A mistura de medo, ódio, Lava Jato e antipolítica que desaguou em Bolsonaro


Campo progressista também contribuiu para a "bolsonarização" da política ao relegar o debate da segurança pública. (Foto: Gilmar Félix/ Câmara dos Deputados).


O crescimento da extrema-direita antissistema e anti-globalização é um movimento global que já se materializou na vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, na campanha do Brexit, que culminou com a saída do Reino Unido da União Europeia, ou ainda no crescimento de partidos que impunham a bandeira de combate à imigração em países como França, Alemanha e Itália, além de triunfos em outras partes do continente.

No Brasil, parte da população que se identifica com tais anseios autoritários acredita que a sociedade atual vive numa "bagunça generalizada" na qual imperam a insegurança e a corrupção, e se alinham à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL). Hoje, ele é o segundo colocado na preferência do eleitor, atrás apenas da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

É, portanto, um fenômeno social que não pode mais ser ignorado, e merece ser entendido e estudado. Essa é a constatação da professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Esther Solano, que tem realizado pesquisas de campo sobre os movimentos políticos de direita que passaram a disputar as ruas e as redes sociais brasileiras nos últimos anos.

Ela diz que esses movimentos de extrema-direita, no Brasil e no mundo, são tratados como "caricaturas", que revelam a dificuldade que o campo progressista, e até mesmo intelectuais, têm para se aproximar desse fenômeno. Trump e Brexit não eram considerados como opções críveis, até de fato ocorrerem.

Para entender o crescimento da "bolsonarização" da política e do avanço dos extremismos no Brasil, ela organizou uma série de "entrevistas em profundidade" com simpatizantes do candidato, que já insinuou estupro a uma deputada e ofendeu negros e homossexuais.

Ordem e antipolítica

Dentre os entrevistados, de perfis socioeconômicos bastante heterogêneos, "a questão número um é que as pessoas dizem votar no Bolsonaro porque querem ordem", aponta a professora, que apresentou os resultados da pesquisa Crise da democracia e extremismos de direita nesta terça-feira (3), em São Paulo.

Segundo ela, a ideia de "ordem" almejada por essa parcela do eleitorado não é apenas a da militarização e do combate à violência, mas uma "ordem existencial", de pessoas que não entendem plenamente as transformações tecnológicas, econômicas e sociais ocorridas nos últimos anos, e se ressentem de um lugar social anterior, e que foi perdido.

O fortalecimento do discurso de inclusão social e maior organização de grupos que lutam por direitos, como os movimentos negro, feminista e LGBT nas últimas décadas, causaram uma "reorganização no campo cultural e na esfera pública", que faz com que uma pessoa conservadora de direita se sinta perdida. "A pessoa não consegue enxergar esse mundo novo, não sabe muito bem o que fazer, e quer a volta de uma ordem existencial na qual ela se sentia muito mais à vontade", ressalta a professora.

O radicalismo de direita ganha, portanto, ares de "reação virulenta". Esther diz que esse discurso autoritário também cresce na esteira de "vácuos" deixados pelo campo progressista nos temas relativos ao combate à violência e à corrupção. "Refiro-me fundamentalmente a questões como segurança pública,  tradicionalmente deixada de lado pela esquerda brasileira, e a corrupção, que também se deixou monopolizar por uma direita moralista, hiper punitiva e populista. A extrema-direita se fortalece exatamente nesses vácuos políticos que a esquerda não soube ou não quis administrar politicamente", anota Esther.

Além da reação em favor da ordem, da autoridade e do reforço das hierarquias sociais, outro componente importante é a crise de representação e o crescimento da antipolítica. Nesse quesito, Esther diz que a Operação Lava Jato teve fundamental contribuição, por se basear na "espetacularização midiática" e no "Direito Penal do Inimigo". "A ideia que o corrupto é inimigo, e contra o inimigo não tem Direito, mas basicamente perseguição. A Lava Jato é uma operação absolutamente teatralizada. Tudo isso tem como consequência o aumento do sentimento antipolítico."

