(FOTO | Divulgação). |
(FOTO | Divulgação). |
Denzel Washington no papel do brilhante professor Melvin Thompson. (FOTO/ Reprodução). |
Por Nicolau Neto, editor
O
Grande Desafio é um filme estrelado pelo ator Denzel Washington que no roteiro
exerce o papel do professor Melvin Thompson. Amante dos livros, das palavras e
de um bom debate, ele atua na escola com um objetivo a ser atingido: a
transformação da realidade a partir dos alunos e das alunas.
Para
isso, ele decide criar grupos de debatedores e colocar a pequena Wiley College,
do Texas (EUA), no circuito dos campeonatos entre as universidades.
A
história que é baseada em fatos reais, traz como pano de fundo o racismo e as
desigualdades que ele gera.
Abaixo um trailer do filme. Mas ele está disponível de forma completa no YouTube:
(FOTO/ Reprodução) |
Por Nicolau Neto, editor
O
historiador e escritor brasileiro Leandro Karnal analisou um dos filmes que
está tendo a maior repercussão dos últimos anos, antes mesmo do seu lançamento.
O filme "Mariguella", do ator e autor Wagner Moura, sofreu até
boicotes. Resistiu e hoje é um sucesso.
Para
Karnal, o obra de Mora representa um diálogo entre os acontecimentos da década
de 1960 e hoje. "Filmes históricos
retratam o passado a partir das releituras do presente", disse ele.
Dentre desse jogo dialógico, Karnal afirmou que a história do filme conectou o
bordão "abaixo a ditadura"
com "um invisível 'fora Bolsonaro'".
Ao
analisar o papel de Seu Jorge como Mariguella, o historiador afirma que o
protagonista foi excelente. E ao constatar que Marighella era realmente negro,
ele frisa que "parece que há mais
gente incomodada com a melanina de Marighella do que com a ausência dela nas
imagens de Jesus".
Tudo
que se faz ou não é um ato político. Nossas escolhas são políticas. Por isso
ele destacou que "as representações
são opções políticas: Jesus de olhos azuis também é uma representação
ideológica. Arte é sempre política e sempre deveria ser livre”.
Outro
ponto analisado por ele foi as violências da ditadura brasileira. "Eles não são instaurados pelo golpe, porém
pela tradição contra pobres e negros", disse e complementou ao dizer
que “a
posição está também em outros analistas: a violência, no Brasil, pode ficar
mais descarada em regimes de exceção (como 1964-1985), todavia, é constante na
sociedade brasileira e sua raiz é social e racial".
Por fim, o filme, na sua opinião, ganharia com 40 minutos a menos. "Não é análise técnica, apenas opinião", comentou.
Garoto é vítima de racismo na escola(FOTO/ Getty Images). |
Um
garoto de 14 anos foi alvo de ataques racistas pelos próprios colegas de
classe, em uma escola de Belo Horizonte. As mensagens dos alunos em um grupo de
WhatsApp chegaram a citar conteúdos como "saudades de quando preto era
escravo". O caso aconteceu com alunos do Colégio Cristão Ver, na região
noroeste de Belo Horizonte, nessa semana.
Ao
Uol, o pai contou que o grupo foi criado pelos próprios alunos da escola para
estudarem conteúdo de uma prova que seria aplicada. Segundo ele, logo depois de
criado, seu filho começou a ser excluído e isolado das conversas. O garoto
decidiu sair do grupo e, logo em seguida, começaram os ataques racistas.
"Que bom que o 'neguin' não tá, já não aguentava mais preto naquele
grupo", disse um dos alunos. Outro disse "nem sabia que preto
estudava". Em determinado momento, um aluno em questão disse que "nem
sabia que preto podia ter celular" e "sdds [saudades] de quando preto
só era escravo", sendo respondido com "e sempre trabalhava".
O
garoto, vítima de ataques racistas, recebeu os prints de um colega que viu as
mensagens e o alertou. Logo em seguida o menino contou para o pai. "Eu
fiquei estarrecido, o dia acabou para mim", contou o pai, que, ao procurar
a escola, disse que eles se solidarizaram e marcaram uma reunião. "Pensei
que seria apenas eu, só que os pais dos outros alunos também estavam",
disse. Ele relatou que alguns dos pais presentes na reunião tentaram minimizar
o caso de racismo.
"Eles
se desculparam, mas o leite já foi derramado", disse o pai. Segundo ele, o
garoto está com sintomas de depressão. "Eles bateram muito forte não só na
minha família, mas no meu filho também. Hoje [ele] não foi disputar um
campeonato, não sai de casa e não está comendo", relata.
O
pai da criança que sofreu racismo informou ao Uol que procurou a Delegacia da
Criança e do Adolescente. Ele foi orientado a comparecer em outra unidade da
Polícia Civil, junto com seu filho, nesta segunda-feira, 20, para registrar o
Boletim de Ocorrência. O portal Uol tentou entrar em contato com o colégio,
porém não localizou nenhum representante ou a direção da instituição para
comentar sobre o caso.
_______________
Com informações do Uol e do O Povo.
