20 de outubro de 2013

Debate entre Ateu, Babalorixá, Protestante e Católico



Padre Jorjão, pastor Silas Malafaia, Ateu Daniel Sotto-Mayor
e o Babalorixá Ivanir dos Santos no programa Na Moral.

Foto: Na Moral/TV Globo.
O programa “Na Moral”, apresentado por Pedro Bial promoveu há dois meses atrás um debate entre Daniel Sotto-Mayor, representante da Associação de Ateus no Brasil, o Babalorixá Ivanir dos Santos, líder e chefe de um terreiro de Candomblé, uma das religiões afro-brasileiras, o padre Jorjão e o pastor Silas Malafaia.

Embora, reconheçamos que o programa seja exibido na globo que tem uma defesa clara do catolicismo, o debate proporcionou um leque interessante de discussão, de variedade de opiniões. Na oportunidade, muitos dos temas já levantado no Informações em Foco foram frisados, como o estado laico e a intolerância religiosa, a apoio da igreja católica a escravidão, a lei 10/639/03, etc. Conseguimos parte do debate.

Vamos ao vídeo

                          

Blogueiro e Jurista Raimundo Soares Filho afirma que se filiará ao Solidariedade em Altaneira



Presidente Palito recebe vereadores e simpatizantes ao
partido. Foto: Júnior Carvalho.
Os vereadores Deza Soares, Edezyo Jalled e Flavio Correia decidiram se filiar no Partido Solidariedade. Deza Soares que está licenciado para assumir a Secretaria Municipal de Educação confirmou filiação por telefone, uma vez que se encontra em viagem a serviço a Capital do Estado. Os Vereadores Edezyo e Flavio estiverem presentes na reunião que definiu a Comissão provisória do mais novo partido em Altaneira.

O empresário Devanilton Soares, mais conhecido por palito Megasom, é o articulador da sigla no Cariri será o Presidente municipal do partido. A reunião de instalação da Comissão provisória realizou-se na Sala das Comissões da Câmara Municipal de Altaneira.

Palito deu as boas vindas aos vereadores presentes e assegurou que o partido está sendo criado para construir uma história política em Altaneira. “Não seremos só mais uma sigla pra compor coligação, vamos influenciar diretamente no processo político, vamos eleger uma bancada forte na Câmara e disputar com chances reais o comando do Executivo” disse Palito.

O Vereador Flávio Correia disse que decidiu migrar para o Solidariedade, pois ver no Partido uma chance de melhorar a luta em defesa de quem mais precisa e o partido oferece melhores condições do exercício da atividade parlamentar.

Já o Vereador Edezyo Jalled disse que se identificou com partido ainda mesmo no processo de criação, pois via na sua linha programática algo que assimilava com suas ideias, mas decidiu mudar para o Solidariedade após tomar conhecimento que o Deputado Genecias iria comandar o partido no Ceará.

O professor Paulo Robson disse que se filiava ao partido com a esperança que se inaugure uma nova formula de se fazer política em Altaneira, pois se faz necessário sair da mesmice política local.
Palito assegurou, ainda, que o partido receberá apoio integral do deputado Genecias Noronha e que os vereadores da bancada terão acompanhamento político e jurídico para o fiel desempenho de suas atividades legislativas.
Ficou decidido igualmente que o partido irá apoiar o atual prefeito Delvamberto Soares (PSB) e que integrará o bloco da maioria antes formado na Câmara Municipal.

A Comissão Provisória Municipal ficou assim composta: Presidente - José Devanilton Soares; Vice-presidente - Edezyo Jalled Teles de Sousa; Secretário-  Francisco Correia de Araújo; Tesoureiro - Antonio Ângelo de Sousa; 1ª. Vogal - José Geraldo Soares; 2ª. Vogal - Paulo Robson Leite de Oliveira; 3ª. Vogal - Ana Késia de Alcântara.

Os vereador Edezyo Jalled e Flavio Correia continuarão exercendo as funções de Líder do Bloco da Maioria e Líder do Governo na Câmara Municipal, respectivamente. (Via Blog de Altaneira).

O jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho afirmou que
se filiará junto ao Solidariedade.
O Jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho, ex PT, e que colaborou na parte burocrática da construção dessa agremiação no município, nos informou que pretende se juntar ao grupo e se filiará. Ainda de acordo com Soares, também incorporarão a sigla, o Secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Ceza Cristovão e o ex comunita e ex presidente do Sindicato dos Servidores Municipais e servidor municipal, Antonio de Kaci.