Ela diz que os movimentos que saíram às ruas para defender o golpe do impeachment também migraram, gradualmente, de uma posição antipetista para uma postura antipolítica. Se no início os grupos se aglutinavam no slogan "Fora PT", aos poucos, a palavra de ordem se tornou "prendam todos", também por influência do punitivismo perseguidor exalado de Curitiba.

Memes de ódio

O "mérito" dos grupos de extrema-direita foi substituir as formas "duras" dos lemas e discursos de outros tempos por formas mais assimiláveis com memes e vídeos sintonizados com a linguagem de internet, mas que preservam o mesmo conteúdo xenófobo, misógino e de combate ao diferente, contribuindo para a banalização do discurso de ódio, principalmente entre os mais jovens. Outra questão, segundo Esther, que garante a adesão de parcela da juventude é o fato de terem crescido nos anos em que a esquerda estava no poder.

"Se nos anos 1970 ser rebelde era ser de esquerda, agora, para muitos destes jovens, é votar nesta nova direita, que se apresenta de uma forma cool, disfarçando seu discurso de ódio em formas de memes e de vídeos divertidos", constata a pesquisadora. Quando confrontados com o teor preconceituoso dos discursos de Bolsonaro, alegam que se trata de um exagero, fruto de uma perseguição por parte da imprensa, que estaria alinhada às velhas estruturas de poder.

A meritocracia

Outra ideia comum entre os entrevistados, segundo a professora, é uma concepção absolutamente individualista, de valorização do esforço individual como forma de alcançar o sucesso. Por isso, repudiam políticas sociais como o Bolsa Família e as cotas para negros em universidades, pois, segundo eles, esses mecanismos de inclusão fariam com que outros "furassem a fila" da meritocracia.

Segundo a professora, muitos apoiadores de Bolsonaro dizem ter votado em Lula nas eleições passadas, pois este também era visto como o político "diferente", "carismático" que falava a língua do povo. A ironia é que os que rejeitam Lula o fazem após terem ascendido socialmente, não se identificam mais como pobres, mas como pertencentes à nova classe média. (Com informações da RBA).

Adeilton diz se sentir surpreso com vereadores da base do prefeito de Altaneira em aceitar denúncia para investiga-lo



Vereador Adeilton Silva (PSD). (Foto: Divulgação).
O vereador professor Adeilton (PSD), líder de oposição na Câmara de Altaneira e presidente da Comissão Permanente (CP), disse durante entrevista para o Jornal “Notícias em Destaque”, da Rádio Comunitária Altaneira FM, que os parlamentares que hoje fazem parte do grupo político ao qual está vinculado não irão servir de apoio para barrar a investigação contra o prefeito Dariomar Rodrigues (PT).

Na entrevista que foi conduzida pelo comunicador João Alves, conhecido popularmente por Garoto Beleza, o parlamentar afirmou ainda que ficou surpreso com os vereadores da base de sustentação do prefeito em ter aceito o pedido de investigação. O edil lembrou que quando foi protocolada a denúncia foi feito uma reunião antes da sessão ordinária na quarta e que constatou que eles (da base governista), na sua maioria, eram favoráveis. “Apenas a vereadora Silvania foi contra. Aquilo me surpreendeu. Eu não esperava que a base fosse favorável”, enfatizou o parlamentar.

O Blog de Altaneira reproduziu integra da entrevista de Adeilton, trazendo a luz outros pontos verificados abaixo:

