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A morte da rainha, o racismo e as eleições no Brasil

 

(FOTO |  Jeff J Mitchell/POOL/AFP).


No último dia 8 de setembro, morreu a rainha Elizabeth II e nós assistimos a mídia hegemônica brasileira fazer um réquiem de dias. Além de declarações de muitas personalidades num esforço de sacralizar o nome de uma monarca que era a representante maior de uma casa real responsável por um processo de racismo, colonização e neo colonização dos mais perversos e sanguinários da história da humanidade na África, Américas, Ásia e Oceania.

Nos anos de reinado de Elizabeth II, a Inglaterra foi responsável por diversos conflitos de exploração das riquezas naturais, colaborar com a implantação e manutenção do apartheid na África do Sul, além de dificultar os processos de libertação colonial em vários países africanos. Este esforço de sacralização nos dá a medida de como temos uma cultura subalternizada, colonialista. Se pensarmos que, entre 1550 e 1850, de cada 100 pessoas que entravam no Brasil, 86 eram africanos escravizados e até 1807 a Inglaterra era das maiores responsáveis pelo tráfico negreiro, chegaremos a conclusão que o Brasil é um país formado por africanos, que nada conhece da África e da história de sua colonização e isto nos causa maior aversão ainda a este incensamento a uma representante máxima deste processo.

Trazendo este fato para o Brasil hoje, isso nos faz ficar muito mais indignados com vários acontecimentos deste nosso período eleitoral. Comecemos por pensar o burburinho causado pela fala de Lula sobre o comício eleitoral de 7 de Setembro do atual presidente parecer uma manifestação da Ku Klux Klan pela quase inexistência de negros e pobres, o que era um fato mensurável a olho nu. Depois pensar num vídeo que inundou as redes sociais: de um eleitor do atual presidente humilhando uma mulher da periferia da cidade de Itapeva (SP), que manifestou seu voto em Lula e foi avisada que aquela seria a última marmita que receberia por ter manifestado seu apoio. E por fim e não menos grave, o TRE de São Paulo proibir a foto na urna de Douglas Belchior (PT-SP), candidato a deputado federal, com boné e o TRE do Pará ter intimado Livia Noronha (PSOL-PA), candidata a deputada estadual, a mudar sua foto da urna por estar de turbante. Em tempo, o TSE reconheceu que o uso do boné por Douglas Belchior faz parte da identidade cultural de jovens das periferias urbanas, concedendo-lhe liminar que permite a manutenção do boné na sua foto da urna. Todos estes fatos nos traz a dimensão da violência racial neste país, nos mostra que o racismo brasileiro tem capilaridade em todos os setores da nossa vida cotidiana.

Nestas eleições, nós temos a chance de mudar o panorama do parlamento brasileiro nas Assembléias Estaduais e no Congresso Federal, para isso temos que empenhar nossos votos em deputadas/es/os federais e estaduais negros que tenham história de luta e compromisso com a pauta do movimento negro de enfrentamento ao racismo. O pontapé inicial foi a criação da campanha Quilombo nos Parlamentos que busca trazer uma nova cara no fazer político do Brasil.

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Texto de Regina Lúcia dos Santos, coordenadora estadual do MNU-SP e Milton Barbosa, um dos fundadores e coordenador nacional de honra do MNU, publicado originalmente no Alma Preta.

Pesquisa Ipespe: Lula oscila para cima e chega a 45% das intenções de voto, Bolsonaro tem 35%

 

Lula e Bolsonaro são os dois primeiros colocados na corrida eleitoral pela Presidência da República - Agência Brasil | Montagem: Brasil de Fato.

Pesquisa Ipespe divulgada neste sábado (17) revela uma oscilação positiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT à presidência, chegando a 45% das intenções de voto no primeiro turno das eleições. O atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), oscilou para baixo e aparece com 35%. Ambos se moveram dentro da margem de erro. O cenário apresenta um cenário estável nas últimas três semanas. 

Na pesquisa realizada na semana anterior, divulgada em 10 de setembro, o Ipespe apontou Lula com 44% das intenções de voto, mesmo índice da pesquisa anterior. Naquele levantamento, Bolsonaro havia oscilado positivamente um ponto e aparecia com 36%.

Entre os demais candidatos, o cenário é de estagnação. Na pesquisa deste sábado, Ciro Gomes (PDT) segue na terceira posição, com 7% das intenções de voto, queda de um ponto percentual em relação à pesquisa anterior. Simone Tebet (MDB) tem o voto de 5% dos entrevistados, seguida por Soraya Thronicke, do União Brasil, com 3%, e Felipe D'ávila, do Novo, com 1%. Todos registraram os mesmos números da pesquisa anterior.

O Ipespe também pesquisou um eventual cenário de segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Nesse levantamento, o ex-presidente aparece com 53% das intenções de voto, contra 38% de Bolsonaro. Também neste cenário Lula oscilou um ponto para cima. E Bolsonaro um ponto para baixo.

O levantamento foi encomendado pela Associação Brasileira dos Pesquisadores Eleitorais (Abrapel) e entrevistou 1.100 eleitores de todo o país por telefone, entre os dias 14 e 16 de setembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O código de registro na Justiça Eleitoral é BR-08883/2022.

Pesquisas mostram cenário estável

Os levantamentos mais recentes sobre as eleições presidenciais mostram estabilidade no cenário, apontando indefinição sobre a realização ou não de um segundo turno. 

