Do
BBC
A
riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial agora equivale,
pela primeira vez, à riqueza dos 99% restantes.
Essa
é a conclusão de um estudo da organização não-governamental britânica Oxfam,
baseado em dados do banco Credit Suisse relativos a outubro de 2015.
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Oxfam fez apelo a líderes reunidos em Fórum Econômico Mundial de Davos para que discutam e adotem medidas contra a desigualdade. |
O
relatório também diz que as 62 pessoas mais ricas do mundo têm o mesmo - em
riqueza - que toda a metade mais pobre da população global.
O
documento pede que líderes do mundo dos negócios e da política reunidos no
Fórum Econômico Mundial de Davos, que começa nesta semana, na Suíça, tomem
medidas para enfrentar a desigualdade no mundo.
A
Oxfam critica a ação de lobistas - que influenciam decisões políticas que
interessam empresas - e a quantidade de dinheiro acumulada em paraísos fiscais.
Ressalvas
Segundo
o estudo da Oxfam, quem acumula bens e dinheiro no valor de US$ 68 mil (cerca
de R$ 275 mil) está entre os 10% mais ricos da população. Para estar entre o 1%
mais rico, é preciso ter US$ 760 mil (R$ 3 milhões).
Isto
significa que uma pessoa que possui um imóvel médio em Londres, já quitado,
provavelmente está na faixa do 1% mais rico da população global.
No
entanto, há várias ressalvas a estes números. O próprio Credit Suisse reconhece
que é muito difícil conseguir informações precisas sobre os bens e dinheiro
acumulados pelos super-ricos.
O
banco diz que suas estimativas sobre a proporção de riqueza dos 10% e do 1%
mais ricos "podem estar subestimadas".
Além
disso, os números incluem estimativas colhidas em países nos quais não há
estatísticas precisas.
A
Oxfam afirmou que o fato de as 62 pessoas mais ricas do mundo acumularem o
equivalente à riqueza dos 50% mais pobres da população mundial revela uma
concentração de riqueza "impressionante", ainda mais levando em conta
que, em 2010, o equivalente à riqueza da metade mais pobre da população global
estava na mão de 388 indivíduos.
"Ao
invés de uma economia que trabalha para a prosperidade de todos, para as
gerações futuras e pelo planeta, o que temos é uma economia (que trabalha) para
o 1% (dos mais ricos)", afirmou o relatório da Oxfam.
Tendência
A
Oxfam verificou que a proporção de riqueza do 1% dos mais ricos vem aumentando
a cada ano desde 2009 - depois de cair de forma gradual entre 2000 e 2009.
A
ONG britânica pede que os governos tomem providências para reverter esta
tendência. A Oxfam sugere a meta, por exemplo, de reduzir a diferença entre o
que é pago a trabalhadores que recebem salário mínimo e o que é pago a
executivos.
A
organização também quer o fim da diferença de salários pagos a homens e
mulheres, compensação pela prestação não remunerada de cuidados a dependentes e
a promoção de direitos iguais a heranças e posse de terra para as mulheres.
A
ONG britânica quer também que os governos imponham restrições ao lobby, reduzam
o preço de medicamentos e cobrem impostos pela riqueza em vez de impostos pelo
consumo.
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