21 de julho de 2021

Apoiadores de Moro sondam PRTB para chapa com Mourão em 2022

 

Moro, Mourão e Bolsonaro (FOTO/ Isaac Amorim/MJSP)

A suposta candidatura do ex-juiz da Lava Jato e ex-superministro da Justiça, Sergio Moro, à Presidência em 2022 ganha, a cada dia, ares tragicômicos.

Abandonado na estrada pelas emissoras de TV e veículos de comunicação que alçaram seu nome às alturas, Moro agora reúne em torno de si um grupo de apoiadores que pode ser comparado aos bolsonaristas que frequentam diariamente o cercadinho do Palácio da Alvorada.

Segundo a revista Veja, um grupo desses apoiadores procurou o PRTB para “uma nova e surpreendente alternativa para a chamada terceira via presidencial em 2022”: lançar a chapa “Moro-Mourão”.

De acordo com a nota, publicada na coluna Maquiavel da revista, Moro ficaria com a cabeça de chapa e manteria o militar como vice na disputa contra o próprio governo do qual faz parte atualmente.

A Veja diz ainda que “dirigentes do PRTB evitam se manifestar” e que Mourão deixou o assunto “em banho-Maria” enquanto busca uma reaproximação de Bolsonaro.

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Com informações da Revista Fórum.

20 de julho de 2021

Os equipamentos culturais de base comunitária

 

Os equipamentos culturais de base comunitária. (FOTO/ Fanpage do Coletivo Camaradas).


Por Alexandre Lucas, Colunista

O desenho da cidade é uma construção diária, essencialmente ele se caracteriza pela relação do espaço e a interação dos sujeitos. É nesta relação de significação que a cidade vai sendo desenhada a partir das memórias, dos afetos e das condições objetivas das estruturas urbanísticas e arquitetónicas.  É um desenho que escapa das estruturas do planejamento urbano, apesar de ser essencialmente necessário e vital para a construção de uma cidade inclusiva e que enxergue a sensibilidade que existe na espacialidade urbana. Quando pensamos em equipamentos culturais espalhados pela cidade, de imediato nos vem a ideia de estruturas arquitetônicas e urbanísticas gestadas pelo poder público, o que nos coloca diante de desafios para pensar a partir e para além dessas estruturas, tendo como norte o viés das formas de exclusão e participação.

A partir de cada lugar, a cidade é reinventada numa unidade contraditória. A urbanização e a construção arquitetônica das cidades, tendem a se concentrar nas áreas centrais, criando uma espécie de cidade submersa a partir de suas margens. Desesconder as cidades não é uma tarefa fácil e exige mais que um olhar técnico, requer comprometimento e sensibilidade política, a partir de uma determinada compreensão de sociedade que se busca constituir.

Tirar a cidade dos seus esconderijos é ao mesmo tempo evidenciar as suas contradições e expor as fraturas socioeconômicas que se apresentam nos desenhos das cidades. Quais os equipamentos culturais que recheiam as cidades a partir de suas margens? Essa é uma resposta complexa se considerarmos, o que podemos eleger como equipamento cultural.

Na escassez dos tradicionais equipamentos tidos como culturais nas margens das cidades, como é o caso de cinemas, bibliotecas, teatros e galerias vai se definindo também um imaginário equivocado de que os processos de difusão estética, artística, literária e cultural estão necessariamente vinculados a esses equipamentos, o que não é verdadeiro. Entretanto, a edificação, manutenção e expansão destes equipamentos é uma reivindicação necessária e vital para democratização da produção simbólica desenvolvida pela humanidade de forma histórica e social e ao mesmo tempo compõe o repertório pelo direito à cidade. 

Por outro lado, as unidades escolares, estão presentes nas margens das cidades, porém, não são percebidas como equipamentos culturais, tanto pela ausência da discussão da transversalidade e centralidade da cultura, como também pelo norteamento da política pública. O formato arquitetônico das escolas demonstra esse caráter, quando não são construídas estruturas que contemplem os cinemas, teatros, bibliotecas e galerias e outros espaços para formação e fruição estética. Colocar essa dimensão pedagógica para as escolas, é ampliar a sua capacidade de difusão e de ampliação da visão social de mundo dos sujeitos, é constituir uma escola para além da sua comunidade escolar e potencializar lugares e compreensões da realidade. É alicerçar a escola a partir da prática social conjugada com a socialização e apropriação da produção universal. O que é papel imprescindível para a escola destinada à classe trabalhadora.

