Elba Ramalho teve a mesma reação de Carlinhos Brown. Na ocasião, a cantora reprimiu gritos pró-Lula, candidato a presidente, e de "Fora, Bolsonaro". "Não, não quero fazer política, desculpa. Isso aqui é um show de São João, não é um comício", disse a cantora.

Assim, Brown se tornou um dos temas mais comentados no Twitter neste sábado (9/7). A assessoria do artista diz que as imagens são antigas.

___________

Com informações do Correio Braziliense.

Deputados estaduais divulgam carta em apoio à pré-candidatura de Izolda Cela; veja lista

 

Legenda: Izolda Cela recebeu apoio de 28 dos 46 deputados estaduais do Ceará
Foto: Divulgação

O acirramento da disputa de quem será o candidato governista ao Governo do Ceará continua mobilizando lideranças políticas. Na noite deste sábado (9) foi lançada "Carta de Deputados e Deputadas ao Povo Cearense", na qual os parlamentares defendem o nome da governadora Izolda Cela (PDT) como pré-candidata a reeleição. Dos 38 deputados estaduais que integram a base governista no Estado, 28 assinaram o documento.

Parlamentares do PDT, PT, PP, MDB, PCdoB, PV Republicanos e Patriota se posiconaram por meio da carta púbica. O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT) é um dos pré-candidatos do PDT para a sucessão estadual e não assina o documento. Além dele, também concorrem internamente o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), e o deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT).

Essa não foi a única manifestação de apoio que ocorreu neste sábado. Durante o dia, aliados de Roberto Cláudio e Izolda fizeram publicações manifestando as preferências, já que o acirramento da disputa interna do PDT tem se concentrado em torno dos dois. Do lado do ex-gestor, vereadores de Fortaleza se manifestaram ressaltando as qualidades do pedetista e ressaltando a preferência por ele para a disputa pelo Palácio da Abolição.

CARTA DOS DEPUTADOS ESTADUAIS

Na carta, os deputados estaduais defendem a pré-candidatura de Izolda e argumentam que a atual governadora poderá "unificar o conjunto de partidos" que integram a aliança e ressaltam que apesar de representar "continuidade", Izolda também será "uma forte renovação no sentido de mais inclusão e direitos".

A posição pública da Governadora Izolda Cela, a primeira mulher a governar o Ceará, ao colocar o seu nome à disposição para unificar o conjunto dos partidos que desenvolvem um projeto de grandes avanços sociais no nosso Estado merece a nossa consideração e pleno apoio", diz o texto da carta.

"A governadora Izolda Cela representa um novo ciclo dentro da continuidade das conquistas democráticas e de vida do povo cearense do último período, mas, também, uma forte renovação no sentido de mais inclusão e direitos. (...) Desta forma, queremos afirmar que a professora Izolda Cela nos representa com a sua história e a sua ação pública para continuarmos avançando o nosso querido Estado do Ceará".

VEJA A LISTA COMPLETA:

Bruno Pedrosa (PDT)

Jeová Mota (PDT)

Osmar Baquit (PDT)

Oriel Nunes(PDT)

Romeu Aldigueri (PDT)

Salmito (PDT)

Tin Gomes (PDT)

Acrísio Sena (PT)

Augusta Brito (PT)

Elmano de Freitas (PT)

Fernando Santana (PT)

Júlio César Filho(PT)

Moisés Braz (PT)

Nizo Costa (PT)

João Jaime (PP)

Leonardo Pinheiro (PP)

Zezinho Albuquerque (PP)

Agenor Neto (MDB)

Audic Mota (MDB)

Daniel Oliveira (MDB)

Davi de Raimundão (MDB)

Leonardo Araújo (MDB)

Nelinho (MDB)

Gordim Araújo (PSDB)

Manoel Duca (REPUBLICANOS)

Silvio Nascimento (PATRIOTA)

Carlos Felipe (PCdoB)

Walter Cavalcante (PV)

____________

Com informações do Diário do Nordeste.

9 de julho de 2022

O que dizem os aliados de Izolda Cela em defesa da pré-candidatura dela no PDT

 

Legenda: Aliados de Izolda argumentam sobre o direito da governadora à reeleição e reforçam a preferência de aliados pela pré-candidatura da pedetista
Foto: Kid Júnior

Enquanto o PDT não decide quem será o candidato do partido ao Palácio da Abolição, as manifestações públicas de apoio aos pré-candidatos continuam - tanto entre pedetistas como entre aliados. As declarações agravam ainda mais a crise interna do partido diante do acirramento das pré-candidaturas da governadora Izolda Cela (PDT) e do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT).

