Simone Tebet declara apoio a Lula

 

Simone Tebet (MDB).
Créditos: José Cruz/ Agência Brasil. 

Simone Tebet, candidata do MDB que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, fez um pronunciamento na tarde desta quarta-feira (5), em São Paulo, onde declarou seu voto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

“Venho aqui hoje nesta tarde, que é uma tarde de um dia histórico, afinal o 5 de outubro foi o dia em que há 34 anos foi promulgada uma Constituição Cidadã, apresentar um manifesto ao povo brasileiro”, afirmou Tebet logo no começo do seu discurso.

“Apresentei minha candidatura para um país dividido diante dos discursos de ódio e da polarização ideológica e de uma disputa pelo poder que não apresentava soluções concretas para os problemas do Brasil. Minha intenção era construir uma alternativa que estivesse por fora desses confrontos que não refletem nem a alma e nem a postura do povo brasileiro. As urnas falaram, o povo foi ouvido, completou-se o rito da constituição que hoje completa 34 anos e venceu a democracia. Tive 4915423 votos e agradeço do fundo do coração por cada um deles. Mas aprendi, ao longo da vida pública que não se luta apenas para vencer, mas para defender projetos, criar caminhos e plantar sementes para uma colheita coletiva”, declarou Tebet fazendo um rápido balanço da sua campanha.

Mais cedo Tebet encontrou-se com Lula em um almoço na casa da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. Ontem, ela se reuniu com Geraldo Alckmin (PSB), vice de Lula, para quem entregou as suas propostas para o Brasil, buscando costurar a aliança. Também mais cedo nesta quarta, o MDB liberou seus quadros a apoiarem quem desejarem no segundo turno.

“O eleitor optou por dois turnos. E em face de tudo o que testemunhamos no Brasil nos últimos tempos e do clima de polarização e de conflito que marcou o primeiro turno, não estou autorizada a abandonar as ruas e as praças enquanto a decisão soberana do eleitor não se concretizar. Sim, critiquei os dois candidatos que disputarão o segundo turno e continuo a reiterar as minhas críticas. Mas pelo amor que tenho que tenho ao Brasil, à democracia e à Constituição, e a coragem que nunca me faltou, peço desculpas aos meus amigos e companheiros que imploraram pela neutralidade neste segundo turno para dizer que o que está em jogo é muito maior do que cada um de nós. Votarei com a minha consciência de brasileira e a minha razão de democrata, e elas me dizem que neste momento tão grave, omitir-me seria trair minha história de luta, assim como do meu partido. Há um Brasil a ser imediatamente construído e um povo a ser reunido", discursou.

"O Brasil está afundado em ódio e desavenças. A negação tomou o lugar das vacinas e o ódio o dos livros. A iniquidade fez curvar a esperança e a mentira tomou o lugar da verdade. O Brasil voltou ao mapa da fome, e o orçamento público tornou-se secreto. Depositarei em Lula o meu voto, porque reconheço seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, concluiu.
O ex-presidente Lula venceu o primeiro turno das eleições no último domingo com 48,43% dos votos e é o favorito para vencer também o segundo turno, contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) que teve 43,2%, no próximo dia 30 de outubro.
---------

Com informações da Revista Fórum.

Educação é um direito e um fator de desenvolvimento do país. Relembre 18 ações na área feita nos governos do PT

 

Prioridade: o PT investiu, como nunca, da creche à pós-graduação. (FOTO/ Reprodução).

Para o PT, educação é um direito de todos os brasileiros porque só com acesso ao conhecimento alguém pode exercer a cidadania com plenitude, sendo capaz de observar e transformar o mundo, de forma crítica e autônoma. Além disso, estudar é a forma mais segura para uma pessoa se colocar bem no mercado de trabalho e disputar os melhores salários. Sem educação, uma pessoa é excluída e condenada à pobreza.

Mas a educação é fundamental não apenas para o desenvolvimento individual, mas do país. Como já repetiu Lula muitas vezes, não há na história um caso sequer de país que tenha se desenvolvido sem investir antes em educação. É formando profissionais qualificados e cientistas capazes que o Brasil deixará de ser apenas exportador de produtos agrícolas e minerais, passando também a vender para o mundo produtos industrializados criados e fabricados aqui.

