Artigo 19 lança cartilha digital para incentivar e orientar a população a votar nestas eleições

 

(FOTO | Fábio Pozzebom/ABr).

As eleições deste ano, com primeiro turno em 2 de outubro, colocarão em disputa cargos de deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República. Ainda no final de 2021 começaram as campanhas para tirar ou regularizar o título de eleitoral, que ganharam força neste ano. E, para realçar a importância do alistamento eleitoral e explicar de forma mais didática o processo de eleições, a organização Artigo 19 lançou a cartilha digital “Corrida Eleitoral”. 

Coordenador de Direitos Digitais da Artigo 19, Paulo José Lara afirma que a importância das eleições de 2022 para o Brasil e a necessidade de ampliar a participação social no processo como os dois principais motivos que levaram a entidade a criar a cartilha. “A eleição que viveremos neste ano é fundamental para a manutenção da democracia brasileira. E ela representa muito mais do que uma escolha política, mas uma escolha também entre a garantia do Estado Democrático de Direito e o caminho do estado totalitário, autoritário e com falta de respeito às instituições, ao processo (eleitoral) e ao Estado democrático de direito”, explica o coordenador.

“Muitas pessoas já disseram isso, mas as eleições deste ano talvez sejam as mais importantes desde a redemocratização. (…) O segundo ponto é reforçar a ideia na sociedade brasileira de que a participação e os direitos têm que ser exercidos. Então, é um processo de fomentar a participação e o conhecimento da sociedade, de uma forma geral, aos processos políticos e direitos fundamentais de participação, associação e do conhecimento da importância que esses direitos têm para a vida em sociedade, do coletivo e para o país”, completa.

Vou votar porque tenho esperança’

A defesa das eleições também leva em conta o total de votos nulos no segundo turno das eleições presidenciais de 2018 que chegou a 7,4%. O maior percentual registrado desde as eleições de 1989, somando mais de 8 milhões de pessoas. Morador de Embu-Guaçu, cidade da região metropolitana de São Paulo, Carlos Gonçalves defende que a democracia é a única forma de exercer livremente a cidadania. “Eu sempre votei e sempre vou votar”. 

O coordenador da Artigo 19 também lembra que é necessário a população ter a consciência de que votar é participar da vida política. Mas Lara destaca que mais importante ainda é conhecer os candidatos e suas propostas para cobrar o que foi prometido depois de eleitos. “Colocar seu voto na urna não pode ser uma atitude que termine em si”, adverte Lara.

A artesã Maria Tereza Nezes, que completou 72 anos e que, pela lei, não é mais obrigada a votar, conta que mesmo sendo facultativo ela irá participar das eleições. “Estou fazendo questão de votar porque ainda tenho muita esperança de ver em nosso país, embora tão escravizado, a riqueza fluindo. E eu só deixo de votar se me proibirem de votar. Se eu viver 100 anos, com 100 anos eu vou às urnas”, garante.

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Com informações da RBA.

Cida Bento no Roda Viva, da TV Cultura


A psicóloga, ativista e Conselheira do CEERT, Cida Bento, é a entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 2 de maio, às 22h.

Cida Bento — eleita em 2015 pela Revista The Economist uma das cinquenta pessoas mais influentes do mundo no campo da diversidade — vai falar na TV Cultura sobre a sua trajetória, a luta dos movimentos negros e, também, comentará a relevância do seu último livro "O Pacto da Branquitude" para o debate sobre a igualdade racial no Brasil.

A entrevista de Cida Bento no Roda Viva pode ser vista no canal da TV Cultura e também pelo canal do Roda Viva no YouTube.

Sobre o Livro

Lançada em abril de 2022, “O Pacto da Branquitude”  denuncia os privilégios e questiona a universalidade da branquitude e suas consequências nocivas para qualquer alteração substantiva na hierarquia das relações raciais na nossa sociedade.

Diante de dezenas de recusas em processos seletivos, Cida Bento identificou um padrão: por mais qualificada que fosse, ela nunca era a escolhida para as vagas.

O mesmo ocorria com seus irmãos, que, como ela, também tinham ensino superior completo. Por outro lado, pessoas brancas com currículos equivalentes – quando não inferiores – eram contratadas.

Em suas pesquisas de mestrado e doutorado, a autora se dedicou a investigar esse modelo, que se repetia nas mais diversas esferas corporativas, e a desmistificar a falácia do discurso meritocrático.