O Datafolha divulgado nesta quinta-feira (15) mostra Lula na liderança com 45% das intenções de voto contra 33% de Bolsonaro (PL). No levantamento anterior do instituto, o petista tinha 45%, ante 34% do chefe do Executivo. Lula tem 48% dos votos válidos, o que indica empate técnico com os demais adversários somados.

Na pesquisa CNT/MDA divulgada nesta sexta-feira (16), Lula aparecia com 43,4% das intenções de voto, com Bolsonaro chegando a 34,8%. Na sondagem anterior, em agosto, o petista aparecia com 42,3%, enquanto o atual chefe do Executivo tinha 34,1%. Lula oscilou positivamente 1,1 ponto percentual, dentro da margem de erro, de 2,2 pontos, enquanto Bolsonaro variou 0,7 pontos para cima.

Pela pesquisa MDA, Lula tem 47,4% dos votos válidos, também indicando indefinição quanto à realização de um segundo turno.
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Com informações do Brasil de Fato.

Lula segue com chance de vencer no 1° turno, segundo Datafolha

 

Clauber Cleber Caetano/PR - Reprodução - Mateus Bonomi - Ricardo Stuckert.

Pesquisa Datafolha divulgada na noite quinta sexta-feira (15) mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT, da coligação Brasil da Esperança), à frente da disputa presidencial novamente com 45% das intenções de voto. O índice é o mesmo do último levantamento do instituto, divulgado no dia 9. O presidente Jair Bolsonaro (PL) oscilou para baixo e aparece agora com 33%, depois de chegar a 34% na mesma comparação.

Excluindo-se os votos nulos e brancos, Lula mantém os mesmos 48% de votos válidos. Com a margem de erro da pesquisa, de dois pontos para cima e para baixo, o ex-presidente segue com chance de ser eleito no primeiro turno. Para isso, é preciso 50% e mais 1 voto entre os válidos. Neste índice, ele chegou a registrar 54% em maio.

Em terceiro lugar, Ciro Gomes (PDT) subiu um ponto percentual e agora está com 8%. O ex-governador do Ceará está empatado tecnicamente com Simone Tebet (MDB), que vem com 5% das intenções de voto, repetindo a marca obtida nos últimos dois levantamentos Datafolha. Os brancos e nulos voltaram a ser 4%. Indecisos ou não responderam foram 2%, ante 3% na semana passada.

O resultado geral na modalidade de de pesquisa estimulada, em que a relação dos candidato é apresentada ao entrevistado foi:

Lula (PT): 45% (45% da pesquisa anterior)

Jair Bolsonaro (PL): 33% (34% na anterior)

Ciro Gomes (PDT): 8% (foi de 7%)

Simone Tebet (MDB): 5% (igual semana passada)

Soraya Thronicke (União Brasil): 2% (ante 1%)

Os demais candidatos – Pablo Marçal (Pros), Felipe d’Avila (Novo), Vera (PSTU), Sofia Manzano (PCB), Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP) e Padre Kelman (PTB) – não pontuaram na pesquisa divulgada hoje.

Pesquisa espontânea

Na pesquisa espontânea, em que os nomes dos candidatos não são apresentados aos eleitores, Lula registrou crescimento de 2 pontos e marca agora 41% das intenções de voto. Bolsonaro, por sua vez, também caiu um ponto nesta modalidade, e foi de 31% para 30%.

Confira

Lula (PT): 41%

Jair Bolsonaro (PL): 31%

Ciro Gomes (PDT): 4%

Simone Tebet (MDB): 3%

Outros: 3%

Em branco/nulo/nenhum: 5%

Não sabe: 15%

Dos votos válidos nesta modalidade, que é a que mais se assemelha ao dia da votação, Lula tem 51,2% das intenções. Bolsonaro tem 36,6%, Ciro, 4,8% e Tebet, 3,6%. Todos os demais somados chegam a 3,6%

Segundo turno

Em um eventual segundo turno, de acordo com o Datafolha, Lula venceria Bolsonaro com ampla dianteira, caso a votação fosse realizada hoje. O candidato da coligação Brasil da Esperança receberia 54% dos votos (crescimento de 1 ponto comparado ao último estudo), enquanto Bolsonaro registra 38% (menos 1 ponto).

Encomendada pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, a pesquisa ouviu 5.926 eleitores em 300 cidades e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número BR-04099/2022.

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Com informações da RBA.

Brizola Neto, Casagrande e Luxemburgo pedem voto em Lula no primeiro turno

 

(FOTO | Reprodução | Redes Sociais).

O candidato a deputado federal Leonel Brizola Neto (PT-RJ) divulgou vídeo nesta terça-feira (14) nas redes sociais, convocando os “brizolistas” a votar no candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno. Segundo ele, não é questão de “voto útil”, mas de sobrevivência. “A barbárie foi longe demais no nosso país”. O avô de quem herdou o nome é fundador do PDT, partido do também candidato Ciro Gomes.

Brizola Neto lembrou que, em 2002, o ex-governador (do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul) Leonel Brizola, deixou de apoiar Ciro Gomes – então filiado ao PPS (atual Cidadania) – para endossar o voto em Lula. “Peço aos brizolistas que se lembrem desse gesto de grandeza e novamente cerrem fileiras ao lado de Lula no primeiro turno. Bolsonaro não pode nem sequer chegar ao segundo turno”, disse.

Ele alerta em sua postagem que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), representa “o fascismo e a extrema-direita”. “E a irresponsabilidade com o destino do povo brasileiro cobra um preço muito alto, em sofrimento, aumento da miséria, desespero e a fome”, afirmou.

