Contra
a polarização que ronda a ilha de Cuba, há um caminho a ser tomado: procurar
toda a informação que não circula pelas vias tradicionais, escutar os cubanos e
suas histórias, visitar o país. É essa, sem dúvida, a maneira mais eficiente de
se aproximar de uma realidade cheia de matizes frequentemente ignorados pelos
extremos políticos e pela imprensa.
![]() |
Che Guevara e sua esposa, Aleida March. Foto: Arquivo/Rose. |
Para
quem não tem planos imediatos de viajar pra lá, uma dica é visitar a exposição
“Um
olhar sobre Cuba”, que desde o início de julho está em cartaz no Museu
da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo – e lá permanece até 10 de agosto, com
entrada gratuita. Trata-se de uma pequena mostra curada por Rose Carvalho, uma
brasileira que residiu em Cuba por dois anos na década de 80 e que atuou como
assessora de imprensa na divulgação do evento comemorativo de 30 anos da
Revolução Cubana.
O
leitor mais desconfiado concluirá que já conhece essa história. Mas, não se
trata de escolher lados – e, sim, de conhecer um deles.
O
trunfo do material exposto, além de ser inédito, é que ronda a memória
particular: são coisas que Carvalho foi ganhando, reunindo, guardando e que
fazem um retrato pessoal de sua experiência. Fala-se de Cuba através de 37
fotos, 21 cartazes, quatro livros e dois vídeos inéditos que revelam aspectos
da vida política e cultural cubana com certa admiração e afeto, mas também com
a nostalgia de um tempo que já passou – o que torna tudo mais interessante. O
MIS topou abrigar essa história e, em meio à agitada programação da casa, ela está
conquistando boa visitação.
Rose
Carvalho, paulistana, foi jornalista, relações públicas, agitadora cultural e
assessora de imprensa ligada ao cinema – pioneira na área no Brasil e que, por
essa tarefa, foi parar na ilha, envolvida com o Festival Internacional de
Cinema de Havana. Sobre o evento, ela conta: "A Revolução Cubana, pra mim, foi o maior acontecimento político-social
da América Latina no século XX. A revolução está fazendo 55 anos e foi uma
forma de mostrá-la. A exposição é multimídia, com materiais da revolução e
pós-revolução”.
Via
Psol50