Comemoramos
em 20 de novembro ,o dia da consciência negra, pois neste dia, em 1695 ,
Zumbi morreu assassinado por soldados da
Coroa Portuguesa, teve a cabeça cortada e conservada para ser exposta em praça
pública na cidade de Recife. O propósito era desacreditar as pessoas que diziam
que Zumbi era imortal.
Por
Hilda Dobal no Esquerda Online
Zumbi
era neto de Aqualtune, princesa do Congo que foi trazida em situação de escrava
para o Brasil . Aqualtune foi obrigada a ter relações sexuais com um
escravizado para fins de reprodução, uma prática de abuso comum na época
praticada pelos senhores, no final de sua gestação organizou sua fuga e de
alguns escravos para o quilombo na Serra da Barriga. Neste local deu a luz a
Gamba Zumba e ao lado dele começou a organização do Estado negro de Palmares.
Depois ela deu a luz a Ganga Zona que também ajudou a chefiar Palmares e também
a Sabina, a mãe de Zumbi dos Palmares, o principal líder e guerreiro do
Quilombo Palmares. Aqualtune foi fundamental para a consolidação da república,
pois possuía conhecimentos políticos, organizacionais e de estratégia de guerra.
Dandara
era a companheira de Zumbi com quem teve três filhos, dominava técnicas de
capoeira, lutou ao lado de homens e mulheres e participava na elaboração das
estratégias de defesa de Palmares. Foi uma mulher de ação, opinião e forte
resistência. Caçadora, lutadora, trabalhadora, mãe e companheira.
As
mulheres estiveram sempre presentes nas lutas do Quilombo dos Palmares, no
século XVII e hoje, as mulheres negras
continuam presentes na luta. Em especial na luta pela vida. De nossas
ancestrais heroínas na libertação do povo negro em nosso país, nos fazemos na
atualidade guerreiras frente ao aumento de 54,2% no feminicídio de mulheres
negras entre 2004 e 2014. .
Nossas
Dandaras, Sabinas, Aqualtunes, Winnies, Marias, Terezas estão nas periferias de
nossas cidades são a maioria das chefes de família, trabalhadoras exploradas
pela terceirização, mães que choram pela morte de seus filhos, pois cerca de 30
mil jovens de 15 a 29 anos são assassinados por ano no Brasil, sendo cerca de
77% negros. É urgente resgartar e dar visibilidade ao nosso papel histórico de
protagonistas na luta pela sobrevivência e liberdade. Devemos não só comemorar
no Dia 20 de Novembro, mas sim nos 365 dias em que lutamos por liberdade e
igualdade dos negros e negras da classe trabalhadora brasileira.
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Dandara. |
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