Sociopata no poder

Assim como Brizola Neto, o técnico de futebol Vanderlei Luxemburgo também foi às redes sociais hoje para declarar-se apoiador da campanha pelo voto útil em Lula no dia 2 de outubro. Usando linguagem de futebol, o treinador diz que “esse jogo está por terminar”, mas que “pode ser definido no primeiro tempo”. Também afirma que “não podemos dar nenhuma chance ao adversário”.

O Brasil tem tudo nas mãos para tirar esse sociopata do poder, e nós termos um Brasil melhor para frente. E melhor para frente é com Lula na presidência e Alckmin, como vice. Aí nós vamos ter um Brasil bem melhor. Brasil contra o sociopata”, acrescentou.

Se não Lula, a destruição

Ontem, assim como fez o ex-jogador Raí um dia antes, o também ex-jogador e comentarista Walter Casagrande Jr. fez apelo similar. “Você quer proteger a Amazônia, salvar nossos povos indígenas, acabar com o ódio na sociedade, tirar as armas das ruas, diminuir a inflação e a fome?”, questiona em vídeo. “Então você precisa votar no Lula, porque se não, isso não vai acontecer”, emendou.

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Com informações da RBA.

Marina Silva declara apoio a Lula em "reencontro político e programático"

 

(FOTO | Ricardo Stuckert | Reprodução | Página de Lula no Facebook).


A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata a deputada federal Marina Silva (Rede) declarou, nesta segunda-feira (12/9), apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto. Segundo Marina, o reencontro é "político e programático", e ela nunca deixou de estar próxima ao petista na esfera pessoal. A ex-ministra também entregou à campanha de Lula um documento com medidas na área ambiental para o programa de governo.

"Estamos vivendo aqui um reencontro político e programático. Do ponto de vista das nossas relações pessoais, tanto eu quanto o presidente Lula nunca deixamos de estar próximos e de conversar, inclusive em momentos dolorosos de nossa vida", disse Marina ao lado do petista, em coletiva a jornalistas ocorrida no escritório político da campanha de Lula, em São Paulo.

"Eu manifesto meu apoio de forma independente ao candidato, ex-presidente e futuro presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva. Peço a Deus que a gente possa implementar aquilo a que estamos nos comprometendo agora", complementou.

"Reelaborar, repensar o passado"

Seu partido, a Rede Sustentabilidade, já havia declarado apoio oficial ao ex-presidente. Por divergências políticas, porém, a legenda deixou aberta a possibilidade de que suas lideranças partidárias pudessem apoiar outros candidatos. Marina, que já foi do PT e que foi ministra no governo de Lula, se afastou do aliado e fez duras críticas aos governos petistas após a sua saída, inclusive na gestão ambiental.

Questionada por jornalistas sobre as desavenças, Marina respondeu que, em uma democracia, "ninguém precisa abrir mão do exercício da crítica". "Eu fui do PT durante quase 30 anos e, quando faço essa, durante esses 30 anos eu sou parte da crítica", disse a ex-ministra. "Agora nós estamos diante de um quadro que é democracia ou barbárie. Estou partindo do princípio de que tudo isso que está acontecendo é a nossa capacidade de reelaborar, repensar o passado, para construir um novo futuro", completou.

Participaram da coletiva ainda o coordenador do programa de governo Aloizio Mercandante (PT), a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e o vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB). Entre as medidas entregues por Marina à campanha está a criação de uma autoridade nacional para o enfrentamento às mudanças climáticas, além do reforço à transição para uma matriz energética sustentável.

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Com informações do Correio Braziliense.

Votar em Lula para derrotar Bolsonaro não é "meio burguês", como disse Ciro

 

(FOTO | Bruno Todeschini | Agencia RBS).

Por Nicolau Neto, editor

Falta menos de um mês para que a população se dirija às urnas. As eleições de 2022 - volto a dizer - são as mais importantes desde a redemocratização. E é exatamente por isso que precisamos ter muita, muita RESPONSABILIDADE DEMOCRÁTICA e não deixar escapar das nossas mãos o poder de tirarmos no voto aquele que tem de pior na política brasileira: o atual presidente.

Não é responsável da nossa parte deixar passar essa oportunidade já no primeiro turno, visto que no segundo é bem mais desgastante. No segundo, Bolsonaro usará toda a estrutura da máquina pública para ter ser projeto de poder autoritário e falacioso por mais 4 anos. Sem falar do grande risco de ruptura democrática como mais uma vez ele deixou transparecer na vexatória "celebração" do 7 de setembro. As palavras de ordem dele, além das de sempre, foi trazer a tona o período mais sangramento e horrível da História do Brasil: a Ditadura Civil-Militar instituída pelo golpe de 1964. A "História pode se repetir", disse. Um vexame sem precedentes, uma vergonha internacional. Fico só a pensar como a imprensa internacional fará para ditatizar a palavra repetida varais vezes pelo presidente: "imbrochável". Que lástima.

O Brasil precisa já em outubro próximo de um novo presidente: mais sensível às causas humanas e digno do cargo. E não é Ciro Gomes. Não é Simone Tebet. Ambos não possuem a mínima possibilidade de chegar ao segundo turno. Cada voto em um dos dois é desperdiçar a chance de fazer com que Lula - a maior liderança política do Brasil contemporâneo - vença no primeiro turno.

