Os
três principais nomes do PSDB para a disputa da Presidência da República em
2018 já foram citados em delações da Operação Lava Jato. O mais recente deles é
o governador paulista, Geraldo Alckmin. Em praticamente todos os casos, o
esquema envolveria dinheiro de caixa dois para campanhas.
Do
Uol
Antes
da menção a Alckmin, delatores citaram casos envolvendo os nomes de José Serra,
atual ministro das Relações Exteriores, e do senador Aécio Neves, presidente
nacional do PSDB. Os três negam as acusações. Veja, abaixo, as principais
acusações:
Geraldo Alckmin
Reportagem
do jornal "Folha de S.Paulo" afirma que, em delação, a Odebrecht
informou que fez doação ilegal, em dinheiro vivo, para as campanhas de Alckmin
em 2010 e 2014, ambas para o governo de São Paulo.
Executivos
da empreiteira mencionam duas pessoas próximas ao governador como
intermediárias dos repasses e afirmam que não chegaram a discutir o assunto
diretamente com Alckmin.
Segundo
a delação, os R$ 2 milhões em espécie foram repassados ao empresário Adhemar
Ribeiro, irmão da primeira-dama, Lu Alckmin. A entrega do recurso, de acordo
com os termos da delação, ocorreu no escritório de Ribeiro, na capital
paulista.
Alckmin
afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "é prematura qualquer conclusão com base em informações vazadas de
delações não homologadas". "Apenas os tesoureiros das campanhas,
todos oficiais, foram autorizados pelo governador a arrecadar fundos dentro do
que determina a legislação eleitoral".
Esta
não foi a primeira vez que o nome do governador aparece nas investigações. O
personagem tratado pelo codinome "santo" em planilhas da Odebrecht
que listam pagamento de propina foi identificado como sendo o de Alckmin,
segundo a revista "Veja". A publicação diz ter confirmado essa
informação com três fontes que participam do acordo de delação da Odebrecht,
considerado o mais explosivo da Lava Jato.
A
"Folha" revelou em março que o apelido "santo" aparecia
associado a uma obra do governo Alckmin de 2002, a duplicação da rodovia
Mogi-Dutra. A assessoria de Alckmin
disse que a obra foi feita por outra empreiteira, a Queiroz Galvão, e que os
delatores isentam o governador.
José Serra
Segundo
um mesmo delator, Serra também está ligado a um esquema de caixa dois em sua
campanha presidencial no ano de 2010.
Executivos
da Odebrecht afirmaram aos investigadores da Lava Jato que a campanha do agora
ministro recebeu R$ 23 milhões em doações ilícitas. Os executivos disseram que
parte do dinheiro foi entregue no Brasil e parte foi paga por meio de depósitos
bancários realizados em contas no exterior. Oficialmente, a Odebrecht doou
apenas R$ 2,4 milhões para a campanha de Serra.
Segundo
os depoimentos de executivos da Odebrecht, a negociação para o repasse à
campanha de Serra se deu com a direção nacional do PSDB à época, que, depois,
teria distribuído parte do dinheiro entre outras candidaturas. A empresa
afirmou ainda que parte do dinheiro foi transferida por meio de uma conta na
Suíça.
Sobre
a acusação da Odebrecht, Serra disse, na época em que o fato foi divulgado, que
a campanha dele durante a disputa a Presidência da República em 2010 foi
conduzida em acordo com a legislação eleitoral em vigor. O tucano afirmou
também que as finanças de sua disputa pelo Palácio do Planalto eram de
responsabilidade do partido, o PSDB, e que ninguém foi autorizado a falar em
seu nome.
Aécio Neves
No
âmbito da Lava Jato, o nome de Aécio foi mencionado pelo ex-deputado federal
Pedro Corrêa, que afirmou que ele foi um dos responsáveis pela indicação do
diretor de Serviços da Petrobras, Irani Varella, na fase final governo de
Fernando Henrique Cardoso, em 2001.
Na
época, Aécio era deputado federal. Segundo o delator, Varella era responsável
por conseguir "propinas com empresários para distribuir com seus padrinhos
políticos".
Na
época em que a delação de Corrêa foi divulgada, Aécio disse que Corrêa é
desprovido de qualquer credibilidade e que sua afirmação é falsa e absurda.
O
presidente do PSDB também foi citado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado. Segundo o delator, ele participou da captação de recursos ilícitos
para a bancar a eleição de Aécio para a presidência da Câmara dos Deputados em
2001. Foram arrecadados cerca de R$ 7 milhões, segundo Machado.
Sobre
a fala de Machado, o tucano disse que "são acusações covardes e falsas de
quem, no afã de apagar seus crimes e conquistar benefícios de uma delação
premiada, não hesita em mentir e caluniar".
Já
o ex-petista e senador cassado Delcídio Amaral afirmou em deleção no âmbito da
Lava Jato que Aécio recebeu propina de Furnas, empresa de economia mista
subsidiária da Eletrobras. Ainda sobre o tucano, Delcídio relatou um caso na
CPI dos Correios, que investigou o mensalão, no qual Aécio teria atrasado o
envio de dados do Banco Rural para fazer uma "maquiagem" nas
informações.
Nesse
caso, o tucano disse que as acusações eram "falsas" e
"mentirosas". "Delcídio repete o que vem sendo amplamente
disseminado há anos pelo PT que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes
da oposição. É curioso observar a contradição na fala do delator já que ao
mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve
recursos destinados a políticos", disse em nota.
Serra (à esq), Aécio (centro) e Alckmim são os principais nomes do PSDB para 2018. |
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