O líder da Oposição disse ainda que a Câmara tomou uma posição muito correta e coerente e ainda comparou a situação de Altaneira com a do País e a Câmara Municipal com Câmara Federal, lembrando que lá foi arquivada duas denúncias contra o presidente Temer.
Mais uma vez a Câmara de Altaneira faz história em receber a denúncia por 8 votos a 1. Votação muito expressiva. A Câmara de Vereadores está de parabéns. Não se opôs ao pedido de investigação”.  
Adeilton que também é Presidente da Comissão Processante assegurou que o prefeito vai ter um amplo espaço de defesa e que irão convocar pessoas, servidores, secretários e ex-secretários para colher as informações.  
O parlamentar explicou ainda que não foi votação para afastamento do prefeito, apenas para recebimento da denúncia e que a Comissão vai trabalhar pelos próximos 120 dias.  
Vamos separar os fatos por secretaria para ver quem era o secretário responsável por cada pasta. É um processo de investigação que será com total transparência”.  
Indagado sobre conversas que teve com o prefeito Adeilton disse que na noite que antecedeu a Sessão agendou na sua Casa reunião com os vereadores e vereadoras do seu grupo e o empresário Ricardo Arrais, onde foi debatido as causas e consequências da apresentação da Denúncia.  
(CONTINUAÇÃO) Nesse sentido, estávamos lá, após o diálogo, liguei para nossa “Ricardo, em sua posição de opositor, disse que tínhamos que receber de fato a denuncia, que devemos investigar, que se houver possibilidade de afastar o prefeito, devemos afastar sim. Ricardo sempre colocou sua posição de opositor”.  
Adeilton citou ainda que em determinado momento da reunião o ex-vereador  Raimundim pediu licença para ir lá fora acender um cigarro e de repente chegou com o prefeito.  
Não gostei daquela atitude, porque aquela reunião era de grupo de oposição. O Ricardo se retirou para não participar dessa conversa. Eu até falei para o Ricardo que não ia me retirar junto porque estava em minha casa”.  
O vereador disse que o prefeito usou os mesmo argumentos de sua entrevista na rádio, alegando traição e golpe, mas não ofereceu vantagens em troca de apoio. Disse ainda que foram cortadas regalias de determinada pessoas e essas pessoas querem derrubar ele a qualquer custo.  
Indagado sobre a possibilidade de o prefeito buscar o apoio da oposição para salvar seu mandado, o vereador respondeu que sua posição é que o grupo se mantenha de oposição e não entre na briga política e que não sirva de escada para ninguém.  
Minha posição é que nós permaneçamos em oposição. Essa briga não é da Oposição. Essa briga não foi a oposição que causou. Quem causou foi o próprio grupo [governista]. Então, quem mexeu seu angu que coma. A nossa posição vai ser de ajudar na investigação, de oposição coerente. Errou? Tem que pagar”.  
Adeilton disse também que o coerente é permanecer com o mesmo discurso, continuar investigando e defendendo projetos para Altaneira. Não entrar em briga de grupo. Adeilton ainda considerou muito difícil o prefeito recompor a sua base na Câmara Municipal de Altaneira. 


Em carta lida por Gleisi, Lula convoca população a lutar pelo restabelecimento do Estado de Direito no país


Em carta lida por Gleisi, Lula convoca população a lutar pelo restabelecimento do Estado de Direito no país.
(Foto: Reprodução).

Em solenidade curta, em função das várias agendas programadas para esta terça-feira (3) no Congresso, integrantes do PT na Câmara e no Senado se reuniram, no início da tarde, para a divulgação de um manifesto escrito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lido pela presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), a iniciativa foi vista não apenas como uma denúncia de Lula contra as injustiças que vem sofrendo em relação ao julgamento dos recursos apresentados por sua defesa nos últimos dias, como também uma reafirmação da sua candidatura à Presidência pelos vários líderes e petistas presentes.

No documento lido por Gleisi o ex-presidente destacou que não vê razões para acreditar que ele tenha justiça, diante do comportamento público de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e das várias manobras para atrasar os julgamentos das peças jurídicas apresentadas por sua defesa.

Mas ele lembrou que não está "pedindo favor, e sim justiça" e que não cometeu nenhum crime. E assegurou que, por isso, é sim candidato à Presidência da República.

Na última semana, Gleisi já tinha afirmado que a executiva nacional do PT entrou com ações para garantir junto à Justiça eleitoral que Lula possa participar da campanha, fazer pronunciamentos e dar entrevistas. "Lula não está com os direitos políticos suspensos. Vamos confirmar sua candidatura, o prazo eleitoral é 15 de agosto. Não pensamos em plano B", destacou a presidenta do partido.

