Na
última quinta-feira (27/10), a Diocese de Crato anunciou as transferências e
nomeações de cinco padres, entre eles está o padre Alberto. Adorado e
reverenciado por muitos católicos, o religioso tem em seu histórico manchas que
não se apagarão.
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Padre Alberto durante missa realizada neste domingo, 30 de outubro. Foto: Franchesco Rodrigues/facebook. |
1
- Em 2013 em artigo publicado neste blog afirmei que o pároco tinha dado mais
um passo para trás na sua trajetória sacerdotal. Nos últimos anos, ele estava
sendo tachado como o intransigente, intolerante e retrógrado. O que não
representava nenhuma novidade para a grande maioria dos que fazem ou compõem
esse gueto, do qual o pároco está incluso. Durante os festejos de São José realizado
na capela – ele - o Padre Alberto, confundiu mais uma vez o conceito de público e privado. Naquele ano, de acordo com conversas com o professor Antonio Nonato,
este tinha sido proibido de colocar brinquedos na praça pública para as
diversões das crianças. Naquela oportunidade, o professor repudiou o ato e
chegou a indagar – “Quem deve expedir alvará de funcionamento de alguma
atividade em ambiente público é o padre ou a prefeitura? Fica aqui meu repudio”!. O curioso é que,
durante aquela semana, havia crianças vendendo cartelas de bingo para o evento
religioso. Essa atitude precisava ter sido acompanhada pelas autoridades
policiais e pelo conselho tutelar, pois isso se configurou como trabalho
infantil, embora seja um ato momentâneo.
2
– Um ano antes, em abril de 2012, o pároco tinha demonstrado que o respeito, a
tolerância e o diálogo com quem pensa diferente não faz parte do seu
dicionário. Aqui, ficou visível o confronte entre a Secretaria de Cultura,
Desporto e Turismo, os protestantes e os participantes da peça “Paixão de
Cristo” e a pessoa do pároco. A encenação envolvia tantos membros da igreja
católica quanto de outras denominações. Os próprios atores e atrizes amadores afirmaram que o padre teria sido categórico ao afirmar que a encenação era “uma palhaçada”. A atitude do “líder” religioso católico gerou
indignação, revolta e repúdio entre os construtores do evento religioso e
cultural que há anos estava esquecido. Note-se que a polêmica teve início
quando os participantes haviam solicitado o patamar da Igreja Católica para o
momento da Crucificação, o que foi negado pelo Pároco sem justificativas
convincentes. Será se a peça tivesse só católicos a atitude teria sido a mesma?
3
– De volta ao ano de 2013. E mais uma vez a arrogância e a intolerância do
pároco aparecem. Em um batizado que participei pude perceber o quão autoritário, conservador,
retrógrado e mal-educado é este padre. A cada palavra professada uma chamada de atenção nos fieis. Na linguagem popular, a cada palavra dita um
"gato" nos que estavam presentes. Transcrevo aqui algumas expressões
ouvidas e que relatei no blog.
"A senhora tá fazendo o que
aqui? Eu disse padrinhos, volte para o seu lugar", dizia o pároco de
Altaneira. "A senhora é padrinho ou madrinha? Aprendam a ouvir",
resmungava ele. O espírito de arrecadação, de capitalista e explorador
financeiramente dos fieis, vez ou outra aparecia nas palavras dele. Tem algum
padrinho e madrinha que não são casados na igreja, pois se tiver não podem
estar nessa função. As pessoas pensam que podem viver do jeito que querem.
"Na casa de vocês tem regras? perguntava ele. Pois na igreja também
tem", completou.
Mal
sabem os fieis que esse jogo não passa de um discurso capitalista para retirar
cada vez mais dinheiro deles. Na idade média, a igreja católica ditava as
formas como as pessoas deviam se vestir, se comportar e se relacionar. Hoje, de
forma específica em Altaneira, não é muito diferente.
Quanto
a mim o pároco olhou atravessado e perguntou (e isso ele não tinha perguntado a
ninguém, somente a mim. Que privilégio): ei você de rosa, é católico? Olhando
para ele (mesmo sabendo que estava no local errado e no momento errado) e
disse: Não. Como que já sabendo a minha resposta, se não ele não teria
perguntado, pois, repito, não perguntou a mais ninguém, disfarçou está abismado
e voltou a perguntar: "Como você tem a ousadia de ser padrinho? Eu não
aceito que você seja padrinho sem ser católico, sem acreditar nas doutrinas que
EU ORIENTO. Pais, procurem outro padrinho", retrucou o pároco.
A
única palavra que saiu da minha boca foi o sonoro NÃO que lhe dei como resposta
quanto a ser católico. Ante isso perguntamos: Porque somente eu tive o
privilégio (pois para mim é sim um privilegio ser indagado quanto a minhas ideais)
de receber aquele já premeditada pergunta? Será se pároco tivesse sido mais
insistente e ter continuado naquelas primeiras perguntas sobre os padrinhos
serem ou não casados na igreja (como requisito para o sacramento) teríamos a
continuidade?
Para
uns, símbolos de competência, sabedoria diante da missão de evangelizar, um
líder espiritual, amigo. E esse é o outro lado que a comunidade altaneirense,
principalmente a católica não conhece ou fingem não conhecer. Ele durante a sua
estada aqui exerceu a função de "líder" religioso que não condizia
com os ideais do homem histórico Jesus Cristo. Foi conservador demais,
retrógrado demais e intolerante demais com os que não "rezavam" na
sua cartilha e com aqueles que pensavam diferente!!!
Segundo
informações da Diocese de Crato, quem exercerá a função de pároco de Altaneira
a partir do dia 06 de novembro é vigário paroquial da Paróquia Senhor Menino
Deus, de Aurora, padre Damião da Silva Peixoto.