Mostrando postagens com marcador Kabengele Munanga. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Kabengele Munanga. Mostrar todas as postagens

‘Dicionário das Relações Étnico-Raciais Contemporâneas’ convida ao aprendizado

 

Kabengele Munanga. (FOTO | Marcos Santos | USP Imagens).


A dimensão étnico-racial vem ocupando lugar essencial para a análise social, política, econômica e cultural do Brasil e se tornou um dos temas mais populares e complexos dos tempos atuais. Conceitos desenvolvidos ao longo de décadas de lutas, estudos e estatísticas se unem (ou se confrontam) no debate coletivo com percepções individuais matizadas por visões de mundo não raro antagônicas.

Juiz cita Sueli Carneiro e Kabengele Munanga ao condenar segurança por racismo

 

(FOTO |  Iara Venanzi e Pedro Sena).


O juiz Guilherme Lamas condenou à pena de um ano, em regime aberto, o segurança Denner Cirineu do supermercado Assaí por crime de racismo contra Luiz Carlos da Silva, de 58 anos. Na sentença, emitida no dia 17 de agosto, o magistrado citou uma série de intelectuais negros, como Sueli Carneiro, Kabenguele Munanga, entre outros.

Kabengele Munanga receberá título de professor emérito da USP

 

Kabengele Munanga. (FOTO | Marcos Santos).

O antropólogo congolês-brasileiro Kabengele Munanga receberá, na próxima sexta (2), o título de professor emérito pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Ele nasceu em Bakwa Kalonji, no antigo Zaire, atualmente República Democrática do Congo, em 1940. Está no Brasil desde 1975.

Ao longo desses anos, ele se debruçou nos estudos sobre antropologia da África e da população afro-brasileira e nas questões raciais. O intelectual contribuiu de forma significativa na discussão sobre raça e para derrubar o mito da democracia racial.

Foi no país do continente africano que ele iniciou seus estudos na antropologia, ao cursar a graduação na Universidade Oficial do Congo (1964-1969). Depois, ganhou uma bolsa de estudos para fazer o doutorado na Universidade Católica de Louvain, na Bélgica.

Em 1971, o antropólogo retornou ao país de origem para fazer um trabalho de campo, mas foi impedido pela ditadura de Mobutu Sese Seko (1930-1997).

A convite do então diretor do Centro de Estudos Africanos da USP, ele veio ao Brasil, em 1975, e conseguiu, assim, concluir sua pesquisa.

O antropólogo ingressou como docente na USP em 1980, tornando-se o primeiro professor negro da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Na universidade, lecionou até 2012, quando se aposentou, após 32 anos na instituição.

A cacique Shirley Krenak e o desembargador Elton Leme foram homenageados em evento da Fundação SOS Mata Atlântica, em São Paulo, na semana passada. O ator Klebber Toledo foi o mestre de cerimônias da noite.

_______

Com informações do Geledés.

Kabengele Munanga será reconhecido como Doutor Honoris Causa pela UFRB

 

O professor será homenageado pela Universidade baiana – Foto: Divulgação/UFRB.

O professor Kabengele Munanga será homenageado com o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). A proposição do título foi aprovada, por unanimidade, pelo Conselho Universitário (CONSUNI) da instituição, realizada na tarde desta terça-feira (6), na Reitoria, em Cruz das Almas.

A concessão do Título de Doutor Honoris Causa ao Professor Dr. Kabengele Munanga simboliza o reconhecimento por sua inequívoca contribuição ao pensamento social brasileiro da luta por direitos humanos, a luta antirracista e a atualidade de seu método de análise da questão racial no Brasil”, diz trecho do parecer de aprovação.

Educador, ativista da luta antirracista e intelectual negro, Munanga é brasileiro-congolês e ao longo de seis décadas se debruça nos estudos negros e afro-brasileiros, nas áreas de antropologia, direito, artes, sociologia, filosofia e das relações étnico-raciais no Brasil.

O professor é autor de mais de 150 publicações entre livros, capítulos de livros e artigos científicos. Ele foi um dos protagonistas intelectuais no debate nacional em defesa das cotas e tem contribuição direta na consolidação das políticas públicas de promoção da equidade racial, como a Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de história e cultura Afro-Brasileira na educação básica.

Brasileiro por naturalização desde 1985, Munanga nasceu na República Democrática do Congo, onde se graduou em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Oficial do Congo (1964-1969). Entre os anos de 1975 a 1977, concluiu seu doutorado na Universidade de São Paulo, (USP), onde se aposentou como professor efetivo.