A senadora também disse que, nas eleições de 2016, 145 prefeitos disputaram o pleito na mesma condição de Lula, motivo pelo qual a legenda quer que o STF se pronuncie a respeito.

‘Manobras orquestradas’

Já o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias (RJ), reiterou que estão sendo observadas "manobras orquestradas" contra Lula. O senador foi outro a reafirmar a candidatura do ex-presidente e chamou de "escandalosos" os últimos atos do STF, nos quais o ministro Edson Fachin jogou recurso apresentado pela defesa do ex-presidente para julgamento por parte do colegiado do tribunal, em vez da Segunda Turma.

"É escandaloso o que está acontecendo. Estamos vendo várias manobras contra Lula e o PT, mas no dia determinado pela Justiça Eleitoral, registraremos a candidatura", afirmou ainda o líder do partido na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS). Ele criticou o Judiciário que, a seu ver, tem adotado medidas "com o claro intuito de manter Lula como preso político, impedido de disputar eleições".

As declarações dos petistas fizeram o conteúdo de entrevista concedida na semana passada pelo ex-chanceler Celso Amorim, na Argentina, ser lembrado por muitos dos presentes. Na entrevista, Amorim disse que Lula ser impedido de candidatar-se seria "eticamente discutível e um grande erro político" para o país. (Com informações da RBA).

Professor Kabengele Munanga é premiado por sua trajetória em defesa dos negros


Na cerimônia de premiação, o professor Kabengele Munanga afirmou que escolheu defender a importância das políticas afirmativas. (Foto: Marcos Santos/ USP Imagens).

Nesta sexta-feira, dia 29 de junho, o professor titular sênior da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Kabengele Munanga, foi agraciado com o Prêmio USP de Direitos Humanos, em cerimônia realizada na Sala do Conselho Universitário.

Em sua 15ª edição, este prêmio foi criado pela Comissão de Direitos Humanos da Universidade em 2000, com o objetivo de identificar e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos direitos humanos no Brasil.

Entre os motivos da escolha do docente da FFLCH para receber este prêmio, estão a sua renomada carreira acadêmica somada à militância contra o racismo e em defesa dos direitos humanos. Munanga foi um dos protagonistas no debate nacional em defesa da implantação das cotas e ações afirmativas.

Dando início à cerimônia, o presidente da Comissão de Direitos da USP, José Gregori, falou sobre esta premiação. “São em momentos como esse que os fundamentos de uma instituição são recordados e praticamente refundados, no sentido de encontrar as verdadeiras finalidades para justificar toda uma luta que ela desenvolveu para chegar até aqui”.

Gregori destacou também a importância da luta pelos direitos humanos. “É uma das coisas que certamente consolam os meus cabelos brancos, de ter tido na vida a oportunidade de lutar pelos direitos humanos, pela igualdade, pela conciliação. [Neste quesito], estamos bem representados com o professor Kabengele Munanga”.

Professor negro

A saudação ao homenageado foi feita pelo membro da Comissão de Direitos Humanos da USP Ricardo Alexino Ferreira, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), na qual abordou a carreira acadêmica, pesquisas, cargos administrativos e prêmios recebidos pelo professor, além do merecimento desta homenagem.

O professor Kabengele Munanga fez relevantes estudos sobre o negro brasileiro. Ele estuda as teorias, mas também os grupos sociais. E, o conjunto de sua obra sempre trouxe a perspectiva das políticas afirmativas”.

Ferreira relatou um episódio que mostra a importância do homenageado em sua história, quando ao iniciar o mestrado ele foi fazer uma disciplina com Munanga. “Na véspera da primeira aula, eu quase não dormi. Porque o docente seria o primeiro professor negro que eu teria em toda a minha formação”, destacou emocionado.

Para finalizar, o docente da ECA ressaltou a relevância de Munanga também na sociedade brasileira. “O senhor mobilizou toda uma geração de pesquisadores neste projeto de sensibilizar a USP sobre a diversidade. O seu arquétipo, com certeza, chama-se direitos humanos”.