As praças, quadras e espaços de convivência comunitária são outros importantes instrumentos que possibilitam esse olhar enquanto equipamentos culturais. Predominantemente seu uso é baseado na monocultura das ações, o que acarreta um prejuízo, no que diz respeito a uma dimensão ampla e o uso plural dessas estruturas. Na maioria das vezes, esses equipamentos são abandonados na sua manutenção e gestão, enquanto estruturas públicas. O que abre brecha para o espontaneismo, uso privado e a degradação. O que não é um parâmetro republicado para a gestão dos equipamentos públicos. É preciso pensar formas de gerir essas estruturas de forma compartilhada com a sociedade civil para que exista planejamento e caráter pedagógico que possibilite ampliar a sua diversidade e pluralidade de uso social e apropriação cultural.

Se saímos do âmbito das estruturas do Poder Público, às margens das cidades ainda têm uma série de corredores de equipamentos culturais que precisam ser reconhecidos como tal, como as oficinas de ofícios, os terreiros dos brincantes e das brincadeiras, os espaços verdes e os cantos que vão juntando pessoas as para as práticas comunitárias, sejam os oratórios ou os troncos de árvores que servem como bancos para integração dos moradores.  

Quando a cidade vai sendo reafirmada a partir de suas margens, os equipamentos culturais vão ganhando forma, conteúdo e suas margens começam a se tornar centros de atenção e de ampliação da noção de poder.  

Rostos de mulheres negras são apagados do Memorial 'Nossos passos vem de Longe'

Imagem do mural antes de ser vandalizado. (FOTO/ Redes Sociais IDMJR).

Os rostos de sete das nove mulheres negras que integravam o memorial “Nossos passos vem de Longe!”, que ocupava os muros de Duque de Caxias (RJ) e havia sido inaugurado no dia 19 de junho, amanheceram, nesta segunda-feira (20), vandalizados e cobertos com tinta branca. O mural, que fica embaixo do viaduto da Vila do Centenário, no município fluminense, homenageia mulheres negras como a ativista do Movimento Negro Unificado (MNU) Rose Cipriano, a vereadora Marielle Franco, Mãe Beata e outras que atuam ou atuaram na luta das mulheres negras.

De onde vem tanto ódio que tenta apagar, invisibilizar, destruir a memória das mulheres que lutam nessa cidade?”, questionou Rose Cipriano em um vídeo divulgado em suas redes sociais. Ela lembra que o ato de vandalismo contra os rostos de mulheres negras aconteceu poucos dias antes da comemoração do dia 25 de Julho, dedicado nacionalmente a Mulher Negra e internacionalmente ao Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha. Cipriano finaliza dizendo que “o nosso recado é que nós não vamos nos calar”.

O memorial foi uma idealizado pela Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial (IDMJR) em homenagem às mulheres negras que fazem e fizeram parte da luta contra a Violência do Estado na Baixada Fluminense. Em suas redes, o IDMJR observou que o vandalismo racista através do apagamento dos rostos com a tinta branca “só destaca o grau de ódio e desprezo que essa sociedade possui pelo legado do povo negro”.

Isso é um apagamento da nossa história. É a destruição da memória da luta das mulheres negras. São as mulheres negras que mais morrem, são as mulheres negras que mais perdem seus filhos”, disse a ativista por direitos humanos, Sílvia Mendonça, em entrevista ao G1. Mendonça também é uma das personalidades retratadas no memorial.

O mural será recuperado e no próximo domingo (25) o IDMJR vai realizar um ato de desagravo em resistência a ação de vandalismo. “Esse ato de ódio racial, patriarcal e de classe promovido por pessoas e grupos militarizados da Baixada não irá nos intimidar. Seguimos na Luta!”, finalizou a Iniciativa.

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Com informações do Notícia Preta.

Movimentos sociais mobilizam-se para tomar as ruas do país no próximo sábado

 

(FOTO/ Mídia Ninja).

A CUT organiza em conjunto com os movimentos sociais que formam as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo um grande ato pelo ‘Fora, Bolsonaro’, contra o desemprego e a fome; pelo auxílio de R$ 600; vacina já para todos e todas e contra a reforma Administrativa e as privatizações, nas capitais e nas cidades do interior do país, no próximo sábado (24). 

Os dirigentes da central estão otimistas e acreditam que este ato será o maior dos três já realizados este ano, em 29 de maio, 19 de junho e 3 de julho.  

E para fortalecer o ato e obrigar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a pautar um dos 120 pedidos de impeachment de Bolsonaro, inclusive o superpedido protocolado pela Central, partidos políticos e movimentos sociais, estão sendo organizadas plenárias estaduais com os participantes da campanha ‘Fora, Bolsonaro’. O objetivo é, inclusive, ampliar a participação de todos os segmentos que defendem o fim desse governo genocida.