No momento pós-pandemia, a educação precisará de muita atenção. Um diagnóstico preciso sobre como o período de isolamento afetou o aprendizado de crianças e adolescentes deverá ser feito. E não será mais possível adiar a informatização das escolas, transformando-as em espaços de inclusão digital, que garantam acesso a computadores e internet de boa qualidade. E o PT está certo de que é capaz de atender a essas demandas porque quando governou o país, com Lula e Dilma Rousseff, investiu como nunca havia sido feito na educação, garantindo acesso, permanência e qualidade, desde a creche até a pós-graduação.. Lembre o que o Partido dos trabalhadores fez pela qualidade do ensino brasileiro.

O que o PT fez pela educação

1. Mais recursos. Nos governos Lula e Dilma, educação não era tratada como gasto, mas como investimento. Por isso, o orçamento do Ministério da Educação (MEC) triplicou, passando de R$ 49,3 bilhões, em 2002, para R$ 151,7 bilhões, em 2015. No governo Dilma, os investimentos na área superaram em R$ 54 bilhões o piso constitucional.

2. Criação do Fundeb. Em 2006, a Constituição foi alterada para que se criasse o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica, que assegurou recursos para todos os níveis de ensino e elevou os repasses da União para estados e municípios vinculados às matrículas da educação básica. Para se ter uma ideia do impacto do Fundeb, em 2006, os repasses do Fundef haviam sido de R$ 988 milhões. Em 2007, com o início do Fundeb, os repasses cresceram para R$ 3,9 bilhões. E chegaram a R$ 15,98 bilhões em 2015.

3. Petróleo para financiar o ensino. Uma das maiores provas de que a educação foi prioridade nos governos do PT foi a ideia de Lula de destinar o dinheiro do pré-sal, descoberto em 2006, para a área. A proposta foi encaminhada ao Congresso e, em agosto de 2013, a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei que destinava 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, além de 25% dos royalties para a saúde. Porém, após o golpe de 2016, a aprovação do Teto de Gastos simplesmente minou os efeitos desses recursos.

4. ProUni e Fies. Esses dois programas permitiram o ingresso de milhões de estudantes de baixa renda nas universidades privadas. O primeiro concedia bolsas de estudo integrais e parciais e, desde sua criação, em 2005, até o primeiro semestre de 2016, assegurou 1,9 milhão de bolsas. O segundo era um financiamento com custo altamente subsidiado, que beneficiou 2,71 milhões de estudantes.

5. Novas universidades e câmpus. O PT não apoiou apenas o ensino privado. Muito pelo contrário, adotou uma forte política de fortalecimento das universidades públicas. A rede federal de ensino superior teve, nos governos do PT, a maior expansão de sua história. Foram criadas 18 novas universidades e 178 novos câmpus.

6. Enem. Articulando esses instrumentos, o Exame Nacional do Ensino Médio transformou-se na porta única de entrada no sistema universitário. Anualmente, milhões de brasileiros e brasileiras passaram a fazer uma prova cuja nota dava acesso às universidades federais – por meio do Sisu (Sistema Nacional e Unificado de Inscrição via Internet) – ao ProUni e ao Fies.

7. Ensino superior ampliado e mais democrático. O resultado dessas políticas fez com que as matrículas no ensino superior mais que dobrassem. Em2015, eram 8,03 milhões de matrículas, contra 3,52 milhões, em 2002. Além disso, os universitários mudaram de perfil. Mais negros (apoiados pela Lei de Cotas, aprovada em 2012) e mais pessoas de baixa renda puderam cursar o ensino superior. Resultado: em 2019, pela primeira vez na história, pretos e pardos se tornaram a maioria dos estudantes nas universidades federais.

8. Ciência sem Fronteiras. Nos governos do PT, as matrículas em pós-graduação dobraram, acompanhadas de um aumento, de igual proporção, no número de bolsas. Em 2011, a presidenta Dilma criou o programa Ciência sem Fronteiras, para estimular a integração de nossa formação e produção acadêmicas com o exterior, em especial nas áreas tecnológicas. Foram concedidas 101 mil bolsas de estudo no exterior entre 2011 e 2014. Em 2017, o governo de Michel Temer simplesmente acabou com o programa.