Casa de Farinha em Altaneira. (FOTO/ IBGE). |
Por Nicolau Neto, editor
O
Município de Altaneira, localizado na microrregião serrana de Caririaçu e na
Região do Cariri possui, segundo estimativas de 2020 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), uma população equivalente a 7.650 habitantes e
veio a ganhar autonomia política e administrativa no dia 18 de dezembro de 1958
segundo a historiografia contada pelas elites da época e sustentada ainda hoje.
De
acordo com as explicações dessas fontes e de alguns populares mais velhos, a
formação desse território que posteriormente veio a ser denominado de Altaneira
teve início nos anos finais do século XIX, quando os primeiros habitantes
começaram a ocupar a área em 1870. Com a fixação e organização desses povos
formou-se um povoado que levou o nome de Santa Tereza. Esta posteriormente foi
concebida como a padroeira do município. Segundo as mesmas fontes, as primeiras
famílias a se estabelecerem na localidade tinham como chefes João Bezerra,
Manoel Bezerra, Joaquim de Almeida Braga, José Almeida Braga, além de José
Braz, Firmino Ferreira Lima e João Correia de Araújo. O que permite perceber
laços familiares no molde patriarcal.
Antes
de se tornar independente politicamente o povoado da vila Santa Tereza foi
subordinado aos municípios de Quixará (hoje Farias Brito) e Assaré. A historiografia local, seja por intermédio
de fontes orais ou escrita, são poucas e até ineficiente para se ter um relato
mais preciso e as que estão a disposição acabam não revelando uma luta pela
independência fervorosa e ou, com grandes conflitos armados. O que leva a
perceber a necessidade de um estudo mais aprofundado para se analisar a
historiografia local.
Levando
em consideração esses os relatos, pode-se afirmar que o povoado foi elevado a
categoria de distrito pela lei estadual nº 1153, de 22 de novembro 1951, sendo
pertencente ao município de Quixará.
Pela lei estadual nº 2194, de 15 de dezembro de 1953, o distrito de
Altaneira passou a fazer parte do município de Assaré. Toda via, o ponto auge é
atingido somente em dezembro de 1958 quando, de fato, o distrito passa a se
tornar município de Altaneira. O Padre David Augusto Moreira é apontado como o
responsável pela denominação do Município. Ainda no que toca ao processo de
autonomia política, ocorreu em virtude do Projeto de Lei nº. 299/58, cujo o
autor foi o Dep. Cincinato Furtado Leite, nome que, inclusive foi dado ao
plenário da Câmara.
Segundo
as informações de populares mais antigos e de algumas fontes escritas a
religiosidade é uma conotação ávida e se faz presente com vigor ainda hoje. Nas
primeiras décadas do século passado foram dados os primeiros passos para a
construção de uma capela no distrito, sendo que a primeira missa campal se deu
em 1937 sob a organização do Padre Joaquim Sabino Dantas.
Mas
a História de Altaneira tem muitas lacunas. E essas precisam ser problematizadas a
partir de fontes, de vestígios deixados pelos humanos. Os documentos históricos
são vários, deste escrito e objetos a oralidade. Em Apologia da História ou ofício
do historiador, Marc Bloch destaca que tudo que o homem fala e escreve, tudo que
produz, tudo que toca pode e deve informar sobre ele, sobre a humanidade.
Assim,
as fotos estão classificadas como fontes materiais e são vestígios que dizem
sobre uma sociedade e sua organização. No caso de Altaneira, elas (as fotos) e
objetos que possam ser encontrados ao lado das fontes imateriais (relatos
contados por pessoas que viveram certo acontecimento histórico) são caminhos
para se construir outra versão da História do município.
Abaixo
disponibilizamos algumas fotos de Altaneira do século passado colhidas junto ao
IBGE:
Chafariz em Altaneira. |
Forno de Cal em Altaneira. |
Hospital Municipal de Altaneira. |
Capela Santo Antônio em Altaneira. |
Construção do Açude Pajeu em Altaneira. |
Praça David Moreira em Altaneira. |
Legião Brasileira de Assistência - LBA em Altaneira. |
Escola Antônia Rufino Pereira em Altaneira. |
Escola de 1º Grau Santa Tereza em Altaneira. |
Escola de Ensino Fundamental 18 de Dezembro em Altaneira. |
Extensão da Escola de Ensino Fundamental 18 de Dezembro em Altaneira. |
Centro Comunitário em Altaneira. |
Creche Comunitária Maria Raquel Pequeno em Altaneira. |
Matadouro Público em Altaneira. |
Micro Posto em Altaneira. |
Posto telefônico em Altaneira. |
Vista panorâmica de Altaneira. |
Centro Administrativo Frutuoso José de Oliveira em Altaneira. |
Centro Comunitário em Altaneira. |
Centro Educacional Joaquim Rufino em Altaneira. |
Câmara Municipal em Altaneira. |
Campo de Futebol em Altaneira. |
Eros Dancing Club em Altaneira. |
Em fevereiro, Barroso passará o cargo para Fachin. (FOTO/ Reprodução/ TSE). |
(FOTO/ Reprodução). |
63 anos de emancipação política de Altaneira. (FOTO/ Fabrício Ferraz). |
Por Nicolau Neto, editor
O
Município de Altaneira, localizado na microrregião serrana de Caririaçu e na
Região do Cariri possui, segundo estimativas de 2020 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), uma população equivalente a 7.650 habitantes e
veio a ganhar autonomia política e administrativa no dia 18 de dezembro de 1958
segundo a historiografia contada pelas elites da época e sustentada ainda hoje.