O que encontrou foi um acordo não verbalizado de autopreservação, que atende a interesses de determinados grupos e perpetua o poder de pessoas brancas. A esse fenômeno, Cida Bento deu o nome de "pacto narcísico da branquitude".

Neste livro, a cofundadora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) reúne sua experiência para apresentar evidências desse acordo tácito e nos convidar a deslocar nosso olhar para aqueles que, a fim de se manter no centro, impelem todos os outros à margem.

Marque na agenda: nesta segunda-feira, às 22h, Roda Viva com Cida Bento!
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Com informações do CEERT.

Ciro diz que reforma trabalhista gerou 'golpes' contra o trabalhador e propõe diálogo para corrigir 'distorções'

 

Ciro Gomes em evento do PDT em Brasília. (FOTO/ Divulgação).

O pré-candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes, disse neste domingo (1º), que a reforma trabalhista promoveu “golpes profundos” contra o trabalhador e propôs diálogo para “corrigir distorções”.

Ciro participou de um ato, em Brasília, em comemoração ao Dia do Trabalho e ao centenário Leonel Brizola, fundador do partido.

“[A Reforma Trabalhista] Na medida em que trouxe algumas atualizações necessárias, aproveitou também para praticar golpes profundos contra o trabalhador e contra os sindicatos”, disse Ciro.

O pré-candidato do PDT afirmou também que os governos do ex-presidente Michel Temer e do presidente Jair Bolsonaro usam pretextos para “subtrair direitos básicos” do trabalhador, além de promoverem o que chamou de uma “propaganda de terror”.

"Os governantes de plantão, muito especialmente os governos Temer e Bolsonaro, usaram e continuam usando de todos os pretextos para subtrair os seus direitos básicos e elementares. Ora fazem chantagem e a política do medo, alardeando os danos da crise econômica que eles mesmo criaram; ora mistificam e manipulam a leitura dos efeitos da virada tecnológica que vive o mundo, sempre fazendo uma propaganda de terror contra o trabalhador", disse.

Ciro afirmou ainda que abriria "uma grande mesa de diálogo com os trabalhadores e os empresários para corrigir as distorções" e atualizar a legislação trabalhista "de acordo com as melhores práticas internacionais".

Se eu tiver a confiança dos brasileiros de me tornar presidente, abrirei uma grande mesa de diálogo com os trabalhadores e os empresários para corrigir as distorções e atualizar nossa legislação de acordo com as melhores práticas internacionais”, afirmou.

Em seu discurso, Ciro também disse que mais de 65 milhões de brasileiros e brasileiras estão inadimplentes, criticou o governo pela alta inflação e disse que o salário mínimo de R$ 1212 é o segundo mais baixo da América Latina.

Os trabalhadores, que já tiveram parte de seus direitos subtraídos no governo Temer, encontram-se mais que nunca maltratados, abandonados e humilhados., disse o pré-candidato do PDT.

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Com informações do G1.

"Trabalhadores vão voltar a sentar à mesa para discutir o país” diz Lula em evento do 1º de maio

 

Falando à multidão, Lula lembrou alta de 77% do salário mínimo durante governos do PT - João Paulo Rodrigues/MST.

O ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste domingo (1º) que quer que trabalhadores e sindicatos voltem a ser ouvidos pelo governo para discussões sobre condições de trabalho, aposentadoria e investimentos em saúde. Em discurso no ato promovido por centrais sindicais para o 1º de Maio em São Paulo (SP), Lula evitou falar como candidato, mas disse que o Brasil vai eleger um presidente melhor que o atual em 2022.

Aí, ao invés de vocês ficarem xingando presidente na rua, vocês serão convidados para sentar em uma mesa de negociação para a gente restabelecer as condições de trabalho e os direitos dos trabalhadores, para discutir com seriedade a aposentadoria dos trabalhadores e para discutir a política de saúde e render todas as homenagens ao SUS”, afirmou Lula, em discurso na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu.

Sem criticar explicitamente o presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula disse que o Brasil está “destruído”. No entanto, afirmou que é possível recolocar o país no caminho do crescimento e desenvolvimento ouvindo estudantes, trabalhadores e toda a população.

Quem sabe o que precisa não é capitão [das Forças Armadas]. É um povo trabalhador, é o estudante, são as mulheres”, declarou, dizendo que pretende voltar a fazer conferências públicas para discussão de temas importantes para o país.

