Em
uma das disciplinas de filosofia da Universidade de Brasília (UnB),
Aristóteles, Descartes e Nietzsche perdem espaço para nomes como Achille
Mbembe, Mogobe Ramose e Cheikh Anta Diop. Ministrada por Wanderson Flor do
Nascimento, a aula tem como objetivo trabalhar obras filosóficas africanas.
Do
Metrópole
Ciente
de que o material é de difícil acesso, Wanderson resolveu, então, criar o site
Filosofia Africana, em que disponibiliza gratuitamente mais de 30 livros de
escritores do continente e outras 40 obras que trabalham o tema.
“A reunião desses materiais passa pela coleta
de textos e vídeos em veículos de pouco acesso pelas pessoas que trabalham na
educação básica e, também, na tradução de materiais para uso didático, o que
auxilia na construção das aulas”, explicou o professor.
A
pedido do Metrópoles, Wanderson selecionou cinco obras de cinco autores
africanos que ele considera essenciais e fez uma breve explicação sobre elas.
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Kacio Pacheco/ Metrópole. |
Pluralidade
Incentivado
pela Lei 10.639, que obriga o ensino de história e cultura africana nas escolas
brasileiras, Wanderson pensou no site como uma estratégia de divulgação de
material para professores de filosofia. “Nos
falta conhecer o que se produziu e se produz nesse continente, tão marcado
pelos danosos estereótipos racistas que se construíram no Ocidente”,
afirmou.
Para
o professor, as reflexões africanas se misturam à filosofia ocidental e
oriental, com origens que remontam ao Egito na Antiguidade. Além disso, os
autores do continente fizeram uma profunda pesquisa filosófica acerca das
consequências geradas pelo colonialismo – que serviram diretamente à América
Latina.
“Essas
buscas também ajudam a entender as nossas heranças africanas, tão constitutivas
da maior parte das sociedades latino-americanas quanto as indígenas e as
europeias" Wanderson Flor do Nascimento,
professor
Além
de inserir os autores do continente nas aulas de “Filosofia Africana”, Wanderson utiliza algumas das obras em
disciplinas como “Introdução à Filosofia”
e “Filosofia e Feminismo”. “A ideia é fazer com que os meus alunos criem
o hábito de ler reflexões africanas junto com outras já comuns à Universidade”,
concluiu.
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