Políticas afirmativas

Kabengele Munanga agradeceu a escolha de seu nome para receber a premiação e a presença de todos ao evento. “O que estava defendendo num contexto de solidariedade, foi percebido e considerado por outras pessoas como uma contribuição para a transformação da sociedade”.

Ele contou sobre sua chegada à cidade de São Paulo, dos 32 anos de dedicação como docente do Departamento de Antropologia da FFLCH. Disse que o fato de ser o primeiro negro a ingressar como professor na Universidade não foi motivo de orgulho, mas de indagações. Pois, se tivesse nascido como negro no Brasil, talvez não chegaria muito longe.

Fez uma retrospectiva da luta para implantar as cotas e ações afirmativas na USP, que começou em 1995, mas que teve retrocessos ao longo de 20 anos, e foi implantada no ano passado.

O docente citou a importância do professor emérito João Baptista Borges Pereira em sua história, que foi seu orientador, e para o qual dedicou o prêmio recebido [Pereira também é do Departamento de Antropologia da FFLCH, e foi diretor da Unidade, por duas vezes (1985-1989) e (1994-1998)].

(Da esq. p/dir.). O professor Munanga após receber o diploma do Prêmio USP de Direitos Humanos, junto com Paulo Roberto Bonjorno, Ricardo Alexino; José Vicente; José Gregori; Vahan Agopyan; e Eunice Aparecida de Jesus Prudente. (Foto: Marcos Santos/ USP Imagens).

Além disso, lembrou de Irene, sua companheira, que sempre o apoiou, mesmo quando foi acusado pela mídia de ser racista por lutar pelas cotas para negros e ouvir algumas vezes questionamentos sobre o porquê ele falava dos problemas raciais do Brasil, mas não das questões sociais da África.

Em resposta, o professor afirmou que, como estudioso e pesquisador, escolheu defender a importância das políticas afirmativas. “Acredito que não há sentidos em fazer ciência sem ter consciência dos problemas sociais. E, este prêmio carrega muitas mãos, que não foram citadas aqui, muitas anônimas, que ainda carecem de direitos de igualdade”.

Honra

Professor Kabengele, as homenagens, mesmo que tardias, são importantes. Às vezes, os agraciados enobrecem o próprio prêmio e este é o caso do nosso homenageado de hoje”, destacou o reitor Vahan Agopyan, que parabenizou também a Comissão de Direitos Humanos pela escolha do premiado.

Pessoas como o senhor são imprescindíveis par a sociedade. Parabéns por sua trajetória. A USP se sente muito honrada em tê-lo como docente!”, finalizou.

O encerramento da cerimônia contou com apresentação musical do Coral USP. Entre as várias autoridades presentes, pode-se destacar: o secretário estadual adjunto de Desenvolvimento Social, Paulo Roberto Bonjorno; a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda; o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente; a diretora da FFLCH, Maria Arminda do Nascimento Arruda; o professor emérito da USP Celso Lafer; a ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras; além de vários representantes da Educafro.

Carreira

O homenageado nasceu em 1942, em uma aldeia de Bakwa Kalonji, na República Democrática do Congo (antigo Zaire), e graduou-se em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Oficial do Congo (1964-1969), na qual iniciou sua carreira acadêmica como professor assistente. Em 1969, iniciou seus estudos de pós-graduação na Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e foi pesquisador no Museu Real da África Central, em Tervuren (Bruxelas). Porém, por motivos relacionados à ditadura militar instalada em seu país, o doutorado só foi concluído em 1977, pela USP.

Em 1980, ingressou na carreira docente na FFLCH e aposentou-se em 2012, como professor titular do Departamento de Antropologia. No entanto, ele continua atuante como professor sênior na Faculdade, em atividades do Centro de Estudos Africanos (CEA) e integra o Grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. E, desde 2017, é professor visitante sênior da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Suas pesquisas são nas áreas de Antropologia da África e da População Afro-Brasileira, com ênfase em temas como o racismo, políticas e discursos antirracistas, negritude, identidade negra versus identidade nacional, multiculturalismo e educação das relações étnico-raciais.