Votar em Lula para derrotar Bolsonaro não é "meio burguês" como disse Ciro. (Veja a declaração aqui). Não. De forma nenhuma. É sim um ato de grandeza. É uma atitude que demonstra zelo com a democracia e com as pautas identitárias (lembra Ciro?). É ainda um gesto de não ficar refém de um projeto individual. No meu caso em específico, estou deixando de lado minhas afinidades ideológicas para que o Brasil não volte às amarras da ditadura. Para que não percamos o que temos de mais precioso: a LIBERDADE.

Pedir que Ciro ou Tebet retirem suas candidaturas não surtirá efeito. Seus projetos pessoais são mais importantes que o risco de rompimento com a democracia. Ciro já tinha o desejo de se candidatar a presidência da república desde 2018 quando perdeu as eleições daquele ano. E de lá para cá não conseguiu um único partido para se juntar ao seu projeto de país. E é seu mesmo mesmo, visto que é um livro e não houve, portanto, colaboração da sociedade nele. É um projeto de país individual. Tentativas de agregar pessoas e partido para o lado do Ciro não faltaram. Mas ele não conseguiu. E não foi por causa de suas ideias, como demonstra em suas entrevistas. Falta ao Ciro humildade para reconhecer que não é seu momento e abrir espaços para que a vitória do Lula seja sacramentada já no dia 2 de outubro. Como ele não fará isso, resta que seus eleitores e eleitoras façam. A democracia agradece.

A Simone Tebet nós já falamos sobre. Votou com Bolsonaro praticamente em todas os itens das reformas que prejudicaram o povo, principalmente os mais pobres.

Sobre as falas do Ciro – a postura do PDT e dos demais candidatos majoritários

 

Ivanir dos Santos. (FOTO/ Reprodução/Facebook).

As Políticas Afirmativas, o respeito à Diversidade e o combate à Intolerância Religiosa precisam ser pautas obrigatórias de todos os candidatos em todos os níveis de mandato.

Em julho de 2021, recebi em nossa casa, a visita do, então pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes que me pediu para coordenar sua campanha nas áreas de: “Direitos Humanos e Igualdade Racial. Na ocasião, foi reiterado, também,  pelo presidente em nível federal, Carlos Lupi, o convite para participar de um projeto nacional que se desdobraria na disputa de um cargo majoritário, pelo PDT/RJ.

Como sabem os que acompanham minha trajetória, nenhum dos dois convites se confirmou na prática. E, hoje, com a sabedoria que o Tempo nos dá, passamos a entender os desígnios do Destino, a quem, como sacerdote, chamamos de Ifá.

Contrariando toda história ideológica do PDT, assim como os ideais de Brizola – que já em 1982 dizia: " No meu governo os favelados serão tratados como cidadãos" e ao ganhar o governo elegeu uma bancada legislativa federal e estadual diversa com negros, mulheres, indígenas, homossexual– assim como os ideais defendidos por Darcy Ribeiro, Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Idialêda, José Miguel, Caó, Albuíno Azeredo e Alceu Collares.

Surpreendi-me com matérias veiculadas recentemente na imprensa. Cito três:

“Ciro chama de "políticas do papo-furado mulher, índios e negros".[1]

“O Brasil tem comida, diferente do Fundão da África” citado no debate e em outras ocasiões”.[2]

“É um comício pra gente preparada, imagina explicar isso na favela”.[3]

Nasci na favela do Esqueleto e moro até hoje na Mangueira, onde Ciro esteve. Sinto-me na obrigação de lembrar, mesmo fazendo parte da Academia, que nem todo “saber” deriva dela. A cultura popular, urbana ou rural, da favela ou periferia é, também, um dos grandes patrimônios do povo brasileiro.

Só tenho a lamentar, não apenas a postura do candidato Ciro Gomes a temas tão caros à maioria do povo brasileiro, mas, principalmente o silêncio, a omissão e o descaso de outros candidatos principalmente majoritários – à presidência da República e ao governo dos estados.

Segundo o TSE 2022[4] entre os eleitores há 53% de mulheres e segundo o IBGE[5], 54% nossa população é composta por pretos e pardos. A maioria da população não é prioridade no debate. E sequer incluo aqui o respeito e a necessidade de debate sobre as minorias LGBTQI+, como a questão do Estado Laico, diante de ateus, agnósticos ou os religiosos que proclamam a própria fé divergente daquela que, hoje, eu chamaria de mercadológica, religiosos que têm um projeto de poder teocrático e anticonstitucional.

Sob pena de nos transformarmos, cada vez mais, em um país cheio de ódios, divisões, autoritário, teocrata, racista e intolerante; proclamo a todos os candidatos que assumam compromissos sólidos com as parcelas da população abandonadas à própria sorte e esquecida pelos poderosos. Só com a diversidade, construiremos um país saudável, igualitário, democrático, inserido no mundo globalizado e preparado para o futuro.

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Por: Ivanir dos Santos - Pós - Doutor Babalawô Ivanir dos Santos -  Professor e orientador no Programa de Pós-graduação em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ).