Lula falou que a volta de uma política de valorização do salário mínimo é necessária para o Brasil. Lembrou que, durante seu governo, o piso nacional era reajustado com base na inflação e no crescimento da economia. Isso fez com que o salário mínimo subisse 77% durante os governos do PT. Mesmo assim, a inflação manteve-se dentro do controle, ao contrário do que o atual governo tem feito.

Vocês leram nos jornais que a inflação do mês foi a maior em 27 anos. Isso quer dizer que o salário diminuiu, que o carrinho tem menos compra, que na mesa tem menos coisas para vocês e a família de vocês”, pontuou o ex-presidente.

Para Lula, o trabalhador precisa voltar a ter um salário decente e emprego de boa qualidade. Lembrou que, durante os governos do PT, 22 milhões de empregos com carteira assinada foram criados. O ex-presidente também defendeu o controle estatal sobre a Petrobras e a Eletrobras.

Afirmou, por fim, que o Brasil precisa voltar a ser um país “civilizado”. “As instituições vão se respeitar, pai não vai ficar brigando com filho, vizinho não vai brigar com vizinho. Precisamos voltar a ter uma sociedade em que o amor supera o ódio.

Importância das eleições

No palco do evento, o discurso de Lula foi precedido por falas de lideranças do campo democrático e apoiadores.

A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, deputada federal pelo Paraná, criticou Bolsonaro e afirmou que ele governa com interesses pessoais. Tanto é assim que hoje, no Dia do Trabalhador, convocou protestos contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

A tristeza do trabalhador não é causada pelo STF”, disse ela. “A causa da tristeza do povo é não ter um projeto para o país. É ter gasolina cara, gás de cozinha caro”.

Ex-prefeito da capital paulista e pré-candidato a governador do estado de São Paulo, Fernando Haddad (PT) destacou a crise vivida pelo Brasil. As eleições de 2022, disse Haddad, são uma oportunidade para recolocar o país no caminho do desenvolvimento.

Vivemos um momento muito delicado, em que todas as centrais [sindicais] estão sendo destruídas para garantir que os lucros aumentem às custas do trabalhador”, afirmou. “Vamos colocar esse país no trilho da democracia e do desenvolvimento social.”

Guilherme Boulos (PSOL), pré-candidato a deputado federal, disse que há jovens trabalhando 12 horas por dia sem qualquer direito por conta da reforma trabalhista idealizada e sancionada pelo governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Boulos disse que o Brasil precisa de mudança e, por isso, a eleição deste ano não é uma eleição qualquer. “Serão os direitos contra os privilégios. Será a democracia contra a barbárie”, afirmou. “Vamos enfrentar o fascismo e vencer.

Trabalhadores reclamam

Os discursos de Lula e outras lideranças foram acompanhados por centenas de trabalhadores e manifestantes. Eles reclamaram da situação econômica do país, principalmente da precarização das condições de trabalho e da inflação alta.

A prévia da inflação de abril deste ano ficou em 1,73% e é a maior para o mês desde 1995, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). Desde janeiro, os preços subiram em média 4,31%. Nos últimos 12 meses, 12,03%. 

Ao mesmo tempo, o Brasil tem hoje 11,9 milhões de pessoas desempregadas (aqueles que perderam suas ocupações e seguem em busca de emprego), de acordo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada em 29 de abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O número segue estável em relação ao mês anterior. Mas isso ocorre porque parte das pessoas que perderam suas ocupações deixaram de procurar emprego e, por isso, não são contabilizadas entre os desempregados. Em outras palavras, não houve um crescimento na busca por trabalho. A população ocupada caiu 0,5%, o que representa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho.

Janaína Cristina da Silva, 35 anos, por exemplo, é formada em pedagogia e não conseguiu emprego na área. Hoje, trabalha como vendedora informal de camisetas de temática política. Ela foi à Praça Charles Miller neste domingo para acompanhar o ato e também para buscar o sustento da família.

Estou administrando o caos”, resumiu. “Sempre tem uma conta atrasada. Eu não consigo mais ir ao mercado e fazer uma compra. Eu compro o que está faltando", expôs a vendedora informal.

Janaína defende que os trabalhadores se unam neste ano, pensando nas eleições, para que tenham um governo favorável às suas pautas. “Temos que organizar os trabalhadores, rever esse jeito liberal de pensar”, afirmou.