9. Novas escolas técnicas. Investir na formação técnica e profissional de qualidade foi uma diretriz central da política educacional do PT. Até 2002, em toda a história do Brasil, haviam sido criadas 140 escolas técnicas, em 119 municípios. Nos 13 anos de governo do PT, foram criadas 422 novas escolas, parte de uma rede estruturada em torno dos Institutos Federais de Ensino Tecnológico, que chegou a 596 municípios e beneficiou, em 2015,meio milhão de jovens.

10. Pronatec. Aliado da política de inauguração de escolas técnicas, o programa de qualificação profissional foi implementado em 2011 e, em apenas 4 anos, garantiu 9,49 milhões de matrículas em cursospara brasileiras e brasileiros que queriam se preparar melhor para o mercado de trabalho. Gratuitos, os cursos eram feitos no Sistema S, nas escolas técnicas federais e estaduais, todos reconhecidos pela excelência, e chegaram a 82% dos municípios brasileiros. E com reserva de vagas para beneficiários do Bolsa Família.

11. Mais de 8 mil creches. Para ampliar o acesso à educação infantil, o governo federal, nos mandatos do PT, assegurou recursos para a construção de 8.664 creches e pré-escolas, das quais 3.125 estavam concluídas quando o golpe de 2016 interrompeu o mandato da presidenta Dilma.

12. Dinheiro Direto na Escola. Os investimentos foram ampliados também com o PDDE, que garantiu recursos para escolas públicas de educação básica e escolas privadas de educação especial. Em 13 anos, foram cerca de R$ 14 bilhões transferidos para financiar melhorias em infraestrutura física e pedagógica das escolas. Tais demandas eram detectadas e definidas pelos diretores e professores, em uma iniciativa inovadora de descentralização de recursos.

13. Caminho da Escola. Esse programa garantiu transporte seguro aos estudantes das escolas públicas. Foram adquiridos 30,5 mil ônibus escolares, 28 mil para o transporte rural e 2,5 mil para o transporte de crianças com deficiência nas áreas urbanas. Em respeito à diversidade de nosso território, foram também distribuídas 918 lanchas, para atender crianças em localidades onde o transporte é feito por meio fluvial.

14. Educação em tempo integral. Quase 60 mil escolas estaduais e municipais receberam investimentos para proporcionar jornada ampliada aos estudantes, estratégia que tende a resultar em impactos positivos sobre a aprendizagem.

15. Merenda de qualidade. O Programa Nacional de Alimentação Escolar foi continuamente aprimorado. Além do reajuste no valor per capita transferido para estados e municípios, a merenda foi assegurada também aos estudantes do ensino médio. Tornou-se ainda um instrumento de desenvolvimento local, por meio da autorização da compra direta da agricultura familiar. O número de estudantes atendidos pelo programa de merenda escolar cresceu de 36,4 milhões para 41,3 milhões, entre 2002 e 2015.

16. Acompanhamento da qualidade do ensino. A criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), em 2007, permitiu avaliar o desempenho das redes de ensino. Ainda há muito a fazer para que o sistema público de educação alcance padrões elevados de qualidade, mas o pontapé inicial foi dado nos 13 anos de governo do PT, a ponto de Andreas Schleicher, coordenador do Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, ter dito que, nos anos 2000, “o Brasil teve uma evolução impressionante”. O Teto de Gastos, porém, tem retirado recursos da educação e o Brasil acabou estagnado no exame.

17. Piso nacional de professores. Em 2008, Lula sancionou a lei criando o piso nacional para os professores da educação básica. Além de definir um salário mínimo a ser pago, em qualquer lugar do Brasil, por uma jornada de 40 horas semanais, a lei também reserva uma parte da jornada para que o profissional planeje e prepare aulas, estude e corrija avaliações. Em 2009, o primeiro piso foi fixado em R$ 950, crescendo 42% acima da inflação até 2016. Em 2021, pela primeira vez, graças a Bolsonaro, o piso não foi reajustado.

18. Apoio à formação dos professores. Em 2007, parte expressiva dos professores e das professoras de educação básica não tinha formação superior. Esse número chegava a cerca de 300 mil docentes. Durante nossos governos, foram implementadas várias medidas para destinar vagas presenciais e a distância em instituições de ensino superior, tais como: Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), e Universidade Aberta do Brasil (UAB).

_______________

Publicado originalmente no site do PT com o título “Ninguém cuidou da educação como o PT. Lembre 18 ações na área”.