Texto encaminhado a redação do Blog por Rozangela Silva Assessoria de Imprensa

[1]https://revistaforum.com.br/politica/2022/8/2/ciro-chama-de-politicas-do-papo-furado-mulher-indios-negros-121046.html

[2]https://twitter.com/caiocgomes/status/1564731553325932550?t=Cf5xsIakyTEEJFVGRS_WcA&s=08

[3]https://twitter.com/CentralEleicoes/status/1565071697446928386?t=XT2NR45UmxPWgwYa2XxaJg&s=08

[4]https://sig.tse.jus.br/ords/dwapr/wwv_flow.accept?p_context=sig-eleicao-eleitorado/filtros/1586646739749

[5]https://jornal.usp.br/radio-usp/dados-do-ibge-mostram-que-54-da-populacao-brasileira-e-negra/

Pesquisa Ipec Ceará: Lula tem 58%; Bolsonaro, 19%; Ciro, 14%

 

Legenda: Candidatos Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL), Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB)
Foto: Ricardo Stuckert/Agência Brasil/Fabiane de Paula/Divulgação

A primeira pesquisa Ipec no Ceará para a disputa pela Presidência da República aponta o ex-presidente Lula (PT) com 58% das intenções de voto. Em segundo lugar, aparece o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), com 19%. Ciro Gomes, ex-governador do Ceará, tem 14%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento foi encomendado pela TV Verdes Mares e ouviu 1.200 pessoas entre o dia 29 de agosto e a última quarta-feira (31). As entrevistas foram feitas no modo presencial em 56 municípios.

A candidata Simone Tebet (MDB) tem 1% das intenções de voto. Vera Lúcia (PSTU), Pablo Marçal (Pros), Roberto Jefferson (PTB), Felipe d’Avila (Novo) e Soraya Thronicke (União) não pontuaram. Os candidatos Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP) e Sofia Manzano (PCB) não foram citados.

Brancos e nulos representam 4% dos entrevistados. Outros 4% disseram não saber ou não responderam à pesquisa. O nível de confiabilidade é de 95%.

SE A ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA FOSSE HOJE E OS CANDIDATOS FOSSEM ESTES, EM QUEM O(A) SR.(A) VOTARIA? (ESTIMULADA %):

Lula (PT): 58%

Jair Bolsonaro: 19%

Ciro Gomes (PDT): 14%

Simone Tebet (MDB): 1%

Vera Lúcia (PSTU): 0%

Pablo Marçal (Pros): 0%

Roberto Jefferson (PTB): 0%

Felipe d’Avila (Novo): 0%

Soraya Thronicke (União): 0%

Branco/Nulo: 4%

Não sabe/Não respondeu: 4%



A pesquisa capta os primeiros efeitos da campanha eleitoral gratuita no rádio e na televisão, que começou na última sexta-feira (26). O levantamento foi realizado pelo instituto Ipec Inteligência e está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob número BR-05276/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob protocolo CE-08708/2022.

ESPONTÂNEA

Na pesquisa espontânea, quando o entrevistador não apresenta os nomes dos candidatos, Lula (PT) lidera com 54% das intenções de voto. Em seguida, aparecem Jair Bolsonaro (PL), com 19%, e Ciro Gomes (PDT), com 10%. Simone Tebet (MDB) foi apontada por 1% dos entrevistados. Felipe d’Ávila (Novo) e Pablo Marçal (Pros) não pontuaram.

Constituinte Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Roberto Jefferson (PTB), Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronicke (União) e Vera Lúcia (PSTU) não foram citados. Outros nomes foram mencionados pelos eleitores, mas não chegaram a pontuar. Brancos e nulos somam 4%. De todos os eleitores ouvidos pela pesquisa, 13% disseram não saber ou preferiram não opinar.

A soma dos percentuais pode não totalizar 100% em decorrência de arredondamentos.

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Com informações do Diário do Nordeste.

Análise sobre o primeiro Debate presidencial 2022

 

(FOTO | Reuters | Carla Carniel)

Por Nicolau Neto, editor

Ontem assistimos ao primeiro debate presidencial realizado pelo Consórcio de Veículos de Imprensa liderado pela Rede Bandeirantes. Sobre ele faço algumas considerações:

1 - O Felipe D’Avila, do Partido Novo, é um típico representante da elite econômica do país e, como tal, fez o que tinha que fazer. Foi lá pra defender os interesses do seu grupo, da sua classe: a dos ricos. Ele argumentou que deseja privatizar. Fugiu de algumas perguntas, como por exemplo, a de contribuir para retirar as pessoas do endividamento. Ademais, era perceptível ser um grande defensor do agronegócio. Só faltou dizer "agro é tec, agro é pop, agro é tudo".

2 - A Soraya Thronicke (União Brasil) tem alguns momentos de pé no chão, principalmente quando fez coro para se solidarizar com a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, que foi atacada pelo atual mandatário. Mas foi só. Durante todo o debate demonstrou nao dominar assuntos cruciais. E por último, ainda se mostrou favorável a política armamentista. Não podia ser diferente, afinal não podíamos esperar muito de quem elegeu-se senadora em 2018 pelo partido do Bolsonaro, o PSL á época.

3 - Já que tocamos nele, é sobre o mesmo que iremos nos referir. Nada, absolutamente nada de novo a acrescentar sobre. Notícias falsas, números que não correspondem a realidade e ataques infundados levantados, principalmente em que pese as políticas públicas para as mulheres e os ministérios. Sobre esse último, repetiu algumas vezes que eram técnicos e que eram isentos de atos de corrupção. Rápida pesquisa no Google comprova a inveracidade das informações. Por fim, agiu como sempre: com autoritarismo pra cima das mulheres.

4 - A Simone Tebet (MDB) é também uma liberal. Fez diversas declarações de que é professora e mãe. Só isso não basta para tirar o país do marasmo. Fez um bom trabalho na CPI da Covid-19, mas não basta. Não se faz política educacional de qualidade com os maiores representantes da política neoliberalista do país. Mas reconheçamos que teve um desempenho razoável se comparado com o da Soraya e o do Felipe. O Bolsonaro não conta.