Marlene Bueno dos Santos, 62 anos, auxiliar de enfermagem e funcionária pública, também pediu mudanças. Afirmou que o ato deste 1º de Maio deve deixar claro a insatisfação da população com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ato é um é um papelzinho numa numa fornalha. Ele vai ajudar. Todo mundo que está aqui já está consciente do que precisa ser feito”, afirmou.

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Com informações do Brasil de Fato.

Lula promete fechar clubes de tiro durante conferência do PSOL que oficializou apoio a sua candidatura

 

(FOTO  |Ricardo Stuckert).

O ex-presidente Lula (PT) prometeu acabar com os inúmeros clubes de tiro, criados sob estímulo do governo de Jair Bolsonaro (PL). “Os clubes de tiro vão fechar. Nós queremos clubes de leitura. Vamos espalhar bibliotecas pelo país. Vamos trocar armas por livros”, declarou, durante conferência eleitora do PSOL, na noite deste sábado (30).

O evento formalizou o que já havia sido definido pelo Diretório Nacional do PSOL, que aprovou o apoio à pré-candidatura de Lula para a presidência da República. O partido também definiu seu programa político que será defendido nas eleições.

Lula ressaltou a importância de receber o apoio do PSOL nas eleições deste ano: “Minha relação com o PSOL é de confiança e agradecimento. O PSOL teve um papel extraordinário no impeachment da Dilma e durante minha prisão. Foi muita solidariedade”, destacou.

O ex-presidente disse, ainda, que agradece não só pelo apoio, mas porque o PSOL teve a coragem de criar um partido político.

Ele também ressaltou a importância de se negociar na política, característica que passou a usar ao longo de sua trajetória. “Antes, eu era 100% ou nada. Agora, aprendi a lição. Mas, quando começamos a negociar temos de entender que há um limite até onde podemos ir”.

O ex-presidente relembrou a perseguição que sofreu por parte da mídia tradicional, durante o período que antecedeu sua prisão. “Foram 13 horas em nove meses do Jornal Nacional me chamando de ladrão. A imprensa foi manipulada, principalmente pelo Moro. Mas ele vai pagar aqui na Terra”, apontou.

Ex-presidente disse que, além do ministério, vai criar um Comitê de Cultura

Lula mencionou as inúmeras conquistas dos seus governos, principalmente no aspecto da inclusão social e revelou que, além do ministério, vai criar um Comitê de Cultura, que vai ter um peso grande em seu eventual futuro mandato.

O petista voltou a criticar Bolsonaro. “Ele diz que é cristão, mas é um fariseu e um pecador da pior espécie". Anunciou, também, que vai acabar com "essa excrescência que é o orçamento secreto”. Além disso, o ex-presidente falou que pretende, caso seja eleito, criar uma moeda para a América Latina. “Não podemos mais depender do dólar”.

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Com informações da Revista Fórum.

Professor Henrique Cunha ministrará palestra em Crato sobre territórios negros e currículos da educação

 

Henrique Cunha. (FOTO/ Danny Abensur).

Por José Nicolau, editor

O Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais (NEGRER) da Universidade Regional do Cariri (URCA) divulgou na tarde deste sábado, 30, em suas redes sociais que o professor Henrique Cunha Junior da Universidade Federal do Ceará-UFC estará em Crato para ministrar palestra.

A palestra terá como tema “Territórios negros, bairros negros e os currículos da educação brasileira” e ocorrerá na próxima terça-feira (03) a partir da 19h00 no Geopark Araripe.

Para Henique Cunha, “territórios negros e bairros negros são lugares de pertencimento cultural, social, político e econômico, são lugares de formação das identidades negras. Nesses territórios foram criados se processaram artefatos da cultura negra”. Em que pese ao currículo, ele destaca que um “currículo necessário para as populações negras é um currículo produzido pela reunião dos nossos patrimônios culturais, daqueles que produzem a nossa identidade individual e coletiva e dos marcadores das produções da nossa vulnerabilidade social, dos meios de dominação que são impostos e das formas de redução e combate a ação deles”. (ver aqui).

O evento promovido pelo Negrer tem como parcerias o mestrado profissional em educação-URCA, o mestrado profissional em ensino de história-URCA a partir do edital “Educar para Igualdade Racial na Educação Básica do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades – CEERT.