Entre os que defendem o nome da atual governadora, dois argumentos são centrais: o "direito" dela à reeleição - já que assumiu o Governo de forma efetiva em abril - e o fato de ser um nome que agrega a preferência de partidos aliados.

Um dos que está na linha de frente dessa defesa é o ex-governador, Camilo Santana (PT). O petista, que já chamou Izolda de "mãe do Ceará", fez defesa contundente da candidatura da governadora nesta sexta-feira (8). "Defender que seja dado à governadora Izolda Cela, do PDT, o direito a buscar a reeleição, por sua seriedade e competência, é questão de justiça", disse o governador.



A declaração vem no encalço de vários apoiamentos à governadora Izolda Cela, principalmente desde a última quarta-feira (6), quando o presidenciável Ciro Gomes (PDT) se reuniu com os quatro pré-candidatos do PDT no Ceará. Além de Izolda Cela e Roberto Cláudio, concorrem o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão (PDT), e o deputado federal Mauro Benevides Filho (PFT).

PREFERÊNCIA DOS ALIADOS

Manifesto lançado por PT, PV, PCdoB, PP e MDB pressionou por mais diálogo entre o PDT e os partidos aliados e reforçou o apoio à governadora Izolda Cela.

"A manifestação pública da governadora Izolda Cela colocando seu nome para continuar governando o Estado, firmando-se na responsabilidade e compromisso com o povo do Ceará e em nome da união a ser construída através do diálogo de todas as forças políticas, é fato de grande relevância a exigir nossa consideração", diz a nota.

A tese do nome que melhor agrega aliados tem sido carro-chefe em quem apoia que Izolda seja o nome escolhido pelo PDT para a disputa pelo Palácio da Abolição. A própria governadora voltou a reforçar a pré-candidatura e disse que "coloco meu nome para unir".



Essa não foi a primeira vez que aliados demonstraram a preferência por Izolda. Ainda em abril, o vice-presidente nacional do PT, José Guimarães defendeu, pela primeira vez, a candidatura da governadora - posição que vem sendo reiterada não apenas pelo deputado federal como por outros parlamentares petistas.

"Não estamos impondo nada, mas nossa preferência é por Izolda Cela", disse Guimarães, à época. Em outra ocasião, reforçou que o PT tem "um plano A e um plano B". Nesta quinta, em entrevista ao colunista Wagner Mendes, ele reforçou: "quem está com a caneta, o bastão político é a Izolda".

Deputados do PDT também ressaltam o poder agregador de Izolda Cela. Em publicação no Instagram, Salmito Filho (PDT) argumentou que Izolda, além de ser "governadora titular com direito à reeleição", é também quem "unifica os partidos aliados". O mesmo argumento foi levantado pelo deputado federal, Idilvan Alencar (PDT).

Chegou a vez de Izolda Cela. (...) Tem experiência de gestão, na política, resultados para mostrar e é a maior garantia de união das forças políticas que têm transformado o Ceará.

IDILVAN ALENCAR

Deputado federal

Líder da bancada do PT na Câmara Municipal de Fortaleza, Larissa Gaspar destacou o "amplo apoio dos partidos da base aliada" ao nome de Izolda Cela. A vereadora disse ainda que" impedir o desejo natural da governadora Izolda de ser candidata na sua sucessão é uma violência política de gênero".

"DIREITO À REELEIÇÃO"

Principal liderança do PP no Ceará, o deputado estadual Zezinho Albuquerque "puxou trem de pouso" da própria pré-candidatura caso a escolha seja pela governadora.

"Nesse momento, ela é a mais preparada. Ela está no lugar certo, na hora certa para dar continuidade a esse projeto que transformou o estado do Ceará", disse o parlamentar em maio, após discurso na tribuna da Assembleia em defesa da governadora.

Presidente estadual do MDB, o ex-senador Eunício Oliveira afirmou que soa mais "natural" que seja a governadora a liderar a chapa governista. "É mais que natural para quem está no comando (disputar como cabeça de chapa)", disse.

Não é apenas entre dirigentes partidários que este direito à reeleição é levantado como ponto favorável para uma eventual candidatura de Izolda. Prefeitos de diversos municípios cearenses têm demonstrado apoio à governadora.

O prefeito de Caucaia, Vitor Valim (Sem Partido), disse que "estranha" a possibilidade de ser "tirado dela (Izolda) o direito à reeleição".

"Me estranha, realmente, uma governadora, professora, que já mostrou o seu trabalho como secretária municipal, secretária estadual e vice-governadora, ser tirado dela o direito à reeleição", declarou. Ele disse ainda que tem "dado todo o apoio e todo o meu empenho" para que a governadora possa "ficar à frente" da gestão estadual.

____________

Com informações do Diário do Nordeste.