Dr. Soares foi um dos articuladores do Partido dos Trabalhadores – PT no município. O jurista e blogueiro, mais conhecido por Dr. Soares, ou ainda por Deusrisberto sempre foi conhecido por ser polêmico e bastante enfático no que diz.  

Defensor eloquente de suas convicções ideológicas, o jurista ainda é conhecido como estrategista importante nas campanhas eleitorais, sendo um dos principais símbolos nesse quesito sua contribuição nas últimas campanhas eleitorais do grupo oposicionista em Altaneira, hoje responsável pela administração municipal. Ele era um dos principais representantes e articuladores do PT municipal, além de ter sido o principal responsável pela manutenção e organização deste em Altaneira. Atualmente, o mesmo exerce a função de Consultor Jurídico no Município de Penaforte, localizado no extremo sul do Estado do Ceará.

Pelas características já elencadas, a ida do Soares para o Solidariedade sem dúvida irá contribuir e muito na organização e articulação, principalmente pela defesa eloquente de sua ideologia. 

A agremiação tem tudo para ser e fazer diferente. Pois conta no seu quadro com pessoas que possuem uma bagagem teórica muito grande. Espera-se que se possa ter uma práxis na política partidária local, onde os discursos possam ser condizentes com a prática, ou ao menos se aproxime. O povo ganha. 

19 de outubro de 2013

Coalizão aumenta pressão por reforma política popular e democrática



Ato pela reforma política reuniu representantes de entidades
 e do parlamento no mês passado.
Descontentes com as propostas de reforma política até aqui apresentadas pelo Congresso Nacional - com medidas consideradas superficiais - algumas das maiores entidades sociais do país pretendem aumentar a pressão em favor do projeto de iniciativa popular que prevê mudanças profundas no sistema, como o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais e do voto uninominal para o parlamento, pontos considerados fundamentais para o combate à corrupção no país.

Integrantes desse movimento, batizado de “Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas”, reúnem-se na próxima quarta-feira (23), em Brasília, para debater as estratégias de mobilização. Fazem parte do grupo a OAB, a CNBB, a UNE, a CUT, o MST e a Contag, entre outras entidades de trabalhadores e movimentos populares.

Eles irão discutir os rumos da campanha pela coleta de assinaturas para a apresentação do projeto de lei de iniciativa popular, de forma a promover mudanças “que realmente façam a diferença”, conforme destacaram seus coordenadores.

A mobilização – a mesma que trabalhou pela aprovação da Lei da Ficha Limpa – conseguiu 300 mil assinaturas de apoio popular ao projeto. Para o encaminhamento da matéria ao Congresso e sua consequente formalização, são necessárias 1,5 milhão de assinaturas.

A proposta para reforma política defendida pelas entidades prevê o fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. A sugestão é de que passe a ser permitida a contribuição individual no valor máximo de R$ 700 por eleitor e sem ultrapassar o limite de 40% dos recursos públicos recebidos pelos partidos nas eleições.

Um dos principais motivos da reunião de quarta-feira é o fato de a minirreforma eleitoral aprovada nesta semana no Congresso ter sido considerada mínima em seu conteúdo pelas entidades sociais, que também criticam o trabalho do grupo técnico da reforma política em atuação na Câmara.

Para o fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o juiz Marlon Reis, a reforma política precisa ser incluída logo na pauta prioritária do país. Reis tem destacado a falta de transparência no sistema eleitoral e a necessidade de se discutir melhor o financiamento de campanhas.

“Nosso sistema eleitoral está comprometido pela falta de transparência. Peca por não dar ao eleitor uma ideia clara sobre a forma como ele vota. Ninguém entende nosso sistema caótico, que não permite ao eleitor ter uma clara noção das consequências do seu voto. Isso faz o voto outorgado a um candidato beneficiar outro, muitas vezes indesejado”, afirma. Reis lembra como exemplo o que ocorreu em 2010, quando o palhaço Tiririca, hoje deputado federal pelo PR de São Paulo, foi convidado pelo partido para se candidatar como puxador de votos.

A coalizão sugere, dentre os vários pontos abordados, a extinção do sistema de voto dado ao candidato individualmente, como hoje é adotado para as eleições de vereador, deputado estadual e federal e, em seu lugar, o sistema eleitoral do voto dado em listas pré-ordenadas, democraticamente formadas pelos partidos e submetidas a dois turnos de votação.