Henrique Cunha Júnior possui mestrado em Dea de Historia - Université de Nancy- França (1981) e Doutorado Em Engenharia Elétrica pelo Instituto Politécnico de Lorraine (1983) e orienta doutoramentos e mestrados em educação com temas relacionados a história e cultura africana, espaço urbano, bairros negros.

Prazo para emitir o título de eleitor termina na próxima quarta-feira (4)

 

O prazo é o mesmo para a transferência de local de votação e atualização de dados pessoais.(FOTO  |Reprodução TSE).

O prazo para emitir ou regularizar o título de eleitor termina na próxima quarta-feira, 4 de maio. Para os jovens que terão entre 16 e 17 anos no dia 2 de outubro, data do primeiro turno, o voto é facultativo. A partir dos 18 anos, torna-se obrigatório.  

Aqueles que tiverem o documento em mãos poderão votar nas eleições deste ano, marcadas para 2 e 30 de outubro – primeiro e eventual segundo turno, respectivamente –, para presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais (distritais, no caso do Distrito Federal).  

Como emitir o título de eleitor? 

Para tirar o título de eleitor é simples: o primeiro passo é acessar o sistema Título Net, localizado na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No site, o interessado primeiro deve informar a unidade federativa (UF) em que reside. Feito isso, a página irá direcioná-lo ao preenchimento de alguns dados, como nome dos pais e data de nascimento. Nessa etapa, é necessário escolher a opção “Não tenho” na caixa “Título de eleitor”.  

Depois, o sistema irá pedir mais dados e o envio de documento oficial com foto, comprovante de residência, comprovante de pagamento de débito com a Justiça Eleitoral (se for o caso) e comprovante de quitação do serviço militar para homens com mais de 18 anos. É necessário anexar pelo menos quatro fotos ao requerimento para comprovação da identidade. A primeira é uma selfie segurando um documento oficial de identificação.    

Os dados informados serão analisados pela Justiça Eleitoral. O requerimento poderá ser acompanhado pela guia “Acompanhar Requerimento” ao informar o número do protocolo gerado na solicitação do documento.   

Quem não emitir o documento até 4 de maio poderá solicitar o título somente após as eleições. O prazo é o mesmo para a transferência de local de votação e a atualização de dados pessoais.

Dias de votação 

No dia da votação, serão aceitos os seguintes documentos oficiais com foto para comprovar a identidade: e-Título; carteira de identidade, identidade social, passaporte, certificado de reservista, carteira de trabalho e carteira nacional de habilitação.  

Outas datas 

Eleitores com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida que queiram mudar o local da votação devem fazer o pedido entre os dias 18 de julho e 18 de agosto no cartório eleitoral. 

Entre os dias 5 de julho e 3 de agosto, os juízes eleitorais irão nomear os eleitores que serão mesários.     

As regras para o voto em trânsito serão publicadas até 3 de agosto. O voto em trânsito é permitido para cidadãos que estejam no território nacional, mas fora do domicílio eleitoral. O eleitor deve solicitar o voto indicando em qual município estará no dia do pleito, com até dois meses de antecedência. Aqueles que estiverem fora do estado poderão votar, no entanto, somente para presidente da República. Já aqueles que se encontram somente fora do município, mas ainda dentro do estado, poderão votar para todos os mandatos.  

Cadastro biométrico   

O cadastro biométrico continua suspenso, devido à pandemia de covid-19. A utilização da identificação biométrica, no entanto, não está descartada para aqueles que já realizaram o cadastro. A decisão dependerá da evolução da pandemia no Brasil ao longo do ano.
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Por Felipe Mendes no Brasil de Fato.

Revisão do Plano Diretor do Crato: Um momento oportuno para cultura

 

Crato. (FOTO  | Reprodução).


Por Alexandre Lucas, Colunista 

A revisão do Plano Diretor do Crato/CE, fruto de uma exigência legal prevista no Estatuto da Cidades é um momento oportuno de juntar olhares, evidenciar as feridas urbanas, fraturas de acessibilidade social,  perceber o crescimento desigual do capital e o desordenamento urbano, redescobrir  e planejar cidade a partir de quem ocupa o seu solo. É um momento oportuno também para colocar a cultura na centralidade do seu aspecto transversal e como parte inseparável do acesso a uma cidade com redução de impactos ambientais, promotora da saúde preventiva e impulsionadora da antropofagia cultural na sua dimensão plural, diversificada, universal e civilizatória.

