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O pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) é retrógrado, homofóbico e racista |
Um
dos assuntos mais discutidos das últimas semanas nas redes sócias, na TV, nos
blogs, nos jornais escritos e falados, assim como nas ruas, nos bares, nos
locais destinados à prática de esporte tem sido, não sem razão, a eleição do
pastor e deputado Marco Feliciano (PSC) para presidir a Comissão dos Direitos
Humanos e Minorias da Câmara – CDHM.
Acusado
de proferir discursos racistas e ser homofóbico, Marco Feliciano vem
enfrentando em diversas localidades protestos objetivando a sua saída da
Comissão. Recentemente, participei no município de Crato, localizado na Região
Metropolitana do Cariri, de um ato de repúdio ao mesmo.
Recentemente
também o vice-presidente do PSC, o pastor Everaldo Pereira disse que se for
preciso, convocará “100, 200, 300, 500 ou mais manifestantes” para defender
Marco Feliciano. Aos seus olhos, Feliciano é um deputado ficha limpa.
Devo
lembrar aos leitores desse portal, ao qual tem como principal objetivo levar
aos internautas informações sérias e que possam contribuir na formação de
opinião, sempre na perspectiva do exercício da cidadania que, essa CDHM está
alicerçada nos seguintes objetivos: receber, avaliar e investigar denúncias de
violações de direitos humanos. Inclui-se ainda o discutir e votar propostas
legislativas relativas à sua área temática e concomitantemente fiscalizar e
acompanhar a execução de programas governamentais do setor. Junte-se a isso o
colaborar com entidades não governamentais e realizar pesquisas e estudos
relativos à situação dos direitos humanos no Brasil e no mundo, inclusive para
efeito de divulgação pública e fornecimento de subsídios para as demais
Comissões da Casa, ao passo que corrobora para a sua sustentação enquanto órgão
representativo o cuidar dos assuntos referentes às minorias étnicas e sociais,
especialmente aos índios e às comunidades indígenas, a preservação e proteção
das culturas populares e étnicas do País.
São
alicerces ainda desse órgão representativo (faço questão de frisar uma vez mais
o “representativo”) o garantir que os direitos das minorias, ao qual está
incluído aqui os homossexuais, as mulheres e afrodescendentes não sejam, sob
hipótese alguma violados.
Diante
desse cenário, pergunto: que garantias podemos ter, digo podemos, pois sou
afrodescente, que os nossos direitos serão respeitados, que não teremos nenhuma
violação a nós se o órgão que nos representa está sendo presidido por um ser
retrógrado, homofóbico e racista? Como podemos acreditar que teremos voz e vez
se o presidente desta Comissão profere discursos perturbadores contra o grupo
para o qual ele foi “democraticamente” eleito? Como confiar em um ser que ver o
homossexual como sendo um ser defeituoso, que quer a todo custo que o negro
engula os preceitos da sua religião?
Os
retrógrados de plantão se baseiam no discurso falsário de que ele foi eleito
democraticamente e, por isso não pode sair do cargo. Ora, desde quando a
democracia não pode ser questionada? Afinal, o ato de questionar uma ação,
mesmo tendo sido pela via da democracia é, sem dúvida, democrático. Assim, protestar contra a democracia é
democrático.
Quem
não se lembra que findando o regime militar (1985), quatro anos depois, o
Brasil conheceu o primeiro presidente eleito pelo voto direto, o alagoano
Fernando Collor de Melo (PRN). Na disputa, Luiz Inácio Lula da Silva, Leonel
Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf, Ulysses Guimarães, Aureliano Chavez, Guilherme
Afif Domingos, Roberto Freire, Enéas e Fernando Gabeira. Lula e Collor se
enfrentaram no segundo turno. Este último venceu.
Minha
função, enquanto profissional da história é lembrar o que os outros esquecem e,
principalmente o que os retrógrados de plantão fazem questão de não lembrar.
Collor, eleito democraticamente sofreu diversas manifestações contrárias a seu
governo. Esse fato culminou com o impeachment. Símbolo desse acontecimento foi
os Caras-pintadas, um movimento estudantil brasileiro realizado no decorrer do
ano de 1992 e tinha como objetivo principal o impeachment do Presidente do
Brasil Fernando Collor de Melo e sua retirada do posto. O movimento baseou-se
nas denúncias de corrupção que pesaram contra o presidente e ainda em suas medidas
econômicas, e contou com milhares de jovens em todo o país.
Portanto,
para mim, e para todos aqueles brasileiros que lutam por um Brasil sem as
amarras do autoritarismo, da homofobia e do racismo, a permanência do pastor e
deputado Marco Feliciano a frente da CDHM é um risco a democracia, é
desrespeitar as minorias, em fim, é um retrocesso sem precedentes.
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