5- O Ciro (PDT) tem um conhecimento muito apurado do Brasil. Isso é inegável. Mas insisto: escolheu o caminho errado. A metodologia política errada. Tem que atacar o alvo certo. Já imaginou um segundo turno entre ele o Lula? Eleitores/as iam às urnas mais despreocupados com o andamento dos rumos da democracia. Mas o formato que escolheu não o levará para o segundo turno. Ao contrário, caminhará para uma derrota acachapante. Sairá muito mais pequeno politicamente do que em 2018. O Ciro daria um excelente Ministro do Lula: da Economia, talvez.

6- Por último, o Lula. Mostrou com muita propriedade que o Brasil teve avanços significativos em seus governos. Fez questão de demonstrar lealdade a Dilma Rousseff, principalmente destacando que foi vítima de um golpe em 2016 e que hoje, alguns não mencionam mais. Foi contundente quando elucidou que a Soraya Thronicke não viu as ações desenvolvidas na gestão dele, mas que porteiro, empregada doméstica e jardineiro viram e sentiram. Trouxe também pro debate a importância da educação e os investimentos realizados no setor, principalmente a criação das políticas públicas como o prouni que permitiu a entrada de diversos jovens nas universidades.

7 - Reitero que essas eleições são as mais importantes desde a redemocratização e não podemos nos dá o luxo de correr o risco de voltar aos tempos passados, onde a ausência de liberdade era uma constante. Por isso, vamos de Lula logo no primeiro turno.

8 - O debate não teve jornalista negros e negras para perguntarem aos candidatos e candidatas. A band e os outros veículos não têm negros/as em suas grades? Tendo, o que explica a ausência? As duas candidaturas negras não participaram do debate: Léo Péricles (UP) é Vera Lúcia (PSTU). A pauta racial também não foi tratada.

Ciro lança canal on-line para driblar o pouco espaço na TV e rádio

 

Ciro Gomes. (FOTO | Reprodução |Jovem Pam).

O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) lança, neste sábado (27), uma programação diária de vídeos on-line para tentar compensar o fato de ter apenas 52 segundos disponíveis para propaganda na televisão e rádio. A Ciro TV deve ter a grade disponibilizada na internet e vai apostar em debates, atividades da campanha e apresentações musicais.

O canal estreará às 21h e a previsão da campanha é que ele fique no ar 24 horas por dia. Ciro aposta em um programa comandado por ele junto a mulher, Gisele, que será exibido ao fim da propaganda do presidente. De acordo com a agenda do candidato, outro destaque deve ser o quadro Drible de Mestre, que a cada dia deve ser veiculado de um diferente estado do país.

A Ciro TV também terá um momento em que o pedetista comenta propaganda de adversários que foram ao ar minutos antes da transmissão. Outo quadro, Ciro de Verdade deve trazer as propostas do candidato.

A primeira transmissão deve ocorrer diretamente de um centro comunitário da periferia de São Paulo. A previsão inicial é que 30% dos quadros sejam ao vivo, percentual que deve subir para 50% quando a eleição se aproximar. A expectativa é que o canal continue após a votação.

Estacionado no terceiro lugar, Ciro Gomes busca crescer nas pesquisas. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada em 18 de agosto, o pedetista tinha 7% das intenções de voto, contra 47% de Lula e 32% de Jair Bolsonaro.

Lula deve ter 3 minutos e 39 segundos de propaganda em cada bloco, e Bolsonaro acumula 2 minutos e 38 segundos. Com apenas 52 segundos, Ciro tem tempo inferior ao de Simone Tebet (MDB), com 2 minutos e 20 segundos, e Soraya Thronicke (União Brasil), que tem 2 minutos e 10 segundos.

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Com informações do portal IG.

Lula segue próximo de vitória no 1º turno, Bolsonaro não cresce: leia as pesquisas da semana

 

Ex-presidente segue com larga vantagem em relação a Bolsonaro - Ricardo Stuckert e Agência Brasil.

A semana da campanha eleitoral pela Presidência da República foi marcada pela divulgação de duas novas pesquisas eleitorais de âmbito nacional. A primeira delas foi na segunda-feira (22), do Instituto FSB, sob encomenda do banco BTG Pactual. A outra na quinta (25), pelo Atlas Intel, sob encomenda da Arko Advice.

FSB/BTG: distância oscila na margem de erro

A pesquisa do Instituto FSB apontou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança da corrida eleitoral pela Presidência da República, com 45% das intenções de voto.

Na sequência, apareceu o atual chefe do Executivo e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), com 36%, que oscilou positivamente em dois pontos percentuais. Com relação à pesquisa anterior, publicada há sete dias, em 15 de agosto, Lula se manteve estável. Na ocasião, ele havia subido quatro pontos percentuais (41% para 45%).

A queda na diferença entre os dois principais candidatos ao Planalto ocorre dentro da margem de erro, que é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A oscilação ocorre após o início das campanhas eleitorais e a posse de Alexandre de Moraes como novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O estudo mostra que Ciro Gomes tem 6%, dois pontos a menos do que os 8% da pesquisa da semana passada. E Simone Tebet (MDB) registrou 3%, oscilação positiva de um ponto percentual. Vera Lúcia (PSTU) e Pablo Marçal (Pros), cuja candidatura foi retirada pelo seu partido, somaram 1%.

Os demais candidatos não pontuaram. Brancos e nulos somaram 2%, não sabem ou não responderam foram 3%.

Na simulação de segundo turno, Lula venceria Bolsonaro por 52% a 39%, ante 53% a 38% na pesquisa de 15 de agosto. Lula venceria Ciro por 49% a 30% e Simone por 53% a 25%. Ciro bateria Bolsonaro por 47% a 40%. Em um eventual segundo turno entre Bolsonaro e Simone haveria empate: 42% a 42%.