Financiamento obscuro

Segundo o juiz, essa falta de transparência também afeta o atual modelo de financiamento de campanhas. “Ninguém sabe quem doa e quanto doa. Os candidatos não são obrigados a revelar durante a campanha de onde está vindo o dinheiro que a sustenta e isso é muito sério. Viola a Constituição e os compromissos internacionais do Brasil em matéria de direitos humanos. Além disso, não há limites para as doações e muitas empresas participam do processo como forma de participar de licitações fraudulentas no futuro”, colocou.

O movimento por “Eleições Limpas” conta com o apoio direto da CNBB, cujo presidente, dom Raimundo Damasceno, afirmou no começo do mês durante solenidade que a democracia precisa ser participativa. “É preciso regulamentar mecanismos de participação popular, como o referendo, e fazer com que as camadas da sociedade, todas elas, tenham representatividade política”, enfatizou o cardeal na ocasião, também defensor da tese de que os partidos tenham programas sistemáticos de governo.

Já a OAB tem articulado mobilizações nos estados por meio das suas seccionais. O presidente da comissão criada dentro da Ordem para esse trabalho, o ex-presidente nacional Cesar Britto, destacou que considera o projeto Eleições Limpas “fundamental”. “Consiste numa iniciativa de defesa do aprimoramento da democracia e da participação da sociedade. Fazer essa reforma é deixar de estimular o caixa dois, é adotar um novo modelo político e novas regras de financiamentos de campanhas”, frisou.

Na UNE, que também se prepara para encaminhar representantes para a reunião de quarta-feira, os dirigentes destacam pesquisa feita em junho passado dentro do estudo Agenda Juventude Brasil 2013.

O levantamento, que tem o propósito de traçar um diagnóstico sobre como pensa a juventude brasileira, mostrou que, de uma lista de problemas que mais incomodam os jovens brasileiros com idade entre 15 e 29 anos, 67% responderam que era a corrupção, sendo este item citado em primeiro lugar por 36% destas pessoas.

“Defendemos o financiamento público de campanha porque, de fato, empresa não vota. O titular do voto é o cidadão. É fundamental debater o sistema de financiamento”, ressaltou o diretor da entidade Thiago José Aguiar da Silva.


Via Rede Brasil Atual

18 de outubro de 2013

São Romão visita Portuguesa em busca do G4, na abertura do 2º turno do municipal de Altaneira



Jurica, atacante do São Romão, é o
artilheiro do Campeonato de Futebol
Amador de Altaneira. Foto: João Alves.
Depois de sete rodadas finalizadas no último final de semana, a abertura do segundo turno do 15º Campeonato de Futebol Amador tem início nesse sábado, 19, com duas partidas que envolvem os clubes que estão na parte de cima da tabela.

A líder Portuguesa, invicta na competição, seis vitórias e um empate, enfrentará na sede o São Romão que busca motivação para vencer e entrar de vez no seleto grupo dos quatro primeiros que passaram as semifinais. No último confronto, a equipe perdeu o clássico do vale. Na oportunidade, o Vila Rica que vinha sendo saco de pancada conseguiu superá-los. O resultado lhe proporcionou os três primeiros pontos na tabela e ainda deixou o rival fora do G4. No currículo do time objetiva chegar as semifinais, costa a artilharia do municipal ostentada pelo atacante Jurica que já balançou as redes adversárias em oito oportunidades.

Ainda no sábado, no sítio taboquinha, o Juventude, dentro dos seus domínios tentará recuperar a boa fase, principalmente dos atacantes, para vencer o Maniçoba. Este, toda via, irá em busca da vice-liderança perdida para o Caixa D´Água. Três pontos separam as duas equipes na competição.

De acordo com informações do presidente da Associação Esportiva Altaneirense – AEA, Humberto Batista, já estão definidos a escala de árbitros para essas partidas. Antonio Rodrigues da Silva (Nenzim) será o árbitro do confronto envolvendo Portuguesa e São Romão, auxiliados por Paulo Gomes Porfírio e José Evandro de Andrade. Já Juventude e Maniçoba terá a condução de Luciano Ferreira Lima, tendo como assistentes Daniel Vieira da Costa e Antonio Nilton Pereira e Silva.



