22 de maio de 2022

A política do pão e circo resiste ao tempo

 

Coliseu de Roma, espaço usado para entreter a população e construído na época do imperador Vespaciano. (FOTO/ Wikipédia).

Por José Nicolau, editor

 

O maior espetáculo do pobre da atualidade é comer.

(Carolina Maria de Jesus)

 

Você conhece a expressão “Política do Pão e Circo”? Se sim, sabe como poderemos identifica-la (sem cometermos anacronismo) na atualidade?

Panem et circenses” do latim que significa Política do Pão e Circo é uma expressão que tem origem histórica na Roma Antiga, em um momento específico da História e consistia no fato de distrair e silenciar a população para que ela não se revoltasse contra sua péssimas condições de vida. Essa distração se dava por meio de ações promovidas pelos líderes romanos, como o imperador Otávio Augusto e aperfeiçoada por Júlio César.

Entre essas medidas para apaziguar a população estavam os grandes espetáculos que para o seu desenvolvimento era necessário à construção de arenas. Aqui, escravizados eram usados para entreter a população (uma sugestão para ampliar seu conhecimento sobre isso é o filme Gladiador). Homens que perderam a liberdade se enfrentavam aos olhos atentos do público que, naquele instante, acabava esquecendo-se de suas condições precárias, da falta ações concretas dos governantes para resolver as desigualdades. Essa mesma população que naquele exato momento ficava com o poder de decidir se um dos gladiadores morria ou vivia.

Para completar a distração, os servos eram obrigados a jogar nas arquibancadas alguns pães. Dessa forma e de acordo com poeta romano Juvenal (100 d.C) que em sua Sátira X destacou que os líderes romanos mantinha a população fiel à ordem estabelecida e conquistava seu apoio. Findado isso, os problemas não haviam saído do lugar, pois nada havia sido feito para acabar com eles. Muito embora tenha se criticado a falta de informação e de interesse do povo romano em debater os assuntos da cidade, é necessário destacar que a estrutura política e o regime não lhes permitiam se aventurar no debate político.

Desta feita, a população empobrecida de Roma não tinha tempo para se revoltar. Não morria de fome e ao mesmo tempo se sentiam em paz ao lado de outros espetáculos como brigas de humanos contra animais, artistas de teatro, corridas de cavalos, acobracias e bandas. Esse era o objetivo. Manter os empobrecidos entretidos para evitar descontentamentos, revoluções sociais.

A política do pão e circo resiste ao tempo

Parecia até que estávamos escrevendo sobre nosso cotidiano. Essa tática da Roma Antiga permanece viva. Por isso e sem risco de entrarmos em anacronismo[1] é necessário destacar que houve uma renovação nas formas de alienação do povo e uma delas é a naturalização da pobreza. Há uma tentativa desenfreada de passar para a população que a fome, a miséria e todas as outras formas de desigualdades são naturais e, que portanto, não podem ser resolvidas.

Se entendermos que “pão e circo” enquanto fenômeno político é a distribuição à população de algo que ela deseja e necessita, logo essa prática resistiu ao tempo e ao lado dela outros conceitos, como o clientelismo nos ajudam a explicar que a todo o momento há ações que visam entreter o povo e mascarar a realidade. 

O entretenimento sem ações paralelas que ajudem a resolver as desigualdades é só uma tentativa de silenciamento do povo e de esconder a realidade.

A grande diferença hoje e já há estudos nesse sentido, é que grande parte da população sabe disso. Sabe que as desigualdades não são naturais, mas “inventadas por aqueles que comem” para parafrasear a escritora negra Carolina Maria de Jesus na obra “Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada”. E mesmo assim aceita participar do jogo, pois acredita que esta é (infelizmente) a única maneira de sanar, mesmo que temporariamente, suas necessidades.

Referências

DIAS, Anderson. Política do Pão e Circo. Disponível em http://www.parafrasear.net/2007/11/poltica-do-po-e-circo.html. Acesso em: 22 mai.2022.