A unidade política dos movimentos sociais e de outros setores da sociedade para que o ato seja o maior registrado até hoje é destacada pelo secretário de Administração e Finanças da CUT Nacional, Ariovaldo de Camargo, e pelo diretor da Executiva Nacional da CUT, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho. Segundo eles, serão muito bem-vindos aqueles que quiserem se juntar à CUT e aos movimentos sociais na ocupação das ruas com a bandeira ‘fora, Bolsonaro’.

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Com informações da RBA. Clique aqui e confira a íntegra do texto.

19 de julho de 2021

Comissão de juristas que vai revisar legislação sobre racismo é prorrogada até setembro

(FOTO/Brasil de Fato/Pedro Stropasolas).

 

A comissão de 20 juristas negros que foi nomeada pela Câmara dos Deputados para elaborar uma conjunto de leis antirracistas e propor mudanças na atual legislação teve o seu prazo de atuação prorrogado até o dia 21 de setembro, pelo presidente Arthur Lira (PP).

Criada em janeiro, a comissão já realizou 16 reuniões e audiências públicas. Nesses encontros foram ouvidos especialistas e organizações que atuam no combate ao racismo estrutural e institucional. A comissão é formada por membros de todas as regiões do país e a presidência é do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Benedito Gonçalves. Em abril, o tema da audiência foi Segurança Pública e Racismo.

O assassinato de João Alberto Freitas, o Beto, homem negro de 40 anos espancado por seguranças dentro do Carrefour, em Porto Alegre, em 2020, foi motivo para a criação da comissão. As propostas, até o momento, abarcam sugestões para problemas como o encarceramento em massa e a violência policial.

“A população negra vive na periferia constitucional do Brasil. A prisão em massa da população negra sempre foi uma constante, desde os primórdios do processo escravista até os dias de hoje. Na década de 90, eram cerca de 90 mil presos no país. Hoje já são 868 mil, sendo que 60% são negros, jovens entre 18 e 29 anos, e moradores da periferia”, diz Deise Benedito, fundadora do Geledés, durante a reunião de 25 de março. Deise é mestre em Direito e Criminologia pela Universidade de Brasília (UnB) e foi perita do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, de 2014 a 2018.

A comissão foi subdividida em cinco grupos de trabalho para os seguintes temas: Direito Econômico, Tributário e Financeiro e questões raciais; Medidas de combate ao racismo institucional no setor privado; Medidas de combate ao racismo institucional no setor público; Sistema Criminal e Racismo; e Direitos Sociais nas áreas de trabalho, saúde, educação e cultura.

Após os debates e a avaliação das sugestões propostas pelos convidados, a comissão fará um relatório que ficará disponível para consulta pública. O relator da comissão é o jurista e filósofo Silvio Almeida.

Quando a comissão foi criada, em janeiro, a Coalizão Negra por Direitos, frente que reúne 170 entidades de Direitos Humanos e da luta antirracista, criticou o formato da comissão. Segundo a coalizão, a comissão foi criada sem que as entidades do movimento negro fossem consultadas. “Qualquer debate legislativo há de respeitar a sociedade civil organizada ao entorno da temática e a luta histórica dos movimentos negros foram responsáveis pelas parcas leis antirracistas existentes”, diz a nota.

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Com informações da Alma Preta.

 

Conheça a Galaria de Racistas

 

Por Nicolau Neto, editor

O site Galeria de Racistas expõe detalhadamente uma lista de pessoas que foram racistas. Muitos desses nomes foram homenageados no país, inclusive com feriados.

Segundo o site que disponibiliza a exposição ‘A Arte do Racismo’, “o Brasil tem a maior galeria de racistas a céu aberto do mundo. Há anos a arte é usada da sua pior forma: para homenagear escravagistas. Uma galeria permitida pelo Estado em todo o Brasil”.

Na exposição com cerca de 49 obras racistas,  há nomes como o de Tiradentes, Padre Antônio Vieira, Bento Gonçalves, Maurício de Nassau, Diogo Feijó, Borba Gato, dentre outros, e é possível perceber a história de crimes de cada homenageado.

Para a organização da exposição, a ideia é contribuir para retratação histórica e remoção de racistas das ruas.

A ação é fruto de um projeto colaborativo feito pelo Coletivo de Historiadores Negros Teresa de Benguela, o site antirracista Notícia Preta e um coletivo de publicitários pretos e é resultado de uma extensa pesquisa sobre monumentos brasileiros que homenageiam figuras escravagistas que cometeram diversos crimes contra a humanidade.

O Blog Negro Nicolau também defende, divulga e apoia essa causa.