Religiosidade e a Cultura do Silêncio



Fieis católicos lotam ruas durante procissão no
encerramentodos festejos destinados a Santa Tereza,
Padroeira de Altaneira. Foto: João Alves.
A cultura do silêncio em certas ocasiões é aliada do explorador, do autoritarismo, da banalidade e da injustiça social. Ela vem somente a colaborar com os que estão revestidos do poder, nos espaços de poder, seja ele qual for em qualquer espaço. O calar antes certas atrocidades maximiza os estragos dos maus-feitos e dos malfeitores, dos maus orientadores, dos péssimos doutrinadores e corrobora para tornar o mais reduzido possível os ideais de quem pensa e age diferentemente dos jogos impostos pelos "poderosos".

Faz-se necessário reforçar o que já afirmamos na nota de repúdio publicada aqui mesmo nesse espaço de comunicação, a saber, ou os religiosos se identificam com o destino dos seus companheiros, com ele sofrendo, sentido a mesma dor e partilhando da mesma luta, ou se dissociam destes, alimentando o egoísmo e nesse caso, serão aliados daqueles que exploram o povo.

Padre Alberto
Diante desse triste cenário, recebam os nossos agradecimento a todos e todas que de forma direta e indireta partilharam de nossa indignação frente a atitude autoritária, arrogante do pároco de Altaneira e que só reforça o que já afirmávamos a seu respeito, um ser retrógrado, mal educado e um mal orientador. Agradeço de forma particular a Raimundo Soares Filho, Tati Freire, Vinicius Freire, Jose Ivan Pessoa que propiciaram a realização do debate nessa rede social. Infelizmente os que participam ativamente das celebrações, missas, novena e outros requisitos do catolicismo local não entraram no debate, o que já era esperado, mas não deixam de levar o meu respeito para com todos.

Mas a nossa admiração se reforça ainda mais aqueles que usaram da sua cidadania, da sua politização e tomaram posse de discursos que nos anima a continuar nessa árdua tarefa que é eu penso diferente, mesmo em um espaço onde todos os outros pensam igual. Fortalece-nos também e nos deixa ainda mais encorajado em continuar na luta pela justiça social, e saber que não estamos sozinhos, pois alguns já demonstraram para que vieram e insistem em dizer "não é assim que a banda toca", ou como costumo dizer para os amigos e amigas diariamente "não é bagunçado assim não".

Ah, só um recado: não esqueçam povo de altaneira, fieis católicos. Sem fiel não há padre, sem fiel não há igreja, mas o contrário não é verdadeiro. Se assim é, vocês precisam ter voz e vez. Precisam saber que o poder está com vocês, não com o padre. E isso vale para todas as outras religiões. Vocês estão na modernidade. Pensem nisso. Só mais um lembre: estaremos hoje, 18, na Rádio Comunitária Altaneira FM para falar sobre esse lamentável ocorrido.

PTB, PMDB, PSD e o dinheiro dos escravocratas



Trabalhador resgatado em usina do Dep. João Lyra exibe
luva rasgada.

A partir do cruzamento de dados do Cadastro de Empregadores flagrados com trabalho escravo, mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (mais conhecido como a “lista suja” do trabalho escravo) e as informações de doadores de campanhas eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral, organizadas pelo Portal Às Claras, a Repórter Brasil mapeou todos os candidatos e partidos beneficiados entre 2002 e 2012 por empresas e pessoas flagradas explorando trabalhadores em condições análogas à escravidão. PTB e PMDB são os partidos que mais receberam dinheiro dos atuais integrantes da “lista suja” no período e o recém-criado PSD é o que mais recebeu dinheiro na eleição de 2012. Confira abaixo o panorama geral dos últimos dez anos:

Ao todo, 77 empresas e empregadores flagrados explorando escravos que constam na lista atual fizeram doações a políticos, o que equivale a 16% dos 490 nomes. Eles movimentaram R$ 9,6 milhões em doações, em valores corrigidos pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O levantamento mostra que os quase R$ 10 milhões se distribuem entre 23 partidos políticos, considerando as doações feitas aos seus candidatos ou diretamente às agremiações, através de seus diretórios regionais. 

Como a inclusão de um nome na “lista suja” demora em função do processo administrativo decorrente do flagrante, no qual quem foi autuado tem chance de se defender, e considerando que, em linhas gerais, as doações eleitorais são fruto de relações prolongadas e não pontuais, a Repórter Brasil incluiu mesmo doações feitas em pleitos anteriores à inclusão no cadastro. O levantamento informa as doações dos atuais integrantes da relação, e não de todos os que já passaram por ela.

