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(FOTO/ ONU). |
A
disputa militar entre o governo russo e a Ucrânia entra no sexto dia, envolve a
soberania em territórios e fronteiras. O conflito é semelhante, em muitos
aspectos, aos principais confrontos bélicos e ameaças de guerra em curso
atualmente em alguns dos países do continente africano.
Diferentemente
do que acontece no leste europeu, onde o conflito chamou a atenção do planeta,
fez a ONU (Organizações das Nações Unidas) convocar uma reunião emergencial do
do Conselho de Segurança e gerou medidas inéditas de compras de armas pela
União Européia, os conflitos nos países africanos têm pouco espaço na agenda
midiáticas e seus desdobramentos não causam repercussão global, apesar de
afetar diretamente milhões de pessoas.
Boa
parte dos conflitos atuais no continente africano tem origem nas guerras de
independência que resultaram de longos períodos de exploração colonial, por
parte de países europeus, e em tentativas externas de desestabilizar os
governos locais. Confira algumas das áreas com situação política em alerta na
região:
Etiópia
Desde
novembro de 2020, na região de Tigray acontecem conflitos entre o governo e um
movimento de independência, liderado por uma frente de libertação local.
A
Etiópia também tem disputas territoriais com o Sudão, na região de al-Fashqa.
Além disso, há uma tensão política com o Egito por conta da construção de uma
hidrelétrica etíope no rio Nilo, em território da Etiópia, perto da fronteira
do Sudão. A produção de energia na hidrelétrica começou em fevereiro de 2022.
Egito
e Sudão temem que ocorra uma crise hídrica por conta da barragem construída
pela Etiópia. Os dois países fizeram exercícios militares em conjunto no ano de
2021. Esses exercícios de guerra foram chamados de Operação Guardiões do Nilo.
Somália e Quênia
Desde
2014, a Somália e o Quênia discutem a soberania e uma nova divisão de fronteira
entre os dois países numa região pesqueira, no litoral do Oceano Índico, onde
também existe petróleo e gás natural. O conflito também é agravado porque o
Quênia apoiou o movimento de independência do Estado de Jubalândia, na Somália.
No mês de janeiro, nove pessoas morreram por conta de conflitos de milícias
separatistas e tropas do exército na região.
Burkina Fasso
Em
janeiro deste ano, o Movimento Patriótico pela Salvaguarda e Restauração
(MPSR), do líder militar Paul-Henri Sandaogo Damiba, assumiu o controle do país
ao derrubar o governo do presidente Roch Kaboré, que estava no poder desde
dezembro de 2015.
Cerca
de 50 soldados foram mortos nos últimos quatro meses durante confronto com
grupos extremistas em várias regiões do país. Milhares de civis deixaram o país
por medo dos conflitos.
Mali
No
dia 3 de dezembro do ano passado, um ataque feito por um grupo armado contra um
ônibus deixou 31 pessoas mortas na cidade de Mopti. O ataque terrorista foi uma
resposta às tentativas do governo de conter uma tentativa de golpe militar promovido
por grupos extremistas.
Em
dez anos, entre 2012 e 2022, Mali passou por três golpes de Estado. Os conflitos
entre as milícias no norte do país se espalham para regiões no Níger e em
Burkina Fasso.
Burundi
O
país no Sul de Ruanda passou por uma guerra civil nos últimos dois anos. Os
conflitos internos diminuíram em junho do ano passado, quando o líder militar
Evariste Ndayishimiye foi eleito presidente. A pandemia e o aumento da fome
provocaram a retomada de conflitos entre grupos extremistas na região.
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Com
informações da Alma Preta.