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de Despejo – diário de uma Favelada. 10. ed. São Paulo : Ática, 2014. Disponível em https://drive.google.com/drive/my-drive. Acesso em 22 mai.2022.

NEVES, Juliete. Uma das sete maravilhas do mundo. Disponível em https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/coliseu. Acesso em:  22 mai. 2022.

SOUSA, Rainier. Anacoronismo. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/historia/anacronismo.htm. Acesso em 22 mai.2022.


[1] "O anacronismo ou anticronismo consiste basicamente em utilizar os conceitos e idéias de uma época para analisar os fatos de outro tempo. Em outras palavras, o anacronismo é uma forma equivocada onde tentamos avaliar um determinado tempo histórico à luz de valores que não pertencem a esse mesmo tempo histórico. Por mais que isso pareça um erro banal ou facilmente perceptível, devemos estar atentos sobre como o anacronismo interfere no nosso estudo da História." Veja mais em: https://brasilescola.uol.com.br/historia/anacronismo.htm.

21 de maio de 2022

“Sinto que meu papel como blogueiro antirracista não é tarefa pra ser cessada”, diz professor Nicolau

 

Professor Nicolau.  (FOTO/ Acervo Pessoal).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

Pela primeira vez em 11 anos de atuação constante como editor de um dos blogs mais acessado na região do cariri cearense e conhecido nacionalmente, o professor José Nicolau declarou abertamente que pensou e pensa em abandonar as publicações no Blog Negro Nicolau.

O Blog é uma das poucas mídias no Ceará que tem atuado na comunicação antirracista e a sua linha editorial dedicada quase que exclusivamente as denúncias de todos os casos de segregação racial e ao mesmo propondo uma narrativa distinta da veiculada pelos polos de comunicações tradicionais - estereotipada e que não questiona as estruturas racistas – fez e faz com que Nicolau não abandone o projeto.

Nicolau afirmou em suas redes sociais que pensa em abandonar as publicações no Blog devido a pouca disponibilidade de tempo, mas que sua desistência logo é descartada visto a ausência diária de temas antirracistas.

Todo dia (devido a pouca disponibilidade de tempo) eu penso em abandonar as publicações no Blog. Mas todos os dias ao fazer as leituras em sites e jornais (de tv), por exemplo, sinto que meu papel como Blogueiro Antirracista não é uma tarefa para ser cessada. Os nossos temas continuam ausentes nesses veículos”, destacou ele.

Relações sociais’ no Brasil foram feitas para impedir negros de chegar ao poder, diz Fachin

 

Ministro Luiz Edson Fachin, presidente do TSE. (FOTO |Reprodução|TV Justiça).

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Edson Fachin, afirmou nesta quarta-feira (18) que as “relações sociais” do Brasil foram feitas para que a população negra não chegue ao poder.

Fachin deu a declaração ao participar de uma audiência pública no TSE sobre “Desigualdade Racial e Sistema Eleitoral”.

A PEQUENA AMOSTRA DE MEMÓRIAS INDESEJADAS, MAS PEDAGÓGICAS, É PROVA DA MANEIRA COMO AS RELAÇÕES SOCIAIS DO BRASIL FORAM FORJADAS PARA QUE ALGUNS TIVESSEM ACESSO E OUTROS NÃO, TENDO A RAÇA COMO CRITÉRIO DISTINTIVO, QUE DEFINIU COM ISSO A HIERARQUIZAÇÃO COM OS GRUPOS, SENDO QUE A POPULAÇÃO NEGRA COUBE COMO LHE FOI IMPOSTA, POSIÇÃO DE SUBORDINAÇÃO SUJEITA A BLOQUEIO DE ACESSO A ESPAÇOS DE PODER, COMO POR EXEMPLO, ASSENTOS NO PARLAMENTO, DISSE O PRESIDENTE DO TSE.

Representatividade no Congresso

Ainda durante a audiência, Fachin citou a baixa representatividade de negros no Congresso Nacional.

