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Imagem do mural antes de ser vandalizado. (FOTO/ Redes Sociais IDMJR). |
Os
rostos de sete das nove mulheres negras que integravam o memorial “Nossos
passos vem de Longe!”, que ocupava os muros de Duque de Caxias (RJ) e
havia sido inaugurado no dia 19 de junho, amanheceram, nesta segunda-feira
(20), vandalizados e cobertos com tinta branca. O mural, que fica embaixo do
viaduto da Vila do Centenário, no município fluminense, homenageia mulheres
negras como a ativista do Movimento Negro Unificado (MNU) Rose Cipriano, a
vereadora Marielle Franco, Mãe Beata e outras que atuam ou atuaram na luta das
mulheres negras.
“De onde vem tanto ódio que tenta apagar,
invisibilizar, destruir a memória das mulheres que lutam nessa cidade?”,
questionou Rose Cipriano em um vídeo divulgado em suas redes sociais. Ela
lembra que o ato de vandalismo contra os rostos de mulheres negras aconteceu
poucos dias antes da comemoração do dia 25 de Julho, dedicado nacionalmente a
Mulher Negra e internacionalmente ao Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha.
Cipriano finaliza dizendo que “o nosso
recado é que nós não vamos nos calar”.
O
memorial foi uma idealizado pela Iniciativa Direito a Memória e Justiça Racial
(IDMJR) em homenagem às mulheres negras que fazem e fizeram parte da luta
contra a Violência do Estado na Baixada Fluminense. Em suas redes, o IDMJR
observou que o vandalismo racista através do apagamento dos rostos com a tinta
branca “só destaca o grau de ódio e
desprezo que essa sociedade possui pelo legado do povo negro”.
“Isso é um apagamento da nossa história. É a
destruição da memória da luta das mulheres negras. São as mulheres negras que
mais morrem, são as mulheres negras que mais perdem seus filhos”, disse a
ativista por direitos humanos, Sílvia Mendonça, em entrevista ao G1. Mendonça
também é uma das personalidades retratadas no memorial.
O
mural será recuperado e no próximo domingo (25) o IDMJR vai realizar um ato de
desagravo em resistência a ação de vandalismo. “Esse ato de ódio racial, patriarcal e de classe promovido por pessoas e
grupos militarizados da Baixada não irá nos intimidar. Seguimos na Luta!”,
finalizou a Iniciativa.
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Com informações do Notícia Preta.