PSD torna-se o favorito

Em 2012, ano da última eleição, o país tinha 29 partidos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aptos a concorrer. Naquele ano, os candidatos do novato PSD – fundado em 2011 pelo ex-prefeito de São Paulo (SP) Giberto Kassab – receberam R$ 171 mil de oito nomes da “lista suja”. A cifra representa 22% do total dos R$ 769 mil doados por escravocratas para as campanhas de 2012 e faz do PSD o partido que mais dinheiro recebeu para o pleito.

Considerando a soma das doações nos seis pleitos realizados entre 2002 e 2012, o partido que mais se beneficiou com dinheiro do trabalho escravo foi o PTB, que recebeu mais de R$ 2 milhões de 16 nomes da “lista suja” do trabalho escravo. No entanto, metade desse valor veio de somente uma doação da Laginha Agroindustrial a João Lyra em 2002. Hoje filiado ao PSD, o deputado federal pelo Alagoas é dono da empresa produtora de cana-de-açúcar flagrada por duas vezes mantendo trabalhadores em condições análogas às de escravos. Em 2008, 53 pessoas foram libertadas no Alagoas. Dois anos depois, outros 207 foram resgatados em Minas Gerais. Hoje em recuperação judicial, a Laginha é a listada na relação atual de flagrados explorando mão-de-obra escrava que mais doou às campanhas eleitorais: a empresa enviou um total de R$ 4,2 milhões a três comitês financeiros partidários e 15 políticos de Alagoas, Pernambuco e Minas Gerais, como o governador mineiro Aécio Neves (PSDB) em 2006 e o ex-prefeito de Maceió (AL) Cícero Almeida em 2004 e 2008, quando foi candidato pelo PDT e pelo PP respectivamente.

Já o PMDB, segundo colocado entre os partidos que mais receberam de escravocratas, teve como beneficiárias 40 candidaturas ao longo dos dez anos estudados. O valor de  R$ 1,9 milhão contribuiu para que 12 prefeitos, seis vereadores e três deputados federais fossem eleitos. Somente o produtor rural José Essado Neto doou R$ 1,6 milhão ao partido, que o abrigou por três pleitos até alcançar o cargo de suplente de deputado estadual em Goiás em 2010, quando declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 4,3 milhões em bens. Ele entrou na “lista suja” do trabalho escravo em dezembro de 2012, depois de ser flagrado superexplorando 181 pessoas.

O resultado do levantamento foi organizado em um infográfico, que pode ser conferido abaixo:


Doações ocultas

No Brasil, a lei eleitoral exige que os candidatos prestem contas e deixem claro quem financiou suas campanhas. Deve ser discriminado, também, todo o montante que veio do próprio candidato – as chamadas “autodoações”. Dos R$ 9,6 milhões gastos por escravocratas em campanhas eleitorais, R$ 2,3 milhões – ou quase um quarto do total – vieram de 19 pessoas nessa situação, ou seja, políticos flagrados com trabalho escravo que doaram a si mesmos. O recurso, no entanto, dá margem para corrupção, permitindo que os pleiteantes a cargos eleitorais sejam financiados “por fora” e injetem o valor na campanha como se fosse proveniente do seu próprio bolso, ainda que não seja possível presumir que seja esse o caso dos políticos da relação.

Outro possível artifício para se ocultar a quais candidatos serão direcionadas os recursos é a doação aos diretórios partidários, como explica a reportagem de Sabrina Duran e Fabrício Muriana para o projeto Arquitetura da Gentrificação sobre a atuação da bancada empreiteira na Câmara dos Vereadores de São Paulo. Por meio dessa modalidade, os valores são distribuídos pelo partido ao candidato, sem que o próprio partido tenha de prestar contas e informar de quem recebeu o dinheiro. Os integrantes da “lista suja” do trabalho escravo usaram esse expediente em 36 ocasiões diferentes, totalizando R$ 1,3 milhão, valor cujo destino não é possível ser conhecido.

Escravocratas e ruralistas

Entre os que têm defendido publicamente proprietários de empresas e fazendas flagradas explorando trabalhadores em condições análogas às de escravos no Congresso Nacional estão integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, a chamada Bancada Ruralista. Os integrantes de tal frente pertencem a partidos que estão entre os que mais receberam dinheiro de escravocratas.