Além da carreira acadêmica, Munanga desempenhou diversos cargos administrativos, como o de diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (1983-1989), vice-diretor do Museu de Arte Contemporânea (2002-2006) e diretor do CEA (2006-2010).

Outros prêmios

Ao longo de sua trajetória, o docente recebeu diversos prêmios e títulos. Em 2002, foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, pelo Ministério da Cultura; no ano de 2008, recebeu homenagem como Decano em Estudos Antropológicos, pelo Departamento de Antropologia da FFLCH; ganhou o Troféu Raça Negra 2011, pela Afrobras e pela Faculdade Zumbi dos Palmares. Em 2012, foi agraciado com o Prêmio Benedito Galvão, da Ordem dos Advogados do Estado de São Paulo (OAB-SP) e, no mesmo ano, foi homenageado pela Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp). Em 2013, recebeu o Grau de Oficial da Ordem do Rio Branco, outorgada pelo Ministério das Relações Exteriores. Em setembro de 2016, foi homenageado com o título de cidadania baiana, pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. (Com informações da FFLCH).


Nação Nordestina, de Juazeiro do Norte, conquista pela segunda vez seguida festival junino de Altaneira


Nação Nordestina é a grande campeã do XVIII Festival Junino de Altaneira. (Foto: Ítalo Duarte).

Pelo segundo ano consecutivo o grupo junino Nação Nordestina, de Juazeiro do Norte, levou para casa o título de campeã do festival junino de Altaneira.

Em 2017, quando da realização da 17ª Edição, o grupo sagrou-se campeão ao ter trazido para o público uma luta travada entre setores conservadores e progressistas da igreja católica e a luta de romeiros quanto a figura do Padre Cícero Romão Batista. Naquela oportunidade foi registrado aqui no Blog Negro Nicolau (BNN) que a cada passo de integrantes do grupo e do marcador, ficava evidente a força e a fé de popular no “padim ciço” na “Beatificação de um Homem Pela Fé do Povo”.

Este ano não foi possível perceber qual tema a Nação Nordestina levou ao público. No portal oficial do município consta apenas que ela “esbanjou charme, brilho, suavidade e encanto através de seu maravilhosa apresentação que também encantaram o público”.

A campeão foi vencedora nos quesitos “marcador” e “rainha”, mas o portal não mencionou os nomes. Abaixo o resultado oficial:

1º. Nação Nordestina – 208.9pts

2º. Quadrilha do Gil – 208.8pts

3º. Arraiá do Patativa – 208.7pts

Marcador: Nação Nordestina – 120pts

Rainha: Nação – 120pts

Noivos: Arraiá do Patativa – 120pts

Repertório: Arraiá do Patativa – 89.9pts

Casamento: Quadrilha do Gil – 29.7pts


PDT e PSB querem se unir num só partido




Notinha publicada na coluna Painel, da Folha, informa que as negociações entre PDT e PSB estão tão adiantadas, e produziram tanto entusiasmo em setores importantes de ambas as legendas que há conversas para uma fusão a partir de 2019, caso Ciro Gomes vença as eleições presidenciais.

PSB e PDT são hoje os partidos de esquerda com maior número de prefeituras: PSB tem 435 prefeituras, PDT, 335 prefeituras. Somados, os dois tem 750 prefeitos. O PT, que era a maior legenda progressista em número de prefeitos, foi fulminado em 2016, pela Lava Jato, e perdeu 60% de suas administrações:  hoje tem 254 prefeituras.


Outra nota do Painel diz que o DEM fará uma última conversa com Geraldo Alckmin, do PSDB, aliado tradicional dos Democratas, antes de tomar uma decisão interna sobre quem irá apoiar este ano. (Com informações do O Cafezinho).

Quem são as 12 personalidades altaneirenses homenageadas pela EMEI Professora Fausta Venâncio?