O Plano Diretor do Crato é de 2009, conforme ordena o Estatuto da Cidade, os planos diretores devem ser revistos a cada dez anos, ou seja, no Crato a revisão deveria ter acontecido em 2019. Precisamos discutir de forma sincera e distante da publicidade os “caminhos do Crato” para que ele não se assente no asfalto e distante dos movimentos sociais e das demandas de acessibilidade à cidade.

Os Planos de Diretores são espaços de disputa do capital, o setor imobiliário tem interesse na discussão para ampliar a sua rentabilidade, muitas vezes agindo de forma predatória ampliando o desequilíbrio ambiental.

Esse é um bom momento para refletir sobre  o propagado e fakeado  conceito de “capital da cultura” que não se sustenta quando mostramos o conjunto arquitetônico e urbanístico da cidade, a partir dos equipamentos públicos municipais: Museus, teatros, bibliotecas, escolas e praças, os quais apresentam estruturas inadequadas e concentradas e a ausência de outros espaços  como galerias, salas para exibições de filmes e espaços de memórias. 

Neste sentido, é importante no processo de revisão do Plano Diretor atentar para os dois marcos legais da cultura do Município que são o Sistema Municipal de Cultura, no qual a o atual Governo Municipal não tem dado a devida atenção em suas duas gestões, o que fica evidente quando se observa as condições e o uso dos equipamentos culturais. O outro é a Lei Municipal do Cultura Viva ( Pontos de Cultura), uma política pública revolucionária no campo da cultura de base comunitária que é experienciada em 17 países da América Latina e que tem uma íntima ligação com o Direito à Cidade e a redescoberta da pluralidade e  diversidade estética, artística, literária e cultural da urbe. A aprovação da Lei do Cultura Viva no Crato é um avanço, mas para funcionar precisa de recursos públicos de forma sistematizada. O Município certificou já 31 Pontos de Cultura que somados aos certificados pelo Estado do Ceará, totalizam 37 Pontos, o que é um número bastante significativo.  O Cultura Viva vem avançando no aspecto jurídico e pode ser a principal referência para reconfigurar espacialmente o “Crato das Culturas”.  Apontando novos rumos para integração comunitário e territorial da cidades a partir de aspectos da memória afetiva e do reconhecimento das estruturas urbanas e arquitetônicas que tem significado para o patrimônio material e imaterial e o desenvolvimento social.      

É preciso colocar a cultura na centralidade do Plano Diretor, a partir do seu caráter transversal. Os Pontos de Cultura, as organizações e ações de cultura de base comunitária, talvez sejam um caminho possível e necessário para fazer uma escuta mais apurada e perceber os movimentos e as paisagens culturais e sociais que não aparecem no olhar da excludente “capital da cultura”.

É evidente que existe no Crato, lugares e territórios em que são negados o direito à cidade. O que não é uma particularidade para usarmos a expressão tão nossa: “Só no Crato mesmo”, pelo contrário é uma característica trivial da fabricação das cidades sob a ordem do capital.           

Possivelmente, se pensamos a cidade, também a partir da escuta da cultura de base comunitária e dos Pontos de Cultura teremos uma dimensão de desenvolvimento e planejamento urbano estruturante e transversal, pavimentado pela permeabilidade de uma nova cultura política capaz de reduzir os danos da inacessibilidade da cidade.     

Carnaval deu o recado sobre o protagonismo negro no Brasil, diz Cida Bento

 

Cida Bento. (FOTO/ Reprodução).

Se em algum momento pudemos ter dúvidas sobre o quanto ecoam nas periferias e favelas as vozes de intelectuais e ativistas que lutam por um país que reconheça a força da cultura que emana de sua população, os Carnavais dos últimos anos não deixam dúvidas.

A maioria das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro (oito em 12 escolas) e de São Paulo (sete em 14 escolas) trouxe para a avenida enredos que homenagearam personalidades negras, a cultura afro-brasileira e o protagonismo negro na história do país. E fizeram duras críticas ao racismo e ao assassinato da juventude negra.

O recado foi dado!

Esse processo não começa agora e não ocorre por acaso, mas atinge um pico neste período de nossa história, no qual, não por coincidência, alcançamos um nível de violência racial que é o maior dos últimos 30 anos, em cidades como o Rio de Janeiro, segundo demonstra o Mapa da Violência no Brasil.