De
acordo com as explicações dessas fontes e de alguns populares mais velhos, a
formação desse território que posteriormente veio a ser denominado de Altaneira
teve início nos anos finais do século XIX, quando os primeiros habitantes
começaram a ocupar a área em 1870. Com a fixação e organização desses povos
formou-se um povoado que levou o nome de Santa Tereza. Esta posteriormente foi
concebida como a padroeira do município. Segundo as mesmas fontes, as primeiras
famílias a se estabelecerem na localidade tinham como chefes João Bezerra,
Manoel Bezerra, Joaquim de Almeida Braga, José Almeida Braga, além de José
Braz, Firmino Ferreira Lima e João Correia de Araújo. O que permite perceber
laços familiares no molde patriarcal.
Antes
de se tornar independente politicamente o povoado da vila Santa Tereza foi
subordinado aos municípios de Quixará (hoje Farias Brito) e Assaré. A historiografia local, seja por intermédio
de fontes orais ou escrita, são poucas e até ineficiente para se ter um relato
mais preciso e as que estão a disposição acabam não revelando uma luta pela
independência fervorosa e ou, com grandes conflitos armados. O que leva a perceber a necessidade de um
estudo mais aprofundado para se analisar a historiografia local.
Levando
em consideração esses os relatos, pode-se afirmar que o povoado foi elevado a
categoria de distrito pela lei estadual nº 1153, de 22 de novembro 1951, sendo
pertencente ao município de Quixará. Pela lei estadual nº 2194, de 15 de dezembro de 1953, o distrito de Altaneira
passou a fazer parte do município de Assaré. Toda via, o ponto auge é atingido
somente em dezembro de 1958 quando, de fato, o distrito passa a se tornar
município de Altaneira. O Padre David Augusto Moreira é apontado como o
responsável pela denominação do Município. Ainda no que toca ao processo de
autonomia política, ocorreu em virtude do Projeto de Lei nº. 299/58, cujo o
autor foi o Dep. Cincinato Furtado Leite, nome que, inclusive foi dado ao
plenário da Câmara.
Segundo
as informações de populares mais antigos e de algumas fontes escritas a
religiosidade é uma conotação ávida e se faz presente com vigor ainda hoje. Nas
primeiras décadas do século passado foram dados os primeiros passos para a
construção de uma capela no distrito, sendo que a primeira missa campal se deu
em 1937 sob a organização do Padre Joaquim Sabino Dantas.
Durante
mais de meio século de história, Altaneira já passou por grandes
acontecimentos, a maioria deles ligados a política partidária. Entre o final de
2010 e início de 2011 o município passou pelo momento mais conturbado e
complicado da sua curta história. Antonio Dorival de Oliveira, prefeito no
período, foi cassado por abuso de poder político (acusado de distribuir vales
de combustível durante o processo eleitoral de 2008 com dinheiro público). Em virtude disso, em um período de um ano os
munícipes foram as urnas duas vezes, uma em 2011, na eleição suplementar e, outra
em outubro do ano seguinte, para elegerem seu novo gestor.
Em
2020, em plena pandemia, a cidade sofreu mais um abalo politicamente e
acreditou-se que o município teria em sua curta história mais um caso de
prefeito afastado do cargo quando em uma operação secretários e empresários
foram presos por suspeitas de fraudes em licitação. A operação recebeu o nome
de “Salus.”
Em
63 anos de História nenhuma mulher chegou a ocupar o cargo de prefeita. As mulheres,
inclusive, estão ausentes na história tradicional que conta a formação do
município, fato que em nada se diferencia dos acontecimentos contados sobre a formação
do Brasil. Essa lacuna precisa ser preenchida. Alias muitas lacunas precisam
ser preenchidas, a exemplo do papel das populações negras, dos homens e mulheres
que não pertenciam às elites políticas e econômicas nesse jogo de poder.
Foucault, por exemplo, um dos filósofos mais estudados quando o assunto é poder, destaca que o poder ajuda a identificar sujeitos. Na relação de poder, os sujeitos atuam sobre os outros sujeitos, estabelecendo uma relação de dominação. Poder é, portanto, dominação. E essa sobrepõe verdade que precisa ser contada e recontada. Nas sociedades capitalistas, quem tem dinheiro tem poder, tem dominação e as impõe. As histórias contadas são as histórias dos “vencedores”, nunca a dos “vencidos”. E é aqui que reside o papel dos historiadores e das historiadoras – o de demonstrar e analisar essas relações de poder. É contar a história por outro viés e lembrar, como constatou o historiador inglês Peter Burke, que nossa função é “fazer lembrar aquilo que a sociedade quer esquecer.”