"Os propositores do PL parecem desconhecer as batalhas das mulheres, meninas e suas famílias para exercer seu direito. (FOTO | Claudio Kbene |PR). |
O ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, disse nesta sexta-feira (14) que o governo Lula não apoia qualquer mudança na legislação do aborto e que vai trabalhar para impedir a votação do projeto que equipara o procedimento ao homicídio. Na quarta-feira (12), a Câmara aprovou regime de urgência para votação do Projeto de Lei 1904/2024.
De
autoria de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), com assinatura de 32 outros deputados,
a proposta equipara ao crime o aborto após 22 semanas de gestação, inclusive em
casos de estupro de meninas.
“Não
contem com o governo para mudar a legislação de aborto no país. Ainda mais um
projeto que estabelece que uma mulher estuprada vai ter uma pena duas vezes
maior do que o estuprador”, disse o ministro a jornalistas.
Segundo
Padilha, o presidente “nunca faria nenhum gesto para mudar”. E mais: “Não
contem com o governo para essa barbaridade. Vamos trabalhar para que um projeto
como esse não seja votado”, afirmou.
Janja critica projeto “absurdo”
A
sinalização do ministro das Relações Institucionais de que o governo vetaria
tal projeto veio no mesmo dia em a primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja,
veio a público criticar o projeto. “É preocupante para nós, como sociedade, a
tramitação desse projeto sem a devida discussão nas comissões temáticas da
Câmara. Os propositores do PL parecem desconhecer as batalhas que mulheres,
meninas e suas famílias enfrentam para exercer seu direito ao aborto legal e
seguro no Brasil. Isso ataca a dignidade das mulheres e meninas, garantida pela
Constituição Cidadã”, escreveu Janja em seu perfil na rede X, antigo Twitter.
“É
um absurdo e retrocede em nossos direitos. A cada 8 minutos uma mulher é
estuprada no Brasil. O congresso poderia e deveria trabalhar para garantir as
condições e a agilidade no acesso ao aborto legal e seguro pelo SUS. Não
podemos revitimizar e criminalizar essas mulheres e meninas, amparadas pela
lei. Precisamos protegê-las e acolhê-las. Seguimos juntas, lutando por nossos
direitos”, escreveu Janja.
Rodrigo Pacheco pede cautela em relação
ao tema
Nesta
quinta-feira, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD),
criticou a aprovação da urgência na Câmara. E deu a entender de que, no Senado,
não seria assim. “O que eu devo dizer é que uma matéria dessa natureza jamais,
por exemplo, iria direto ao plenário do Senado Federal. Ela deve ser submetida
às comissões próprias e é muito importante ouvir, inclusive, as mulheres do
Senado, que são legítimas representantes das mulheres brasileiras, para saber
qual é a posição delas em relação a isso”. Pacheco disse também o Congresso tem
de tratar um projeto dessa natureza com “muita cautela”.
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Com informações da RBA.
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