Personalidades negras queridas e respeitadas pela população brasileira que haviam sido atacadas nos últimos seis anos por órgãos do governo federal numa tentativa de desonrá-las foram exaltadas, homenageadas nas ruas, por milhares de sambistas. Num dos maiores e mais lindos espetáculos a que temos o privilégio de assistir.

E é assim que constatamos que o que acontece de negativo no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, muitas vezes na calada da noite, vem sendo acompanhado por olhares atentos e críticos das periferias e favelas.

As escolas de samba são um território complexo onde muitas vezes não temos na liderança pessoas negras, como, aliás, acontece na maioria das organizações brasileiras e onde a luta pelo poder pode repetir a mesma lógica violenta e excludente que observamos em outras instituições brasileiras.

Mas é também um espaço de aquilombamento, de compartilhamento das raízes culturais pela música, pela dança e pelo teatro. E, nesse sentido, é território fértil para a ampliação da crítica social e da democracia, já que múltiplas vozes, LGBTQIAPN+, pessoas com deficiência, pessoas negras e indígenas buscam se manifestar.

E um diferencial marcante nesse contexto de Carnaval vem sendo a maneira crescente com que aparece a valorização das religiões afro-brasileiras.

Num país que é laico, segundo a Constituição de 1988, não poderiam ocorrer relações de dependência com nenhum culto e, principalmente, não poderia haver perseguição ou impedimento do funcionamento de cultos de qualquer natureza.

Mas isso vem acontecendo!

A despeito de nossa Constituição ter consagrado o princípio de liberdade de crença, de culto, de liturgias e de organização religiosa, crescem as denúncias de violações de direitos no campo do credo religioso contra judeus, muçulmanos, dentre outros grupos. E as religiões afro-brasileiras vêm sendo duramente atingidas por diferentes formas de violência, como agressões físicas e verbais a religiosos, ameaças, pichações em templos e lugares públicos e propagandas de ódio veiculadas na internet.

São frequentes, ainda, as denúncias de invasão dos templos, praticadas por maus policiais, sem mandado judicial e a qualquer hora do dia ou da noite.

Assim é que foi muito animador ver as escolas de samba, em 2022, trazerem para a rua os orixás: narrarem a história de Oxóssi, cantarem Exu ou Oxalá, divindades das religiões de matriz africana.

Isso nos lembrou que a laicidade do estado brasileiro não é um elemento de restrição do pertencimento e expressão religiosos, pelo contrário, é uma riqueza que marca nossa sociedade tão diversa.

?Assim, que possamos contribuir para que essa crítica de parcela expressiva da nossa população à violência social, em particular a religiosa que se manifestou na avenida, se manifeste também nas eleições. Com a certeza de que podemos e vamos fazer a diferença.

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Texto publicado originalmente em sua Coluna na Folha de S. Paulo e reproduzido no CEERT.

Ação do Poste Poesia será realizada neste sábado

 

(FOTO | Reprodução |WhatsApp).

Por Naju Sampaio*

A ação Poste Poesia será realizada neste sábado, dia 30, às 15:30. A atividade tem como ponto de encontro a sede do Coletivo Camaradas e depois percorrerá o Território Criativo do Gesso para as colagens. Desenvolvida desde 2013, pelo Coletivo Camaradas, a ação tem caráter comunitário e possui como objetivo contribuir com a construção de uma cultura leitora e com o acesso à literatura.

As poesias são selecionadas de acordo com um formulário virtual que é disponibilizado nacionalmente e ficam armazenadas em um banco de dados. Para utilização na atividade é selecionado um trecho, juntamente com o nome do autor ou autora. A intervenção já foi feita em mais de 50 cidades através do fornecimento desse banco para diversas organizações.

Segundo Tayná Batista, coordenadora do Poste Poesia, a intervenção auxilia na divulgação das poesias, e facilita o acesso das pessoas à escrita e à literatura, principalmente por conta da dificuldade de publicação de livros e partilha das escritas. Em todo último sábado do mês é reunido um grupo de pessoas que desejam contribuir com a ação e são feitas as colagens nos postes do Território Criativo do Gesso.

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* Naju Sampaio é estudante de jornalismo e bolsista/integrante do Coletivo Camaradas.