"A novidade para esse país são os negros no poder", diz Douglas Belchior

 

Convidado desta semana no BDF Entrevista, Belchior fala sobre o casos de racimo no Carrefour e sobre a política brasileira . (FOTO/Arquivo Pessoal).

As mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do estadunidense George Floyd, dois dos mais trágicos casos de violência da história recente, foram divisores temporais na luta do movimento negro no Brasil e no mundo. A pauta ganhou força e não recuará frente às ameaças que sofre constantemente.

Desde então, as câmaras e assembleias lesgilativas do país foram ocupadas por candidaturas negras e LGBTQIA+, em paralelo ao aumento do conservadorismo dessas casas. Para Douglas Belchior, fundador da Uneafro, rede de cursos populares para negras e negros, e membro da Coalizão Negra por Direitos, a novidade para o Brasil “são os negros no poder”.

Convidado desta semana no BDF Entrevista, Belchior estuda uma filiação ao Partido dos Trabalhadores, onde já militou durante a juventude, para concorrer a uma vaga no Congresso Nacional. Esta seria sua terceira tentativa de integrar o legislativo brasileiro.

As outras duas foram em 2014 e em 2018. Ambas colocaram Belchior como suplente de deputados do PSOL, partido do qual se desfiliou neste ano, denunciando casuísmo com a pauta racial pela sigla, ao tratar o tema como um “compromisso absolutamente superficial e utilitário”.

Há uma conversa com o PT sobre uma filiação, mas isso também significa ter, da parte do PT, sinais de que a agenda é importante para eles. O PT precisa perceber isso e reivindicar esse ativo político, que é reconhecer que o racismo estrutura as relações de desigualdade e a desgraça brasileira, mas que também é no povo negro que nós temos a solução”, afirma.

Professor e uma das principais vozes do movimento negro brasileiro, Belchior fala ainda sobre o apagamento da representatividade da população negra na política nacional, principalmente na estruturação da esquerda brasileira, e sobre como a rede de supermercados Carrefour e as instituições privadas do país tentam mascarar o racismo.

O Carrefour é uma empresa racista, uma empresa genocida, que promove o racismo. O caso do [João Alberto de Freitas] Beto Freitas é o que mais se aproxima do caso de George Floyd no Brasil, e isso não foi suficiente para mobilizar os sentimentos da nação brasileira, porque a morte negra não comove.”

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Com informações do Brasil de Fato. Clique aqui e confira a entrevista na íntegra.

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