Na UFRB participou de várias atividades, seminários, como o Fórum 20 de novembro, conferências e aula inaugural. Entre os anos de 2014 e 2019, atuou como professor visitante sênior e como colaborador nos programas de mestrado em Ciências Sociais e em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas. Contribuiu como titular de disciplinas, palestrante, conferencista, orientou e coorientou pesquisas e dialogou com a comunidade acadêmica e o público geral do Recôncavo baiano.

__________

Com informações do Notícia Preta.

Kabengele Munanga recebe título de Doutor Honoris Causa

 

Kabengele Munanga foi o primeiro congolês a fazer doutorado fora do país. (FOTO/ Divulgação).

O antropólogo congolês, Kabengele Munanga recebeu, na última terça-feira (25), o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (FRJ), em transmissão ao vivo pelo canal do YouTube da Universidade.

Superando o Racismo na Escola – obra organizada por Kabengele Munanga


(Capa/ Reprodução).


 Superando o Racismo na Escola” é uma obra imprescindível de leitura por vários motivos. Seja porque o Brasil é descaradamente um dos países que mais nega a existência do racismo, seja porque necessitamos falar sobre as consequências do racismo, que gerou e tem gerado violência, desigualdades, mortes e silenciamento – principalmente nos espaços de poder -, onde escolas e universidades são vistas como exemplo.

Professor Kabengele Munanga é premiado por sua trajetória em defesa dos negros


Na cerimônia de premiação, o professor Kabengele Munanga afirmou que escolheu defender a importância das políticas afirmativas. (Foto: Marcos Santos/ USP Imagens).

Nesta sexta-feira, dia 29 de junho, o professor titular sênior da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, Kabengele Munanga, foi agraciado com o Prêmio USP de Direitos Humanos, em cerimônia realizada na Sala do Conselho Universitário.

Em sua 15ª edição, este prêmio foi criado pela Comissão de Direitos Humanos da Universidade em 2000, com o objetivo de identificar e homenagear pessoas e instituições que, por suas atividades exemplares, tenham contribuído significativamente para a difusão, disseminação e divulgação dos direitos humanos no Brasil.

Entre os motivos da escolha do docente da FFLCH para receber este prêmio, estão a sua renomada carreira acadêmica somada à militância contra o racismo e em defesa dos direitos humanos. Munanga foi um dos protagonistas no debate nacional em defesa da implantação das cotas e ações afirmativas.

Dando início à cerimônia, o presidente da Comissão de Direitos da USP, José Gregori, falou sobre esta premiação. “São em momentos como esse que os fundamentos de uma instituição são recordados e praticamente refundados, no sentido de encontrar as verdadeiras finalidades para justificar toda uma luta que ela desenvolveu para chegar até aqui”.

Gregori destacou também a importância da luta pelos direitos humanos. “É uma das coisas que certamente consolam os meus cabelos brancos, de ter tido na vida a oportunidade de lutar pelos direitos humanos, pela igualdade, pela conciliação. [Neste quesito], estamos bem representados com o professor Kabengele Munanga”.

Professor negro

A saudação ao homenageado foi feita pelo membro da Comissão de Direitos Humanos da USP Ricardo Alexino Ferreira, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA), na qual abordou a carreira acadêmica, pesquisas, cargos administrativos e prêmios recebidos pelo professor, além do merecimento desta homenagem.

O professor Kabengele Munanga fez relevantes estudos sobre o negro brasileiro. Ele estuda as teorias, mas também os grupos sociais. E, o conjunto de sua obra sempre trouxe a perspectiva das políticas afirmativas”.

Ferreira relatou um episódio que mostra a importância do homenageado em sua história, quando ao iniciar o mestrado ele foi fazer uma disciplina com Munanga. “Na véspera da primeira aula, eu quase não dormi. Porque o docente seria o primeiro professor negro que eu teria em toda a minha formação”, destacou emocionado.

Para finalizar, o docente da ECA ressaltou a relevância de Munanga também na sociedade brasileira. “O senhor mobilizou toda uma geração de pesquisadores neste projeto de sensibilizar a USP sobre a diversidade. O seu arquétipo, com certeza, chama-se direitos humanos”.

Políticas afirmativas

Kabengele Munanga agradeceu a escolha de seu nome para receber a premiação e a presença de todos ao evento. “O que estava defendendo num contexto de solidariedade, foi percebido e considerado por outras pessoas como uma contribuição para a transformação da sociedade”.

Ele contou sobre sua chegada à cidade de São Paulo, dos 32 anos de dedicação como docente do Departamento de Antropologia da FFLCH. Disse que o fato de ser o primeiro negro a ingressar como professor na Universidade não foi motivo de orgulho, mas de indagações. Pois, se tivesse nascido como negro no Brasil, talvez não chegaria muito longe.