A aluna Geusimara Targino de Sousa representou a Mestra do São Gonçalo e Rezadeira Maria Isabela, a Dona Angelita. (Foto: Alana Maria).

A redação do Blog Negro Nicolau (BNN) recebeu no início da tarde deste sábado, 30, via correio eletrônico, texto da professora e atual diretora da Escola Municipal de Educação Infantil Professora Fausta Venâncio, Socorro Lino, informando as 12 (doze) personalidades “marcantes” nesses 60 (sessenta) anos de emancipação política do município que foram homenageadas durante a apresentação do seu Arraiá na primeira noite da 18ª Edição do Festival Junino de Altaneira.

As homenagens foram realizadas através de alunos e alunas que perfaziam percursos no Ginásio Poliesportivo Antonio Robério Carneiro vestidos à caráter e levando alguns elementos que caracterizavam os/as personagens.

A professora informa ainda que foram entregues a cada um/a comenda como lembrança. Ela ressaltou que a participação dos pais para a realização da quadrilha foi de fundamental importância.

Abaixo os nomes de estudantes acompanhado de resenha das personalidades homenageadas. 

EMEI PROFESSORA FAUSTA VENÂNCIO
PERSONALIDADES MARCANTES.60 ANOS DE ALTANEIRA 

1. Por isso convidamos a Aluna Maria Linara de Lima Freire que cursa o infantil IV e que  graciosamente  representa hoje essa professora destemida e corajosa Fausta Venâncio David, que deixou um legado importantíssimo na história da educação altaneirense  nesses  60 anos .

2. Convidamos agora o aluno José Eles de Oliveira, aluno do Infantil V, que representa o ex-prefeito Francisco Fenelon Pereira, que  politicamente governou Altaneira durante  dois mandatos, sendo inclusive o primeiro prefeito de Altaneira, destacando-se como personalidade marcante na política Altaneirense.

 3. Quem vem agora é a nossa aluna Maysa Valentina Barbosa  nos lembrando uma mulher simples, guerreira e feliz, Maria Glória da Conceição  (a parteira Mãe Gulora) a “mãe de muitos filhos de uma geração que nasceu de 1944 até 1995(ano que parou de pegar menino). Esse dado é do advogado Raimundo Soares que em 2004  realizou um levantamento em todo o município, contando com o apoio da rádio Comunitária de Altaneira”, "o resultado da pesquisa contabilizou 1.860 alunos.” Citação feita pela jornalista Alana Maria Soares em uma reportagem da Revista Cariri em  8 de janeiro de 2016Mãe Gulora viveu até os 96 anos de idade e se  eternizou  na história de Altaneira .

4. Convidamos o nosso aluno Lucas David Barbosa que representa o Sr. João Ivan Alcântara que exerceu o cargo de  prefeito por 4 mandatos. Durante o tempo em que esteve como prefeito se dedicou totalmente a cuidar de Altaneira e de seu povo. Por isso ficou marcado na história Altaneirense.

5. Na cultura Altaneirense ela é conhecida como “Mestra  do São Gonçalo”, assim cita o Historiador Altaneirense, Professor Nicolau. Vamos receber a aluna Geusimara Targino de Sousa que cursa o infantil IV, e que representa a Dona Maria Isabel, mais conhecida como Dona Angelita. Além de já ter esse título  popular, também é procurada para rezar nas crianças e adultos da nossa comunidade. Já é registrada na história de nossa Altaneira. 

6. Convidamos o nosso aluno Allison Almeida Soares, que cursa o Infantil IV, e que hoje  representa  o nosso Poeta, escritor, Dr. em filosofia pela academia de Letras do Brasil , e está atualmente Presidente da Academia de Letras do Brasil -Seccional Araripe; o Altaneirense Francisco Adriano Sousa. Autor dos livros: Vivi Um Grande Amor; Dona Nem, 93 Anos de HistóriaBiografia; e Dois Dedos de Prosa. Registro aqui a minha satisfação pessoal em ter sido Diretora e Professora de um aluno tão inteligente e estudioso. E com um futuro  tão brilhante. Já faz parte da história altaneirense. 