Brasil elege número recorde de mulheres e negros para a Câmara dos Deputado

 

FOTO/Heloise Hamada/G1.

O Brasil elegeu um número recorde de mulheres e negros (homens e mulheres) para a Câmara dos Deputados nas eleições deste domingo (3). A partir de 2023, quando os novos escolhidos assumirem os mandatos, a Câmara terá 91 deputadas federais e 135 parlamentares negros – pardos ou pretos, segundo a denominação do IBGE.

Será a maior representação da história, em ambos os casos. A cada grupo de seis parlamentares, em média, uma será mulher. Um em cada quatro deputados federais será negro.

Em ambos os casos, a representação segue bem abaixo da proporção verificada na população. O Brasil tem 56,1% de habitantes autodeclarados pardos e pretos, e 52,8% de mulheres.

Os dados de 2022 representam um crescimento de 18% em relação às 77 deputadas federais eleitas em 2018, e de 9% em relação aos 124 deputados e deputadas de cor preta e parda escolhidos há quatro anos.

O número de 135 parlamentares negros é composto por 108 deputados autodeclarados pardos e 27 declarados pretos.

Cruzando as duas listas, a quantidade de mulheres negras na Câmara dos Deputados vai mais que dobrar em quatro anos. Foram 29 eleitas em 2022, contra 13 em 2018. O número de homens negros recuou de 111 para 106 na mesma comparação.

Distribuição por partido

A distribuição dos candidatos negros pelos partidos segue, em certa medida, a lógica das bancadas totais. O PL, que terá a maior bancada na Câmara, elegeu 25 negros e negras este ano.

Em seguida, vêm o Republicanos (20 parlamentares negros), o União Brasil e o PT (16, cada).

A bancada feminina, por sua vez, terá maioria do PT (18 deputadas), seguida pelo PL (17). Juntos, os partidos concentram quase 40% das mulheres eleitas.

Amarelos e indígenas

A Câmara também registrou aumento na quantidade de deputados eleitos que se declaram “amarelos” – o termo do IBGE para quem tem ascendência asiática – e indígenas.

Em 2018, apenas a indígena Joênia Wapichana (Rede-RR) tinha sido eleita. Ela não conseguiu a reeleição, mas a Câmara terá cinco outros indígenas com mandato:

Célia Xakriabá (PSOL-MG)

Juliana Cardoso (PT-SP)

Paulo Guedes (PT-MG)

Silvia Waiãpi (PL-AP)

Sônia Guajajara (PSOL-SP)

Os três eleitos amarelos são homens: Kim Kataguiri (União-SP), Luiz Nishimori (PSD-PR) e Pedro Aihara (Patriota-MG). Os dois primeiros da lista foram reeleitos – e, em 2018, eram os únicos autodeclarados amarelos.

Mulheres trans

Pela primeira vez, a Câmara dos Deputados contará com duas mulheres trans entre os 513 deputados federais:

Erika Hilton (PSOL-SP), eleita com 256.903 votos; e

Duda Salabert (PDT-MG), eleita com 208.332 votos.

_______

Com informações do G1 e Geledés.

Lula obtém mais de 85% dos votos válidos em Altaneira

 

Luiz Inácio Lula da Silva recebe a maioria dos votos em Altaneira. (EVARISTO SA/AFP). 

Por Nicolau Neto, editor

O resultado das eleições para presidente da República era um dos mais aguardados dos últimos tempos e a noite deste domingo, 02 de outubro, foi sem dúvida uma das mais tensas e demoradas. Mas antes mesmo de ser concluída a apuração total das urnas já era possível decretar a existência de segundo turno entre o atual mandatário, o Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula (PT).

As últimas pesquisas até apontaram a possibilidade de vitória de Lula ainda no primeiro turno dentro da margem de erro entre alguns institutos, o que acabou não ocorrendo. Lula obteve 48% do eleitorado, enquanto que Bolsonaro teve a preferência de 43% da população votantes.

O Blog fez uma análise dos resultados para presidente no município de Altaneira, no cariri. Com a totalidade das urnas apurada nas terras alencarinas, Lula teve o apoio de 85,8% do eleitorado, que em números corresponde a 4.283 votos. 

Jair Bolsonaro, por sua vez, foi a segunda preferência dos altaneirenses atingido 7% dos votantes, o que corresponde a 350 votos.