Segundo o presidente do TSE, embora maioria da população, os negros representam 24% dos deputados federais e 16% dos senadores.

Fachin ressaltou que há no Brasil uma “política racista”, que tenta “aniquilar conquistas legítimas do espaço do poder político até então reservado para determinados grupos sociais”.

SÃO AS CONDIÇÕES QUE PERMITEM ÀS PESSOAS NEGRAS ACESSAR AS OPORTUNIDADES PARA O EXERCÍCIO DO DIREITO POLÍTICO ATIVO, SEJA NA DISPUTA POR UM MANDATO OU NA PRESERVAÇÃO DELE, COMO TEMOS ASSISTIDO EM ALGUNS RINCÕES DO BRASIL A LUTA CONTRA VIOLÊNCIA POLÍTICA RACISTA, AFIRMOU.

De acordo com o presidente da Corte Eleitoral, não basta não discriminar, é preciso “se inquietar com as ausências”.

“Esta ausência se coloca na linha de ser declarada como anormal porque não é passível de aceitar-se as ausências de negros e negras no processo eleitoral e na ocupação de encargos eletivos no Brasil”, disse o ministro.

Audiência pública

A audiência pública sobre desigualdade racial e o sistema eleitoral promovida pelo TSE vai subsidiar um relatório da comissão criada pelo tribunal para a promoção de igualdade racial.

Organizações não-governamentais, órgãos públicos, empresas e pessoas físicas participaram do evento.

Criada em março, a comissão tem o objetivo de avaliar e e propor ações para aperfeiçoar as normas e estimular a igualdade racial nas eleições, além de reduzir o racismo estrutural no processo eleitoral.

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Com informações do Geledés.

20 de maio de 2022

Homeschooling ataca direito universal das crianças e adolescentes de frequentarem escola, avalia professor

 

Governo tem projeto com regras para a educação em casa — Foto: Reprodução/JN


O projeto que regulamenta a prática do homeschooling no Brasil foi aprovado pela Câmara dos Deputados nesta quinta (19) e agora segue para o Senado.

Atualmente, o ensino domiciliar não é permitido no país por decisão do STF. Com base na Constituição, os ministros argumentam que o dever de educar implica cooperação entre Estado e família, sem exclusividade dos pais.

Este também é o argumento do professor de Direito e Políticas Públicas Salomão Ximenes, da Universidade Federal do ABC. Segundo Ximenes, o projeto vai na contramão dos direitos das crianças e adolescentes à escola pois o transfere aos pais.

"A gente fala em direito intransponível universal de frequentar uma escola como direito próprio da criança e do adolescente, e não um direito de seus pais ou responsáveis", explica. "Ao aprovar esse projeto se cria uma regra geral em que praticamente qualquer pai que cumpra requisitos bastante amplos pode livremente optar por levar ou não seus filhos à escola. Isso é um ataque do ponto de vista da construção do direito à educação no Brasil."

Salomão Ximenes é autor do livro "Direito à qualidade na educação básica: teoria e crítica" e compõe a diretoria da Ação Educativa e da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação. Em entrevista à Renata Lo Prete, o professor ainda avalia que o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados modifica toda a estrutura do direito à educação básica para atender às demandas de um número de famílias "bastante limitado" em relação à população brasileira no total.

"Fala-se em 7 a10 mil famílias que praticam esta modalidade - hoje ilegal - de educação domiciliar. Em nome de atender uma demanda de um número limitado, quase irrelevante, ataca-se dois pilares fundamentais do direito à educação."

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Com informações do G1.

Na ponta da língua: palavras de origem africana utilizadas no Brasil

 

Umas das grandes características do povo africano é a dança. (FOTO | Reprodução |Redes Sociais).


Fora do continente africano, o Brasil é o país com maior número de afrodescendentes do mundo todo, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Não somente pela raça e cor, a África se faz presente no vocabulário brasileiro, com palavras muito utilizadas no cotidiano, cujas origens provém de dialetos, como banto, iorubá, quicongo e quimbundo.