A pesquisa foi feita entre sexta-feira (19) e domingo (21) com 2 mil eleitores, intervalo de confiança de 95%, margem de erro de 2 pontos percentuais e está registrada no TSE sob o número BR-00244/2022.

Atlas: vantagem está em oito pontos

Uma pesquisa Atlas Intel/Arko Advice, divulgada na quinta-feira 25, indicou a liderança de Lula na corrida à Presidência da República com aproximadamente 8 pontos de vantagem sobre Bolsonaro.

O levantamento seguiu uma metodologia intitulada Atlas Random Digital Recruitment, ou RDR, segundo a qual os entrevistados são recrutados organicamente durante a navegação de rotina na web em territórios geolocalizados em qualquer dispositivo.

Foram entrevistadas 7.475 pessoas em 2.013 municípios entre 20 e 25 de agosto. A margem de erro é de um ponto percentual, considerando o nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o código BR-00848/2022.

Primeiro turno:

Lula (PT): 46,7%

Jair Bolsonaro (PL): 38,3%

Ciro Gomes (PDT): 6,4%

Simone Tebet (MDB): 3,6%

Pablo Marçal (PROS): 1,5%

Felipe D’Ávila (Novo): 0,7%

Vera Lúcia (PSTU): 0,4%

Sofia Manzano (PCB): 0,2%

Constituinte Eymael (DC): 0,1%

Léo Péricles (UP): 0,1%.

Cenários de segundo turno:

Lula 51,8% x 40,8% Bolsonaro

Lula 46,5% x 22,7% Ciro

Ciro 41,5% x 39,8% Bolsonaro

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Com informações do Brasil de Fato.

Lula volta à bancada do ‘Jornal Nacional’ após 16 anos. Relembre a sabatina de 2006

 

Última entrevista de Lula ao Jornal Nacional, como candidato à Presidência, ocorreu em 2006. (FOTO/ Reprodução / TV Globo).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai voltar à bancada do Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta quinta-feira (25). Há 16 anos, nas eleições de 2006, o petista participou pela última vez do telejornal da principal emissora de televisão brasileira.

Na ocasião, a duração da sabatina era mais curta, de apenas 11 minutos e 30 segundos (com possibilidade de acréscimo de mais de 30 segundos), tempo muito inferior aos atuais 40 minutos. Como Lula era presidente e, à época, a regra permitia que a entrevista fosse realizada fora dos estúdios, a sabatina foi no Palácio da Alvorada.

A entrevista de Lula, no entanto, ficou quase todo o tempo em um único tema: corrupção. Os programas sociais, a situação econômica ou a política externa sequer foram abordados. A maior parte das perguntas foram relativas ao “Mensalão”, suposto esquema delatado um ano antes pelo então deputado federal e hoje candidato a presidente Roberto Jefferson (PTB).

O vídeo do programa está disponível no site da Globo. O Brasil de Fato reproduz, abaixo, a transcrição da íntegra. A entrevista foi conduzida por William Bonner e Fátima Bernardes. Atualmente, a apresentadora Renata Vasconcellos é quem divide a bancada com Bonner.

Além de Lula, neste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) também participam das sabatinas ao vivo. O atual chefe do Executivo foi o primeiro, na noite desta segunda-feira (22). Ciro é recebido na terça (23), e Tebet será entrevistada nesta sexta-feira (26).

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Com informações do Brasil de Fato e Rede Brasil Atual. Clique aqui e leia a íntegra da entrevista de Lula de 2006.

Um recorde de candidaturas negras, por Cida Bento

 

Cida Bento. (FOTO/ Reprodução/ CEERT).

Crescimento está ligado à intensificação da pressão dos movimentos sociais

Foi manchete na grande mídia que, nas eleições de 2022, o Brasil terá uma proporção recorde de candidaturas de mulheres e negros — 49,3% são de pessoas negras, e as mulheres somam 33,4%, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Esse crescimento tem a ver com a intensificação da pressão dos movimentos sociais, em particular do movimento negro, por maior representação política nos parlamentos e Executivos de todo o país. A luta é pela democratização desses espaços.

A contagem dobrada dos votos em candidatas mulheres e em candidatos negros para a Câmara dos Deputados, conforme decisão do TSE em 2021, na definição dos valores do fundo partidário e do fundo eleitoral repassados aos partidos políticos, tem potencial para modificar a realidade de que a política no Brasil sempre foi feita principalmente por homens brancos.

Hoje, os processos eleitorais, ainda que de maneira tímida e lenta, vão incorporando outros segmentos da população, que ao longo da história do país não participaram de decisões que afetam diretamente suas vidas e estão construindo coletivamente sua participação. Essa pluralidade na participação política é expressiva do que pode ser considerado uma democracia.

A possibilidade real de mudanças no cenário político aumenta a violência contra essas candidaturas como forma de manter privilégios políticos, de não permitir posições diferentes das hegemônicas no cenário político ou ainda visando destruir qualquer oposição.

O relatório Desigualdade de Gênero e Raça na Política Brasileira, da Oxfam Brasil e do Instituto Alziras, nos revelou que nas eleições de 2020 foram comuns ameaças, discursos de incitação a violência e ódio, desmerecimento intelectual, críticas à faixa etária, ao pertencimento étnico-racial e, quanto às mulheres trans, negação de identidade de gênero.