Fez uma retrospectiva da luta para implantar as cotas e ações afirmativas na USP, que começou em 1995, mas que teve retrocessos ao longo de 20 anos, e foi implantada no ano passado.

O docente citou a importância do professor emérito João Baptista Borges Pereira em sua história, que foi seu orientador, e para o qual dedicou o prêmio recebido [Pereira também é do Departamento de Antropologia da FFLCH, e foi diretor da Unidade, por duas vezes (1985-1989) e (1994-1998)].

(Da esq. p/dir.). O professor Munanga após receber o diploma do Prêmio USP de Direitos Humanos, junto com Paulo Roberto Bonjorno, Ricardo Alexino; José Vicente; José Gregori; Vahan Agopyan; e Eunice Aparecida de Jesus Prudente. (Foto: Marcos Santos/ USP Imagens).

Além disso, lembrou de Irene, sua companheira, que sempre o apoiou, mesmo quando foi acusado pela mídia de ser racista por lutar pelas cotas para negros e ouvir algumas vezes questionamentos sobre o porquê ele falava dos problemas raciais do Brasil, mas não das questões sociais da África.

Em resposta, o professor afirmou que, como estudioso e pesquisador, escolheu defender a importância das políticas afirmativas. “Acredito que não há sentidos em fazer ciência sem ter consciência dos problemas sociais. E, este prêmio carrega muitas mãos, que não foram citadas aqui, muitas anônimas, que ainda carecem de direitos de igualdade”.

Honra

Professor Kabengele, as homenagens, mesmo que tardias, são importantes. Às vezes, os agraciados enobrecem o próprio prêmio e este é o caso do nosso homenageado de hoje”, destacou o reitor Vahan Agopyan, que parabenizou também a Comissão de Direitos Humanos pela escolha do premiado.

Pessoas como o senhor são imprescindíveis par a sociedade. Parabéns por sua trajetória. A USP se sente muito honrada em tê-lo como docente!”, finalizou.

O encerramento da cerimônia contou com apresentação musical do Coral USP. Entre as várias autoridades presentes, pode-se destacar: o secretário estadual adjunto de Desenvolvimento Social, Paulo Roberto Bonjorno; a secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda; o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, José Vicente; a diretora da FFLCH, Maria Arminda do Nascimento Arruda; o professor emérito da USP Celso Lafer; a ex-consulesa da França em São Paulo, Alexandra Loras; além de vários representantes da Educafro.

Carreira

O homenageado nasceu em 1942, em uma aldeia de Bakwa Kalonji, na República Democrática do Congo (antigo Zaire), e graduou-se em Antropologia Social e Cultural pela Universidade Oficial do Congo (1964-1969), na qual iniciou sua carreira acadêmica como professor assistente. Em 1969, iniciou seus estudos de pós-graduação na Universidade Católica de Louvain (Bélgica) e foi pesquisador no Museu Real da África Central, em Tervuren (Bruxelas). Porém, por motivos relacionados à ditadura militar instalada em seu país, o doutorado só foi concluído em 1977, pela USP.

Em 1980, ingressou na carreira docente na FFLCH e aposentou-se em 2012, como professor titular do Departamento de Antropologia. No entanto, ele continua atuante como professor sênior na Faculdade, em atividades do Centro de Estudos Africanos (CEA) e integra o Grupo de Pesquisa Diálogos Interculturais do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP. E, desde 2017, é professor visitante sênior da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

Suas pesquisas são nas áreas de Antropologia da África e da População Afro-Brasileira, com ênfase em temas como o racismo, políticas e discursos antirracistas, negritude, identidade negra versus identidade nacional, multiculturalismo e educação das relações étnico-raciais.

Além da carreira acadêmica, Munanga desempenhou diversos cargos administrativos, como o de diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (1983-1989), vice-diretor do Museu de Arte Contemporânea (2002-2006) e diretor do CEA (2006-2010).

Outros prêmios

Ao longo de sua trajetória, o docente recebeu diversos prêmios e títulos. Em 2002, foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural, pelo Ministério da Cultura; no ano de 2008, recebeu homenagem como Decano em Estudos Antropológicos, pelo Departamento de Antropologia da FFLCH; ganhou o Troféu Raça Negra 2011, pela Afrobras e pela Faculdade Zumbi dos Palmares. Em 2012, foi agraciado com o Prêmio Benedito Galvão, da Ordem dos Advogados do Estado de São Paulo (OAB-SP) e, no mesmo ano, foi homenageado pela Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp). Em 2013, recebeu o Grau de Oficial da Ordem do Rio Branco, outorgada pelo Ministério das Relações Exteriores. Em setembro de 2016, foi homenageado com o título de cidadania baiana, pela Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. (Com informações da FFLCH).