Um exemplo disso é a palavra "abadá", termo vastamente usado em época de Carnaval para determinar a camiseta recebida na compra do ingresso para blocos de rua. Ela tem origem no iorubá (em países como Togo, Benim e Serra Leoa) e originalmente era utilizada para se referir às batas e túnicas brancas, vestidas em rituais religiosos.

Dengo

De acordo com os dicionários, a palavra significa “lamentação infantil”, “manha”, “meiguice”. Contudo, a palavra é de origem banta (atualmente, território ocupado pelo Congo, Angola e Moçambique) e língua quicongo. Originalmente, o termo possui um sentido ancestral: dengo é um pedido de aconchego em outra pessoa em meio aos sofrimentos do cotidiano.

Moleque

Do dialeto quimbundo mu’leke, a palavra de origem africana significa “filho pequeno” ou “garoto”. Com o passar dos anos, no Brasil colonial, a palavra começou a apresentar um significado pejorativo, devido ao preconceito existente contra tudo o que era próprio dos negros, inclusive o modo como chamavam os seus filhos. Antes da abolição da escravidão, por exemplo, chamar um menino branco de “moleque” era sinônimo de ofensa.

Hoje em dia, a palavra “moleque” é atribuída às crianças brincalhonas. Também é utilizada para qualificar a personalidade infantil de uma pessoa.

Caçula

Do quimbundo “kazuli”, a palavra significa o "último da família ou o mais novo".

Cafuné

Também do quimbundo vem a palavra de origem africana "cafuné'', que significa acariciar/coçar a cabeça de alguém.

Quitanda

Do termo quimbundo “kitanda”, trata-se de um pequeno estabelecimento em que se comercializa produtos frescos, como frutas, verduras, legumes, ovos, etc.

Axé

A palavra “axé” geralmente é usada como o “assim seja”, da liturgia cristã, e também pode significar “boa-sorte”. Contudo, segundo as religiões afro-brasileiras, axé (do iorubá, “ase”) é bem mais do que isso: diz respeito à energia vital encontrada em todos os seres vivos e que impulsiona o universo.

Muvuca

“Mvúka”, palavra de origem banta e língua quicongo, significa aglomeração ruidosa de pessoas como forma de lazer ou celebração.

Cachimbo

Outra palavra de origem africana, cachimbo define um instrumento utilizado para fumar, geralmente, tabaco. A palavra deriva do termo “kixima” de uma das línguas bantas mais faladas em Angola: o quimbundo.

Candomblé

Candomblé é a união do termo quimbundo “candombe”, que significa “dança com atabaques”, com o termo iorubá ilé ou ilê (casa): “casa de dança com atabaques”.

Macumba

Macumba (quimb makumba) é uma religião que começou a ser praticada na primeira metade do século XX no Rio de Janeiro e é uma variante do candomblé. Originalmente, a palavra se referia apenas ao instrumento musical utilizado em cerimônias religiosas de raíz africana. O termo também pode ser utilizado de maneira pejorativa para se referir às religiões de matriz africana.

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Com informações do Alma Preta.

Arquivo Público do Ceará lança a exposição "Manuscritos da Escravidão do Ceará "

(FOTO | Márcio Porto).

No mês em que, oficialmente, se comemora a abolição da escravidão no Brasil, o Arquivo Público do Estado do Ceará, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult Ceará), apresenta a  Exposição “Manuscritos da Escravidão do Ceará”, para enriquecer as fontes que atestam algumas dimensões do Ceará escravista. A mostra conta documentos sobre a escravidão no Ceará, dos séculos XVIII e XIX.

Com lançamento nesta sexta-feira (20), a atividade ocorrerá de 20 de maio até final de julho, e pode ser conferida através de agendamento. Cartas de Alforria, Relação de Escravos Libertados com o Fundo de Emancipação de Escravos da Província do Ceará (século XIX), Casamento de escravos, Hipoteca de escravos, Declaração de libertação de escravos, Escritura de Compra e Venda de escravos, documento de Sociedades Abolicionistas são alguns dos documentos que integram a exposição.

