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Lilia Schwarcz é a 11ª mulher integrante da Academia Brasileira de Letras atualmente. A instituição conta com 35 homens. (FOTO | Eduardo Anizelli | Folhapress). |
Tomou posse na noite desta sexta-feira (14) a quinta integrante feminina da atual configuração da Academia Brasileira de Letras, a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz. A academia conta com 40 "imortais" - 35 homens e cinco mulheres.
Lilia
Schwarcz é professora da USP e da Universidade de Princeton, nos Estados
Unidos, e publicou mais de 30 livros sobre a história do Brasil. Obras que
fazem uma crítica profunda às desigualdades que marcaram o Brasil ao longo dos
séculos, sejam elas de gênero ou raciais.
Entre
os convidados: a ministra do Supremo Tribunal Federal e presidente do TSE
Carmem Lúcia e o ministro dos Direitos Humanos e da cidadania Silvio de
Almeida.
"Nós
somos maioria nesse país mas somos uma maioria minorizada na representação e
representação não é só poder, representação é verdade, é conhecimento, entao
acho que o papel das mulheres é fundamental pra destacar que nós queremos mesmo
é igualdade. Igualdade com diferença", disse Lilia, sobre a questão da
representatividade feminina na ABL.
"Essa
casa é uma casa com uma assinatura de sobrevivencia historica. Receber a Lilia
aqui é chegarmos ao contemporaneo, é isso", observou a atriz Fernanda
Montenegro, outra integrante da ABL.
A
historiadora e antropóloga foi eleita em março para a 9º cadeira da Academia
Brasileira de Letras. A vaga foi aberta com o falecimento do acadêmico Alberto
da Costa e Silva, que também era historiador.
No
discurso de posse, ela Lilia se emocionou ao homenagear seu antecessor na
cadeira. "Foi Alberto da Costa e Silva quem me levou pela mão para muitos
lugares e, de certa maneira, para essa Cadeira. Ele que era, para mim, uma
espécie de pai ancestral.Seu legado é a boa diplomacia feita do diálogo, e da
luta intransigente ao lado de populações que ficaram séculos sem direito a
terem direitos básicos: como educação, saúde, segurança e memória",
afirmou.
Mulheres ainda minoria
Há
mais de um século, o ambiente da academia é predominantemente masculino. Sem
contar cada um dos patronos das 40 cadeiras, todos homens, até hoje fizeram
parte da academia 257 escritores do sexo masculino. Lilia Schwartz é apenas a
11 ª mulher a se tornar "imortal".
A
academia levou 80 anos para abrir as portas às escritoras brasileiras. Rachel
de Queiroz foi a primeira mulher a se tornar imortal, em 1977.
Um
longo atraso que os imortais do presente estão dispostos a corrigir. "A
gente sempre esteve preocupado com essa questão e agora a gente vai tentar
aumentar isso gradativamente. Temos que buscar a maior representação feminina e
nós vamos", disse o presidente da ABL, Merval Pereira.
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Com informações do G1.
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