![]() |
Senador Aécio (PSDB) usa o 1º de maio para atacar o governo Dilma (PT) |
Tucano
vai a festa da Força Sindical acusar governo de maltratar trabalhadores e de
permitir volta da inflação; Gilberto Carvalho responde: ‘Faz 10 anos que a
história do país mudou. Pergunta se antes os sindicalistas eram recebidos no
Palácio do Planalto’
Representantes
do governo e da oposição bateram boca hoje (1º) sobre a inflação durante as
comemorações do 1º de Maio organizadas por quatro centrais sindicais
brasileiras na zona norte de São Paulo, entre elas a Força Sindical. O assunto
já se ensaiava nos discursos dos dirigentes sindicais antes mesmo que o
pré-candidato do PSDB à presidência da República, Aécio Neves, tomasse a
palavra.
“Não
podemos permitir que o fantasma da inflação volte a rondar a mesa do
trabalhador brasileiro”, disse o tucano, que foi convidado pessoalmente para a
festa pelo presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que nos
últimos meses ensaia deixar o PDT, criar um novo partido e migrar para a
oposição a Dilma Rousseff. “É por isso que estaremos sempre vigilantes para que
o país não seja mais uma vez, neste ano, lanterna em crescimento na América do
Sul.”
Aécio
afirmou que o Brasil vem experimentando um ciclo de 20 anos de “conquistas”
econômicas e sociais, mas voltou a pregar que os avanços só foram possíveis
“porque, um tempo atrás, um grupo de homens públicos, apoiados pela sociedade
brasileira, debelou a inflação e acabou com o imposto inflacionário”. O
pré-candidato do PSDB fazia referência ao governo de Fernando Henrique Cardoso
(1994-2002) e ao Plano Real, que amenizou a inflação vivida pelo país nos anos
1990.
Nas
últimas semanas, o senador tem testado o discurso a respeito da inflação como
mote para a campanha do próximo ano contra Dilma, que até agora aparece como
favorita à vitória. Ele tem acusado o governo de ser “leniente” com a inflação,
que em março ultrapassou o teto da meta de doze meses estabelecida pela equipe
econômica, de 6,5%. A alta de preços é vista pelo governo como algo temporário
e, na comparação com os outros anos, não apresenta comportamento atípico, sendo
puxada pela alta nos preços dos alimentos. Com o início da safra, em abril, o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem afirmado que não será difícil caminhar
para dentro da meta, que vem sendo cumprida desde 2005. No último ano do
governo FHC, a inflação foi de 12,53%, quase o dobro da registrada agora.
Durante
o 1º de Maio, o senador tucano também criticou uma suposta preferência da
presidenta Dilma Rousseff (PT) pelas reivindicações do empresariado em
detrimento das demandas sindicais. “É preciso que tenhamos um governo que não
tenha uma pauta permanente só com o empresariado, mas que construa uma pauta
permanente também com a classe trabalhadora brasileira durante todo o mandato,
não apenas nas vésperas da eleição.”
Poucos
minutos depois, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República,
Gilberto Carvalho, usou o microfone para rebater as críticas do adversário e
defender o governo. “Não é verdade que a inflação vai subir. Ela teve um pico
nos últimos meses, é verdade, mas agora começou a cair”, pontuou, ressaltando
que Dilma tem sido uma “leoa” em defesa dos trabalhadores. As centrais
brasileiras reclamam da falta de diálogo com o governo federal, que ainda não
avançou em pautas históricas do movimento sindical, como a redução da jornada
de trabalho e o fim do fator previdenciário.
“Faz
10 anos que a história do país mudou. Pergunta se antes os sindicalistas eram
recebidos no Palácio do Planalto”, provocou o ministro. “O presidente Lula teve
a coragem que ninguém teve de colocar o país a serviço dos trabalhadores.”
Gilberto Carvalho lembrou que 86% das categorias profissionais têm conseguido
reajustes salariais acima da inflação nos últimos anos e que atualmente a taxa
de desemprego está na faixa dos 5,6%.
O
ministro do Trabalho, Manoel Dias, também saiu em defesa do governo. “Temos 10
anos de conquistas sociais, com milhões de trabalhadores resgatados da pobreza”,
frisou. “Milhões de pessoas foram colocadas na classe média, onde estão tendo
acesso a bens de consumo e maior qualidade de vida. Outros tantos milhões foram
retirados da miséria extrema.”
No
entanto, o ministro contemporizou afirmando que o papel dos sindicatos é cobrar
o governo. “Os trabalhadores devem pedir cada vez mais, devem exigir reuniões
semanais com a presidenta da República”, afirmou. “Mas a inflação não está fora
de controle.”
O
governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e a ex-senadora Marina Silva,
dois prováveis adversários de Dilma em 2014, também foram convidados por
Paulinho, mas não compareceram ao evento, que é organizado por Força, CTB, Nova
Central e UGT.
Com
informações de Viomundo