Aulas
de direito constitucional, noções do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)
e reforço dos valores morais e cívicos da sociedade. Esses assuntos devem ser
obrigatoriamente tratados em sala de aula, de acordo com projeto de lei
apresentado pelo deputado federal Romário (PSB-RJ).
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A proposta de Romário é alterar a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e reformar o currículo escolar dos ensinos fundamental e médio para incluir a disciplina "constitucional".
O
objetivo é que crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos, tenham aulas nas
escolas sobre os direitos e deveres do cidadão previstos na Constituição
Federal.
Na
justificativa do projeto, o deputado cita as manifestações populares que
tomaram conta das ruas do País em junho do ano passado. Para Romário, a
movimentação política revela que se tornou “necessária maior atenção aos nossos
jovens, quase adultos, que nos remetem à lembrança dos caras-pintadas de
outrora”. Segundo o deputado, a intenção do projeto é aumentar o conhecimento
dos jovens que, aos 16 anos, já podem escolher seus representantes políticos.
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O objetivo deste projeto de lei é expandir a noção cívica dos nossos
estudantes, ensinando-lhes sobre seus direitos constitucionais, como cidadão e
futuro eleitor, e, em contrapartida, aprenderem sobre seus deveres.
ECA
no ensino fundamental
De
acordo com o projeto de Romário, as aulas sobre os direitos e deveres previstos
na Constituição para as crianças do ensino fundamental devem ter como diretriz
o ECA. No texto, o deputado também determina a produção e distribuição de
material didático adequado para as aulas.
Para
a especialista em educação da UnB (Universidade de Brasília) Lívia Borges, a
proposta é desnecessária, porque o tema sugerido por Romário já é contemplado
em várias disciplinas que integram o currículo escolar atual.
A
professora acredita que uma proposta que modifique a LDB deve ser amplamente
discutida com a comunidade escolar, por meio de audiências públicas, e lembra
que não é mudando a legislação que se garante melhor formação para os alunos.
—
Não é uma lei por si só que garante que a temática da disciplina estará
presente na formação das crianças e dos jovens. É preciso ver a educação na sua
totalidade e não apenas como uma disciplina que deverá ser obrigatória no
currículo da educação básica.
O
projeto de Romário está parado, aguardando apreciação da CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados.
Via
R7