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IV edição do Conselho Internacional de Literaturas e Culturas Africanas (Griots), em 2018, na UFRN. À esquerda, professora Tânia Lima. |
Um
livro de coletânea, organizado por professores da UFRN, passou a integrar uma
biblioteca virtual dos 225 livros mais importantes sobre temática racial no
Brasil e no mundo. O livro se chama “Griots - culturas africanas - linguagem,
memória, imaginário”. E a sigla vem do Conselho Internacional de Literaturas e
Culturas Africanas (Griots), iniciativa da universidade que promove encontros
de reflexão sobre estudos transculturais, anticolonialismo, ancestralidades,
sexualidade, questões diaspóricas e a temática racial.
Os
professores Tânia Lima, Izabel Nascimento e Andrey Oliveira são responsáveis
pela coletânea, que agora é reconhecido “como uma espécie de patrimônio público
no combate ao racismo mundo afora. É um reconhecimento internacional que advém
justamente dos primeiros congressos que nós organizamos aqui, em 2009”, afirma
Tânia, que também é coordenadora do Griots.
O
reconhecimento é partilhado com o apoio significativo da UFRN, como explica a
professora. “A UFRN desponta no Nordeste como uma universidade que faz uma
travessia, um percurso, por toda essa internacionalização dos estudos, que não
ficam apenas aqui no Rio Grande do Norte, mas também na África e no contexto
europeu”.
Griots
A
primeira edição do conselho aconteceu em maio de 2009. Desde então, o evento
proporciona conferências, oficinas, mesas-redondas, simpósios temáticos,
performances poéticas musicais, e partilha conhecimento sobre a escrita
literária no Brasil e no continente africano.
A
professora Tânia Lima explica que o trabalho coletivo do congresso age na
desconstrução do racismo estrutural por meio da educação. “Produzimos durante
esse tempo mais de 10 livros, então é um reconhecimento de um trabalho
coletivo, de todos nossos irmãos quilombolas, indígenas, na desconstrução de
todo esse racismo que aí está. A única possibilidade de incluirmos todas essas
minorias que sofrem ao longo da história, desde a escravidão até os dias de
hoje, é pela inclusão educacional. Nós só podemos trabalhar o racismo dentro de
uma perspectiva educacional. Então a educação é a única porta de entrada para
que as comunidades, que foram ao longo da história excluídas, sejam
reconhecidas. E se temos uma dívida, ela é imensa” comenta a coordenadora.
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Com informações da Tribuna do Norte.