São documentos que revelam os enredos da vida em cativeiro, cuja leitura nos revela um passado de violações. A escravidão que ligou durante quase quatrocentos anos a África à América, foi singularmente perversa, pois seus efeitos se prolongaram, esgarçando o tecido político e social das sociedades de seus descendentes no mundo contemporâneo.

Entre as peças que podem ser conferidas, os visitantes encontrarão um Manuscrito da Junta de Classificação de Escravos, do município de Aracati, a serem libertados pelo Fundo Provincial de Emancipação. No documento constam os nomes dos escravos, cor, idades, profissões, moralidade, valores e nomes de seus respectivos senhores.

Dada a imensidão do território brasileiro abarcado pelo regime escravista, ele se metamorfoseou, adaptando-se às peculiaridades das estruturas econômicas regionais, ou seja, se apresentou com diversas feições, com diferentes modos de vida escravizada, nas fazendas e nos núcleos urbanos dominados pelos senhores brancos. Muitos proprietários aumentavam suas rendas urbanas, com a prática da escravidão de ganho, as cozinheiras e as amas de leite.

O Arquivo Público fica na Rua Senador Alencar, 348 – Centro e a visitação acontece por agendamento.

Agendamento para visitação: apec348@gmail.com / 85 3101-2614

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Com informações da Secult CE.

Domingo acontecerá Pipada no Gesso

(FOTO | Reprodução |WhatsApp).


Por Naju Sampaio

O Coletivo Camaradas realizará a IX edição da Pipada, no dia 22 de maio de 2022, no Largo da Comunidade do Gesso (ao lado da Quadra), às 8:30 da manhã. Durante a pipada, cada pessoa confecciona sua própria pipa para depois empinar, contribuindo para a organização popular durante o encontro.

No Território Criativo do Gesso é comum observar as crianças empinando pipas, a brincadeira é tradição na comunidade e vem passando de geração para geração. A Pipada é destinada às mulheres e homens de todas as idades.

A ação da Pipada é uma forma de reconhecimento e fortalecimento dessa prática antiga da comunidade. Sendo importante ressaltar que o cerol e a linha chinesa representam perigo e o uso desses materiais ou qualquer outro cortante na prática de empinar pipas é crime.

Quem defende a educação de verdade é contra o homeschooling e contra o Bolsonaro.

 

(FOTO |Reprodução)


Lugar de criança é na escola

#HomeschoolingNão

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 18, o texto-base do projeto de lei que regulamenta o ensino domiciliar no Brasil, conhecido como homeschooling. Foram 264 votos favoráveis e 144 contrários, com duas abstenções. Hoje, 19, os deputados devem analisar os destaques, que são propostas de mudança na redação.

O que está em jogo é a regulamentação do ensino domiciliar na educação básica, nas etapas de Educação Infantil, Fundamental e Ensino Médio, a partir de uma modificação na Lei de Diretrizes e Bases. A prática não é regulamentada no País, por um entendimento do Supremo Tribunal Federal de 2018 de que não há lei que estabeleça as diretrizes do ensino domiciliar.

A maioria das propostas para a regulamentação do tema tem como autores apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, caso do PL 2401/19, que leva as assinaturas de Damares Alves, ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e de Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação. À proposta está apensado o PL 3179/12, do deputado Lincoln Portela (PL-MG), um pastor evangélico.

Votei contra o projeto e permanecerei sendo contra o ensino domiciliar. Escola é lugar de aprendizado, de convívio social e de proteção. As escolas devem receber mais investimentos e os educadores devem ser valorizados. Bolsonaro é inimigo da educação pública de qualidade. Quem defende a educação de verdade é contra o homeschooling e contra o Bolsonaro.

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Texto do Deputado Federal Glauber Braga, em suas redes sociais.