Mas o que esses números significam quando analisamos o desempenho dos/as demais concorrentes, principalmente o Ciro Gomes?

O resultado das eleições para presidente em Altaneira reflete o cenário nacional: Bolsonaro ficou a frente do Ciro. Este obteve 6,3% dos votos válidos (318) enquanto que aquele ficou com a preferência de 7% do eleitorado.

Lula teve ampla maioria, o que já era esperado. Mas é desolador perceber o quanto de altaneirenses que abraçaram o nada, ou melhor, tudo de reacionário e obscurantista representado por Bolsonaro.

O que se pode tirar desses resultados?

Não foi só a estratégia de Ciro que reverteu votos para Bolsonaro ao invés de para si. Percebemos que muitas pessoas estão de fato se identificando com Bolsonaro. E isso é muito perigoso.

É hora de arregaçar as mangas, de colocar o pé  na estrada e conversar com aquelas mais de 1.000 pessoas que deixaram de ir as urnas e explicar a importância de eleger novamente Lula presidente.

Passaram mais que cinco estrelas

 

Alexandre Lucas. (FOTO | Arquivo Pessoal).


Por Alexandre Lucas, Colunista 

Falou absurdos prazeres. Era uma tarde mais quente, pouco vento, o sol atirando. O jornal noticiava o desaparecimento do homem que saiu para comprar pão. As senhoras tricotavam na calçada sobre os últimos acontecimentos.

Enquanto isso, a moça sobe as escadas. Aguarda um instante, abre a porta, senta num sofá, meio cama, na sua frente um quadro com formas orgânicas não definidas, algo que lembrava corpos e rostos, alguma coisa do tipo. Acanhada, tira da bolsa seu bloco de anotações, saca uma caneta e começa rabiscar os seus questionamentos. Seus olhos se dirigiam em direção ao quadro e o seu bloco. Aos poucos foi falando baixinho, com cortes, gaguejos e uma respiração oscilante.

Um pouco de água, secou a garrafa quase toda. A sala estava abafada, sua testa suava. Escrevia com rapidez para não perder as lembranças. Tocava os brincos e mordia levemente os lábios tentando resgatar algumas histórias. Lembrou quando escreveu com batom vermelho um poema extenso para um amor efêmero. Detalhou a cena, preenchida de poesia, calma e alvoroço, forte, firme e ritmado. Chegou a cruzar as pernas, tentando disfarçar o prazer que escorria.

Sessenta minutos. Desceu as escadas. O homem continuava desaparecido, as senhoras tricotavam. O calor continuava, saiu rabiscando estrelas no pensamento.

O Brasil estará de coração e braços abertos para o mundo outra vez’, diz Lula

 

Lula conversou com jornalistas na noite deste sábado, véspera do primeiro turno. (FOTO | Reprodução).

Em uma fala repleta de gratidão e otimismo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na noite deste sábado (1º), véspera do primeiro turno da eleição, que o Brasil voltará a estar de coração e braços abertos para o mundo. Questionado por um jornalista francês sobre que recado gostaria que os brasileiros dessem ao mundo neste domingo, dia histórico para a democracia, o candidato da coligação Brasil da Esperança, líder nas pesquisas de intenção de voto, com chances de se eleger em primeira votação, reavivou o protagonismo brasileiro nas relações internacionais.

“Eu gostaria que o povo brasileiro pudesse dizer ao mundo que o Brasil vai voltar a viver um momento de muita paz, de muita democracia, um relacionamento internacional extremamente ativo e altivo. O Brasil quer se dar bem com todos os países do mundo”, disse.

Lula destacou que o país pretende voltar a discutir o fortalecimento das Nações Unidas, da Organização Mundial do Comércio na perspectiva de um mundo com comércio mais justo, inclusive para que os países mais pobres tenham a oportunidade de participar, já que são barrados muitas vezes pelos mais ricos.

“Então a mensagem que eu posso dar ao mundo é que o Brasil vai acordar de cara melhor, mais bonita. Que a gente vai continuar gostando de cultura, música, carnaval, samba, música clássica, tango, bolero. E que a gente gosta de ser humano. Não queremos ser algorítmos, mas humanistas, ter sentimento. E você pode escrever na sua matéria que o Brasil está de coração e braços abertos para receber o mundo outra vez”.