A votação na Câmara dos Deputados da PEC do Trabalho Escravo, que determina o confisco de propriedades em que for flagrado trabalho escravo e seu encaminhamento para reforma agrária ou uso social, é um exemplo de como o interesse dos dois grupos muitas vezes converge. Dos seis deputados federais em exercício na época da aprovação da proposta na Casa que foram financiados por escravocratas, três se ausentaram da votação, conforme é possível ver no quadro ao lado. Três votaram pela aprovação.

Em outros casos, tais associações também ficam evidentes, como no processo de flexibilização da legislação ambiental com a reforma do Código Florestal. A mudança, que diminuiu a proteção às florestas nativas e foi aprovada em abril de 2012, teve apoio dos seis partidos que mais se beneficiaram com doações de escravocratas e que, juntos, receberam R$ 7,9 milhões, ou 82% do total (confira o placar da votação da reforma do Código Florestal no site do O Eco).

Outras empresas

O levantamento levou em consideração a “lista suja” do trabalho escravo tal qual sua última atualização, de 17 de setembro, o que exclui empresas que forçaram suas saídas da relação através de liminar na Justiça, como a MRV, e outras que devem entrar em atualização futura, como a OAS.
Nos dois últimos anos, a MRV foi flagrada em quatro ocasiões diferentes – em Americana (SP), Bauru (SP), Curitiba (PR) e Contagem (MG) – explorando trabalhadores em condições análogas às de escravos. A empresa é uma das maiores construtoras do Minha Casa, Minha Vida, programa do governo federal de moradias populares instituído em 2009. Nas eleições de 2010 e 2012, a construtora doou um total de R$ 4,8 milhões a candidatos e partidos políticos, em valores corrigidos pela inflação.

Já a OAS foi autuada no mês passado por escravizar 111 trabalhadores nas obras de ampliação do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. Terceira empresa que mais fez doações a candidatos de cargos políticos entre 2002 e 2012, a empreiteira desembolsou R$ 146,6 milhões (valor corrigido pela inflação) no período. A OAS também faz parte do consórcio que venceu a licitação para a concessão do Aeroporto de Guarulhos à iniciativa privada no ano passado.

Via Repórter Brasil

17 de outubro de 2013

Candidatura de Tasso ao Governo do Ceará recebe apoio do Solidariedade



O presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força, esteve reunido na tarde desta quinta-feira (17) com o ex-senador e ex-governador Tasso Jereissati, a quem confirmou apoio a candidatura tucana ao Governo do Estado do Ceará nas próximas eleições, tendo o nome do empresário como principal indicação para o cargo.

As informações foram publicadas em uma nota do jornalista Lauro Jardim, na Coluna Radar on-line, no portal da Revista Veja.

A decisão de Paulinho “põe em xeque” o prometido apoio de Genecias Noronha, presidente do partido no Ceará, ao candidato de Cid Gomes nas eleições de 2014.


Via Ceara News

Homenagem a Chico Mendes é rejeitada por bancada ruralista



Bancada ruralista impede homenagem ao líder seringueiro
Chico Mendes.
A bancada ruralista se recusou a dar o nome de Chico Mendes ao plenário onde funciona a Comissão da Amazônia, na Câmara dos Deputados. Os representantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, que fazem parte da comissão, criticam duramente a homenagem. Alegam que o nome do líder seringueiro é uma ‘infeliz escolha’ e que a história de Mendes ‘é uma farsa’.

Os principais opositores são os deputados Moreira Mendes (PSD-RO) e Paulo César Quartiero (DEM-RR).

O projeto que batiza o espaço de Chico Mendes é da deputada Janete Capiberibe (PSB-AP). Ele foi aprovado no plenário da Câmara há cinco meses. No entanto, até agora, não foram instaladas placa e foto do seringueiro, nem houve qualquer celebração, como é de praxe nesse tipo de evento. Janete disse que vai recorrer para o cumprimento da decisão no plenário da Câmara.

Em entrevista ao jornal O Globo, o deputado federal e produtor de arroz, Paulo César Quartiero (DEM-RR), atacou o seringueiro. “Essa homenagem é um blefe. Chico Mendes foi um factoide criado pelas ONGs.”

Chico Mendes foi assassinado na porta de casa, em dezembro de 1988, pelos fazendeiros Darly Alves da Silva e Darly Alves Ferreira, em Xapuri, no Acre. À época, Mendes reuniu indígenas, pescadores e populações ribeirinhas para a criação de reservas extrativistas e lutar contra a derrubada da floresta para dar lugar às serrarias, ao pasto e aos latifúndios de monocultura.



Via Pragmatismo Político/Brasil de Fato