Clique aqui e confira a Galeria de Racistas.

População vacinada de Altaneira contra a Covid-19 chega a 46,47%

 

Professora Ranielly Alcantara recebe a primeira dose da vacina anti Covid-19 em Altaneira. (FOTO/ João Alves).

Por Nicolau Neto, editor

O município de Altaneira chega a metade do segundo semestre com 5.139 pessoas que receberam a primeira ou as duas doses e, ou, dose única da vacina anti-Covid-19.

Desses números, segundo a última atualização da Secretaria da sáude do município, 3.440 pessoas tiveram a 1ªD aplicada no braço, enquanto que com as duas esse número atinge 1.584. Já com a dose única 115 pessoas foram vacinadas. 

Por essa última atualização, é possível constatar que com a primeira e com a dose única, Altaneira já atingiu a marca de 46,47% da população vacinada de um total de 7.650 habitantes (estimativa do IBGE 2020). Se se levar em consideração só os dados da 1ª dose aplicada, 44,96% da população já recebeu o imunizante; Com a segunda dose e a dose única esse número chega a 22,20%.

Vacinação por público

Ainda de acordo com as informações, 176 profissionais da saúde receberam as duas doses do imunizante, enquanto que a população idosa acima dos 60 anos esse número fica em 941. Das 520 pessoas da comunidade quilombola da Bananeira, 457 já receberam as duas doses. A vacina aplicada a esse público foi da astrazeneca que tem um intervalo de tempo de três meses entre a primeira e a segunda.

Veja também: 30,2% da população de Altaneira já recebeu a primeira dose contra Covid-19

A força de segurança que comporta os policias militares e a guarda municipal também já receberam o imunizante. Os primeiros com as duas doses e o segundo só a primeira.  348 pessoas com comorbidades foram vacinadas com a primeira dose;  177 professores/as também com uma dose ; 945 pessoas do público em geral receberam a 1ª dose do imunizante e do grupo das gestantes e pueperas, 45 receberam a primeira dose.

Outro dado importante é que não há nenhum caso de internação para tratamento da Covid-19, o que comprova a eficácia do imunizante.

Brasil tem 19,4 milhões de casos de covid-19 e variante delta chega a sete estados

 

Reabertura da Paulista será repetida no próximo domingo. Apesar do risco menor ao ar livre, chegada da variante delta preocupa especialistas. (FOTO/ Reprodução).

O Brasil registrou ontem (18) mais 948 mortes em decorrência do coronavírus, superou os 542 mil óbitos na pandemia e, com mais de 34 mil casos em um dia, o total de casos de covid-19 chega a 19,4 milhões. Os números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) confirmam tendência de queda nos números da pandemia a caminho dos patamares mais baixos do ano. Entretanto, o país se encontra diante de ao menos três fatores que tornam a situação delicada e perigosa: primeiro, a taxa de vacinação completa, em 16% da população, ainda é baixa para garantir uma imunização segura; segundo, a variante delta, decorrente da nova cepa indiana do novo coronavírus, ainda está em processo inicial, porém, crescente de disseminação; e terceiro, apesar das condições ainda desfavoráveis, autoridades estão precipitando medidas de flexibilização de restrições.

Ontem em São Paulo, por exemplo, uma multidão foi à Av. Paulista e a prefeitura da cidade já anuncia nova rodada da “retomada experimental” da abertura da avenida, das 8h às 12h, para o próximo domingo. A administração diz que foi possível reabrir a via – após um ano e quatro meses – por causa do avanço da vacinação da covid19. Mas, apesar de mais de 70% dos moradores da capital já terem tomado a primeira dose, apenas 17,5% tomaram a segunda. E embora eventos ao ar livre sejam considerados mais seguros para evitar o contágio, a chegada da variante delta ao Brasil, mais transmissível, tem colocado especialistas em alerta.

Variante delta

Segundo o Ministério da Saúde, ao menos 97 casos de infecção pela variante delta já foram notificados no país, e desse casos, cinco resultaram em mortes. Os registros foram feitos em sete Estados, mas os óbitos foram concentrados no Paraná e Maranhão. O Rio de Janeiro é o estado com o maior número de contágios pela nova cepa, 74. Porém, exemplo do que vem ocorrendo desde o início da pandemia, a testagem continua sendo feita de maneira precária. Ainda segundo o ministério, há registros de uma contaminação em Minas Gerais, duas em Goiás, três em São Paulo e duas em Pernambuco. No Paraná, foram nove casos de covid-19 pela variante delta, com quatro mortes; e no Maranhão, seis casos e um óbito. 

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Com informações da RBA.