7. Na Educação de Altaneira foi registrada como uma das melhores Professoras de Português de sua época, convidamos a aluna Milena Félix de Sousa, que representa a Professora Maria Duarte da Silva, hoje aposentada, mas que por várias décadas se dedicou a educação altaneirense como Professora no município e como Diretora da Escola Estadual Santa Teresa, e que ficou conhecida carinhosamente  por “Tia Maria”. Muitos educadores de hoje possui a carinhosa lembrança de ter tido a mesma como professora. Registrada na história altaneirense.

8. Na religião de Altaneira e na vida dos povos que  aqui habitaram nos primeiros anos de sua formação, um jovem deixou sua história registrada  junto a história de nossa Altaneira, vamos convidar o aluno, José Carlos Almeida da Silva,cursa o infantil V, que  representa o Padre Davi Moreira, 1º padre da nossa comunidade, aquele que sugeriu  que o nosso município fosse chamado de Altaneira, por se tratar  de uma terra alta e altiva. Várias pessoas de Altaneira ainda lembram desse jovem inteligente ,que além de padre era também  professor.

9.  Como artesã  ela foi reconhecida como uma das melhores de Altaneira, convido a aluna  Letícia Gabriela, que cursa  o infantil IV, que representa  a Sra. Odísia  Pereira de Lima Gonçalves, a mesma trabalha com crochê, marca, costura e bordados, e já está registrada na história altaneirense.

10. Na política de Altaneira um jovem se destacou, convidamos  o aluno João Víctor Soares, que representa o ex-prefeito Joaquim Soares Neto,(Delvamberto),como filho de Altaneira, em suas palavras o que se destaca mais é o amor que ele deixa claro sentir por sua terra Natal, e como prefeito contribui positivamente para o engrandecimento da mesma.

11. Como microempreendedora recebeu premiação do SEBRAE, -Prêmio, "Mulher de Negócios”, vamos convidar a aluna  Maria Marília Soares, aluna do infantil V, que representa a Sra. Maria Silvania de Andrade, atualmente assume o cargo de vereadora municipal de nossa altaneira, pessoalmente é uma mulher alegre, humana e gosta de servir as pessoas. Já está registrada como personalidade marcante da história de Altaneira.

12. Um homem jovem, sonhador, corajoso, batalhador, caminhoneiro por vocação, mas teve um sonho a mais e conseguiu realizar esse sonho, convidamos o aluno Marlon Soares, que cursa o infantil V, para representar o nosso prefeito Dariomar Soares. Que nesses 60 anos de Altaneira já faz parte da sua história”.


Secretaria de Cultura do Estado do Ceará divulga edital de concurso com mais de 100 vagas


(Foto: Divulgação).

A Secretaria de Cultura do Estado do Ceará (Secult) e a Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag) tornaram público o edital 001/2018 do concurso público visando o preenchimento de 102 vagas com salários que variam entre R$ 2.413, 45 e R$ 5.531,76.

Segundo informações colhidas junto ao site da Secult, o concurso será organizado, coordenado e executado pela Fundação Universidade Estadual do Ceará - Funece, por intermédio da Comissão Executiva do Vestibular da Universidade Estadual do Ceará - Cev/UECE. 

De acordo com o edital que foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta sexta-feira, 29, as inscrições no valor de R$ 130 terão início no primeiro dia útil após decorrido o prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a partir do primeiro dia útil da data de circulação no DOE, ficando abertas pelo período de 30 (trinta) dias úteis, iniciando às 8 horas do primeiro dia e encerrando às 17 horas do último dia.

A jornada de trabalho é de 40 horas semanais e há vagas para Analista de Cultura, Analista de Patrimônio, Antropólogo, Arquivista, Bibliotecário, Historiador, Museólogo e Sociólogo.

O Edital está disponível no Diário Oficial do Estado do Ceará a partir da página 37. Clique aqui e confira.