Se for eleito neste domingo, Lula quer visitar alguns países
Lula disse que, se for eleito neste domingo, logo deve acertar uma agenda de viagens. Quer visitar alguns países que reatar relações rompidas pelo governo de Jair Bolsonaro. “Nós não precisamos de inimigos. Parece que o Brasil ficou órfão no mundo, porque ninguém nos chama pra nada. E o Brasil precisa voltar a ser alegre, ter relação com a América do Sul, com a Ásia, com a África, com a Europa”, disse. E destacou questões internacionais, como a guerra entre a Ucrânia e Rússia. “O que nos interessa é a paz. Tempo de guerra é tempo de destruição. O mundo precisa de paz, cuidar da questão do clima e acabar com a fome”, lembrou.

Lula foi enfático na gratidão à ampla aliança que conseguiu para formar a coligação Brasil da Esperança, o apoio de praticamente todas as centrais sindicais, a adesão de artistas, personalidades, intelectuais, juventude.

“Quero agradecer a coragem dos artistas brasileiros. Já fui candidato muitas vezes, mas nunca tive tantos apoios quanto eu estou tendo agora. Sei que existem questões contratuais, mas as pessoas me ajudam me dando declarações extraordinárias. E eu fico muito grato”.

E agradeceu ao povo brasileiro. “As pessoas não me veem como candidato, me veem como um deles. E é que isso me dá orgulho. Eu descobri isso quando um catador de lixo foi ao palácio e disse que não queria falar porque se sentia representado por mim. E isso renasceu na campanha. O que eu vejo de esperança nos olhos das pessoas quando estou em um ato, em uma carreata, é algo que fala muito alto no meu coração.”

Brasil tem de pedir perdão para 215 milhões de brasileiros
Por isso seu compromisso com o povo. “O Brasil tem de pedir perdão para mais de 215 milhões de brasileiros”, disse. Em outro trecho do discurso, lembrou que essas pessoas não mereciam um presidente como Bolsonaro e que têm o direito de estudar, de ter lazer, de viajar e sem ser discrimiado. “Na hora que o povo tiver consciência da força que tem, ele vai conseguir conquistar o resto.”

Lula disse estar há muito esperando pelo dia das eleições. “Estou feliz do ponto de vista político. Da minha vida pessoal. Estou feliz com o eleitorado, com as pesquisas. Essa noite vou dormir tranquilo. Acordar e votar no mesmo colégio que votei na primeira eleição que concorri”, disse.

“Amanhã decidiremos sobre o futuro do Brasil. Seu voto faz a diferença. E se você está fora do país, não deixe de votar e participar. Por seu país, sua família, seus amigos. Para voltarmos a construir um país com um futuro melhor, protagonismo internacional e querido por todos”, conclamou.

E independente do resultado das urnas neste domingo, a festa está garantida, segundo Lula. “Nós vamos para a Avenida Paulista e vamos trabalhar para vencer no segundo turno.”
-------------

Com informações da RBA.

O voto necessário em Lula para salvaguardar a Democracia

 


Por Nicolau Neto, editor

Amanhã, 02, nós iremos as urnas depositar a nossa esperança em ver o Brasil novamente no caminho do respeito e da dignidade. Será a eleição mais importante depois de termos passado 21 anos de repressão no período da Ditadura Civil-Militar. Por isso mesmo, não é hora de titubear; não é momento de ficar na dúvida. São vários projetos de país, mas só um tem condições reais de tirar o Brasil do atraso civilizatório sob a gerência do atual mandatário.

Lembre que votando em Ciro Gomes, em Simome Tebet, Vera Lúcia, Sofia Manzano e Leo Péricles (me refiro somente as candidaturas viáveis se estivéssemos sem nenhum risco de rompimento democrático) a única coisa que conseguirá é oportunizar Bolsonaro para ir ao segundo turno. Essas candidaturas que citei não tem, e isso as pesquisas vem demonstrando desde o início, nenhuma possibilidade de chegar ao segundo turno. Ao contrário, tem sim a grande possibilidade de patinar, de terem o menor índice de votos da História recente brasileira.

Como já tive a oportunidade de afirmar em artigos publicados no Blog, meu candidato ideológico é o Léo Péricles. Mas abdiquei desse direito de voto por entender que o momento exige muito mais que voto por afinidade partidária ou apreço ideológico.

