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Desde que trabalharam para destruir Dilma, Temer e Renan tiveram controle absoluto da agenda. Eunício (esq.) é aliado. Foto: Fábio Rodriguez Pozzebon/ABR. |
Eunício
Oliveira (PMDB-CE), 64 anos, foi eleito na tarde de hoje (1º) para a
presidência do Senado, conforme previsto, com mandato pelos dois próximos anos.
Líder de seu partido, ele recebeu 61 votos, de um total de 81 parlamentares.
Sem apoio de nenhum bancada, José Medeiros (PSD-MT) teve 10, e houve outros 10
em branco. O presidente do Senado é o segundo na linha sucessória de Michel
Temer (PMDB), atrás do presidente da Câmara, cuja eleição será realizada
amanhã.
Da RBA
Ex-deputado,
ministro das Comunicações no governo Lula de janeiro de 2004 a julho de 2005 e
integrante da base aliada no governo Dilma Rousseff, o eleito Eunício votou a
favor do impeachment da presidenta, no ano passado. Mesmo assim, recebeu votos
de parte da bancada do PT. Antes da escolha – por voto secreto, em urna
eletrônica –, o senador Paulo Rocha (PA) disse que o partido quer assegurar sua
presença na mesa, acrescentando que isso não interfere na postura de oposição
ao governo Temer.
Além
de líder do partido no Senado, Eunício responde pelas finanças do PMDB. Seu
nome, sob o apelido de "Índio",
é citado em delações de executivos da Odebrecht presos pela Operação Lava Jato.
No discurso anterior à votação, ele disse reafirmar "compromisso pela democracia" e disse que o desafio é "reaproximar o governo e o Congresso da
sociedade brasileira". Segundo ele, também é preciso ser duro quando
"um poder parece se levantar contra
outro".
Ele
defendeu a reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, considerando-a
"inadiável". "A opinião
pública vai compreender essa urgência."
Pouco
antes de entregar a presidência da Casa, Renan afirmou que, em um período
político turbulento, o Senado "manteve
altivez e responsabilidade". E sempre recusou "anomalias políticas e institucionais".
Sobre o impeachment, afirmou, a Casa "se
pautou pela isenção, equilíbrio e responsabilidade". Renan também
pediu quebra do sigilo nas investigações da Operação Lava Jato, "para que
a população não seja manipulada".
Também
antes da escolha, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no
Congresso, reafirmou apoio a Eunício e à indicação do atual presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), à liderança do partido – que nesta semana
ganhou dois senadores: Zezé Perrella (MG) e Elmano Férrer (PI), ambos saídos do
PTB.
No
PSDB, Paulo Bauer (SC) passará a ser o líder da bancada. No PTB, essa função
caberá a Armando Monteiro (PE). Osmar Aziz (AM) segue na liderança do PSD.
Depois
da presidência, começa a escolha dos demais cargos da mesa diretora: duas
vice-presidências, quatro secretarias e quatro suplências. Pelo critério da
proporcionalidade, o PMDB, dono da maior bancada (21 senadores, 25% do total),
tem direito também à 1ª vice. Com 11 representantes, o PSDB fica com a 1ª vice-presidência.
Ao PT, com 10, cabe a 1ª secretaria.
O
número de bancadas vem aumentando. Em 2002 eram nove e na eleição anterior, há
dois anos, 15. Agora, o número de partidos com representação subiu para 17
(confira no quadro). Há um senador atualmente sem partido (José Reguffe, do
Distrito Federal).
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