O relatório mostrou ainda que os candidatos que receberam ataques foram ofendidos majoritariamente por suas atuações profissionais, como políticos e gestores públicos —com exceção de idosos e LGBTQIA+, que também foram alvo de ódio e agressões por essas características.

Desta forma, se houve uma ampliação recorde de vereadores e vereadoras negros e negras nas Câmaras Municipais, que passaram de 42,1% para 45,1% dos mandatos, esses parlamentares sofreram ataques justamente por serem aquilo que são.

E neste contexto, algumas situações se repetem, como o fato de que são os homens brancos o único grupo populacional onde a parcela de eleitos é maior do que a proporção de candidatos.

De outro lado, iniciativas da sociedade civil para ampliar o número de votos destes segmentos também são crescentes. A Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala no Brasil se mobilizou para incentivar meninas brasileiras a se registrarem e votarem nas eleições gerais deste ano, por meio da campanha #MeninasDecidem.

Vale lembrar que o número de jovens entre 15 e 17 anos com novos títulos cresceu mais de 45%, segundo o TSE, correspondendo a 1 milhão de jovens com título.

É também objetivo deste fundo promover não só a ampliação do voto das jovens, mas também a educação pública de qualidade em regiões do país onde a maioria das meninas não frequentam o ensino secundário, principalmente as negras, indígenas e quilombolas, com vistas a mudanças políticas para garantir educação secundária a todas as meninas.

Todo este processo de crescentes esforços por parlamentos e Executivos que reflitam a multiplicidade cultural, religiosa, de gênero, raça e idade é a expressão também da confiança social na democracia.

Vai ao encontro da Carta de 2022, lida em 11 de agosto na maioria dos estados brasileiros, por estudantes jovens, periféricas, negras e trabalhadoras na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), destacando a importância de defender a Constituição, o Estado de Direito e a democracia.

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Texto encaminhado à redação do Blog pela equipe do CEERT/São Paulo.

Bolsonaro mantém alta rejeição e não tira votos de Lula. ‘Precisa, mas não consegue’

 

"Reverter 51% de rejeição, em menos de 45 dias da eleição, não é uma tarefa simples. E talvez seja ainda mais difícil para Bolsonaro que todos os dias produz notícias negativas para a sua campanha". (FOTO/ Alan Santos/PR).

As pesquisas eleitorais divulgadas ao longo desta semana indicam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consolidado na dianteira da disputa pelo Palácio do Planalto. Mas também um crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida, embora abaixo do esperado diante dos pacotes eleitoreiros. Além disso, Bolsonaro não consegue tirar votos de Lula, e a redução de sua rejeição também não se dá no ritmo necessário.

A avaliação é da cientista política Rosemary Segurado, professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Em entrevista a Rafael Garcia, do Jornal Brasil Atual, a Rosemary baseia sua análise com base na última pesquisa Datafolha, divulgada ontem (18). No estudo, o petista aparece 15 pontos percentuais à frente de Bolsonaro no primeiro turno, com 47%, ante 32% do candidato à reeleição.

O crescimento de 3 pontos de Bolsonaro em relação à pesquisa anterior fica dentro da margem de erro. O presidente também conseguiu avançar numericamente entre outros segmentos, como o de eleitores que ganham de dois a cinco salários mínimos, no qual Bolsonaro no qual agora figura em empate técnico com Lula, também dentro da margem de erro (40% a 38% para o petista). “Ele (Bolsonaro) precisava mexer nisso e não consegue”, comenta Rosemary. Além disso, na faixa mais pobre – e mais populosa – Lula ainda lidera, com 54% a 23%.

Rejeição mais alta

A rejeição a Bolsonaro também segue como obstáculo para o atual presidente, de acordo com ela, já que Datafolha apurou que 51% declaram que não votariam nele de jeito nenhum. “Reverter 51% de rejeição, no tempo que se tem, menos de 45 dias da eleição, não é simples. E talvez seja ainda mais difícil para Bolsonaro, que todos os dias produz notícias negativas para a sua própria campanha. Por exemplo, ontem, ter agredido um youtuber que foi esperá-lo na saída do Palácio do Planalto”, observa a cientista política. Ela se refere ao caso em que Bolsonaro foi chamado nesta quinta de “thutchuca do centrão“. E, revoltado, partiu para cima de Wilker Leão, tentando arrancar o celular de suas mãos.

Primeiro turno

Rosemary também vê com ressalva análises da mídia comercial que apontam como certo o segundo turno. “Os dados não estão mostrando exatamente isso”, analisa. “Temos o ex-presidente Lula bastante consolidado na liderança e Bolsonaro, mesmo com todas essas medidas feitas recentemente, e Bolsonaro não conseguiu reverter (a rejeição). Crescer um ponto em um mês e em outro é insuficiente e distante da expectativa do que conseguiria com esses recursos. Nós não estamos vendo essa mudança. Então, há sim essa possibilidade de vitória no primeiro turno (de Lula).”

O Datafolha indicou que Lula tem hoje 51% dos votos válidos, excluindo nulos e brancos, ante 35% de Bolsonaro. O ex-presidente também supera o atual com uma diferença de 13 pontos percentuais em São Paulo, 20 em Minas Gerais e 6 no Rio de Janeiro. Os três colégios eleitorais normalmente já indicam quem pode ser o vencedor das eleições. “No Rio a diferença é menor, mas temos que ter em mente que sua vida e trajetória política foram constituídas totalmente no Rio. Ele tem uma base de apoio muito grande no estado, então é compreensível que ele tenha uma performance melhor do que em outros lugares”, pondera Rosemary.

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Com informações da RBA.