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Chimamanda Ngozi. (FOTO |Reprodução). |
A
escritora é mãe de uma menina, também falou sobre feminismo: ‘Vou ter que
ensiná-la que raça não a define. E também sobre as pessoas que são racistas,
que isso é problema delas’.
A
escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que tem livros traduzidos em mais
de 30 idiomas e se tornou um ícone contemporâneo, veio ao Brasil neste fim de
semana e falou para três mil pessoas no “Ler – Festival do Leitor”, no Rio de
Janeiro.
Aos
43 anos de idade, ela já foi parar em coleção de moda, estampando camisetas e bolsas.
E também na música “Flawless”, de Beyoncé, que reproduziu trechos de uma das
palestras mais famosas da escritora.
Ela
carrega o poder da palavra que arrasta multidões. Para se ter uma ideia, os
três mil ingressos disponíveis para o evento no Rio acabaram em 45 minutos.
“Estou
muito feliz em estar aqui. Sinto uma conexão com o Brasil e gostaria de falar
português, o português brasileiro”, afirma Chimamanda.
Quando
tinha 19 anos, ela desembarcou nos Estados Unidos, onde se formou em Ciências
Políticas e Comunicação. Foi aí que ela se descobriu negra.
Esta é a segunda vez que Chimamanda vem
ao Brasil
Na
primeira visita, em 2008, a escritora ficou surpresa com a ausência de negros
em espaço de poder. Ela acredita que o Brasil é uma Nigéria, só que com estradas
melhores.
“Eu me lembro de ter ficado impressionada com
a ausência de pessoas negras. Então disse para as pessoas ao meu redor: ‘Onde
estão os negros?’. Acho que é algo que deveria mudar só porque se você vive em
uma democracia, a ideia de democracia é que todos devem ser representados”,
diz.
O
combate ao racismo e ao machismo também é destaque no livro “Para Educar
Crianças Feministas”, escrito em formato de uma carta de Chimamanda para uma
amiga que acabou de se tornar mãe de uma menina. Trata-se de um guia que traz
conselhos simples e precisos de como oferecer uma formação igualitária a todas
as crianças.
“A
gente sabe que os homens, enquanto grupo, têm poder. Mas acho que, como
indivíduos, esse patriarcado em que vivemos também é ruim para eles. Os meninos
crescem e se tornam homens que não têm nenhuma conexão real com seus “eus”
emocionais. É ruim para todos”, afirma.
O
guia foi escrito antes de Chimamanda se tornar mãe de uma menina.
“Minha filha tem apenas 6 anos, mas é uma
menininha muito feroz. Ela tem as opiniões dela, sabe quem é e eu sou muito
grata”.
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Com informações da Revista Raça.