Exige de cada um, de cada uma, um compromisso pela salvaguarda do que temos de mais precioso e que foi conseguido a duras penas: a DEMOCRACIA. E só Lula tem a possibilidade de romper com esses seis anos de desgaste institucional, de desrespeito aos povos indígenas, negros, comunidade LGBTQI+, às mulheres; só Lula consegue (as pesquisas indicam e vem indicando) vencer o obscurantismo, o retrocesso e o esforço delirante de armar a população e de destruir ao mesmo tempo a educação e a cultura (os dois setores mais visados desse governo atual).

Por isso, se você é eleitor do Ciro, da Simone, do Léo Péricles, da Vera Lúcia ou da Sofia Manzano, pense que o que está em jogo é a democracia contra o projeto fascista. Pense que em um cenário com a democracia assegurada e fortalecida, você terá mais chances de eleger esses nomes em um nova eleição. É hora de colocar nossos projetos pessoais em segundo plano e ir firme amanhã, 02, eleger Lula presidente.

Aproveito a oportunidade para destacar que tão importante quanto eleger Lula é eleger governador (a), senador (a), deputado (a) federal e deputado (a) estadual comprometidos(as) com as causas sociais, com a eliminação do racismo e de todo o tipo de preconceito e discriminação que impede o fortalecimento da nossa democracia. Diante disso, apresento Idilvan Alencar como minha escolha para Deputado Federal; Zuleide Queiroz para Deputada Estadual (será nossa primeira mulher negra na Assembleia); Camilo Santana para o Senado e Elmano de Freitas para Governador.

Vamos juntos no domingo com nossa esperança nos dedos e a depositar na urna.

Lula encerra campanha no Nordeste com caminhadas em Salvador e Fortaleza

 

Candidatos do PT lideram pesquisas para os governos da Bahia e do Ceará. (FOTO/ Ricardo Stuckert).

O candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fez seus penúltimos compromissos de campanha em Salvador e Fortaleza nesta sexta-feira (30). Neste sábado (1º), ele participa de caminhada em São Paulo, no último ato antes das votações no domingo (2). A ida do ex-presidente às capitais nordestinas busca consolidar a virada dos candidatos da coligação aos governos da Bahia e do Ceará.

Na capital baiana, Lula percorreu as ruas da Península de Itapagipe, na Cidade Baixa, em carro aberto. Junto ao presidenciável, estavam, Jerônimo Rodrigues (PT), candidato ao governo, e o senador Otto Alencar (PSD), candidato à reeleição. Também participaram o atual governador Rui Costa (PT) e seu antecessor, Jaques Wagner.

Acompanhados por milhares de pessoas, eles cumpriram o trajeto até a Colina Sagrada do Senhor do Bonfim, no bairro do Bonfim. Após descer da caminhonete, Lula cumprimentou apoiadores e deixou o local sem falar com a imprensa. 

Pesquisa AtlasIntel/A Tarde divulgada na última terça-feira (27) mostra Jerônimo com 46,5% das intenções de voto. Seu principal concorrente é o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (UB), que chegou a liderar as pesquisas, mas agora teve 39,6% das intenções de voto naquela pesquisa. Considerando apenas os votos válidos (excluindo brancos e nulos), Jerônimo tem 47,6% e está no limite para decidir a eleição já no primeiro turno.

Ceará

No final da tarde, Lula desembarcou em Fortaleza. Do mesmo modo, ele percorreu as ruas da capital cearense ao lado do seu candidato ao governo Elmano Freitas (PT), e ao Senado, Camilo Santana, também do PT), além de outros políticos aliados. Aos milhares, os apoiadores seguiram o cortejo a pé, gritando frases de ordem, com faixas e bandeiras.

Assim como Jerônimo, Elmano também arrancou atrás nas pesquisas, mas desponta como favorito nessa reta final. Pesquisa Real Time Big Data divulgada hoje pela TV Record mostra o petista com 39% das intenções de voto, sete pontos percentuais a mais que Capitão Wagner (UB), apoiado por Bolsonaro, que tem 32%. Roberto Cláudio (PDT), em terceiro lugar, tem 18%. Na semana passada, Elmano e Wagner apareciam tecnicamente empatados.

Num eventual segundo turno, o petista também venceria o bolsonarista, por 46% a 42%, de acordo com o levantamento.

________

Com informações da RBA.